Soco Matinal - 27/11/2023 - Boletim Focus, BB e o anúncio de JCPs, dados da indústria na China e desafios do Governo brasileiro

[Evelyn Santos]

Ouça as notícias pelo nosso podcast!

 

 

Bom dia, Investidor Sardinha. Este é mais um Soco Matinal com as principais notícias do dia no mercado financeiro e no mundo, tudo em 5 minutos, para você já começar o dia zonzo.

E a pérola de sabedoria de hoje é:

"Se você não está falhando, você não está excedendo seus limites, e se você não está excedendo seus limites, você não está maximizando seu potencial."

(Ray Dalio)

IBOVESPA

Na sexta-feira, dia 24/11/2023, tivemos uma queda no nosso índice, o Ibov. Com -0,84% a nossa bolsa de valores fechou em 125.517 pontos.

Isso aconteceu por conta da Black Friday... hahaha, (piadinha ruim, você sempre vê aqui). Não, mas as vendas fracas na Black Friday sim foram motivo para a bolsa sentir o climão. Além disso, as commodities tiveram uma performance negativa, o que fez o Ibovespa cair, no entanto, ainda fechamos a semana no positivo.

Os setores que se deram bem foram o de construção e incorporação, além da indústria, turismo e aviação. Por outro lado, o varejo fraquejou com as vendas decepcionantes.

Foi dia de realização de lucro também, esse povinho aí que não sabe investir e fica comprando e vendendo ação toda hora... hahaha

Pra fechar, as bolsas nos EUA tiveram um dia mais curtinho de pregão e embora tenham fechado no positivo durante a semana, no dia a coisa não foi positiva para todo mundo, não. Essa semana é que tem dado importante e dependendo do resultado do consumo na terra do Tio Sam.

AO MESMO TEMPO TIVEMOS OS SEGUINTES DESTAQUES DO ÚLTIMO PREGÃO

A princípio, as ações que se saíram bem dentro do índice:

• Gol (GOLL4): R$ 9,10 (+4,00%)
• CVC (CVCB3): R$ 3,33 (+2,46%)
• Tim (TIMS3): R$ 16,98 (+1,49%)
• Azul (AZUL4): R$ 17,50 (+1,69%)
• Marfrig (MRFG3): R$ 9,12 (+1,22%)

Por outro lado, os tickers com os piores desempenhos:

• Grupo Casas Bahia (BHIA3): R$ 0,53 (−8,62%)
• Magazine Luiza (MGLU3): R$ 1,99 (−8,29%)
• Locaweb (LWSA3): R$ 5,77 (−6,94%)
• Cemig (CMIG4): R$ 10,56 (−3,91%)
• GPA (PCAR3): R$ 3,56 (−3,00%)

Nesse meio tempo, vamos ver o que rolou nos Fundos Imobiliários:

IFIX

O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) está marcando 3.174 pontos agora, com uma variação negativa de 0,12% no dia. Entretanto, no mês, subiu +0,59%, e no ano, está crescendo com um total de +10,72%.

E olha os destaques do último pregão:

• DEVA11: R$ 45,26 (Variação: +2,85%)
• RBRL11: R$ 86,12 (Variação: +2,29%)
• RBVA11: R$ 106,22 (Variação: +1,83%)
• KNRI11: R$ 158,65 (Variação: +1,48%)
• VGIR11: R$ 9,85 (Variação: +1,22%)

Agora, os que ficaram meio na baixa:

• BLMG11: R$ 53,02 (Variação: -3,79%)
• PATL11: R$ 66,48 (Variação: -2,75%)
• BRCO11: R$ 122,59 (Variação: -2,27%)
• KFOF11: R$ 93,99 (Variação: -2,15%)
• KISU11: R$ 8,16 (Variação: -1,96%)

CÂMBIO

• Dólar EUA: R$ 4,90 (-0,04%)
• Euro: R$ 5,35 (+0,19%)
• Libra Esterlina: R$ 6,17 (+0,50%)

Por fim, saindo um pouco do mercado nacional, vamos falar sobre as bolsas mundiais e os índices de mercado internacional.

Morning call de Índices Internacionais

Falando do cenário internacional, as bolsas mundiais:

Em primeiro lugar, nos Estados Unidos:

• DOW JONES: +0,33%
• S&P 500: +0,06%
• NASDAQ: -0,11%

Por outro lado, nas bolsas europeias tivemos os seguintes resultados:

• DAX (Alemanha): +0,22%
• FTSE 100 (Inglaterra): +0,06%
• CAC 40 (França): +0,20%
• FTSE MIB (Itália): +0,67%

Ao mesmo tempo, nas bolsas asiáticas:

• Nikkei (Japão): +0,52%
• Shangai (China): -0,68%
• KOSPI (Coreia do Sul): -0,73%

Enquanto isso, as criptomoedas nas últimas 24h (9h):

• Bitcoin: US$ 37.129 (-1,52%)
• Ether: US$ 2.027 (-2,72%)

Assim como as commodities: (commodities)

• Ouro: US$ 2.002/Onça troy (+0,41%)
• Petróleo Brent (Futuros): US$ 80,68/barril (-0,70%)
• Minério de Ferro (Futuros): US$ 130,16/tonelada (+0,25%)

O QUE VAI ROLAR NA SEMANA

Serão divulgados dados brasileiros como Transações Correntes, Investimento Estrangeiro Direto, IPCA-15, IGP-M, Taxa de Desemprego e Produção Industrial.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, serão monitorados indicadores como Licenças de Construção, Venda de Casas Novas, Confiança do Consumidor, PIB, Índice de Preços PCE, Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego, e PMI Industrial ISM.

Além disso, a Zona do Euro apresentará o IPC anual.

Por fim, o discurso do presidente do Fed, Powell, também será observado e a semana encerra-se com a divulgação da Balança Comercial brasileira.

Enfim, vamos falar de ações e stocks (exterior):

Morning call de ações

BRASIL

BANCO DO BRASIL

O Banco do Brasil vai desembolsar quase R$ 1 bilhão em Juros sobre Capital Próprio (JCP). Isso foi aprovado em meados de novembro e anunciado nesta sexta. A graninha, que é uma espécie de pagamento antecipado aos investidores, se refere ao último trimestre de 2023.

Cada ação do BB vai render cerca de R$ 0,34. A festa do dinheiro acontece no dia 28 de dezembro, mas saca só: só quem tiver as ações até 11 de dezembro vai meter a mão nessa grana. Quem chegar depois desse rolê não ganha nada.

Mas olha, tem um porém: o leão vai dar uma mordidinha nessa grana, porque tem imposto de renda na jogada. Se você não quer que o governo mete a mão, tem que provar que é imune ou isento até 13 de dezembro. E pra fazer isso, tem que ir na agência bancária.

Ah, e se você é daqueles que têm ações guardadas na B3, primeiro o dinheiro vai pra eles, e só depois cai na sua conta. Se o seu cadastro estiver desatualizado, esquece, a grana fica retida até resolver isso na agência do Banco do Brasil. Pode ser até com documento, CPF, comprovante de endereço, essas coisas.

Resumindo: o BB tá liberando uma boa grana em JCP, mas tem que ficar de olho nas datas e resolver essas paradas burocráticas se quiser botar a mão nessa bufunfa.

AMERICANAS CONSEGUE DAR UM RESPIRO

As Americanas (AMER3) fecharam um acordo bombástico com seus credores, garantindo um crédito de R$ 1,5 bilhão. A parada foi anunciada hoje e envolve mais de 35% da dívida da empresa.

Os detalhes desse rolo incluem um aditamento ao plano de recuperação judicial (PRJ) que vai ser protocolado na justiça do Rio de Janeiro. E a coisa ficou séria, pois os credores toparam votar a favor do plano, apoiar o aumento de capital e não meter o bedelho nos termos da recuperação.

O plano de recuperação tem uns pontos interessantes, tipo pagamento integral para alguns credores, condições especiais para fornecedores, e um aumento de capital de R$12 bilhões. E olha só, quem participar desse aumento ainda ganha bônus de subscrição. A empresa também vai eleger um novo conselho de administração depois desse trampo todo.

Ah, e tem uma grana destinada a pagar os credores financeiros, seja por leilão reverso ou pagamento antecipado com desconto. Depois de tudo isso, as Americanas preveem que vão ficar com uma dívida bruta de até R$1,875 bilhão.

Pra garantir esse rolo, a empresa ainda conseguiu uma garantia-firme de R$1,5 bilhão em fianças bancárias ou seguros-garantia. Em troca, os credores que assinarem o acordo vão receber uma fatia dos R$6,7 bilhões do pagamento antecipado de créditos.

É isso, as Americanas estão fazendo um malabarismo financeiro gigante, e só o tempo vai dizer se vai dar certo. Essa notícia pegou fogo no mundo dos negócios.

CONTRATO CANCELADO

A Petrobras (PETR4) deu um rolê e cancelou o contrato de venda da refinaria Lubnor, junto com seus ativos logísticos. A parada toda aconteceu porque as condições prévias não foram cumpridas no prazo, mesmo com os esforços da Petrobras.

Essa refinaria fica em Fortaleza (CE), manda ver no processamento com capacidade de 8,2 mil barris/dia, é líder nacional na produção de asfalto e a única no Brasil que fabrica lubrificantes naftênicos, segundo a Petrobras.

A empresa soltou um comunicado falando desse cancelamento, mas não tá fácil fechar essa transação. Parece que a Petrobras está encarando uns perrengues nessa história toda. É isso, mais um capítulo na novela do petróleo no Brasil.

ENEVA

A Eneva (ENEV3) tá se jogando na ideia de uma fusão com a Vibra Energia (VBBR3). A proposta não-vinculante foi enviada e, se a parada for pra frente, as empresas combinadas seriam a maior distribuidora de combustíveis no Brasil, top na geração termoelétrica e a terceira maior empresa de energia listada por aqui.

Na prática, a Eneva quer incorporar suas ações na Vibra ou fazer outro acordo esperto. A expectativa é que, ao final desse rolo, os acionistas de cada empresa tenham 50% das ações da nova companhia. A Eneva tá achando que essa fusão é uma bela oportunidade para ambas as empresas e que pode trazer ganhos de eficiência e de alocação de capital.

Vale o destaque também que o BTG Pactual, caso a fusão aconteça, tá de olho em concentrar seus investimentos em geração de energia nessa nova empresa. Eles até têm a intenção de oferecer seu portfólio de ativos de geração térmica para ser incorporado por essa nova companhia.

Mas, ó, não se empolga muito ainda, porque até o momento não tem nenhum acordo assinado sobre essa operação proposta. Ou seja, tá no ar se isso vai sair do papel ou não. A novela continua...

SOQUINHO

• Houve uma devastação causada por uma chuva de granizo em Santa Catarina, que prejudicou plantações de maçãs da Pomifrutas (FRTA3). A empresa atribui o incidente ao fenômeno El Niño.
• O GPA aprovou a venda de 34% da Cnova para o Casino por R$ 53,5 milhões. O Casino, que já era o controlador, agora terá 98,8% da Cnova. O pagamento será 80% à vista (R$ 42,8 milhões) e o restante até junho de 2024. Se houver nova transação nos próximos 18 meses, o GPA pode receber uma parcela variável para capturar a valorização adicional do ativo. A venda visa o melhor interesse da empresa e acionistas. A conclusão está marcada para 30 de novembro de 2023.

EXTERIOR

MERCADO LIBRE E CONCORRENTES NACIONAIS

A Black Friday desse ano foi um mix de emoções para os gigantes do e-commerce. O Mercado Livre (nome no Brasil) se destacou, pois teve vendas recordes sem prejudicar as margens. As vendas do Mercado Livre aumentaram 80% no volume bruto de mercadorias (GMV) em comparação com o ano passado, especialmente na categoria de eletrônicos.

Por outro lado, o Magalu (MGLU3) também entrou na roda, no entanto as tendências de lucro por ação dos últimos trimestres não são tão animadoras, com despesas de vendas superando o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) no terceiro trimestre de 2023. Mesmo assim, quem é da área reconhece que a Magalu está buscando uma abordagem mais racional entre crescimento e rentabilidade.

Resumindo, o Mercado Livre tá voando alto, mas o Magalu, apesar de não ter sido a estrela da festa, está tentando equilibrar crescimento e rentabilidade.

Em seguida vamos às notícias do cenário interno e mundial:

Resumo de notícias do Brasil e exterior

BRASIL

BOLETIM FOCUS

As projeções para a inflação e o PIB de 2023 tão caindo mais que o rendimento do meu time no Brasileirão! A galera tá otimista, só não mais que os torcedores do Flamengo depois de ganhar o jogo.

Olha só, a murchadinha da inflação faz o IPCA pra 2023 cair de 4,55% pra 4,53%. E a previsão pro PIB diminuiu também, de 2,85% pra 2,84%. Isso aí tá tipo a minha motivação na segunda-feira.

E as projeções da Selic tão lá, firmes e fortes. Nada de mudança, a Selic em 11,75%, 9,25%, 8,75% e 8,50% pra 2023, 2024, 2025 e 2026, respectivamente.

Agora, o dólar tá continua nos R$ 5,00 pra 2023. Alguém avisa o dólar que ele tá caro demais e a gente não tá podendo.

Agora, o resultado primário? Negativo como o saldo do meu cartão de crédito. Mas a galera acredita que a balança comercial vai bem, hein? Superávit subindo mais que o gasto do Lula com lençol de fio egípcio. De US$ 77,0 bilhões pra US$ 83,05 bilhões.

Resumindo: inflação caindo, PIB descendo a ladeira, Selic parada, dólar no alto, resultado primário no vermelho, e a balança comercial indo melhor que as fofocas familiares do final de semana. Vamo que vamo, Brasil!

HADDAD E NOVIDADES

Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, tá prestes a encarar um verdadeiro desafio no Congresso nesta semana. Vai ter votação pesada sobre taxação de fundos offshores, apostas esportivas, subvenções do ICMS e desoneração da folha de pagamento. A equipe econômica calcula que essas medidas podem garantir uns R$ 30 bilhões pro governo.

Os senadores estão marcando a votação dos fundos pra amanhã e das apostas pro meio da semana. Haddad também está de olho na aprovação de uma medida provisória sobre subvenções do ICMS, que pode render uns R$ 35 bilhões para o caixa em 2024.

E tem mais treta: tá rolando uma parada sobre o veto presidencial da desoneração da folha de pagamento. Parece que os parlamentares estão prontos para derrubar esse veto de uma vez.

Mas não para por aí. Haddad também está de olho no STF, onde rola um julgamento sobre como computar parte dos pagamentos precatórios na contabilidade federal. Isso pode resultar no pagamento de uma fatura de R$ 95 bilhões e aliviar um passivo que chega a quase R$ 200 bilhões até 2027.

Ah, e enquanto Haddad tá nessa maratona no Congresso, o presidente Lula tá saindo de Brasília para Riade, na Arábia Saudita, onde vai se encontrar com o príncipe Mohammad bin Salman. Depois, ele parte para Doha, no Catar, para participar da conferência do clima da ONU.

A semana promete ser agitada, com vários indicadores econômicos, incluindo PIB dos Estados Unidos e IPCA-15 por aqui. Vai ser bom ficar de olho no noticiário, porque tem muita coisa acontecendo nos bastidores do poder.

DADOS SOBRE A CONSTRUÇÃO

A inflação da construção desacelerou em novembro, subindo apenas 0,10%, comparado ao aumento de 0,20% no mês anterior, segundo o FGV/Ibre. No acumulado do ano, o INCC-M registra alta de 3,05%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,33%. O índice relacionado a Materiais, Equipamentos e Serviços teve uma leve queda, enquanto o índice de Mão de Obra aumentou 0,42%. Brasília, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre desaceleraram, enquanto Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram aumento nas taxas.

SOQUINHO

• Na política, destaca-se o protagonismo do presidente da Câmara, Arthur Lira, com a PEC do STF, e a reação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, à PEC.
• EXTERIOR

SETOR INDUSTRIAL NA CHINA

O lucro das empresas industriais na China desacelerou, crescendo 2,7% em outubro, comparado ao aumento de 11,9% em setembro, conforme dados do NBS. O setor de produção de matérias-primas liderou o crescimento com uma taxa de 22,9%, enquanto os fabricantes de bens de consumo registraram aumento estável de 2,2%.

De acordo com os índices, nos primeiros dez meses do ano, os lucros das principais empresas industriais chinesas apresentaram uma melhoria de 1,2 ponto percentual em relação ao período de janeiro a setembro, com esforços governamentais para apoiar o desenvolvimento do setor.

SOQUINHOS

• Javier Milei, futuro presidente da Argentina, enfrenta a desintegração de sua equipe econômica.
• Hamas e Israel realizam libertações de acordo com as tratativas de trégua.

Assim termina nosso morning call. Bons investimentos.

Quer saber mais sobre algum assunto desta edição? Vai lá no @evysardinha que a gente bate um papo legal sobre os assuntos trazidos aqui.