Quando criança, eu fazia carrinhos de papel em 3D e desenhos de carros pra vender pros coleguinhas na escola, essa foi minha primeira experiência como empreendedor. Também nessa época eu tinha um cofrinho que meus pais me deram que me ajudou a ter noção do que é guardar dinheiro e do que eu poderia conquistar se fosse paciente o suficiente.
Eu sempre fui o aluno mais inteligente da turma e sempre tive facilidade em aprender as coisas sozinho. Aos 12 anos de idade eu já lia e entendia falas em inglês com tranquilidade, escrevia e falava com dificuldade, mas dava pra desenrolar. Também nessa época por ter muita afinidade e gostar muito de conteúdo de tecnologia, eu já ganhava algum dinheirinho consertando e formatando computadores da família e de amigos, era o suficiente pra bancar as idas ao shopping com os amigos.
Em algum momento dessa trajetória eu acabei perdendo meu costume de guardar dinheiro, acredito que devido as dificuldades financeiras que minha família começou a passar. Faltavam coisas dentro de casa e muitas vezes a gente precisava da ajuda de familiares pra poder-mos comprar mantimentos básicos para o mês.
Aos 15 anos passei no vestibular do IFPE para cursar informática pra web. Nessa época eu já desenrolava programação e meu inglês era bem avançado em todos os aspectos (nunca fiz curso de inglês, aprendi tudo com videogame, vídeos e consumindo conteúdo da gringa). Nessa época comecei a fazer algum dinheiro com pesquisa científica, pois me destaquei junto a outros 2 amigos que também já sabiam programar e fomos chamados logo no primeiro ano para participar de um projeto de pesquisa homologado pelo CNPQ, então recebíamos bolsa.
Aos 16 larguei o projeto pra focar no empreendedorismo e co-fundei minha primeira startup, um site para fazer compras do mercado sem sair de casa (numa época que ainda não existia ifood nem rappi nem nada do tipo). Por sermos muito jovens e estúpidos (haha) acabamos falindo em menos de 6 meses de operação e cada sócio levou uma pequena dívida pra casa. Nessa época comecei a atuar como freelancer desenvolvendo sites e plataformas web para pessoas da minha cidade, tudo que eu recebia era pra pagar essas dívidas aí que fizemos.
Aos 17 larguei a escola e co-fundei minha segunda startup, uma plataforma web de economia colaborativa para realizar shows e atrações dentro da sua casa (sim, a gente levava o artista pra dentro da sua casa e você vendia os ingressos). Foi um sucesso por um tempo! fomos acelerador e incubados pelo armazém da criatividade do porto digital e produzimos muitos shows, mas infelizmente o projeto estava muito a frente do seu tempo na época e tivemos que aos poucos matar a ideia devido as dificuldades de escalar o nosso modelo de negócios de forma sustentável.
Trabalhei como freelancer depois disso por um bom tempo, consegui até ser bem conhecido na cidade, especialmente por ter coragem de pegar os projetos de clientes que ninguém botava fé ou tinha coragem de pegar. Infelizmente minha coragem e boa fé nesses projetos "renegados" me colocaram numa posição de risco, onde eu recebia pouco pelo enorme esforço que fazia para tirar esses projetos de clientes do papel, e os clientes não conseguiam fazer o projeto rodar no mercado a pesar de eu conseguir entregar com perfeição toda tecnologia requisitada. Como resultado meu nome se tornou alvo de especulação "Ah, todo projeto que o Rannyeri põe a mão some. Ah, mas o Rannyeri não entrega as coisas que pega"... Grande farsa! Uma pena que a pesar de ter feito tantos projetos disruptivos sairem do papel acabei levando nome de ruim na cidade 🤡.
É muito óbvio que depois disso decidi sair do mercado de freelancer e comecei a trabalhar como funcionário em empresas brasileiras, mas elas nunca pagavam o suficiente e por ter experiência como empreendedor eu sempre assumia papéis de liderança e por ser bom no que fazia de tecnologia e programação sempre assumia um papel de sênior.
Enfim me cansei de trabalhar tanto e sempre receber tão pouco, comecei a buscar vagas de sênior em empresas de desenvolvimento no Brasil, e por acaso encontrei uma vaga de uma empresa dos EUA, na qual submeti só por curiosidade do processo. No fim das contas acabei sendo reprovado em todos os processos seletivos para sênior no Brasil (salário de 9 mil) e fui aprovado pela empresa americana (salário de 18 mil). Hoje, 2 anos depois, trabalho numa empresa americana que é referência mundial no seu segmento, chamada Songtradr. Recebo muito mais do que citei acima e trabalho de casa fazendo meus horários e minha demanda. Estou aqui hoje para aprender o que eu havia perdido nessa trajetória: Guardar e investir meu dinheiro para que eu possa ter uma vida financeiramente confortável, pois acredite se quiser, a pesar do meu altíssimo salário aos 23 anos de idade eu passo sufoco graças ao meu estilo de vida de playboy (não filhinho de papai pois não venho de família rica) e decisões financeiras estúpidas ao longos dos últimos 2 anos.
Prazer em conhecer, esse sou eu, Rannyeri Batista :)