Quem é você?

[Juliana Pfeil]

Na live de hoje conversamos sobre profissões e habilidades em vender e eu achei legal compartilhar uma história com vocês e nos conhecermos "profissionalmente", hehehe. Eu sempre odiei contar que eu sou médica. E não que eu não tenha orgulho da profissão, tenho muito! Adoro cada degrau que tive que escalar para chegar aqui e nenhum foi fácil. Mas no momento que digo que eu sou médica imediatamente as pessoas me inundam de perguntas pessoais ou até curiosidades sobre saúde. Como se eu tivesse muito tempo e nenhuma responsabilidade ao sanar essas dúvidas. Então um dia me dei conta de que o problema era eu. Porque eu não tinha a habilidade de fazer as pessoas entenderem que esta é minha profissão, é disso que eu vivo. E cobrar por isso. Assim como não pedimos para um vendedor de chocolates uma barra de graça porque ele tem tantos disponíveis em sua empresa ou não solicitamos para um funcionário da higienização que limpe seu quarto de graça, não devíamos pedir "sugestões" para outros profissionais. Assim como me cobram água e luz como para qualquer outro ser humano, hehehe. Acredito que não seja apenas na minha profissão, devem existir outras que as pessoas consideram um "dom", como se meu esforço não fosse o principal fator definidor do meu sucesso, mas a minha sorte de ter nascido com dom da medicina. Gente, eu nem vou começar a listar do que abri mão na minha vida para conseguir ter essa profissão. E não tenho absolutamente nenhum arrependimento, mas gostaria muito de nunca ter precisado deixar de dizer minha profissão. Então, aqui estou contando minha profissão pra todo mundo e propondo que todos nós façamos uma "rede" de profissões.
Eu sou Médica de Família e Comunidade (aposto que: 1. vc não sabe o que é isso). São médicos (vcs vão achar descrições nos livros antigos) que cuidam do recém-nascido ao idoso, da parte clínica, ginecológica, do problema que a pessoa tiver.
Além da Residência em Medicina e família, fiz Residência em Administração em Saúde, Mestrado em Epidemiologia e terminando Doutorado em Epidemiologia. Já fui professora da universidade federal e trabalhei de Diretora de Telemedicina na Secretaria Municipal de Saúde. Hoje, por questões de tempo, tive que focar no que gosto mais de fazer: sou teleconsultora de médicos. Se um médico tem dúvidas, ele entra em contato comigo e eu discuto com ele a melhor conduta. Não baseado na minha opinião, mas no que a ciência já tem consolidado em literatura (aposto que vc também não sabia que isso era uma profissão para os médicos). E vc, tem uma história assim em sua profissão? Quem é você?

[Evelyn Santos]

Que legal ler sua experiência sobre "contar a profissão". Eu fui advogada por 7 anos, então o que mais odiava era ter que explicar que a consulta não é grátis. haha Acho que o fato de fugir desse tipo de importunação me fez deixar em segundo plano me apresentar pelo lado profissional, mas também porque o meu círculo era de pessoas que achavam isso o máximo e eu só achava uma profissão.
Tanto que hoje a minha função é de ensino médio, mas eu desenvolvo uma atividade de ensino superior em razão de um cargo.
Se alguém hoje vem puxar conversa eu falo que sou assistente de secretária e não que trabalho em Tribunal nem nada.
Sendo sincera, eu seleciono a resposta de acordo com a situação, rsrsrs.

[Gabriel Henrique Lara Paschoalin Dias]

Eu estou começando minha vida profissional agora. Atualmente sou estagiário em uma empresa de produtos naturais aqui da minha cidade, com poucos funcionários, ou seja algo nem um pouco escalável, e pretendo até o começo do próximo ano encontrar um emprego em uma empresa maior, na área de Automação Industrial, que é justamente o curso que eu vou cursar na UFMG a partir do dia 30 de novembro inclusive =).
Falo muito sobre estudar na UFMG, pois é isso que me dá muito orgulho atualmente. Enquanto a maioria já tem profissão consolidada eu ainda comecei a minha vida profissional agora e não tenho o que orgulhar (AINDA) em relação a profissão.
Espero que no futuro eu seja um grande empreendedor, e que isso me ajude a buscar a liberdade financeira.

[jefferson maciel]

Encurtando a história, sou formado em Arquitetura e, como a Juliana, 90\% das pessoas me pediam, e ainda pedem, para definir uma cor, um mobiliário, fazer uma planta rapidinho no guardanapo mesmo, ou até assinar e aprovar na prefeitura um desenho que o "iluminado" fez enquanto os filhos dormiam. Isso realmente me atrapalhou muito no início, pois não tinha coragem de dizer que aquela era minha profissão. Daí fazia de graça ou bem barato, com a desculpa de estar aprendendo. Com o tempo fui aprendendo a me valorizar, mas vender meu trabalho no mercado que encontrei esbarrou em alguns valores pessoais e, acabei optando por outro caminho que surgiu.
Por motivos outros acabei tornando-me servidor público e hoje trabalho no setor de engenharia e obras de um Tribunal. Isso virou minha desculpa para não mais trabalhar de graça, porém sinto falta da minha liberdade e diversidade de aprendizados como arquiteto.
Infelizmente sempre tive o dedo podre para investimentos, nenhum dos que participei prosperou. O pequeno patrimônio que construí é que estou tentando proteger e, quem sabe multiplicar, com os conhecimentos que adquirimos aqui no curso.

[Juliana Pfeil]

Que bom saber que outras pessoas de outras profissões tbm passam por isso! hehehe Eu sempre achei o apelo emocional da medicina muito propício a estas situações!

[Thais Gratão]

Sou formada em Fisioterapia e apesar de ter investido em algumas especializações na área (acupuntura e fisio dermato-funcional) esqueci de investir na profissão de "vendedora". Pelas dificuldades enfrentadas, abandonei minha formação e resolvi estudar para concurso. Hoje, sou funcionária pública e trabalho na Gerência de Fiscalização da AMMA (Orgão Ambiental da Prefeitura de Goiânia).

[Willy Bueno]

Que tópico legal!! Muito bom Juliana.
Que legal ver como as historias se conectam! Lendo o que o Gabriel postou me vi a exatos 17 anos atrás! Um jovem louco para aprender, fiz na ocasião um curso de Técnico em eletrônica/automação, fui eletricista, professor em um instituto federal no IFRJ, me formei em Engenharia Elétrica e me especializei em Máquinas Elétricas, Proteções e Geração de Energia.
Voa Gabriel!! Se quiser conversar sobre a profissão fico a disposição para te ajudar.

[Josi Sousa]

Boa noite, pessoal!
Que excelente tópico, Juliana!
Na última live, eu me identifiquei com o erro falado pelo Raul, em dizer a profissão, ao estabelecer um perfil, mas que bom já tive tempo para consertar rsrs. Interessante ver que pessoas, de profissões e lugares diferentes, enfrentaram e enfrentam, problemas semelhantes.
Eu tb sou formada em direito e fiz concurso público, para auditoria fiscal, do nosso Município, Ilhéus(BA).
Estou bem feliz e grata, pela oportunidade de estar aprendendo, para ter mais segurança, no desenvolvimento das minhas metas de vida. E uma das mais importantes, é poder custear o curso de Medicina, que minha filha sonha em fazer. Desejo que o nosso aprendizado seja muito bem utilizado por todos nós. Abraços :)

[Madalena Borges]

As histórias se repetem a cada profissão, o que acham que acontece quando eu chego em reuniões de amigos e familiares, vem um atrás do outro, procurando minha "bola de cristal" de Psicóloga, todos tem um "probleminha" a resolver naquele exato momento em que rola a festa.... Então adotei uma postura de chegar dizendo que vou encher a cara e não estou em condições de ter conversas sérias ..... brincadeiras a parte, mas é bem isso! Sou psicóloga, com pós graduação em Marketing, Especialização em Casais e Famílias, Especialização em Sexualidade Humana e Analista Psicodramática. E quando as pessoas descobrem que sou sexóloga... hahaha... chega a ser engraçado, como as pessoas se comportam, acham que a gente é uma espécie de androide sexual... Mas em meio a tudo isso, acabo sendo uma referência familiar e de amigos que em situações realmente importantes nos procuram.
Estamos juntos nessa empreitada, precisando de uma analista em Sampa, liga pra mim. bjos