Venho me despir das minhas vaidades. Convido quem quer que queira ler isto a se despir das suas também.
Ano passado minha mãe conseguiu um exame para saber se tinha câncer depois de ficar na fila há anos. Temos histórico de câncer na família. Negaram várias vezes e alegaram que ela levou o documento errado. O sistema público de saúde emitia o documento para uma instituição voluntária que também se dizia parte do sistema público, e esta o rejeitava. Na terceira ida, com minha mãe chorando pela terceira vez, reclamei. Fizeram o exame dela, mas me levaram para a cadeia enquanto ela estava no exame. 4 dias lá sem audiência de custódia. Objetivamente ilegal. Havia câmera no local.
Inventaram que gritei, que xinguei pessoas, que bati em balcões e portas, que xinguei até policiais militares. Chamaram mais de 10 policiais militares para uma sala pequena para deter uma pessoa sentada, magra, gripada, desarmada e esperando pela mãe, mas que conhecia seus direitos. Policiais gritando comigo para fazer parecer que eu havia feito algo a eles. Todos loucos para me bater e para me levar dali antes que minha mãe saísse do exame. Um exame delicado na região da mama. Deixaram ela sangrando sozinha para ver de caramarote eu não perder a calma em nenhum momento para lidar com aqueles policiais e com um advogado esposo de uma enfermeira manipuladora, louco para mostrar quanto poder ele tinha. O médico, que fazia o exame, ciente do que a enfermeira estava fazendo. A atendente, treinada para dizer não, dizia que eu não havia respeitado minha própria mãe. Meu pai tinha chegado há pouco e estava desesperado. Havia câmera no local. Nunca me deram ouvidos para buscar o conteúdo das câmeras. Um processo cheio de furos. Meus pais não puderam testemunhar, pois eram meus parentes. Defensores públicos e advogados fazem pouco caso da nossa situação. Desde o processo da casa, defensores públicos nunca apareceram para conversar conosco. Advogados particulares são grosseiros conosco. Minha família e eu somos três pessoas mal de saúde e traumatizadas. Não confiamos.
Sim, quase que ao mesmo tempo perdemos a casa. A nossa casa onde investimos dinheiro, amor, esperança e passamos por alegrias e aflições. O banco público mandou parcelas atrasadas que estávamos pagando, depois nos mandou aviso de que as mesmas parcelas não haviam sido pagas e que cada uma tinha juros de mais de 10 anos. Nossas advogadas ignoraram isso e resolveram seguir por outro caminho totalmente diferente dos fatos. Outra família comprou a casa em leilão, entrou com ação de imissão de posse ameaçando chamar a polícia para nos tirar e alega que estamos morando lá até hoje. O lugar está em ruínas, estamos preocupados com a casa. Estamos numa casa alugada no mesmo bairro.
Recebemos uma herança este ano. Para aprender a investir, apresentei este curso, que é o que achei anos atrás comparando com outros. Havia pagado as dívidas, arrumado as finanças de casa. Concordamos. Matriculei.
O dinheiro foi acabando. O carro quebrou de vez depois de anos. A remuneração baixa da minha mãe fora dilapidada ao longo do tempo por empréstimos que ela tomou para cuidar da própria saúde e das dívidas, o que foi reduzindo o valor líquido da sua remuneração. Para a receita consta que ela ganha quase 100 mil anuais. Ou mais, agora que ela recebeu uma herança que está acabando. Uma piada. Anos atrás, foi só se aposentar de um dos horários, que saiu da isenção e agora tem que devolver anualmente 4 meses de trabalho para o IR.
Meus pais sentem dores e precisam de cirurgias, boa alimentação, cuidados médicos frequentes e fisioterapia.
Já eu… poderia estar numa cadeira de rodas agora em estado de choque. Já passei por algumas… já li ameaças. Imagens perturbadoras. Meu coração tem arritmia com frequência. Minha pele, cheia de problemas e alergias. Preciso de cirurgias ainda mais caras que as dos meus pais. Nenhuma delas coberta pelo plano de saúde. Algumas delas com risco de morte. Alergias a medicamentos, cirurgias delicadas, em vários lugares do corpo.
Venho me despir da vaidade de não revelar que tenho fobia de pessoas. Que nunca consegui um emprego. Que tomo remédios só para conseguir ficar de pé. E para tentar dormir. Que déficit de atenção me levou a anos mudando de curso na faculdade, fazendo muitos cursos fora dela e, mesmo terminando, sem aprender nada. Olhando, ouvindo, tudo sem conseguir aprender. Mesmo este curso. E que agora minhas capacidades cognitivas receberam mais um golpe.
Dispo-me da vaidade de não ter admitido que os eventos mais recentes me traumatizaram. Que as pessoas conseguiram demonstrar seu poder de me deixar com medo. Que jamais imaginei que entraria neste curso numa situação e agora estaria em outra. E que eu me pergunto a cada momento o que pode acontecer em seguida que vai me traumatizar mais ou machucar aqueles que amo ou a mim.
Dispo-me da vaidade de não dizer que sou uma pessoa trans. Que acordo e durmo me sentindo diferente do corpo que vejo no espelho. E que além de trans, sou assexual. Minha libido é baixa e não sinto vontade sexual por nada. Isso tudo me impede até de postar aqui.
Estou me despindo da vaidade de não dizer que não consegui corresponder às expectativas de todos, que sempre acreditaram que eu era uma pessoa superdotada e que poderia usar essa inteligência para se tornar rica para ajudar quem eu amo. Que não tenho amigos nem consigo confiar em ninguém mais. Sofro mesmo é de hiperempatia. Aprendo as coisas com o coração. Se alguém no mundo ficar triste, eu fico também.
Estou me despindo da vaidade de não ter dito antes que preciso desesperadamente de ajuda. Que na minha mente grito e não há ninguém para me ajudar. Que não vivi minha juventude. Que preciso começar a vivê-la para ontem. Conseguir um ou mais serviços bem remunerados que me permitam dormir e acordar pensando em cumpri-los. Conseguir trazer o bem-estar para minha família e para mim.
Estou me despindo da vaidade de não revelar que há possibilidade de em alguns meses não termos onde morar. Que não teremos mais como pagar o aluguel. Que pode vir a qualquer momento uma decisão judicial desfavorável que determine que devemos dinheiro aos novos donos da casa que amamos e que está desabitada. Que revelar isso aqui me traz vergonha. Que só sorrio para não perceberem que por dentro sofro. Que não tenho um momento de paz. Que tenho dores e problemas de saúde. Que a cada banho pioro. Que meus pais têm dores piores, estão pouco a pouco morrendo, e eu não estou conseguindo fazer nada.
Não gostaria de receber resposta aqui. A administração tem acesso a todos os meus dados para me contatar se assim quiser. Gostaria de receber contato de alguém humano que pudesse me oferecer um serviço remunerado que seja para eu ajudar minha família e também acreditar que posso me tornar uma pessoa milionária o quanto antes para realizar meus sonhos e ambições ainda jovem, apesar de não planejar viver muito. Meus avós não tiveram mortes tranquilas. Meus pais são amorosos. Só quero estar lá para eles, assim como eles sempre estiveram lá para mim.
Pergunta
Anônimo
Venho me despir das minhas vaidades. Convido quem quer que queira ler isto a se despir das suas também.
Ano passado minha mãe conseguiu um exame para saber se tinha câncer depois de ficar na fila há anos. Temos histórico de câncer na família. Negaram várias vezes e alegaram que ela levou o documento errado. O sistema público de saúde emitia o documento para uma instituição voluntária que também se dizia parte do sistema público, e esta o rejeitava. Na terceira ida, com minha mãe chorando pela terceira vez, reclamei. Fizeram o exame dela, mas me levaram para a cadeia enquanto ela estava no exame. 4 dias lá sem audiência de custódia. Objetivamente ilegal. Havia câmera no local.
Inventaram que gritei, que xinguei pessoas, que bati em balcões e portas, que xinguei até policiais militares. Chamaram mais de 10 policiais militares para uma sala pequena para deter uma pessoa sentada, magra, gripada, desarmada e esperando pela mãe, mas que conhecia seus direitos. Policiais gritando comigo para fazer parecer que eu havia feito algo a eles. Todos loucos para me bater e para me levar dali antes que minha mãe saísse do exame. Um exame delicado na região da mama. Deixaram ela sangrando sozinha para ver de caramarote eu não perder a calma em nenhum momento para lidar com aqueles policiais e com um advogado esposo de uma enfermeira manipuladora, louco para mostrar quanto poder ele tinha. O médico, que fazia o exame, ciente do que a enfermeira estava fazendo. A atendente, treinada para dizer não, dizia que eu não havia respeitado minha própria mãe. Meu pai tinha chegado há pouco e estava desesperado. Havia câmera no local. Nunca me deram ouvidos para buscar o conteúdo das câmeras. Um processo cheio de furos. Meus pais não puderam testemunhar, pois eram meus parentes. Defensores públicos e advogados fazem pouco caso da nossa situação. Desde o processo da casa, defensores públicos nunca apareceram para conversar conosco. Advogados particulares são grosseiros conosco. Minha família e eu somos três pessoas mal de saúde e traumatizadas. Não confiamos.
Sim, quase que ao mesmo tempo perdemos a casa. A nossa casa onde investimos dinheiro, amor, esperança e passamos por alegrias e aflições. O banco público mandou parcelas atrasadas que estávamos pagando, depois nos mandou aviso de que as mesmas parcelas não haviam sido pagas e que cada uma tinha juros de mais de 10 anos. Nossas advogadas ignoraram isso e resolveram seguir por outro caminho totalmente diferente dos fatos. Outra família comprou a casa em leilão, entrou com ação de imissão de posse ameaçando chamar a polícia para nos tirar e alega que estamos morando lá até hoje. O lugar está em ruínas, estamos preocupados com a casa. Estamos numa casa alugada no mesmo bairro.
Recebemos uma herança este ano. Para aprender a investir, apresentei este curso, que é o que achei anos atrás comparando com outros. Havia pagado as dívidas, arrumado as finanças de casa. Concordamos. Matriculei.
O dinheiro foi acabando. O carro quebrou de vez depois de anos. A remuneração baixa da minha mãe fora dilapidada ao longo do tempo por empréstimos que ela tomou para cuidar da própria saúde e das dívidas, o que foi reduzindo o valor líquido da sua remuneração. Para a receita consta que ela ganha quase 100 mil anuais. Ou mais, agora que ela recebeu uma herança que está acabando. Uma piada. Anos atrás, foi só se aposentar de um dos horários, que saiu da isenção e agora tem que devolver anualmente 4 meses de trabalho para o IR.
Meus pais sentem dores e precisam de cirurgias, boa alimentação, cuidados médicos frequentes e fisioterapia.
Já eu… poderia estar numa cadeira de rodas agora em estado de choque. Já passei por algumas… já li ameaças. Imagens perturbadoras. Meu coração tem arritmia com frequência. Minha pele, cheia de problemas e alergias. Preciso de cirurgias ainda mais caras que as dos meus pais. Nenhuma delas coberta pelo plano de saúde. Algumas delas com risco de morte. Alergias a medicamentos, cirurgias delicadas, em vários lugares do corpo.
Venho me despir da vaidade de não revelar que tenho fobia de pessoas. Que nunca consegui um emprego. Que tomo remédios só para conseguir ficar de pé. E para tentar dormir. Que déficit de atenção me levou a anos mudando de curso na faculdade, fazendo muitos cursos fora dela e, mesmo terminando, sem aprender nada. Olhando, ouvindo, tudo sem conseguir aprender. Mesmo este curso. E que agora minhas capacidades cognitivas receberam mais um golpe.
Dispo-me da vaidade de não ter admitido que os eventos mais recentes me traumatizaram. Que as pessoas conseguiram demonstrar seu poder de me deixar com medo. Que jamais imaginei que entraria neste curso numa situação e agora estaria em outra. E que eu me pergunto a cada momento o que pode acontecer em seguida que vai me traumatizar mais ou machucar aqueles que amo ou a mim.
Dispo-me da vaidade de não dizer que sou uma pessoa trans. Que acordo e durmo me sentindo diferente do corpo que vejo no espelho. E que além de trans, sou assexual. Minha libido é baixa e não sinto vontade sexual por nada. Isso tudo me impede até de postar aqui.
Estou me despindo da vaidade de não dizer que não consegui corresponder às expectativas de todos, que sempre acreditaram que eu era uma pessoa superdotada e que poderia usar essa inteligência para se tornar rica para ajudar quem eu amo. Que não tenho amigos nem consigo confiar em ninguém mais. Sofro mesmo é de hiperempatia. Aprendo as coisas com o coração. Se alguém no mundo ficar triste, eu fico também.
Estou me despindo da vaidade de não ter dito antes que preciso desesperadamente de ajuda. Que na minha mente grito e não há ninguém para me ajudar. Que não vivi minha juventude. Que preciso começar a vivê-la para ontem. Conseguir um ou mais serviços bem remunerados que me permitam dormir e acordar pensando em cumpri-los. Conseguir trazer o bem-estar para minha família e para mim.
Estou me despindo da vaidade de não revelar que há possibilidade de em alguns meses não termos onde morar. Que não teremos mais como pagar o aluguel. Que pode vir a qualquer momento uma decisão judicial desfavorável que determine que devemos dinheiro aos novos donos da casa que amamos e que está desabitada. Que revelar isso aqui me traz vergonha. Que só sorrio para não perceberem que por dentro sofro. Que não tenho um momento de paz. Que tenho dores e problemas de saúde. Que a cada banho pioro. Que meus pais têm dores piores, estão pouco a pouco morrendo, e eu não estou conseguindo fazer nada.
Não gostaria de receber resposta aqui. A administração tem acesso a todos os meus dados para me contatar se assim quiser. Gostaria de receber contato de alguém humano que pudesse me oferecer um serviço remunerado que seja para eu ajudar minha família e também acreditar que posso me tornar uma pessoa milionária o quanto antes para realizar meus sonhos e ambições ainda jovem, apesar de não planejar viver muito. Meus avós não tiveram mortes tranquilas. Meus pais são amorosos. Só quero estar lá para eles, assim como eles sempre estiveram lá para mim.
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Weslly Cristofher 1 post
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