Definições para composição da carteira

[Eli Sousa]

Salve Sardinhas!

Estou trabalhando para definir a minha carteira de investimentos para alimentar o meu Diagrama do Cerrado e começar a fazer meus aportes seguindo a filosofia do Raul... Eu fiz o teste do PIAR e pra mim deu Perfil Equilibrado, e realmente bate com o que me considero um "Investidor Moderado".

Das sugestões do PIAR, eu não estou considerando adicionar inicialmente, ativos de Reserva de Valor, por entender que preciso crescer um pouco mais o meu patrimônio para destinar um % para isso. Também não adicionei Fundos Imobiliários por já possuir 2 imóveis (para investimento), e o valor desses 2 imóveis ultrapassa 10x o valor inicial da minha carteira de investimentos (da Liberdade Financeira), então entendo que não faz sentido eu comprar FI pois eu ficaria ainda mais exposto ao mercado imobiliário. Feito as adequações cheguei nessa composição:

No momento estou focado em definir quais ativos da B3 eu quero ter na minha carteira de ações, para adiciona-las no Diagrama. Eu olhei os setores da bolsa e escolhi 8 setores, sendo que 1 deles é "Tecnologia" (BR) mas esse setor, no Brasil, eu acho que vou deixando ele na geladeira até eu ter realmente convicção de colocá-lo ou eliminar.

Para a escolha das ações, eu entendo que é necessário haver diversificação entre os setores, porém, parece que na B3 não temos tantos setores interessantes para se investir. Então estou considerando ter mais +1 ativo em alguns setores, sendo que penso em definir % máximo de cada setor na composição da carteira. 

Na definição dos ativos em si, primeiro eu selecionei em cada setor os ativos que estão com o selo "Azulim" na Analítica, mas também peguei alguns ativos com selo "Viável para estudo", e, em alguns setores, por falta de opção, alguns ativos marcados com "Atenção".

Iniciei pelo setor Financeiro, e a minha intenção é documentar os critérios/fundamentos que estou usando para selecionar para que posteriormente eu possa revisitar e avaliar se mantém os fundamentos ou não. A minha maior dificuldade (talvez seja tb da maioria) é fazer o estudo de RI, pois acabo pedirdo, sem saber direito o que procurar nos documentos. Por exemplo, tentei identificar se as empresas investem em P&D, não consegui encontrar essa informação, mas pode ser que isso esteja dentro de outro contexto. Por outro lado, olhando no relatório de BBDC3, me chamou a atenção, logo de cara, a preocupação em mostrar o % dos funcionários do sexo feminino e o % de funcionários negros, uma página inteira destinado a isso, então fiquei pensando, para um banco que passa por um momento singular, sofrendo com concorrência forte, precisando se reinventar e essa é a preocupação? Na minha opinião seria mais produtivo preocupar com a formação, experiência, eficiência dos funcionários do que qual é o sexo ou cor, então apesar da ação estar "descontada" esse tipo de conduta me questiono se a empresa tem potencial de futuro. Nesse caso, lembrei da aula que o Raul comenta sobre ética, no sentido de que se tem alguma coisa na empresa que incomada alguns "valores", talvez seria melhor não ser sócio dessa empresa. Mas, estou expondo, justamente para receber críticas desse racional. 

Nesse "retrato" do setor, estou considerando os sequintes indicadores:

Sendo que estou muito tentado por 4 ativos desse setor:

Nesse ponto estou definindo a posição do ativo no "Triângulo Invertido" e a participação desse ativo dentro do valor que for destinado para o setor em si. Não sei se isso faz muito sentido. 

Batido o martelo, nesses ativos, estou entendendo que o próximo passo é adicionar os ativos selecionados no Diagrama do Cerra e somente após o Diagrama estar completo é que devo fazer os primeiros aportes para a "Liberdade Financeira", correto ?

A intenção da postagem é expor o meu racional e se os mais experientes e monitores puderem ajudar com considerações ou sugestões nesse processo, seria muito bom. 

Obrigado Sardinhas!

 

[Eddy Paulini]

Bom dia, @Eli Sousa !

Antes de mais nada, parabéns pelos estudos!

1 hour ago, Eli Sousa disse:

Das sugestões do PIAR, eu não estou considerando adicionar inicialmente, ativos de Reserva de Valor, por entender que preciso crescer um pouco mais o meu patrimônio para destinar um % para isso. Também não adicionei Fundos Imobiliários por já possuir 2 imóveis (para investimento), e o valor desses 2 imóveis ultrapassa 10x o valor inicial da minha carteira de investimentos (da Liberdade Financeira), então entendo que não faz sentido eu comprar FI pois eu ficaria ainda mais exposto ao mercado imobiliário. Feito as adequações cheguei nessa composição:

Aqui eu deixaria um breve adendo para se pensar mesmo. O risco setorial pensando em imóveis físico que você tem e FIIs de tijolo, faz realmente sentido pensar que existe uma correlação positiva. O que você pode pensar é nos ônus e bônus que cada caminha traz. Por exemplo, FIIs não tem a dor de cabeça de tratar direto com inquilinos e podem ter rentabilidades dos aluguéis superiores ao que se receber na média de imóveis que temos que seriam de aproximadamente 0,5%a.m. do valor do imóvel.

Não tem certo ou errado aqui mas fica um exercício de reflexão!

1 hour ago, Eli Sousa disse:

Eu não acho que uma reserva de oportunidade vale a pena mesmo que em percentuais pequenos. Matematicamente falando é melhor estar com o dinheiro sempre bem posicionado em uma carteira com bons ativos do que deixar o dinheiro "parado" em algum lugar que precisa ter liquidez, ser rentável para ele não perder valor fora o fato de que é necessário saber quando aplicar ele em uma boa oportunidade e isso é impossível de se prever.

1 hour ago, Eli Sousa disse:

Para a escolha das ações, eu entendo que é necessário haver diversificação entre os setores, porém, parece que na B3 não temos tantos setores interessantes para se investir. Então estou considerando ter mais +1 ativo em alguns setores, sendo que penso em definir % máximo de cada setor na composição da carteira. 

Uma boa diversificação realmente é interessante principalmente pensando no quesito segurança que é um pilar de extrema importância para investidores de longo prazo. Mas isso não significa que você tenha que realmente diversificar em tudo que é setor. Além disso vale lembrar que pode existir o sub setor. Por exemplo, Vale e Klabin são do setor de materiais básicos mas sabemos que elas lidam cada uma com uma commodity. Logo, não tem correlação.

Fazer a diversificação entre mais de uma empresa de um mesmo setor tem seus ônus e bônus. Se estiver de acordo com o que isso lhe traz, manda bala!

1 hour ago, Eli Sousa disse:

Iniciei pelo setor Financeiro, e a minha intenção é documentar os critérios/fundamentos que estou usando para selecionar para que posteriormente eu possa revisitar e avaliar se mantém os fundamentos ou não. A minha maior dificuldade (talvez seja tb da maioria) é fazer o estudo de RI, pois acabo pedirdo, sem saber direito o que procurar nos documentos. Por exemplo, tentei identificar se as empresas investem em P&D, não consegui encontrar essa informação, mas pode ser que isso esteja dentro de outro contexto. Por outro lado, olhando no relatório de BBDC3, me chamou a atenção, logo de cara, a preocupação em mostrar o % dos funcionários do sexo feminino e o % de funcionários negros, uma página inteira destinado a isso, então fiquei pensando, para um banco que passa por um momento singular, sofrendo com concorrência forte, precisando se reinventar e essa é a preocupação? Na minha opinião seria mais produtivo preocupar com a formação, experiência, eficiência dos funcionários do que qual é o sexo ou cor, então apesar da ação estar "descontada" esse tipo de conduta me questiono se a empresa tem potencial de futuro. Nesse caso, lembrei da aula que o Raul comenta sobre ética, no sentido de que se tem alguma coisa na empresa que incomada alguns "valores", talvez seria melhor não ser sócio dessa empresa. Mas, estou expondo, justamente para receber críticas desse racional. 

Este ponto dá pra explorar muita coisa e tentar trazer uns insights. 

Primeiro, realmente não se tem sempre em relatórios informações explícitas sobre P&D, Capex e afins. Essas informações podem estar as vezes apenas descritas mostrando os esforços das empresas.

Deixo abaixo um tópico como exemplo que fala sobre estes investimentos na BB Seguridade.

 

1 hora atrás, Eli Sousa disse:

Iniciei pelo setor Financeiro, e a minha intenção é documentar os critérios/fundamentos que estou usando para selecionar para que posteriormente eu possa revisitar e avaliar se mantém os fundamentos ou não. A minha maior dificuldade (talvez seja tb da maioria) é fazer o estudo de RI, pois acabo pedirdo, sem saber direito o que procurar nos documentos. Por exemplo, tentei identificar se as empresas investem em P&D, não consegui encontrar essa informação, mas pode ser que isso esteja dentro de outro contexto. Por outro lado, olhando no relatório de BBDC3, me chamou a atenção, logo de cara, a preocupação em mostrar o % dos funcionários do sexo feminino e o % de funcionários negros, uma página inteira destinado a isso, então fiquei pensando, para um banco que passa por um momento singular, sofrendo com concorrência forte, precisando se reinventar e essa é a preocupação? Na minha opinião seria mais produtivo preocupar com a formação, experiência, eficiência dos funcionários do que qual é o sexo ou cor, então apesar da ação estar "descontada" esse tipo de conduta me questiono se a empresa tem potencial de futuro. Nesse caso, lembrei da aula que o Raul comenta sobre ética, no sentido de que se tem alguma coisa na empresa que incomada alguns "valores", talvez seria melhor não ser sócio dessa empresa. Mas, estou expondo, justamente para receber críticas desse racional. 

Sobre questões éticas e afins, isso é muito relativo. Não tem como firmar regras e o investidor deve seguir aquilo que faz sentido para ele. Pegando seu exemplo sobre o banco. Se você interpretar que o banco está realmente direcionando mais esforços em algo que para você não faz sentido, não seria legal dar soco em ponta de faca tentando insistir em algo que você não concorda. Obviamente não é uma recomendação de compra ou venda. Mas sabemos que devemos ter o máximo de tranquilidade possível nas empresas que queremos nos tornar sócios. Mas também cabe um exercício de não interpretar apenas este fato de forma isolada. O banco segue com fundamentos? Segue lucrativo? Segue com boas expectativas? Se sim, talvez isso não diminua um peso de uma aparente informação que o banco não está se preocupando com lucro e sim com outras coisas que você não considera relevantes?

E isso pode se refletir em um muitos aspectos diferentes tanto de empresas como de princípios. Há quem jamais investiria em mineradoras por questões éticas e/ou ambientais ao mesmo passo que há quem torce para ouvir o som dos canhões e lucrar independente do que isso possa ter provocado inclusive humanamente falando.

Novamente, é relativo.

1 hora atrás, Eli Sousa disse:

Batido o martelo, nesses ativos, estou entendendo que o próximo passo é adicionar os ativos selecionados no Diagrama do Cerra e somente após o Diagrama estar completo é que devo fazer os primeiros aportes para a "Liberdade Financeira", correto ?

Sim. Se você já estudou os ativos, olhou relatórios, indicadores, entendeu que a empresa pode contribuir com seus objetivos e estratégia, então pode laçar eles no diagrama, responder a perguntas para medir o risco das empresas e assim começar a fazer os aportes na carteira que vai lhe trazer liberdade financeira no futuro.

 

Espero que ajude de alguma maneira!

[Eli Sousa]

Obrigado pelo retorno @Eddy Paulini 🙏

5 horas atrás, Eddy Paulini disse:

FIIs não tem a dor de cabeça de tratar direto com inquilinos e podem ter rentabilidades dos aluguéis superiores ao que se receber na média de imóveis que temos que seriam de aproximadamente 0,5%a.m. do valor do imóvel.

Eu concordo com essa análise, um desses imóveis é um lote que eu pretendo me desfazer num futuro próximo, estou aguardando uma obra de infraestrutura que irá acontecer próximo e com perspectiva de dar um pico de valorização na região. O outro imóvel é um apartamento, comprei na fase de construção (planta) e está com uma excelente valorização, esse eu pretendo me desfazer um pouco mais para frente, enquanto isso espero adquirir maturidade no mercado financeiro. 

5 horas atrás, Eddy Paulini disse:

Eu não acho que uma reserva de oportunidade vale a pena mesmo que em percentuais pequenos. Matematicamente falando é melhor estar com o dinheiro sempre bem posicionado em uma carteira com bons ativos do que deixar o dinheiro "parado" em algum lugar que precisa ter liquidez

Esse tb é um ponto interessante... apesar de que, em tese, eu retirei esse percentual do que eu tinha estipulado para Renda Fixa. Mas vale a reflexão.

5 horas atrás, Eddy Paulini disse:

Além disso vale lembrar que pode existir o sub setor. Por exemplo, Vale e Klabin são do setor de materiais básicos mas sabemos que elas lidam cada uma com uma commodity. Logo, não tem correlação.

Então, dentro do Setor Financeiro, eu pensei em fazer isso, selecionar banco, seguros e holding... para não deixar o setor ter um peso muito alto na carteira, ai eu penso em limitar o % do setor.

5 horas atrás, Eddy Paulini disse:

Mas também cabe um exercício de não interpretar apenas este fato de forma isolada. O banco segue com fundamentos? Segue lucrativo? Segue com boas expectativas? Se sim, talvez isso não diminua um peso de uma aparente informação que o banco não está se preocupando com lucro e sim com outras coisas que você não considera relevantes?

Esse é o meu ponto de preocupação, de talvez deixar passar uma oportunidade de lucro, por uma questão de menor importãncia. Mas, toda decisão tem seu peso né... e depois temos que assumir o resultado hehehehe

Valeu d+