Assim como uma pessoa precisa gastar dinheiro ao longo do dia com alimentação, transporte etc., as empresas também têm que gastar recursos diariamente para conseguir bancar com eficiência os gastos da sua operação (pagando funcionários, comprando matérias primas etc.), o que é conhecido como capital de giro . Porém, apesar de ser facilmente compreendido por ser comparável ao nosso dia a dia, o capital de giro é um dos fatores de complexidade da análise de uma empresa devido a sua dificuldade contábil. Isso porque, ao contrário do que muitos dizem, o capital de giro não é apenas uma relação entre ativos e passivos circulantes, já que ali estão as contas mais manipuláveis das demonstrações financeiras. Por exemplo, é fácil um CEO fazer um depósito para a empresa, aumentando o caixa e, consequentemente, dando uma aparência mais amigável ao balanço patrimonial. Portanto, ao analisar a saúde da gestão do capital de giro, o investidor/analista deve estar atento a muitas variáveis. Entre as mais importantes estão o prazo de recebimento, prazo de estoque, prazo de pagamento, e a geração de caixa. Em relação aos prazos, é de extrema importância que os gestores se atentem principalmente a quando irão receber os pagamentos de seus clientes e quando deverão pagar aos seus fornecedores. Fazendo um paralelo, é basicamente a mesma relação que as pessoas fazem entre quando receberão o pagamento mensal (salário) e quando deverão arcar com os custos acumulados no cartão de crédito, por exemplo. Já os prazos de estocagem são extremamente importantes, pois o acúmulo de estoque prejudica diretamente a rentabilidade da companhia. Além disso, caso não seja vendido, ter muito estoque pode ser um problema, prejudicando ainda mais a empresa. Portanto, mensurar o tempo que as matérias primas ou produtos ficam em estoque é de extrema importância. Principalmente hoje em dia por conta das rápidas mudanças tecnológicas. Ou seja, quanto maior o tempo de giro de estoques, maior é a probabilidade de sucateamento dos materiais, que podem se tornar ultrapassados (em caso de indústrias tecnológicas) ou apodrecerem, caso sejam perecíveis como alguns produtos de varejistas e frigoríficos. Por fim, também é necessário sempre analisar a geração de caixa da empresa. Isso porque nem todas as receitas de vendas feitas entram imediatamente, bem como as despesas não são todas pagas quando a matéria prima é comprada (daí a importância da gestão de prazos). Por esse motivo, os administradores e investidores devem observar atentamente se a companhia conta com uma geração de caixa suficiente para sobreviver ao curto prazo e gerar valor ao acionista no longo prazo. Como forma de exemplificar uma boa e uma má gestão de capital de giro, vamos pegar a Ambev como exemplo. A cervejaria tem um modelo de negócios exemplar, no que tange ao capital de giro. Dada a proporção dessa empresa, ela conta com um alto poder de barganha com clientes e fornecedores. Isso garante à cervejaria que consiga pagar o fornecedor a prazo e receber à vista do cliente, de modo que a companhia geralmente tenha mais dinheiro a receber do que a pagar no curto prazo. Isso também permite que a empresa possa financiar a sua operação cotidiana com capital não oneroso, isto é, livre de juros. Com a maioria das varejistas ocorre o oposto. Nesse setor, a tendência é que as empresas não tenham poder de barganha sobre os seus clientes e fornecedores. Assim, geralmente, as varejistas recebem dos clientes a prazo (até 12 vezes) e pagam seus fornecedores à vista ou no curto prazo (30 a 60 dias). Isso gera um grande descasamento de receitas e despesas, além da necessidade de tomar empréstimos para financiar o seu capital de giro, que são pagos com juros. Tendo isso em vista, compreender a importância e avaliar a gestão do capital de giro de uma companhia é extremamente importante para o investidor analisar quão saudável é a empresa, além de entender seu poder de barganha com clientes e fornecedores.
Pergunta
Guilherme
Porém, apesar de ser facilmente compreendido por ser comparável ao nosso dia a dia, o capital de giro é um dos fatores de complexidade da análise de uma empresa devido a sua dificuldade contábil.
Isso porque, ao contrário do que muitos dizem, o capital de giro não é apenas uma relação entre ativos e passivos circulantes, já que ali estão as contas mais manipuláveis das demonstrações financeiras. Por exemplo, é fácil um CEO fazer um depósito para a empresa, aumentando o caixa e, consequentemente, dando uma aparência mais amigável ao balanço patrimonial.
Portanto, ao analisar a saúde da gestão do capital de giro, o investidor/analista deve estar atento a muitas variáveis. Entre as mais importantes estão o prazo de recebimento, prazo de estoque, prazo de pagamento, e a geração de caixa.
Em relação aos prazos, é de extrema importância que os gestores se atentem principalmente a quando irão receber os pagamentos de seus clientes e quando deverão pagar aos seus fornecedores.
Fazendo um paralelo, é basicamente a mesma relação que as pessoas fazem entre quando receberão o pagamento mensal (salário) e quando deverão arcar com os custos acumulados no cartão de crédito, por exemplo.
Já os prazos de estocagem são extremamente importantes, pois o acúmulo de estoque prejudica diretamente a rentabilidade da companhia. Além disso, caso não seja vendido, ter muito estoque pode ser um problema, prejudicando ainda mais a empresa.
Portanto, mensurar o tempo que as matérias primas ou produtos ficam em estoque é de extrema importância. Principalmente hoje em dia por conta das rápidas mudanças tecnológicas.
Ou seja, quanto maior o tempo de giro de estoques, maior é a probabilidade de sucateamento dos materiais, que podem se tornar ultrapassados (em caso de indústrias tecnológicas) ou apodrecerem, caso sejam perecíveis como alguns produtos de varejistas e frigoríficos.
Por fim, também é necessário sempre analisar a geração de caixa da empresa. Isso porque nem todas as receitas de vendas feitas entram imediatamente, bem como as despesas não são todas pagas quando a matéria prima é comprada (daí a importância da gestão de prazos).
Por esse motivo, os administradores e investidores devem observar atentamente se a companhia conta com uma geração de caixa suficiente para sobreviver ao curto prazo e gerar valor ao acionista no longo prazo.
Como forma de exemplificar uma boa e uma má gestão de capital de giro, vamos pegar a Ambev como exemplo.
A cervejaria tem um modelo de negócios exemplar, no que tange ao capital de giro. Dada a proporção dessa empresa, ela conta com um alto poder de barganha com clientes e fornecedores.
Isso garante à cervejaria que consiga pagar o fornecedor a prazo e receber à vista do cliente, de modo que a companhia geralmente tenha mais dinheiro a receber do que a pagar no curto prazo.
Isso também permite que a empresa possa financiar a sua operação cotidiana com capital não oneroso, isto é, livre de juros.
Com a maioria das varejistas ocorre o oposto. Nesse setor, a tendência é que as empresas não tenham poder de barganha sobre os seus clientes e fornecedores.
Assim, geralmente, as varejistas recebem dos clientes a prazo (até 12 vezes) e pagam seus fornecedores à vista ou no curto prazo (30 a 60 dias).
Isso gera um grande descasamento de receitas e despesas, além da necessidade de tomar empréstimos para financiar o seu capital de giro, que são pagos com juros.
Tendo isso em vista, compreender a importância e avaliar a gestão do capital de giro de uma companhia é extremamente importante para o investidor analisar quão saudável é a empresa, além de entender seu poder de barganha com clientes e fornecedores.
Fonte: Suno Research
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