Pela minha experiência pessoal e observando as pessoas de meu convívio, este modelo de família está cada vez mais raro. Lembra muito a mentalidade que vigorou até os anos 1990, mas não se encaixa mais nos dias de hoje porque as carreiras e profissões tem um ciclo de vida cada vez menor e o risco de depender de apenas uma fonte de renda para sustentar a família é muito arriscada, se você já não tiver uma boa reserva de emergência e recursos para viver de renda neste momento.
Nos últimos 5 anos eu vi dois amigos decidirem partir para este modelo de casamento e os dois já separaram. Nos dois casos, os motivos dos conflitos foram parecidos. A esposa se sente sobrecarregada por cuidar do lar e ter abdicado dos sonhos da carreira, mas o marido acha que a vida dela é fácil. E ele se acha sobrecarregado por ter que bancar todos os boletos e os cartões de crédito da esposa e também não se sente valorizado por ela. No final, aquele velho ditado "onde falta o pão, todo mundo grita e ninguém tem razão" se faz presente da pior forma possível. E olha que estes dois casos eram de pessoas que o IBGE classificam como Classe A, mas a pressão de consumo torna qualquer equilíbrio de orçamento doméstico um grande desafio.
No final ele fica com o sentimento de que ela levou metade de tudo que eu consegui e ela fica com a sensação de que abandonou uma carreira promissora a troco de nada. Os dois saem com sentimento de perda financeira.
Concluindo, se você já não estiver em uma fase da vida onde já acumulou patrimônio suficiente para bancar esta situação, as chances desta situação dar errado é muito grande. Lembre-se da Aula da Família.
Outra solução é entrarem em um acordo para ter um período de acumulação durante algum tempo até ter uma reserva suficiente para que possam embarcar na nova configuração.