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Pergunta

Postado

Bom dia, boa tarde e boa noite sardinhas de plantão!

Estou começando a diversificar meus investimentos e vou começar a investir no exterior. Atualmente não tenho exposição nenhuma fora do Brasil...

Nesse primeiro momento, no que diz respeito a Renda Fixa, gostaria da sugestão de vocês do que faria mais sentido (prós e contras) de se investir em:

United States Treasury Notes vencimento 2034 (conforme imagem abaixo):

image.png.dedc4fbc13aad11b6dce293345d787c9.png

OU

 

ETFs de Renda Fixa (sugestões de ETFs internacionais do nosso amigo Malheiros):

BND (renda fixa High Grade, principalmente nos EUA) e

SCHP (títulos do Tesouro dos EUA protegidos contra a inflação)

 

Nesse primeiro momento, que estou começando a investir no exterior, minha ideia seria uma exposição no exterior de aprox. 10% do meu patrimônio total em Renda Fixa e 10% em renda variável (esse sim já decidi que não farei stock picking e irei investir através de ETFs).

Valeu pela ajuda!!!

Abraços,

 

5 respostas para essa pergunta

Recommended Posts

  • 0
Postado (edited)
20 minutes ago, Roberto Latanzi Marquez disse:

Bom dia, boa tarde e boa noite sardinhas de plantão!

Estou começando a diversificar meus investimentos e vou começar a investir no exterior. Atualmente não tenho exposição nenhuma fora do Brasil...

Nesse primeiro momento, no que diz respeito a Renda Fixa, gostaria da sugestão de vocês do que faria mais sentido (prós e contras) de se investir em:

United States Treasury Notes vencimento 2034 (conforme imagem abaixo):

image.png.dedc4fbc13aad11b6dce293345d787c9.png

OU

 

ETFs de Renda Fixa (sugestões de ETFs internacionais do nosso amigo Malheiros):

BND (renda fixa High Grade, principalmente nos EUA) e

SCHP (títulos do Tesouro dos EUA protegidos contra a inflação)

 

Nesse primeiro momento, que estou começando a investir no exterior, minha ideia seria uma exposição no exterior de aprox. 10% do meu patrimônio total em Renda Fixa e 10% em renda variável (esse sim já decidi que não farei stock picking e irei investir através de ETFs).

Valeu pela ajuda!!!

Abraços,

 

@Roberto Latanzi Marquez, tudo certo?

Sobre sua dúvida do Treasury americano versus ETFs. Para quem está começando no exterior, tenho algumas ponderações:

Treasury Note 4,25% 2034 (compra direta):

  • Prós:
    • Rendimento fixo e garantido (4,15% ao ano)
    • Segurança máxima (governo americano)
    • Previsibilidade total dos pagamentos semestrais
    • Sem risco de reinvestimento até 2034
    • Zero taxa de administração
  • Contras:
    • Baixa liquidez se precisar vender antes (pode ter deságio)
    • Exposição à mesma taxa até 2034 (se juros subirem, você fica "preso" à taxa antiga)
    • Concentração em um único vencimento
    • Valor mínimo de entrada maior (US$1.008,43)

ETFs (BND/SCHP)

  • Prós:
    • Diversificação automática (centenas de títulos)
    • Liquidez diária sem grandes deságios
    • Flexibilidade para entrar com valores menores
    • Ajuste automático da carteira (BND vai renovando títulos)
    • SCHP oferece proteção contra inflação americana
  • Contras:
    • Taxa de administração (pequena, mas existe)
    • Rendimento variável (não é fixo como o Treasury)
    • Oscilação de preço mais frequente

Para seu objetivo de 10% em renda fixa internacional, uma boa estratégia seria diversificar:

  1. 5% em Treasury direto para estabilidade
  2. 5% em ETFs (BND/SCHP) para flexibilidade

O BND é mais abrangente, enquanto o SCHP te protege da inflação americana. O equilíbrio entre eles depende da sua visão sobre inflação futura (ou o que se imagina dela) nos EUA.

Agora mais algumas considerações para você ter em mente, joia?

Imposto de Renda - tanto o Treasury direto quanto os ETFs terão a mesma tributação para você no Brasil (15% sobre o ganho de capital quando vender). Porém, nos EUA, os ETFs sofrem retenção na fonte de 30% sobre os dividendos distribuídos, enquanto os juros de Treasuries para não-residentes são isentos de imposto americano.

Reinvestimento automático nos ETFs como o BND que reinvestem automaticamente os juros recebidos, enquanto no Treasury você receberá os cupons semestralmente e precisará decidir onde aplicá-los.

Estratégia "escadinha" (essa aqui eu gosto de verdade) pois é uma alternativa inteligente seria comprar Treasuries com vencimentos diferentes (2027, 2030, 2034) criando uma "escadinha" que te dá mais flexibilidade.

Este Treasury específico tem duration de 7,7, o que significa sensibilidade moderada a mudanças nas taxas de juros. O BND tem duration menor (cerca de 6,5), o que o torna um pouco menos volátil quando os juros mudam.

Para diversificação real, poderia considerar adicionar um ETF como o EMB (iShares JP Morgan USD Emerging Markets Bond) que investe em títulos de países emergentes com yield mais atrativo, embora com mais risco. (tudo que tem muito risco eu coloco a bunda na parede).

 

Forte abraço, espero ter te ajudado.

Editado por Carlos Filho
Removação de alguns bullets points.
  • Aí cê deu aula... 2
  • 0
Postado
2 horas atrás, Carlos Filho disse:

@Roberto Latanzi Marquez, tudo certo?

Sobre sua dúvida do Treasury americano versus ETFs. Para quem está começando no exterior, tenho algumas ponderações:

Treasury Note 4,25% 2034 (compra direta):

  • Prós:
    • Rendimento fixo e garantido (4,15% ao ano)
    • Segurança máxima (governo americano)
    • Previsibilidade total dos pagamentos semestrais
    • Sem risco de reinvestimento até 2034
    • Zero taxa de administração
  • Contras:
    • Baixa liquidez se precisar vender antes (pode ter deságio)
    • Exposição à mesma taxa até 2034 (se juros subirem, você fica "preso" à taxa antiga)
    • Concentração em um único vencimento
    • Valor mínimo de entrada maior (US$1.008,43)

ETFs (BND/SCHP)

  • Prós:
    • Diversificação automática (centenas de títulos)
    • Liquidez diária sem grandes deságios
    • Flexibilidade para entrar com valores menores
    • Ajuste automático da carteira (BND vai renovando títulos)
    • SCHP oferece proteção contra inflação americana
  • Contras:
    • Taxa de administração (pequena, mas existe)
    • Rendimento variável (não é fixo como o Treasury)
    • Oscilação de preço mais frequente

Para seu objetivo de 10% em renda fixa internacional, uma boa estratégia seria diversificar:

  1. 5% em Treasury direto para estabilidade
  2. 5% em ETFs (BND/SCHP) para flexibilidade

O BND é mais abrangente, enquanto o SCHP te protege da inflação americana. O equilíbrio entre eles depende da sua visão sobre inflação futura (ou o que se imagina dela) nos EUA.

Agora mais algumas considerações para você ter em mente, joia?

Imposto de Renda - tanto o Treasury direto quanto os ETFs terão a mesma tributação para você no Brasil (15% sobre o ganho de capital quando vender). Porém, nos EUA, os ETFs sofrem retenção na fonte de 30% sobre os dividendos distribuídos, enquanto os juros de Treasuries para não-residentes são isentos de imposto americano.

Reinvestimento automático nos ETFs como o BND que reinvestem automaticamente os juros recebidos, enquanto no Treasury você receberá os cupons semestralmente e precisará decidir onde aplicá-los.

Estratégia "escadinha" (essa aqui eu gosto de verdade) pois é uma alternativa inteligente seria comprar Treasuries com vencimentos diferentes (2027, 2030, 2034) criando uma "escadinha" que te dá mais flexibilidade.

Este Treasury específico tem duration de 7,7, o que significa sensibilidade moderada a mudanças nas taxas de juros. O BND tem duration menor (cerca de 6,5), o que o torna um pouco menos volátil quando os juros mudam.

Para diversificação real, poderia considerar adicionar um ETF como o EMB (iShares JP Morgan USD Emerging Markets Bond) que investe em títulos de países emergentes com yield mais atrativo, embora com mais risco. (tudo que tem muito risco eu coloco a bunda na parede).

 

Forte abraço, espero ter te ajudado.

Show de bola Carlos... Muito obrigado pela aula... rsss

Aproveitando do seu conhecimento, com relação ao IR (dividendos) no caso do ETF o imposto já sofreria a retenção na fonte, então basicamente eu só teria que declarar no meu IR ao no Brasil que tenho esse investimento e que recebi X de dividendos mas não preciso pagar nada... E no caso do Treasury, você comentou que não residentes não teriam essa cobrança na fonte, certo? Então nesse caso eu teria que declarar e pagar imposto de renda aqui no Brasil?

Valeu!

  • 0
Postado
42 minutes ago, Roberto Latanzi Marquez disse:

Show de bola Carlos... Muito obrigado pela aula... rsss

Aproveitando do seu conhecimento, com relação ao IR (dividendos) no caso do ETF o imposto já sofreria a retenção na fonte, então basicamente eu só teria que declarar no meu IR ao no Brasil que tenho esse investimento e que recebi X de dividendos mas não preciso pagar nada... E no caso do Treasury, você comentou que não residentes não teriam essa cobrança na fonte, certo? Então nesse caso eu teria que declarar e pagar imposto de renda aqui no Brasil?

Valeu!

@Roberto Latanzi Marquez, que bom que a resposta sobre os Treasuries e ETFs te ajudou!

Sobre sua dúvida de IR nos dividendos de ETFs americanos, é assim que funciona:

Sim, nos ETFs americanos já acontece a retenção automática na fonte de 30% sobre os dividendos. É aquele famoso "imposto gringo" que o pessoal comenta. Você nem vê esse dinheiro - a tributação acontece antes de cair na sua conta.

Aqui no Brasil, você ainda precisa declarar esses dividendos recebidos (já líquidos do imposto americano) e pagar mais 15% de IR sobre eles. Mas existe um mecanismo chamado "crédito de imposto pago no exterior" que permite compensar o que você já pagou lá fora.

Na prática:

  • Se você recebeu $100 em dividendos
  • $30 foram retidos nos EUA automaticamente
  • Você declara os $70 que efetivamente recebeu
  • Deve 15% sobre o valor original ($100), que seria $15
  • Mas pode abater o que já pagou lá fora
  • Como o valor pago lá (30%) é maior que o devido aqui (15%), você não paga nada adicional

É um pouco burocrático na declaração, mas o sistema evita a bitributação. Diferente dos Treasuries onde o imposto sobre os juros é zero para não-residentes.

Espero ter esclarecido! Forte abraço.

 

  • Me ajudou 1
  • 0
Postado
1 hour ago, Carlos Filho disse:

@Roberto Latanzi Marquez, que bom que a resposta sobre os Treasuries e ETFs te ajudou!

Sobre sua dúvida de IR nos dividendos de ETFs americanos, é assim que funciona:

Sim, nos ETFs americanos já acontece a retenção automática na fonte de 30% sobre os dividendos. É aquele famoso "imposto gringo" que o pessoal comenta. Você nem vê esse dinheiro - a tributação acontece antes de cair na sua conta.

Aqui no Brasil, você ainda precisa declarar esses dividendos recebidos (já líquidos do imposto americano) e pagar mais 15% de IR sobre eles. Mas existe um mecanismo chamado "crédito de imposto pago no exterior" que permite compensar o que você já pagou lá fora.

Na prática:

  • Se você recebeu $100 em dividendos
  • $30 foram retidos nos EUA automaticamente
  • Você declara os $70 que efetivamente recebeu
  • Deve 15% sobre o valor original ($100), que seria $15
  • Mas pode abater o que já pagou lá fora
  • Como o valor pago lá (30%) é maior que o devido aqui (15%), você não paga nada adicional

É um pouco burocrático na declaração, mas o sistema evita a bitributação. Diferente dos Treasuries onde o imposto sobre os juros é zero para não-residentes.

Espero ter esclarecido! Forte abraço.

 

@Carlos Filho Show de bola... Ajudou e muito...

Só mais uma dúvida, no caso dos Treasuries não pago o imposto nos EUA pois é zero para não residentes, mas tenho que pagar alguma coisa sobre os dividendos recebidos?

Valeu!!!

 

  • Brabo 1
  • 0
Postado
9 minutes ago, Roberto Latanzi Marquez disse:

@Carlos Filho Show de bola... Ajudou e muito...

Só mais uma dúvida, no caso dos Treasuries não pago o imposto nos EUA pois é zero para não residentes, mas tenho que pagar alguma coisa sobre os dividendos recebidos?

Valeu!!!

 

@Roberto Latanzi Marquez fica à vontade, estou aqui para ajudar mesmo.

Com essa vantagem dos EUA onde oferecem essa isenção para investidores estrangeiros. Porém, aqui no Brasil, você precisa sim pagar imposto sobre os juros (cupons) recebidos desses títulos. A tributação é de 15% e deve ser declarada como "Rendimentos de Aplicações Financeiras" na sua declaração anual.

Tecnicamente, você deveria recolher esse imposto mensalmente via carnê-leão sempre que receber os pagamentos semestrais de juros. Na prática, muitos acabam pagando apenas no ajuste anual da declaração, mas o correto é o recolhimento mensal.

Se um dia você vender o Treasury antes do vencimento com lucro, também pagará 15% sobre o ganho de capital (diferença entre valor de venda e valor de compra, convertidos para reais nas respectivas datas).

A grande vantagem em relação aos ETFs é que nos Treasuries você paga apenas os 15% aqui no Brasil, enquanto nos ETFs há a mordida de 30% nos dividendos já na fonte americana. 

Abraço e espero ter ajudado.

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