Jump to content

O MERCADO DE MILHAS AÉREAS


Recommended Posts

38 minutes ago, Alikaelli Paulino da Porciuncula disse:

Eu empreendo com milhas aéreas desde o final de 2020. Já movimentei mais de 50 milhões de milhas e gostaria de contribuir com a comunidade deixando uma explicação sobre o mercado de milhas que vai ajudar as pessoas a compreenderem como ele funcionava e funciona.

Parece extremamente vantajoso e tentador investir em milhas aéreas. Eu sei, também já passei por isso. Eu comecei a investir em milhas em 2020. A pandemia trouxe um caos para o setor de turismo e, com isso, surgiu uma janela muito interessante para entrar no mercado de milhas. Entre o meio de 2020 e o final de 2021 diversas promoções extremamente vantajosas surgiram. Foi uma verdadeira festa de possibilidades de adquirir milhas a baixo custo e vender com lucros de 20% a 40%. Mas, como nada dura para sempre, 2022 chegou como um raio para quem estava se empolgando com o mercado. Se o primeiro semestre já não tinha sido muito interessante, o segundo veio para desanimar ainda mais quem estava operando no mercado de forma mais tradicional. As milhas Smiles despencaram de valor, com a altíssima quantidade de promoções e, também, com a quantidade de cupons jogados no mercado pela empresa. As milhas latam se valorizaram, mas as promoções rarearam. Então, só que tinha caixa conseguiu investir e segurar para vender por valores mais interessantes.

Em 2023 o mercado estava mais estável, no entanto, para os olhos mais atentos, estava evidente um grande perigo de grande prejuízo: a 123 Milhas (HotMilhas), principal compradora de milhas do mercado, intensificou a propaganda e venda de pacotes flexíveis de viagem a preços impraticáveis, muitas vezes recebendo praticamente apenas as taxas de embarque da viagem, fazendo com que sua operações se torna-se uma pirâmide. Os prazos de vendas de milhas para receber os melhores valores foram aumentando e o que em 2020 era 45 dias, passou a ser 90, 120 e 150 dias, ou seja, 6 meses de prazo em 2023.

Por fim, em agosto de 2023 a 123 milhas anunciou que não tinha como horar as viagens e seu braço de compra de milhas, a HotMilhas, anunciou que iria suspender os pagamentos que estavam com prazo em aberto a serem pagos pela empresa. A notícia caiu como uma bomba no mercado e fez milhas e todos, ABSOLUTAMENTE TODOS OS INFLUENCIADORES DE MILHAS, que antes davam as empresas como seguras tiraram o corpo foram e mudaram o discurso, dizendo que sempre tinham avisado do risco. Nem um avisava, porque era contraproducente a sua venda de cursos deixar claro que havia um grande risco no mercado.

Com cerca de 800 mil credores, e uma dívida de 2,4 bilhões, as empresas do grupo 123, como hotmilhas, a 123 Milhas, a Novum, a Maxmilhas, pediu recuperação judicial em agosto de 2023. Quem tem dinheiro a receber e viu o plano de recuperação apresentado pela empresa sabe que a empresa é insolvente e deve encerrar as atividades.

Para quem deseja investir em milhas, algumas informações importantes:

1.      Quando você investe em milhas aéreas você precisa estar ciente que você está exposto ao Setor Aéreo, que é um setor complexo, com margens apertadas e com um longo histórico de empresas que faliram.

2.      A venda de milhas não é regulamentada e os programas de fidelidade proíbem a prática, no entanto, algumas pessoas recorreram na justiça e conseguiram retirar as limitações para emissões impostas para dificultar a venda. Mesmo com as limitações é possível vender, no entanto você precisará dominar algumas regras que são diferentes de programa de fidelidade para programa de fidelidade.

3.      Não é possível ganhar dinheiro só com o limite do cartão de crédito, como alguns influenciadores colocaram por muito tempo. As parcelas chegam e você pode apenas se complicar.

4.      As duas maiores empresas de compras de milhas eram a HOTMILHAS (123 milhas) e MAXMILHAS, ambas atualmente em recuperação judicial e sem condições práticas de manterem a operação – inclusive, sou uma das credoras que perdeu uma boa parte do patrimônio com o golpe que os operadores da empresa deram. Estou desde o anúncio da interrupção dos pagamentos trabalhando para me recuperar do golpe.

5.      Hoje, há duas formas principais de vender milhas (utilizo as duas, atualmente):

·         Vendas no particular – Você estará operando como uma agência de viagem e é recomendável que abra um CNPJ para tal, podendo ser um MEI.

·         Vendas em Balcões de milhas – O risco aqui é de golpes, você precisa saber bem a procedência do balcão ou vai só perder dinheiro.

6.      A forma mais lucrativa de operar é vender no particular (como agência), mas é também a forma mais trabalhosa e que você precisará estudar bastante as regras de cada companhia aérea, ou pode ter grandes prejuízos.

7.      As margens de lucro são apertadas, considerando o risco, mesmo para vendas no particular (10 a 30%, dependendo da emissão).

8.      Comprar milhas sem ter em mente o que vai fazer com elas é furada, porque você tem o custo de carregamento e o custo de oportunidade.


Quem tiver mais dúvidas sobre como funcionou o mercado, pode comentar no post que eu vou tentar responder tudo que eu souber para ajudar.

Quero compartilhar uma curiosidade...

Os sistemas das companhias estão tão sofisticados e atentos, que chegam até dar "erro" no seu cartão para poder subir o valor de um trecho em milhas kkk 

Explico

Vou viajar daqui um tempo com minha família e a de um amigo, vamos pela Azul, e sabemos que como vamos em varias pessoas e escolhendo o mesmo voo com milhas, eles inflacionam os trechos.

Pois bem, colocamos os trechos juntos no carrinho, ele no app dele eu no meu... fomos avançando até o momento final de pagar as taxas de embarque...

Ele clicou pagar, eu contei até 5 e cliquei pagar também... acreditem... o meu App deu erro e mandou fazer novamente, quando fui fazer novamente, pufff as milhas do trecho aumentaram !

Dureza kkkk

 

 

Editado por Marcelo R
Link para compartilhar
Share on other sites

2 minutes ago, Marcelo R disse:

Quero compartilhar uma curiosidade...

Os sistemas das companhias estão tão sofisticados e atentos, que chegam e dar "erro" no seu cartão para poder subir o valor de um trecho em milhas kkk 

Explico

Vou viajar daqui um tempo com minha família e a de um amigo, vamos pela Azul, e sabemos que como vamos em varias pessoas e escolhendo o mesmo voo com milhas, eles inflacionam os trechos.

Pois bem, colocamos os trechos juntos no carrinho, ele no app dele eu no meu... fomos avançando até o momento final de pagar as taxas de embarque...

Ele clicou pagar, eu contei até 5 e cliquei pagar também... acreditem... o meu App deu erro e mandou fazer novamente, quando fui fazer novamente, pufff as milhas do trecho aumentaram !

Dureza kkkk

 

 

@Marcelo R, na verdade, o que acontece é que as companhias diponibilizam x passagens com milhas por determinada tarifa e, quando acabam essas passagens, a tarifa fica mais cara. Seu caso provavelmente foi isso. Eu estava fazendo uma emissão ontem que 2 pessoas estava um valor em milhas e quando colocava 4, o valor era bem maior. Acontece bastante se você precisar emitir para muitas pessoas no mesmo voo. E vai dar erro no pagamento porque seu amigo comprou os assentos que estavam com a tarifa inicial que vocês viram.

Link para compartilhar
Share on other sites

@Alikaelli Paulino da Porciuncula, uma dúvida que sempre tive é se a regra dos 40 dias é real mesmo para o mercado nacional.

Sempre usei cartões que acumulam milhas (hoje uso o da Smiles), sempre tento emitir as passagens ou com certa antecedência +60 dias observando o Google Flights, ou na casa dos 40 dias por ser o momento das tais "oportunidades" de valores mais em conta.

Link para compartilhar
Share on other sites

Baita resumo dos últimos anos do mundo de milhas, obrigado por compartilhar.

Eu já fui mais aderente ao mundo de milhas, o que me fez ter praticamente 100% dos meus gastos controlados por cartão de crédito, mas dado o cenário atual eu estou cogitando migrar para um bom cartão com um bom Cashback. O BTG ultrablue parece interessante. 

Hoje tenho milhas que nunca expiram e vou acumulando dentro do possível, na livelo e no Itaú. Recentemente, peguei um ar lg só com milhas pingadas de cartão. 

Uma coisa que percebi, na latam, é que quando tem promoção em milhas, tbm tem promoção em reais. No fim das contas, elas por elas. Não vi nenhuma promo só em milhas até hoje. 

Mas é aí, mais alguém cogitando migrar cartão de pontos para cashback em fatura? 

Link para compartilhar
Share on other sites

10 minutes ago, Alikaelli Paulino da Porciuncula disse:

@Marcelo R, na verdade, o que acontece é que as companhias diponibilizam x passagens com milhas por determinada tarifa e, quando acabam essas passagens, a tarifa fica mais cara. Seu caso provavelmente foi isso. Eu estava fazendo uma emissão ontem que 2 pessoas estava um valor em milhas e quando colocava 4, o valor era bem maior. Acontece bastante se você precisar emitir para muitas pessoas no mesmo voo. E vai dar erro no pagamento porque seu amigo comprou os assentos que estavam com a tarifa inicial que vocês viram.

Exato...

Link para compartilhar
Share on other sites

22 minutes ago, Caio Arantes Motta Silva disse:

@Alikaelli Paulino da Porciuncula, uma dúvida que sempre tive é se a regra dos 40 dias é real mesmo para o mercado nacional.

Sempre usei cartões que acumulam milhas (hoje uso o da Smiles), sempre tento emitir as passagens ou com certa antecedência +60 dias observando o Google Flights, ou na casa dos 40 dias por ser o momento das tais "oportunidades" de valores mais em conta.

Olha, essa janela que falam de 60 a 40 dias não existe. Se vai viajar, começa pesquisando pelo menos 6 meses antes. Passagens minhas, pessoais, compro assim que abre a disponibilidade na data, cerca de 1 anos antes da viagem e isso sempre me faz economizar. 

  • Brabo 1
Link para compartilhar
Share on other sites

2 horas atrás, Alikaelli Paulino da Porciuncula disse:

Eu empreendo com milhas aéreas desde o final de 2020. Já movimentei mais de 50 milhões de milhas e gostaria de contribuir com a comunidade deixando uma explicação sobre o mercado de milhas que vai ajudar as pessoas a compreenderem como ele funcionava e funciona.

Parece extremamente vantajoso e tentador investir em milhas aéreas. Eu sei, também já passei por isso. Eu comecei a investir em milhas em 2020. A pandemia trouxe um caos para o setor de turismo e, com isso, surgiu uma janela muito interessante para entrar no mercado de milhas. Entre o meio de 2020 e o final de 2021 diversas promoções extremamente vantajosas surgiram. Foi uma verdadeira festa de possibilidades de adquirir milhas a baixo custo e vender com lucros de 20% a 40%. Mas, como nada dura para sempre, 2022 chegou como um raio para quem estava se empolgando com o mercado. Se o primeiro semestre já não tinha sido muito interessante, o segundo veio para desanimar ainda mais quem estava operando no mercado de forma mais tradicional. As milhas Smiles despencaram de valor, com a altíssima quantidade de promoções e, também, com a quantidade de cupons jogados no mercado pela empresa. As milhas latam se valorizaram, mas as promoções rarearam. Então, só que tinha caixa conseguiu investir e segurar para vender por valores mais interessantes.

Em 2023 o mercado estava mais estável, no entanto, para os olhos mais atentos, estava evidente um grande perigo de grande prejuízo: a 123 Milhas (HotMilhas), principal compradora de milhas do mercado, intensificou a propaganda e venda de pacotes flexíveis de viagem a preços impraticáveis, muitas vezes recebendo praticamente apenas as taxas de embarque da viagem, fazendo com que sua operações se torna-se uma pirâmide. Os prazos de vendas de milhas para receber os melhores valores foram aumentando e o que em 2020 era 45 dias, passou a ser 90, 120 e 150 dias, ou seja, 6 meses de prazo em 2023.

Por fim, em agosto de 2023 a 123 milhas anunciou que não tinha como horar as viagens e seu braço de compra de milhas, a HotMilhas, anunciou que iria suspender os pagamentos que estavam com prazo em aberto a serem pagos pela empresa. A notícia caiu como uma bomba no mercado e fez milhas e todos, ABSOLUTAMENTE TODOS OS INFLUENCIADORES DE MILHAS, que antes davam as empresas como seguras tiraram o corpo foram e mudaram o discurso, dizendo que sempre tinham avisado do risco. Nem um avisava, porque era contraproducente a sua venda de cursos deixar claro que havia um grande risco no mercado.

Com cerca de 800 mil credores, e uma dívida de 2,4 bilhões, as empresas do grupo 123, como hotmilhas, a 123 Milhas, a Novum, a Maxmilhas, pediu recuperação judicial em agosto de 2023. Quem tem dinheiro a receber e viu o plano de recuperação apresentado pela empresa sabe que a empresa é insolvente e deve encerrar as atividades.

Para quem deseja investir em milhas, algumas informações importantes:

1.      Quando você investe em milhas aéreas você precisa estar ciente que você está exposto ao Setor Aéreo, que é um setor complexo, com margens apertadas e com um longo histórico de empresas que faliram.

2.      A venda de milhas não é regulamentada e os programas de fidelidade proíbem a prática, no entanto, algumas pessoas recorreram na justiça e conseguiram retirar as limitações para emissões impostas para dificultar a venda. Mesmo com as limitações é possível vender, no entanto você precisará dominar algumas regras que são diferentes de programa de fidelidade para programa de fidelidade.

3.      Não é possível ganhar dinheiro só com o limite do cartão de crédito, como alguns influenciadores colocaram por muito tempo. As parcelas chegam e você pode apenas se complicar.

4.      As duas maiores empresas de compras de milhas eram a HOTMILHAS (123 milhas) e MAXMILHAS, ambas atualmente em recuperação judicial e sem condições práticas de manterem a operação – inclusive, sou uma das credoras que perdeu uma boa parte do patrimônio com o golpe que os operadores da empresa deram. Estou desde o anúncio da interrupção dos pagamentos trabalhando para me recuperar do golpe.

5.      Hoje, há duas formas principais de vender milhas (utilizo as duas, atualmente):

·         Vendas no particular – Você estará operando como uma agência de viagem e é recomendável que abra um CNPJ para tal, podendo ser um MEI.

·         Vendas em Balcões de milhas – O risco aqui é de golpes, você precisa saber bem a procedência do balcão ou vai só perder dinheiro.

6.      A forma mais lucrativa de operar é vender no particular (como agência), mas é também a forma mais trabalhosa e que você precisará estudar bastante as regras de cada companhia aérea, ou pode ter grandes prejuízos.

7.      As margens de lucro são apertadas, considerando o risco, mesmo para vendas no particular (10 a 30%, dependendo da emissão).

8.      Comprar milhas sem ter em mente o que vai fazer com elas é furada, porque você tem o custo de carregamento e o custo de oportunidade.


Quem tiver mais dúvidas sobre como funcionou o mercado, pode comentar no post que eu vou tentar responder tudo que eu souber para ajudar.

Boa noite! De vez em quando, vendo algumas milhas em balcões de milhas, ou para alguns colegas. Por acaso vc compra? Podemos conversar no particular se te interessar.

Valeu!

Link para compartilhar
Share on other sites

×
×
  • Criar novo...