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Pobres e ricos (efeito imitação e o efeito cremalheira)


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Estava a ver hoje as aulas do módulo 1 e acabei de conseguir baixar o e-book (descobri que para isso é preciso abrir o site diretamente no browser e não a partir do link do site que veio no e-mail). Ao ler o e-book fiquei um pouco parado numa passagem da página 16: "muitos pobres acabam se afundando cada vez mais, na tentativa de copiar as aquisições dos ricos, sem pensar que não ampliaram sua coluna de ativos." Durante alguns anos fui professor de economia e Finanças Públicas (uma matéria que faz parte da grade curricular do segundo ano dos cursos de direito de Portugal). Tendo isso em vista, gostaria de partilhar algumas coisas que estudava e que ajudam a completar o raciocínio (sem, com isso, querer dizer que precisasse de algum complemento). Na economia funcionam dois mecanismos importantes: o multiplicador e o acelerador. O multiplicador significa que qualquer incremento inicial do investimento irá multiplicar em consumo. O acelerador significa que qualquer incremento inicial do consumo irá acelerar em investimento. Ou seja: quando uma empresa investe (em maquinário, contratação de trabalhadores) isso significa que irá jogar mais dinheiro no mercado e esse dinheiro entrará no bolso dos consumidores (todos somos consumidores) que irão consumir alguma parte desse dinheiro e aforrar outra parte (entesourar ou investir). Nas classes mais baixas (com menores rendimentos) a totalidade será consumida. Perceberam os economistas, porém, que também nas outras classes o consumo aumenta em grande proporção, já que as pessoas não tendem apenas a fazer face às suas reais necessidades, mas tentam imitar o consumo das pessoas com maiores rendimentos ("efeito imitação"). Ocorre, por outro lado, que as pessoas mais ricas, quando passam por crises, não reduzem logo seus gastos, pois tendem a querer manter seu padrão de vida, ao que se chama "efeito cremalheira". Isso significa, em termos simples, que tanto os mais pobres como os mais ricos que estão a passar por alguma crise, ao receberem algum incremento de capital aumentarão sua propensão ao consumo em percentual superior ao do aumento do rendimento. Claro que há restrições a este mecanismo, mas colocar isso aqui seria um pouco exagerado e inadequado talvez. Não sei. Mas essa matéria é muito interessante.
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Os que mais comentaram nesse tópico

Nossa, adorei isso, será que podemos fracionar em partes para poder conversar sobre cada ponto? Eu amo essas coisas.
Realmente vemos que, por exemplo, o mercado de luxo cresceu. Daí você pensa: Como? Daí a explicação: Os ricos deixaram de viajar, então estão comprando objetos.
Parece simples o que eu acabei de falar, mas a explicação que você deu deixa a notícia que eu trouxe bem explicada e fundamentada, haha.
Amei, obrigada por compartilhar.
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