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Cartão de Crédito na vida de um simples mortal....


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Oi S@rdinhas!

Vejo que tem várias pessoas por aqui que perguntar se usar cartão de crédito é uma boa; como usar cartão, qual cartão tem mais benefícios, etc...

Resolvi então relatar a minha experiência com cartão de crédito, na esperança que as minha experiência, desavenças e traumas possam ajudar alguém.

Vamos lá:  Eu já fui o melhor cliente dos cartões de crédito.  Daqueles que adoram um "10x sem juros no cartão".  Durante um bom tempo as coisas deram certo, até que chegou o momento em que a fatura do cartão era quase que integralmente de parcelas.  Note que nessa época eu era altamente DEScontrolado financeiramente.  Muitas vezes eu tinha a grana para comprar à vista, mas não resistia ao 10x no cartão.  Claro, como um bom "melhor cliente", não era um cartão, mas uns 2 ou 3, depois 4....

Não precisa ter bola de cristal para saber que uma hora qualquer isso ia dar ruim, e foi o que aconteceu.  Primeiro, em vez de pagar a fatura integral, eu paguei quase tudo, mas rolei uma parte para mês seguinte, depois rolei outra parte (não tinha a regra que existe hoje que não pode rolar no rotativo mais de 30 dias) até que conseguia pagar somente o mínimo da fatura, geraldo uma bola de neve enorme, praticamente impagável.

Na época eu tentei negociar com o cartão, mas como eu vinha pagando as faturas "em dia"- o mínimo - eles não tinha interesse em negociar.  Para conseguir negociar uma condição melhor, e um desconto nos juros abusivos, o jeito foi deixar de pagar.  Durante uns 4 meses eu paguei zero, mas fui juntando o dinheiro que eu ia "dar" para o cartão para continuar adimplente e devendo cada vez mais e, após esses 4 meses, procurei novamente as empresas dos cartões, uma de cada vez, oferecendo pagar o débito à vista, mediante um desconto bem grande, proporcional aos juros que eles estavam me cobrando por muito tempo.  Não vou dizer que foi fácil, mas consegui.

Então, dívidas zeradas, os cartões te oferecem logo novo crédito (corda para a gente se enforcar).  Com medo de precisar numa emergência, aceitei as ofertas de novos cartões e comecei a usar, pagando integralmente as faturas, sem fazer muitas 10x sem juros e sem rolar saldo devedor.  O que aconteceu dessa vez foi a "roda dos ratos":  Trabalhava, recebia, pagava o cartão, ficava quase zerado de grana, usava o cartão para despesas, mas felizmente eu não me enrolei dessa vez.  Tracei um plano para reduzir os gastos, fazendo com que a fatura do cartão fosse no máximo 40% dos meus ganhos.  Com muito esforço eu consegui chegar lá, mas continuava escravo deles.

Nova meta: zerar os cartões e não usar mais.  Foram mais muitos meses até conseguir.  Passei a deixar o cartão em casa e fingir que eu não os tinha.  Usava somente para pagar parceladamente algo mais caro (muitas vezes supérfluo), tal como eletrodomésticos, móveis ou passagens, mas só usava quando eu ja tinha pelo menos o valor da primeira prestação na mão; valor esse que já ficava separado e dipsonível, pelo menos 30 dias antes do vencimento da parcela.  Continuava escravo do cartão, mas de maneira mais controlada.

Finalmente dei um basta neles, e fiquei uns 2 anos sem usar cartão.  Foi muito bom!!

Depois disso, o click do virus de investidor me pegou.  Passei a investir e ter grana guardada, reserva de emergência, gastar menos que o que ganhava e vi nos cartões a oportunidade de ganhar milhas ou cashback, concentrar todos os pagamentos das compras do dia-a-dia numa única data.  Resumindo, usar o cartão de forma inteligente.

Hoje,  o valor provavel da fatura do mês que vem está aplicado rendendo 100% do CDI.  Se no vencimento da fatura, eu precisar, retiro esse "colchão financeiro" da aplicação e pago a fatura, mas normalmente sempre sobra um pouco no investimento.  Esse ciclo se repete todos os meses.  Atualmente não pago quase nada no débito, mas tenho lastro suficiente para quitar todos os cartões, antes mesmo de usá-lo para pagar algo.

Resumindo tudo, se você é uma pessoa controlada, que sabe usar o cartão, pode usar sem susto.  Agora, se você ainda está na fase de achar que "limite de cartão é complemento de salário", o melhor que pode fazer e cancelar os mesmos, evitando assim a forca que fatalmente vai te pegar uma hora qualquer.

Espero que esse relato ajude alguem!  Mais alguém já viveu essa experiência desagradável de ser "melhor cliente" dos cartões?

 

P.S.  Se você está nessa vida, prefira cartão do Itau ou Santander, pois sou sócio de ambos os bancos... rsssss - brincadeira - saia dessa vida!!

  • Aí cê deu aula... 3
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@William Redigque bom que você se superou e entendo e respeito que muita gente tenha problemas com cartão mas achei válido relatar um ponto de vista oposto. 

Sou do tipo que compra chiclete com cartão de crédito. Sou bem controlada e tenho regras: 

* como sou do tempo que não pagar anuidade de cartão era só para os Vips, concentro tanto que se um dia usasse 30% do limite q o banco me dá tinha que pedir falência (qto mais vc gasta mais corda eles dão na esperança que vc se  enforque) - tenho 1 único cartão. (Sei que o Raul até sugere 1 para cada tipo de passivo - para mim, não funcionaria).

Obs: assim como conta corrente, sou do tempo que até rico pagava tarifa, então, sou concentradora uso um único banco tradicional, transaciono muito e automatizo todos os pagamentos por DDA, mas pago ZERO de tarifa há décadas para qq tipo de serviço; e se me cobrar $0,01 viro "bicho" - estou abrindo várias contas em corretoras e já pensando que haja controle - ainda não testei o Gorila nem a integração que o banco hoje oferece...

* me imponho um limite de gasto mensal e no valor futuro (parcelas) e controlo rigorosamente este limite quase que diariamente;

* só parcelo valores se forem altos e pontuais e tb só quando em 1x não tem desconto (compra de supermercado para mim é loucura colocar no giro), e emergências (ex: troca de pneu inesperada);

* não sei o que seria de mim sem milhas. Não desperdiço uma sequer... a concentração ajuda a ter altos valores. Troquei todas as Tvs mihha e da minha família por Smart TV, eletrodomésticos básicos e os de "luxo", que nunca teria se tivesse que pagar: alexa, aspirador robô, lava louça... quando não quero nada uso para dar presentes ao invés de gastar dinheiro. E ainda fico sempre lembrando família e amigos para usarem as milhas (o pessoal no meu entorno nem lembra que elas estão lá dando sopa...)

*por causa do cartão tb tenho celular sempre novo sem dispender uma fortuna no ato da compra (que a obsolecência programada nos obriga a trocar sempre!). Brinco que meu aparelho não me pertence é  "alugado" - despesa fixa! 

* não aceito ofertas do banco para trocar de cartão pq, em geral, tem pegadinha de isenção por tempo limitado ou gasto minimo... então, me mantenho firme!

Cada um é cada um! Mas,para mim, se usar com parcimônia é bom D+!!!!!

Editado por Patricia Ribeiro Pereira Nunes
  • Brabo 1
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14 minutes ago, Patricia Ribeiro Pereira Nunes disse:

@William Redigque bom que você se superou e entendo e respeito que muita gente tenha problemas com cartão mas achei válido relatar um ponto de vista oposto. 

Sou do tipo que compra chiclete com cartão de crédito. Sou bem controlada e tenho regras: 

* como sou do tempo que não pagar anuidade de cartão era só para os Vips, concentro tanto que se um dia usasse 30% do limite q o banco me dá tinha que pedir falência (qto mais vc gasta mais corda eles dão na esperança que vc se  enforque) - tenho 1 único cartão. (Sei que o Raul até sugere 1 para cada tipo de passivo - para mim, não funcionaria).

Obs: assim como conta corrente, sou do tempo que até rico pagava tarifa, então, sou concentradora uso um único banco tradicional, transaciono muito e automatizo todos os pagamentos por DDA, mas pago ZERO de tarifa há décadas para qq tipo de serviço; e se me cobrar $0,01 viro "bicho" - estou abrindo várias contas em corretoras e já pensando que haja controle - ainda não testei o Gorila nem a integração que o banco hoje oferece...

* me imponho um limite de gasto mensal e no valor futuro (parcelas) e controlo rigorosamente este limite quase que diariamente;

* só parcelo valores se forem altos e pontuais e tb só quando em 1x não tem desconto (compra de supermercado para mim é loucura colocar no giro), e emergências (ex: troca de pneu inesperada);

* não sei o que seria de mim sem milhas. Não desperdiço uma sequer... a concentração ajuda a ter altos valores. Troquei todas as Tvs mihha e da minha família por Smart TV, eletrodomésticos básicos e os de "luxo", que nunca teria se tivesse que pagar: alexa, aspirador robô, lava louça... quando não quero nada uso para dar presentes ao invés de gastar dinheiro. E ainda fico sempre lembrando família e amigos para usarem as milhas (o pessoal no meu entorno nem lembra que elas estão lá dando sopa...)

*por causa do cartão tb tenho celular sempre novo sem dispender uma fortuna no ato da compra (que a obsolecência programada nos obriga a trocar sempre!). Brinco que meu aparelho não me pertence é  "alugado" - despesa fixa! 

* não aceito ofertas do banco para trocar de cartão pq, em geral, tem pegadinha de isenção por tempo limitado ou gasto minimo... então, me mantenho firme!

Cada um é cada um! Mas,para mim, se usar com parcimônia é bom D+!!!!!

Oi Patrícia, gostei do seu relato. 

Ele está mais parecido com o "Eu - versão 2.0".  Na versão 1.0 não daria certo justamente por falta de controle.  Eu só não gosto de ter apenas 1 cartão, pois ele pode falhar na hora do uso - eu viajo com frequência para fora e já acontecceu de um cartão não funcionar na hora que precisava e o segundo me salvou a pele.  Mesmo com limites bem mais altos do que eu preciso, me limito a usar o meu limite, valores já previstos no meu orçamento.  Nenhum dos dois cartões tem tarifa e oferecem benefícios complementares:  milhas eu recebo em ambos, um me da sala vip em aeroporto, para mim e meus filhos; outro me devolve 3,38% de cashback nas compras em moeda estrangeira e câmbio pelo dólar comercial.

Cartões:  Eles me usaram e lucraram comigo por um tempão, agora chegou minha vez de usar eles!!

  • Brabo 2
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3 horas atrás, William Redig disse:

Oi S@rdinhas!

Vejo que tem várias pessoas por aqui que perguntar se usar cartão de crédito é uma boa; como usar cartão, qual cartão tem mais benefícios, etc...

Resolvi então relatar a minha experiência com cartão de crédito, na esperança que as minha experiência, desavenças e traumas possam ajudar alguém.

Vamos lá:  Eu já fui o melhor cliente dos cartões de crédito.  Daqueles que adoram um "10x sem juros no cartão".  Durante um bom tempo as coisas deram certo, até que chegou o momento em que a fatura do cartão era quase que integralmente de parcelas.  Note que nessa época eu era altamente DEScontrolado financeiramente.  Muitas vezes eu tinha a grana para comprar à vista, mas não resistia ao 10x no cartão.  Claro, como um bom "melhor cliente", não era um cartão, mas uns 2 ou 3, depois 4....

Não precisa ter bola de cristal para saber que uma hora qualquer isso ia dar ruim, e foi o que aconteceu.  Primeiro, em vez de pagar a fatura integral, eu paguei quase tudo, mas rolei uma parte para mês seguinte, depois rolei outra parte (não tinha a regra que existe hoje que não pode rolar no rotativo mais de 30 dias) até que conseguia pagar somente o mínimo da fatura, geraldo uma bola de neve enorme, praticamente impagável.

Na época eu tentei negociar com o cartão, mas como eu vinha pagando as faturas "em dia"- o mínimo - eles não tinha interesse em negociar.  Para conseguir negociar uma condição melhor, e um desconto nos juros abusivos, o jeito foi deixar de pagar.  Durante uns 4 meses eu paguei zero, mas fui juntando o dinheiro que eu ia "dar" para o cartão para continuar adimplente e devendo cada vez mais e, após esses 4 meses, procurei novamente as empresas dos cartões, uma de cada vez, oferecendo pagar o débito à vista, mediante um desconto bem grande, proporcional aos juros que eles estavam me cobrando por muito tempo.  Não vou dizer que foi fácil, mas consegui.

Então, dívidas zeradas, os cartões te oferecem logo novo crédito (corda para a gente se enforcar).  Com medo de precisar numa emergência, aceitei as ofertas de novos cartões e comecei a usar, pagando integralmente as faturas, sem fazer muitas 10x sem juros e sem rolar saldo devedor.  O que aconteceu dessa vez foi a "roda dos ratos":  Trabalhava, recebia, pagava o cartão, ficava quase zerado de grana, usava o cartão para despesas, mas felizmente eu não me enrolei dessa vez.  Tracei um plano para reduzir os gastos, fazendo com que a fatura do cartão fosse no máximo 40% dos meus ganhos.  Com muito esforço eu consegui chegar lá, mas continuava escravo deles.

Nova meta: zerar os cartões e não usar mais.  Foram mais muitos meses até conseguir.  Passei a deixar o cartão em casa e fingir que eu não os tinha.  Usava somente para pagar parceladamente algo mais caro (muitas vezes supérfluo), tal como eletrodomésticos, móveis ou passagens, mas só usava quando eu ja tinha pelo menos o valor da primeira prestação na mão; valor esse que já ficava separado e dipsonível, pelo menos 30 dias antes do vencimento da parcela.  Continuava escravo do cartão, mas de maneira mais controlada.

Finalmente dei um basta neles, e fiquei uns 2 anos sem usar cartão.  Foi muito bom!!

Depois disso, o click do virus de investidor me pegou.  Passei a investir e ter grana guardada, reserva de emergência, gastar menos que o que ganhava e vi nos cartões a oportunidade de ganhar milhas ou cashback, concentrar todos os pagamentos das compras do dia-a-dia numa única data.  Resumindo, usar o cartão de forma inteligente.

Hoje,  o valor provavel da fatura do mês que vem está aplicado rendendo 100% do CDI.  Se no vencimento da fatura, eu precisar, retiro esse "colchão financeiro" da aplicação e pago a fatura, mas normalmente sempre sobra um pouco no investimento.  Esse ciclo se repete todos os meses.  Atualmente não pago quase nada no débito, mas tenho lastro suficiente para quitar todos os cartões, antes mesmo de usá-lo para pagar algo.

Resumindo tudo, se você é uma pessoa controlada, que sabe usar o cartão, pode usar sem susto.  Agora, se você ainda está na fase de achar que "limite de cartão é complemento de salário", o melhor que pode fazer e cancelar os mesmos, evitando assim a forca que fatalmente vai te pegar uma hora qualquer.

Espero que esse relato ajude alguem!  Mais alguém já viveu essa experiência desagradável de ser "melhor cliente" dos cartões?

 

P.S.  Se você está nessa vida, prefira cartão do Itau ou Santander, pois sou sócio de ambos os bancos... rsssss - brincadeira - saia dessa vida!!

Boa noite, William!

 

Rapaz, você me fez lembrar de como foi aqui com cartão de crédito. Acredito ou não, a primeira vez que usei um cartão de crédito foi beirando os 30 anos.

 Em casa sempre aprendi a cultura de não se fazer dívidas. Ensinamento do meu falecido paizão. Aqui sempre vi ele fazendo o seguinte: poupar até ter o valor desejado e comprar o que se queria seja comprar um eletrodoméstico, trocar de carro ou seja lá o que for.

Então passei boa parte da vida assim. Poupava meu dinheirinho na poupança mesmo desde uns 19 anos quando comecei a trabalhar até que entrei na onda de bancos digitais que rendiam não sei quantos por cento de CDI. Pra falar a verdade eu não sabia PN do que isso significava. Só sabia que era melhor que poupança pois todo mundo falava que era uma 💩

Então, era dinheirinho na conta a pagava as coisas no débito.

Eis que um amigo me fala do cartão do crédito de uma corretora famosinha que dava um Cashback bacana. E na época eu estava migrando de corretora e não tinha hora melhor pra aderir a famosinha e conseguir aquele cartão esperto.

Até aí eu já sabia sobre o que era falado de parcelar o máximo de vezes sem juros possível quando o desconto a vista não era lá aquelas coisas. Mas a lição de fazer parcelamentos somente quando se teria o dinheiro para pagar a vista ninguém nunca tinha me falado e jamais passou pela minha cabeça.

Um Belo dia, me assusto com a fatura do cartão onde grande maioria do que era a fatura do mês eram parcelas. Até mesmo umas de valor pífio que estavam parceladas em 6x mais.

Foi aí que mudei a chavinha e comecei a pensar melhor sobre o uso do cartão.

Nunca me lasquei com ele por sorte. Mas não me daria ao luxo de tentar essa sorte de novo pois já vi muitos entrando no buraco que esse bendito pedacinho de plástico junto de uma cabeça de minhoca pode levar. Infelizmente tendemos a nos tornar irracionais em algumas situações só cartão é uma das coisas que nos leva a isso.

Hoje em dia me considero bem mais apto a utilizar o cartão de crédito sem fazer bobagem. Mas também prefiro não dar chances a riscos e por isso fico apenas com um. Me tornei um controlador nato do cartão e não estou afim de abrir brecha pra confusão com mais de um cartão.

  • Brabo 3
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