Arthur Siqueira Reis Postado 18 horas atrás Compartilhar Postado 18 horas atrás (edited) O conceito de crédito de carbono surgiu no Protocolo de Kyoto, em 1997, um acordo internacional que estabeleceu medidas sustentáveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A partir de sua criação, o crédito de carbono se tornou um ativo comercializável, onde a tonelada de CO2 atmosférico passou a ter valor econômico. Empresas podem vender créditos de carbono ao adotarem métodos de sequestro de carbono, como preservação de florestas e uso de tecnologias de captura de carbono, enquanto outras empresas compram esses créditos para compensar suas emissões. A Bolsa de Mercadorias & Futuros é um dos locais onde esses créditos são negociados por meio de leilões. O preço da tonelada de CO2 varia conforme o mercado, sendo influenciado pelo aumento do rigor das leis ambientais. Com a crescente pressão por sustentabilidade, é possível que o preço da tonelada de CO2 continue subindo, tornando esse mercado ainda mais relevante para investimentos. Minha curiosidade sobre o tema aumentou quando, em março de 2023, notei que o aplicativo do C6 Bank passou a exibir meu saldo mensal de CO2e, calculado com base nas minhas transações. O app categoriza os gastos de acordo com o impacto ambiental, indicando que compras de gasolina, por exemplo, geram mais emissões do que compras na padaria. O banco oferece a opção de compensar esse impacto, sugerindo que eu poderia preservar seis árvores na Amazônia para neutralizar um saldo negativo de -502,66 kg de CO2e, ao custo de R$60,36 ou 2.515 pontos Átomos. Embora o C6 Bank enfatize que esse cálculo é meramente educativo e não impacta financeiramente o usuário, fico me perguntando: até quando isso será apenas educativo? Em um futuro próximo, poderemos ser limitados em nossas compras com base no saldo de créditos de carbono? Se existe um sistema que permite pagar para compensar emissões, significa que há quem esteja lucrando com a venda desses créditos. Grandes proprietários de terras que preservam florestas, por exemplo, podem comercializar créditos proporcionais à quantidade de vegetação mantida. Empresas que investem em energias renováveis, como eólica e solar, também se tornam fornecedoras desse mercado. Investir em créditos de carbono é possível de diferentes formas. Uma delas é comprando ações de empresas que geram e vendem esses créditos, como Tesla, Klabin, Auren Energia, e companhias especializadas no setor, como Carbon Reset e Fast Carbon. Também há empresas que compram créditos para compensar suas emissões, como iFood, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Grupo Boticário, Natura e Unidas. Outra opção de investimento é através de ETFs focados no setor. O KraneShares Global Carbon ETF (KRBN) replica o desempenho do IHS Markit Global Carbon Index, acompanhando os principais mercados regulamentados de carbono globalmente. O ETF KRBN, variou de 20 para 28 dólares entre Agosto de 2020 e Fevereiro de 2025, com pico em 51 dólares em Dezembro de 2021. No Brasil, há o fundo Trend Carbono Zero da XP, que investe em contratos futuros de créditos de carbono nos mercados da Europa e dos Estados Unidos, seguindo o mesmo índice global. Um último tópico que vou levantar é sobre ESG (Environmental, Social and Governance). O ESG incentiva as corporações a adotarem práticas sustentáveis e responsáveis, o mercado de créditos de carbono permite que empresas e indivíduos monetizem a sustentabilidade, transformando a redução de emissões em um ativo econômico. Dessa forma, os créditos de carbono se tornam um dos instrumentos financeiros que materializam os princípios ESG, alinhando lucro à preservação ambiental. Diante dessa conversa para boi dormir, o mercado de créditos de carbono tende a se expandir, trazendo impactos diretos não apenas para empresas, mas também para nós consumidores. Se tem alguém disposto para pagar o seu saldo negativo de credito de carbono, tem outra pessoa ganhando com a venda desses créditos. As questões que permanecem são: Até que ponto esse modelo se tornará parte do nosso cotidiano e influenciará diretamente nossas decisões de consumo? O que vocês pensam sobre o crédito de carbono? Vocês já deixaram de investir ou investiram em uma empresa com base nas classificações ESG? Editado 18 horas atrás por Arthur Siqueira Reis Retifiquei uma informação que estava na posição errada. 1 Link para compartilhar Share on other sites Mais opções...
Ricardo Ochoa Pachas Postado 18 horas atrás Compartilhar Postado 18 horas atrás 2 minutes ago, Arthur Siqueira Reis disse: O conceito de crédito de carbono surgiu no Protocolo de Kyoto, em 1997, um acordo internacional que estabeleceu medidas sustentáveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A partir de sua criação, o crédito de carbono se tornou um ativo comercializável, onde a tonelada de CO2 atmosférico passou a ter valor econômico. Empresas podem vender créditos de carbono ao adotarem métodos de sequestro de carbono, como preservação de florestas e uso de tecnologias de captura de carbono, enquanto outras empresas compram esses créditos para compensar suas emissões. A Bolsa de Mercadorias & Futuros é um dos locais onde esses créditos são negociados por meio de leilões. O preço da tonelada de CO2 varia conforme o mercado, sendo influenciado pelo aumento do rigor das leis ambientais. Nos últimos anos, a cotação do Carbon Emissions Futures. Com a crescente pressão por sustentabilidade, é possível que o preço da tonelada de CO2 continue subindo, tornando esse mercado ainda mais relevante para investimentos. Minha curiosidade sobre o tema aumentou quando, em março de 2023, notei que o aplicativo do C6 Bank passou a exibir meu saldo mensal de CO2e, calculado com base nas minhas transações. O app categoriza os gastos de acordo com o impacto ambiental, indicando que compras de gasolina, por exemplo, geram mais emissões do que compras na padaria. O banco oferece a opção de compensar esse impacto, sugerindo que eu poderia preservar seis árvores na Amazônia para neutralizar um saldo negativo de -502,66 kg de CO2e, ao custo de R$60,36 ou 2.515 pontos Átomos. Embora o C6 Bank enfatize que esse cálculo é meramente educativo e não impacta financeiramente o usuário, fico me perguntando: até quando isso será apenas educativo? Em um futuro próximo, poderemos ser limitados em nossas compras com base no saldo de créditos de carbono? Se existe um sistema que permite pagar para compensar emissões, significa que há quem esteja lucrando com a venda desses créditos. Grandes proprietários de terras que preservam florestas, por exemplo, podem comercializar créditos proporcionais à quantidade de vegetação mantida. Empresas que investem em energias renováveis, como eólica e solar, também se tornam fornecedoras desse mercado. Investir em créditos de carbono é possível de diferentes formas. Uma delas é comprando ações de empresas que geram e vendem esses créditos, como Tesla, Klabin, Auren Energia, e companhias especializadas no setor, como Carbon Reset e Fast Carbon. Também há empresas que compram créditos para compensar suas emissões, como iFood, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Grupo Boticário, Natura e Unidas. Outra opção de investimento é através de ETFs focados no setor. O KraneShares Global Carbon ETF (KRBN) replica o desempenho do IHS Markit Global Carbon Index, acompanhando os principais mercados regulamentados de carbono globalmente. O ETF KRBN, variou de 20 para 28 dólares entre Agosto de 2020 e Fevereiro de 2025, com pico em 51 dólares em Dezembro de 2021. No Brasil, há o fundo Trend Carbono Zero da XP, que investe em contratos futuros de créditos de carbono nos mercados da Europa e dos Estados Unidos, seguindo o mesmo índice global. Um último tópico que vou levantar é sobre ESG (Environmental, Social and Governance). O ESG incentiva as corporações a adotarem práticas sustentáveis e responsáveis, o mercado de créditos de carbono permite que empresas e indivíduos monetizem a sustentabilidade, transformando a redução de emissões em um ativo econômico. Dessa forma, os créditos de carbono se tornam um dos instrumentos financeiros que materializam os princípios ESG, alinhando lucro à preservação ambiental. Diante dessa conversa para boi dormir, o mercado de créditos de carbono tende a se expandir, trazendo impactos diretos não apenas para empresas, mas também para nós consumidores. Se tem alguém disposto para pagar o seu saldo negativo de credito de carbono, tem outra pessoa ganhando com a venda desses créditos. As questões que permanecem são: Até que ponto esse modelo se tornará parte do nosso cotidiano e influenciará diretamente nossas decisões de consumo? O que vocês pensam sobre o crédito de carbono? Vocês já deixaram de investir ou investiram em uma empresa com base nas classificações ESG? o fato de uma empresa gastar muito em marketing para se autoproclamar ser ESG significa que não é o fato de ser ESG não faz ela gerar mais dinheiro, não faz dela mais estável, mais resiliente no tempo, mais lucrativa... então, aprendemos aqui que isso não é um critério para escolha de boas empresas. como você mesmo diz, é tudo conversa para boi dormir, pegar alguns entusiastas. Link para compartilhar Share on other sites Mais opções...
Ricardo Ochoa Pachas Postado 18 horas atrás Compartilhar Postado 18 horas atrás Caso você leve em conta o ESG, tome cuidado com o Greenwashing Greenwashing é uma prática em que empresas promovem uma imagem de responsabilidade ambiental sem realmente adotar práticas sustentáveis. Em essência, é uma estratégia de marketing enganosa para atrair consumidores preocupados com o meio ambiente, fazendo parecer que a empresa ou produto é “verde” ou “ecologicamente correto”, quando na realidade não é. Algumas táticas comuns de greenwashing incluem: Uso de termos vagos: Palavras como “natural”, “eco-friendly” ou “sustentável” são usadas sem qualquer comprovação ou certificação oficial. Imagens enganosas: Uso de embalagens verdes, folhas, árvores ou outros elementos visuais que remetem à natureza, sem que o produto tenha impacto ambiental reduzido. Falta de transparência: A empresa destaca um aspecto positivo enquanto omite informações sobre impactos negativos em outras áreas de sua operação. Certificações falsas ou irrelevantes: Uso de selos ecológicos não reconhecidos ou sem validação por terceiros confiáveis. Desvio de foco: Falar de ações pontuais e pequenas (como embalagens recicláveis) enquanto as operações principais continuam altamente poluentes. Exemplos notáveis incluem: Marcas de moda que lançam “coleções ecológicas” feitas com uma pequena porcentagem de materiais reciclados enquanto o restante da produção continua poluindo. Empresas de energia que anunciam investimentos em energias renováveis enquanto sua principal operação ainda é baseada em combustíveis fósseis. Para evitar cair no greenwashing, é importante: Procurar por certificações confiáveis, como FSC (Forest Stewardship Council) para papel e madeira, ou ISO 14001 para gestão ambiental. Analisar relatórios de sustentabilidade da empresa. Pesquisar o histórico ambiental da marca e não apenas acreditar em campanhas de marketing. Esse fenômeno é tão relevante que órgãos reguladores em diversos países estão intensificando as fiscalizações contra greenwashing. Isso ocorre especialmente porque, com o aumento da demanda por produtos sustentáveis e investimentos ESG, muitas empresas tentam capitalizar essa tendência sem adotar mudanças reais. Link para compartilhar Share on other sites Mais opções...
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