1º - alavancagens em FIIs vem logo após uma nova emissão de cotas, eles criam um caixa grande para poderem adquirir novas propriedades.
Eu entendo que a alavancagem é saudável quando o FII tem caixa igual ou superior ao valor da divida. Por exemplo: 1 milhão de alavancagem pois emitiu um CRI para comprar um novo centro logístico (XPLG é de logística...), mas o caixa do fundo é apenas 600 mil. Se os mensais ficarem bons ele no final consegue pagar tudo, mas caso ocorra qualquer problema pode ser que acabe o valor em caixa para pagamento da divida e ainda falta 400 mil para pagar, e ai precisa de uma nova emissão ou vender algum imóvel.
2º - A diferença entre o resultado obtido e resultado distribuído sempre terá alguma discrepância, caso o FII queira manter um pagamento de 0,10 por cota, mas o resultado foi de 0,09 ele usará o caixa para manter a 0,10 e pode ocorrer de o resultado também ser superior, mas manterá a 0,10 por cota mesmo com resultado de 0,12.
O que não pode ocorrer aqui é uma repetição disso por meses, pois o fundo vai gastar grande parte do caixa tentando manter o distribuído a 0,10, sendo que o resultado foi abaixo.
No caso do XPLG, a distribuição não deve afetar muito já que teve um resultado bem expressivo em maio a julho onde ele não distribui totalmente, então tem uma "gordura" pra queimar. Precisa ficar atento aos próximos meses, pois uma hora essa gordura acaba.
Vale ressaltar que eles estão com a menor vacância física dos últimos 12 meses, o resultado deve se firmar novamente, mas precisa acompanhar pra ver se não foi muito abaixo dos distribuídos.
A alavancagem deles me parece saudável até o momento, eles tem caixa suficiente até o final de 2025, sem contar eventuais mudanças.
Se eu li corretamente eles venderam um imóvel em julho, receberam ali os 22 milhões(por isso a "gordura") e tem a receber 97 milhões.
As duas aquisições recentes estão cobertas. E os dois CRIs existentes tem 12 anos ainda, não mostram problemas.