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Entendendo sobre o Contrafluxo


Eddy Paulini

Pergunta

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32 minutes ago, Joao Paulo Mendes disse:

Ótimo tópico, Eddy!

Estava procurando uma discussão na comunidade sobre esse tema justamente por estar com dúvida nesse aspecto, mas com seu post deu para dar uma clareada nas ideias. Vlw!

@Joao Paulo Mendes, valeu!

Se ainda tiver alguma dúvida sobre o tema, manda aí pra gente  =)

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On 06/11/2024 at 14:16, Eddy Paulini disse:

Olá, sardelas! Como estão?

Bora para mais um tópico para entender um pouquinho mais sobre mais uma estratégia?

Este é mais um tema que vira e mexe aparece por aqui e geram algumas dúvidas ou a necessidade de confirmação de entendimento.

 

O contrafluxo podemos levar ao pé da letra que é ir contra o caminho da maioria. Enquanto a maioria olha para frente, vamos olhar para trás e o que está sendo deixado no que diz respeito a renda fixa. Em outras palavras é olhar para títulos de renda fixa que ninguém está olhando.

A começar, vamos firmar o conceito do mercado ser cíclico. Ou seja, inevitavelmente o mercado é feito de ciclos. Ora de inflação alta, ora de taxas de juros altas, e por aí vai. Por mais que um ciclo possa durar mais ou menos tempo, venha com maior ou menor intensidade, ele sempre é passageiro. Sempre um determinado ciclo dará espaço para outro vir e no futuro este mesmo ciclo volta.

Dados estes ciclos, vamos ligar agora sobre os tipos de investimentos que temos na renda fixa. Ou melhor, quais indexadores temos a opção de investir. Temos títulos indexados ao CDI, indexados ao IPCA+ e prefixados. Aqui então vamos discutir sobre quais os melhores momentos para investirmos em cada um destes tipos de títulos e porque de fazer isso.

De maneira geral teremos três situações sendo uma para cada tipo de título:

- Taxa de juros baixa com expectativa de alta, títulos indexados a Selic e ao CDI;
- Taxa de juros alta com expectativa de baixa, títulos prefixados para travar uma rentabilidade superior ao que poderá ser oferecido futuramente;
- Inflação baixa com expectativa de alta, títulos indexados ao IPCA.

 

Agora vamos destrinchar um pouco mais sobre cada um deles e já adiantando que faremos as exemplificações com números hipotéticos:

- Taxa de juros baixa com expectativa de alta: aqui temos um cenário um onde o IPCA deve estar elevado. Como é a saber, o aumento da taxa de juros (Selic) é um dos mecanismos de controle da inflação. O que acontece é que as maiores rentabilidades sendo oferecidas de imediato seriam aos próprios títulos IPCA+ por ele estar nas alturas e todo mundo estar pensando apenas neles. Vamos imaginar um cenário onde o IPCA esteja em 8% e a taxa Selic ainda está em 3%. Qualquer título indexado ao IPCA estaria pagando bem mais que qualquer outro título. Porém o mercado e os emissores precisam dar vazão em outros títulos tanto como prefixados como indexados ao CDI. Para isso, ele aumentam a oferta para tentar competir com os IPCA+. Logo, poderíamos ver títulos oferecendo 140% do CDI. Isso somado a taxa de juros do nosso cenário que é de 3%, a rentabilidade seria de aproximadamente 4%, o que ainda é baixo mas é uma tentativa de chamar a atenção no número de 140%. Acreditem, mas ainda existem muitos investidores que não fazem conta e vendo os 140% acham que já estariam bombando de imediato. Mas vamos lembrar que deveremos ter uns títulos pagando IPCA+ 3, + 4 o que ainda faz permanecer atrativo os IPCA+. Só que aqui que mora o segredo. Sabendo que o mercado é feito de ciclos, sabemos que uma hora este IPCA vai cair por conta da taxa de juros que tende a subir. Então, porque não travar um título de 140% do CDI para daqui uns anos? Em um dado momento no nosso cenário, vamos imaginar que a taxa de juros chegou a 12%a.a para controlar a inflação. Olha mágica acontecendo conosco tendo um título pagando 140% do CDI que neste caso resultaria em uma rentabilidade aproximada de quase 17%a.a. "Ah mas e os títulos IPCA+ ?" Lembre-se do efeito da taxa de juros elevada que é fazer a inflação cair;

 

- Taxa de juros alta com expectativa de baixa: sabemos então que com uma taxa de juros mais elevada, a tendência é que a inflação baixe. Em dado momento, a inflação vai estar em níveis considerados controlados o que fará com que a taxa de juros comece a baixar também afinal, se a Selic sobe para controlar a inflação, não há sentido ela ficar alta desaquecendo o mercado que agora precisa se aquecer novamente. Só que com a inflação já estando baixa e a Selic caindo a princípio não teremos títulos atrativos. Isso seria verdade exceto se não tivéssemos os prefixados que é aqui que eles entram. Os títulos prefixados são opções para travar títulos com rentabilidades superiores as que estarão sendo oferecidas enquanto a inflação não sobe e a Selic vai caindo. Sabemos que os movimentos de mercado não acontecem de imediato. Por exemplo, não significa que o COPOM reduzindo a taxa de juros hoje o IPCA amanhã já esteja nas alturas. Costuma-se levar semanas e até meses para estes movimentos se concretizarem. Aqui neste nosso cenário, tanto o IPCA como Selic estarão em fases onde ambos poderão estar sendo considerados baixo e em queda respectivamente falando. O prefixado segura uma rentabilidade enquanto os outros dois estão mais fraquinhos;

 

- Inflação baixa com expectativa de alta: aqui vamos puxar um ganchinho com cenário anterior. Agora o nosso cenário é uma taxa de juros mais alta (vamos imaginar aqui 14%a.a.) e uma inflação mais controlada que está em 2%a.a. Quando temos uma inflação controlada não há porque manter uma taxa de juros alta como dito antes. Isso mostra que o mercado está desaquecido para abrir margem para reaquecer ele, a taxa de juros tende a cair o que gera expectativa de alta de inflação. Então, para competir entre títulos oferecendo 100, 105% do CDI, é possível encontrar títulos IPCA+ 8, 9 ou até 10%. Veja que mesmo em um título IPCA+ 10% de bate pronto não superaria um 100% de CDI com uma taxa de juros a 14%a.a. Mas novamente voltamos ao conceito dos ciclos. Uma hora este IPCA sobe para 8% novamente idem ao nosso primeiro cenário. Nem preciso fazer as contas aqui, certo?

 

Aqui então temo um detalhamento maior sobre alguns cenários e como nos beneficiar deles.

Por fim, gostaria de trazer uma cerejinha para o bolo que são perguntas e respostas sobre dúvidas comuns sobre o tema:

 

Ok, entendi sobre os ciclos e qual indexador pegar em cada cenário. Mas eu invisto no que? CDB? LCI? Tesouro? LCA?

R: Não tem resposta certa. Aqui é válido uma avaliação de risco X retorno. Por exemplo, um tesouro tende a pagar uma rentabilidade menor do que um CDB em vista que o tesouro é tido como o investimento mais seguro do mercado. Observe seu apetite ao risco, cobertura do FGC, prazos e veja o que é melhor.

E a marcação a mercado? Onde entra aqui?

R:  vamos nos lembrar que não fazemos investimento visando uma marcação. A marcação a mercado é uma carta na manga que temos para eventualmente nos beneficiarmos de uma antecipação de rentabilidade. É um bônus que podemos ter mas não é objetivo. Ou seja, não faria sentido investir em tesouro mesmo contrafluxo visando especificamente a marcação. Se tiver investido em tesouro e conseguiu aproveitar uma marcação, parabéns! Caso não, nada muda.

Quais taxas mínimas devo procurar para investir? 

R: não existem taxas mínimas. Isso seria uma bobagem pois pode abrir margem para perda de oportunidades. Vamos imaginar que a pessoa estabeleça que ela só pega títulos prefixado de no mínimo 16%a.a. Vamos pensar agora que em um ciclo de mercado o máximo que se teve foram títulos pagando 14,5%a.a. O cidadão que pensou em não comprar pois só queria 16% ou mais, agora está com a famosa dor de corno pois está sem prefixados bons pagando uma rentabilidade enquanto quem aproveitou os 14,5% está ganhando tranquilo. E isso vale não só para os prefixados como também para títulos indexados ao CDI e o IPCA. Sempre que for investir observe o que está sendo melhor oferecido no dia e leve sempre em consideração o risco X retorno.

Por quanto tempo travar títulos que pego pelo contrafluxo?

R: outro ponto que não tem regra. Novamente considere o risco X retorno. Quanto maior o prazo, maior é o risco e por conseguinte maior deve ser o prêmio.

 

E é só tudo isso  😅

 

Espero que esse tópico lhe ajude um pouco mais nos estudos, seja para firmar melhor o conhecimento adquirido sobre o tema nas aulas, seja para enriquecer sobre o assunto, enfim.

E se tiver dúvidas, manda aqui pra gente  =)

que isso heim pai, conteúdo digníssimo!

vou até escrever a punho, botar numa garrafa e jogar no mar.

isso aí tem que ser salvo pra humanidade! 

x)

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Pensado no contra fluxo, acredito que no momento é interessante investir em pré fixado. Se meu pensamento estiver correto, qual é a taxa de rentabilidade e prazo interessante nesse momento? Como não tenho tanto conhecimento ainda tenho receio de pegar uma rentabilidade "um pouco" acima da Selic, mas não ser tão vantajoso. E um prazo que garante uma rentabilidade boa depois que o restante abaixar. Quem puder dar um norte eu agradeço.

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