Passados 56 anos, marcados por três casamentos, a criação de três filhas e a alegria de ver três netas nascerem, percebo que poderia oferecer uma série de conselhos ao meu eu do passado. No entanto, a vida não funciona dessa forma simples. É necessário viver experiências para verdadeiramente compreender e transmitir sabedoria.
Refletindo sobre minha jornada, reconheço a falta de orientação financeira ao longo dos anos. Enfrentei grandes despesas com a criação das minhas filhas e, como tantos brasileiros, trabalhei muito para lidar com os compromissos financeiros e os tributos impostos pelo governo de plantão.
Hoje, ao olhar para mim mesmo, vejo que talvez tenha recebido um "conselho visual" valioso. Meu pai costumava anotar meticulosamente todas as despesas diárias em um caderno, e percebo que adotei uma prática semelhante, embora agora utilizando ferramentas digitais.
Esta carta que escrevo ao meu eu do passado, na verdade, é um lembrete constante para o meu eu do presente. A vida se tornou um testemunho vivo das lições aprendidas. Conquistei sucesso profissional, tive a oportunidade de morar fora do país e consegui economizar algum dinheiro. No entanto, admito que grande parte dessa jornada foi marcada por um "vai fazendo que um dia pode dar certo" improvisado.
Hoje, através do papel de pai, estou retornando no tempo. Estou me tornando o conselheiro financeiro que nunca tive, tentando transmitir às minhas filhas a importância de se preparar para o futuro. Compreendi que o futuro chegará, estejamos prontos ou não, e é essencial estarmos física e financeiramente preparados para enfrentar seus desafios. Afinal, dependendo de como nos preparamos, a conta que o futuro nos apresenta pode ser mais fácil de ser paga do que imaginamos.
Abraço ao eu do passado, e parabéns por ter chegado até aqui, que seus próximos anos sejam fantásticos.