Entre os métodos mais usados para
estimar o valor intrínseco de uma companhia é possível afirmar que o Fluxo de
Caixa Descontado (FCD) é o mais popular entre os analistas de empresas.
Esse método tenta descobrir quanto
uma companhia vale hoje com base nas projeções de quanto caixa ela gerará no
futuro.
Entretanto, avaliar uma empresa é
algo muito subjetivo, visto que diferentes analistas podem estimar taxas de
crescimento distintas. Assim, o valor calculado pelo Fluxo de Caixa Descontado
pode variar amplamente.
Para tentar superar o desafio do FCD
de fazer suposições sobre crescimento, custo de capital e investimentos, Bruce
Greenwald, professor da Universidade Columbia e escritor do livro Value
Investing: from Graham to Buffett and Beyond , propõe uma maneira
diferente para avaliar empresas: o earnings power value.
Ao contrário do Fluxo de Caixa
Descontado, o método de Greenwald ignora o aspecto de crescimento da geração de
caixa de uma companhia. Assim, o earnings power value tenta calcular o
valor de uma empresa a partir da sustentabilidade dos seus lucros atuais.
Além disso, esse é um método muito
mais simples quando comparado com o Fluxo de Caixa Descontado. Contudo, é
preciso realizar algumas etapas para o cálculo do earnings power value
(EPV).
O primeiro passo é calcular a margem
operacional média da companhia ao longo de um período.
Segundo Greenwald, a média dos
últimos cinco anos já é o suficiente para se obter uma margem operacional
normalizada, uma vez que, durante esse período, a empresa já passou por altos e
baixos de um ciclo de negócios.
Assim, multiplicamos a margem
operacional média calculada pela receita total da companhia no período, o que
resultará no lucro operacional normalizado.
Do lucro operacional normalizado,
deduzimos o imposto para chegarmos ao lucro operacional líquido sem imposto.
Se não houver a necessidade de
ajustes, nesse ponto, já poderemos obter o lucro normalizado da empresa.
Entretanto, geralmente, precisamos realizá-los.
Dessa forma, adicionamos a
depreciação, subtraímos o capex e fazemos outros ajustes, se necessário.
Vale mencionar que apenas
consideramos o capex de manutenção na subtração, visto que ele é o que a
companhia precisa para sustentar os níveis de lucros existentes.
Contudo, separar o capex de
manutenção e de crescimento não é algo trivial: nem todas as empresas
demonstram o que é investimento para manter e crescer o negócio.
Portanto, caberá ao analista conhecer
muito bem as particularidades da companhia para conseguir fazer essa
diferenciação.
Nesse momento, após ter realizado
todos os ajustes, chegamos ao lucro normalizado. O próximo e último passo é
dividir o lucro normalizado pelo custo de capital e, então, adicionar o caixa e
subtrair a dívida da empresa.
Para entendermos se uma companhia
está subvalorizada ou sobrevalorizada, comparamos o EPV com a capitalização de
mercado da companhia. Caso o EPV esteja acima do valor de mercado, ela está
subvalorizada.
Embora o método possa superar os
problemas de estimativas futuras da geração de caixa de uma empresa, é
importante o investidor atentar-se ao usar o EPV para avaliar.
Afinal, o EPV se baseia na ideia de
que as operações de uma companhia se mantêm constantes e em um estado ideal.
Logo, ele não leva em conta as flutuações internas e externas que podem afetar
os negócios da empresa.
Fonte: Suno Research
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Guilherme
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