Vlademir Postado 15 de Novembro de 2023 Compartilhar Postado 15 de Novembro de 2023 Bloomberg Línea — “Tudo passa, só os diamantes são eternos.” O lema do quarto livro (1956) sobre o clássico espião britânico James Bond, escrito por Ian Fleming, geraria uma dúvida contemporânea: os naturais ou os sintéticos? Os chamados “diamantes de laboratório” devem começar a ganhar espaço no mercado nacional no ano que vem, com o lançamento previsto de uma coleção da dinamarquesa Pandora, uma das maiores joalherias do mundo. A filial brasileira confirmou à Bloomberg Línea a nova previsão de chegada da coleção às suas lojas no país em 2024, ainda sem data divulgada. A Pandora prefere que o produto seja descrito como “diamantes de laboratório”, e não como sintéticos. Executivos e especialistas independentes do mercado de pedras preciosas ainda buscam dimensionar o potencial de expansão desse novo segmento, que mira principalmente consumidores mais jovens, como da Geração Z (nascidos entre a segunda metade dos anos 1990 e o início dos anos 2010). Em agosto, a companhia com sede em Copenhague incluiu Brasil, México e Austrália na lista dos países com previsão de iniciar as vendas de coleções que usam diamantes de laboratório, ampliando a distribuição geográfica do produto, iniciada no Reino Unido, nos EUA e no Canadá. O cronograma inicialmente divulgado previa a implementação completa nos mercados no primeiro trimestre. Os preços de joias das coleções que devem ser colocadas à venda começam em US$ 290, segundo o material divulgado em agosto, sem estimativa por ora em reais. Em 2022, as vendas globais de diamante de laboratório cresceram 28%, alcançando US$ 12 bilhões, segundo estimativa de Paul Zimnisky, analista de Nova York, à CNBC na última semana. O especialista estimou que esse mercado atinja US$ 18 bilhões em 2024. “A Pandora está seguindo o exemplo da De Beers, maior mineradora de diamantes do mundo, que lançou a coleção Ligthbox há dois anos. O mercado se assustou com o movimento, pois a De Beers representa a mineração tradicional, mas ela provou que consegue trabalhar com ambos os produtos”, disse a empresária e consultora gaúcha Ali Pastorini, que integrou o comitê executivo da Bolsa de Diamante do Panamá (Panama Diamond Exchang), única na América Latina, à Bloomberg Línea. Ao anunciar o cronograma de início de vendas das peças com pedras cultivadas em laboratório no Brasil e no México, o CEO global da Pandora, Alexander Lacik, adotou o discurso de “democratizar” o segmento de diamantes no mundo com preços mais acessíveis. “Os consumidores na América do Norte e no Reino Unido acolheram favoravelmente os nossos diamantes cultivados em laboratório e continuaremos a torná-los acessíveis a mais pessoas em todo o mundo, expandindo as nossas coleções e distribuição. Temos grandes ambições para a categoria”, disse Lacik em comunicado. A Pandora não respondeu ao pedido de comentários da Bloomberg Línea. O plano é distribuir os diamantes sintéticos em mais de 700 unidades nos EUA, no Canadá, no Reino Unido e na Austrália, além de canais digitais. No Brasil, a Pandora tem mais de 90 pontos de venda. Jovens na mira Para Pastorini, o novo ramo da indústria de joias foca principalmente os jovens da Geração Z, que sonham em exibir joias com diamantes, mas não estão dispostos ou não têm condições financeiras para pagar os valores de pedras naturais. “A peça mais cara da coleção de diamantes de laboratório da De Beers custa US$ 800. Jovens entre 18 e 20 anos querem ter uma diamante para usar. O interesse desse novo público por pedras preciosas é positivo para todo o mercado de joias. Não é modismo. Veio para ficar”,avaliou Pastorini. Coleções de diamantes autênticos custam dezenas de milhares de dólares e reais. Na sua avaliação, o público tradicional de diamantes naturais, que investe em pedras preciosas para proteger o patrimônio e em busca do status, deve continuar sendo o principal alvo de joalherias, enquanto o novo nicho de sintéticos deve levar pelo menos dez anos para maturar e se firmar. “Fazemos pesquisas com clientes. Eles se interessam em saber mais sobre os cultivados em laboratório, mas principalmente os mais velhos acabam optando em investir nos diamantes naturais, mais caros”, disse a consultora e sócia da marca Del Lima. Um diamante cultivado em laboratório dentro da câmara de laser de um sistema de reator de deposição química em fase de vapor (CVD) no laboratório Diam Concept em Paris(Bloomberg/Valeria Mongelli) Produzidos em semanas Os diamantes sintéticos são considerados por especialistas idênticos aos diamantes extraídos, com a diferença de que são criados em laboratório, em vez de escavados em uma mina. As pedras podem ser produzidas em questão de semanas em câmara de microondas. Têm as mesmas características ópticas, químicas, térmicas e físicas e são classificados pelos mesmos padrões conhecidos como 4Cs – corte, cor, clareza e quilate. No caso da joalheria dinamarquesa, desde agosto de 2022, as coleções Pandora Lab-Grown Diamonds são feitas com diamantes cultivados em laboratório. “Antes, havia o mito de que só pessoas muito ricas poderiam possuir um diamante. Era um sonho impossível para a maioria. Com os sintéticos e seus preços competitivos, novos clientes serão atraídos. Isso aquece o mercado de joias como todo, e o novo consumidor de diamante pode no futuro buscar algo melhor e comprar uma pedra natural”, afirmou Pastorini. Fonte: https://www.bloomberglinea.com.br/negocios/diamante-produzido-em-laboratorio-chega-ao-brasil-com-geracao-z-como-alvo/ 1 Link para compartilhar Share on other sites Mais opções...
Danilo Alves Silva Spinola Barbosa Postado 21 de Novembro de 2023 Compartilhar Postado 21 de Novembro de 2023 Não li o texto inteiro, mas diamante sintético já é antigo. Inclusive boa parte dos diamantes usados para escavações são os sintéticos, porque você pode produzir do jeito que for melhor para a atividade que ele vai ser usado. Agora um outro bom para souvenirs, tem varias empresas que fazem diamantes com cabelo do cliente. Link para compartilhar Share on other sites Mais opções...
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