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Inflação: como controlar?


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Setembro teve a maior taxa de inflação desde o plano real. Hoje foi anunciado novo aumento no valor dos combustíveis (acima de 7\%). Não tenho muito conhecimento sobre economia. Acompanho algumas notícias e agora o que aprendi no curso e entendi o mecanismo de usar a taxa Selic para frear a inflação, mas tenho feito algumas reflexões. Todo aumento de combustíveis gera vários aumentos em cadeia então será possível controlar a inflação apenas aumentando a taxa Selic? Não seria mais necessário e eficaz alterar a política de preço dos combustíveis? Quais outras medidas poderiam ser adotadas?
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Os que mais comentaram nesse tópico

Não existe uma única medida que vai salvar o pais. Mas nessa questão doo combustível é necessário gerar mais concorrência. Não vou lembrar agora por que faz muito tempo que fiz essa pesquisa, mas sei que hoje é possível fazer bio combustível através do óleo de cozinha usado e nos EUA você pode fabricar esse óleo e montar um posto de gasolina com esse combustível, no brasil a lei te permite fazer no máximo 10 mil litros para consumo próprio e se você fizer mais que isso é obrigado a vender para petrobrás.. Esse é só um exemplo. Mas acredito que o estado deveria incentivar a abertura de concorrência pq é a única forma de conseguir melhorar serviços e preços.
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Na minha opinião o livre comércio precifica as coisas de acordo com a necessidade, hoje o aumento do combustível, além de ser resultado de uma desvalorização da nossa moeda, tem o fator do alto consumo e da diminuição do petróleo disponível no mundo. Com o aumento das tecnologias de carros elétricos a balança tende a se equilibrar.
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Camila Wasem Fredo como falou a Ilana Wirz Vieira é um conjunto de ações que precisam ser tomadas pelo Governo para controle da inflação. Cada ação tomada tem suas consequências positivas e negativas. Não há uma receita pronta. Se houvesse, todos os países teriam sua economia estável. Por exemplo, com a pandemia o Governo “deu” dinheiro para uma parcela da população mais necessitada. O positivo: estas pessoas conseguiram comprar comida. O negativo: população com dinheiro na mão gera demanda e faz com que os preços aumentem.
Tem um filme muito interessante que o pano de fundo dele mostra bem a questão da oferta x demanda. O filme é “O Preço do Amanhã”. Quando as pessoas completam 25 anos de idade um timer é acionado e a pessoa tem mais um ano de vida. As pessoas não envelhecem e trabalham literalmente por tempo. Não existe dinheiro, o tempo é a moeda. Se o timer zerar, você morre. A trama se desenrola e vemos exatamente as relações entre os ricos que têm 200 anos em seus timers e vivem cercados por seguranças, e os pobres, muitas vezes com poucos dias em seus timers trabalhando e fazendo extras para conseguirem mais tempo e sobrevivendo. Na trama vemos que nada muda, poderia ser Dólar, Real, Libra, Ouro etc, mas é o tempo a moeda mundial.
E como disse o Willian Franklin Morell em linhas gerais qualquer mercado com vários concorrentes é benéfico ao consumidor, com preços mais justos e melhores serviços/produtos. Com relação aos combustíveis, o ideal seria também uma alteração na legislação, como por exemplo, derrubar a obrigação da gasolina ter cerca de 25\% de etanol, e/ou então derrubar a Lei de 1976 que proíbe carro de passeio ser movido a diese. Ambas as Leis são protecionistas e acabam por prejudicar o consumidor. Espero ter ajudado.
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Oi pessoal! Este assunto é bem interessante e complexo, visto tantos fatores de causa e efeito.
Entendo que o momento econômico somado a crise energética e pandemia - que apesar do avanço da vacinação ainda não está resolvido - crie um cenário caótico. Vamos aos fatos, como bem mencionou Flavio Prado, o governo injetou dinheiro na economia, consequentemente aumentou o consumo e a demanda por produtos. O Real segue desvalorizado frente ao dólar, causando aumento no preços dos importados e principalmente das commodities (o Brasil exporta agro [soja, milho, açúcar...] e minério de ferro), o produtor lucra mais exportando neste cenário. Vivemos um momento de estiagem nas regiões do centro-oeste, sudeste e sul, com forte impacto na produção agrícola, reduzindo a oferta de alimentos e de insumos para a fabricação de biocombustíveis, além disso redução da geração de energia elétrica por hidroelétricas e forçando o uso de termoelétricas, resultado, energia mais cara. No mundo o uso de combustíveis derivados do petróleo aumentou, queimamos mais gás natural, carvão, diesel e gasolina, portanto aumento de demanda enquanto a oferta está limitada ao refino, atividade que sofreu paralisações na ano de 2020 e ainda está se restabelecendo. Por fim temos uma estimativa divulgada hoje no Boletim Focus de terminar 2021 com inflação (IPCA) em 8,59\%, muito acima da meta de 3,75\%.
Enquanto isso a arrecadação de impostos não para de crescer e a máquina pública continua mais cara.

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Inflação = imposto
Vou tentar explicar com conceitos bem simples e de maneira muito simplificada.

A inflação é o resultado do aumento da base monetária sem que haja aumento na riqueza produzida. É importante entender que dinheiro não é riqueza, dinheiro é só um meio de troca. Riqueza, em uma economia, são os bens e serviços que ela produz.
Imagine que vc viva sozinha em uma ilha, vc ganha 5 dinheiros por dia e todos os dias vem um pescador com um 1 peixe e te cobra 5 dinheiros por ele. Nesse caso vc é a pessoa mais rica dessa economia já que vc pode comprar 100\% da produção existente nela. Agora imagine que vc continua ganhando os 5 dinheiros mas os peixes acabaram. Quanta riqueza vc teria nesse caso? NADA! vc certamente vai morrer de fome. Ou seja, o dinheiro não é a riqueza, mas sim os peixes. Se vc tem dinheiro mas não nada pra trocar por ele então vc não tem nada.
Agora imagine uma economia, muito simples, da seguinte maneira: Quantidade de riqueza existente: 100 Base monetária (quantidade de dinheiro): 1.000 Preço médio das riquezas: 10 (1.000 / 100)
Se a gente dobrar a base monetária sem que haja mudança na quantidade de riqueza aconteceria o seguinte: Quantidade de riqueza existente: 100 Base monetária (quantidade de dinheiro): 2.000 Preço médio das riquezas: 20 (2.000 / 100) - INFLAÇÃO *esse exemplo tbm pode ser pensado diminuindo a riqueza sem diminuir a base monetária.

E se a gente cortar a base monetária pela metade sem que haja mudança na quantidade de riqueza aconteceria o seguinte: Quantidade de riqueza existente: 100 Base monetária (quantidade de dinheiro): 500 Preço médio das riquezas: 5 (500 / 100) - DEFLAÇÃO. *esse exemplo tbm pode ser pensado aumentando a riqueza sem aumentar a base monetária.
Governos que não tem controle dos gastos públicos precisam de mais dinheiro que do é recolhido pelos impostos e a solução mágica que eles usam é a impressão de dinheiro, e aqui é importante entender o efeito Cantillon (da uma pesquisada nisso). Os preços na economia não sobem imediatamente nem proporcionalmente, eles fazem parte de uma cadeia complexa e gradual onde uma coisa custa mais cara e afeta o preço de outra que por sua vez afeta de outra, e assim sucessivamente. Com base nisso quem tem acesso primeiro ao novo dinheiro tem mais valor pois, nesse ponto, o dinheiro ainda não fluiu na cadeia então os preços ainda não subiram. Em contra partida quem tem acesso por ultimo ao novo dinheiro tem menos valor na mão pois todos os preços já terão subido.
Quem vc acha que tem acesso primeiro ao dinheiro e quem tem acesso por ultimo? Governo ou Pobres?
Por isso afirmei que inflação = impostos, pois o governo imprime dinheiro pra usar já que o que ele recolheu de imposto, de maneira tradicional, não foi o suficiente. E quem paga a conta dessa impressão é o povo.
Claro que há mtas outras dinâmicas complexas por trás da inflação, mas tentei explicar a teoria.
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