Post popular Leonardo Borella Santos Postado Quarta-feira às 22:03 Post popular Postado Quarta-feira às 22:03 Quando criança eu trabalhava na rua com meu pai. Vendíamos whiskeys, óculos na praia, carregávamos caminhões e ajudamos em feira. Era difícil, bem difícil XD Ele tinha um amigo chamado Diego, um cara mais novo. Ele era magro, alto e tinha cabelo divertido, todo espetadinho de gel. Eu achava o o máximo de seu cabelo. Fui crescendo com meu pai nesses bicos pra ajudar a sustentar a casa e o sempre via o Diego nas festas vendendo canecas, pulseiras de neon e bala Halls. Ele era um vendedor excelente, de fato, talentoso igual meu pai. Foram muitas viagens e ele acompanhou meu crescimento, mas tive que parar de frequentar as festas de trabalho para poder fazer faculdade (ganhei uma bolsa integral). Uns 2 anos depois meu pai me disse todo empolgado que "o Diego abriu a lojinha dele, cheia de firula, tem copo, jornal, salgadinho e ele tá vendendo muito. Ele sempre pergunta de você, que rumo você tomou... eu falo que você vai ser engenheiro e ele fica todo alegre." Um mês depois de sua loja ser aberta a fiscalização foi pedir o alvará, mas ele ainda estava em processo de legalização. Quebraram a loja dele. Toda loja, tudo quebrado, sem exceção. Diego entrou em depressão e largou tudo. Foi morar na rua e desenvolveu problemas de cabeça. Não bebe e não usa drogas pois diz ser "imoral". Ontem teve um show do cantor Leonardo aqui na minha cidade. Meu pai foi trabalhar vendendo e eu fiquei em casa dando aulas. Meu pai chega agora há pouco e diz o seguinte. - Leo, se te falar você não acredita... vi o Diego ontem, ele chegou abafado em mim e disse "Aurélio, vou te falar por você me conhecer, ontem pedi um cachorro quente fiado e fiquei devendo 10 reais, não voltei para pagar e estou com muita fome. Pode me emprestar 20 reais? Estou morando aqui pertinho nas ruas do centro..." Meu pai disse que ofereceu ele vir morar aqui por um tempo e ele recusou, só queria matar a fome e depois pagaria os 20 reais. Assim o fez, catou latinhas toda a noite e hoje veio em minha casa entregar o dinheiro. Quando o vi fui conversar com ele. Tamanha sua vergonha que disse rápido e sorridente para mim "estou orgulhoso de você e da sua irmã" e logo após saiu correndo. Nem tive chances de dar um abraço nele. Nossos companheiros antigos de venda ofereceram se juntar e pagar um aluguel enquanto ele voltava a trabalhar... ele nunca aceitou e diz sentir muita saudade dos nossos tempos juntos. Depressão realmente é um problema complexo que exige atenção. O vendedor mais talentoso que conheci foi arruinado pela própria cabeça. 1 4
Leandro Henrique Soares Postado 15 horas atrás Postado 15 horas atrás Triste essa situação. Podemos nos esforçar para fazer com que os outros trilhem o mesmo caminho que nós, ou pelo menos um caminho de sucesso. Mas não adianta, cada um decide o que vai fazer da sua vida. E no caso de pessoas com depressão ou com algum vício, a própria pessoa não tem autocontrole para tomar uma decisão racional.
Antonio De Matos Teixeira Neto Postado 14 horas atrás Postado 14 horas atrás 21 horas atrás, Leonardo Borella Santos disse: Quando criança eu trabalhava na rua com meu pai. Vendíamos whiskeys, óculos na praia, carregávamos caminhões e ajudamos em feira. Era difícil, bem difícil XD Ele tinha um amigo chamado Diego, um cara mais novo. Ele era magro, alto e tinha cabelo divertido, todo espetadinho de gel. Eu achava o o máximo de seu cabelo. Fui crescendo com meu pai nesses bicos pra ajudar a sustentar a casa e o sempre via o Diego nas festas vendendo canecas, pulseiras de neon e bala Halls. Ele era um vendedor excelente, de fato, talentoso igual meu pai. Foram muitas viagens e ele acompanhou meu crescimento, mas tive que parar de frequentar as festas de trabalho para poder fazer faculdade (ganhei uma bolsa integral). Uns 2 anos depois meu pai me disse todo empolgado que "o Diego abriu a lojinha dele, cheia de firula, tem copo, jornal, salgadinho e ele tá vendendo muito. Ele sempre pergunta de você, que rumo você tomou... eu falo que você vai ser engenheiro e ele fica todo alegre." Um mês depois de sua loja ser aberta a fiscalização foi pedir o alvará, mas ele ainda estava em processo de legalização. Quebraram a loja dele. Toda loja, tudo quebrado, sem exceção. Diego entrou em depressão e largou tudo. Foi morar na rua e desenvolveu problemas de cabeça. Não bebe e não usa drogas pois diz ser "imoral". Ontem teve um show do cantor Leonardo aqui na minha cidade. Meu pai foi trabalhar vendendo e eu fiquei em casa dando aulas. Meu pai chega agora há pouco e diz o seguinte. - Leo, se te falar você não acredita... vi o Diego ontem, ele chegou abafado em mim e disse "Aurélio, vou te falar por você me conhecer, ontem pedi um cachorro quente fiado e fiquei devendo 10 reais, não voltei para pagar e estou com muita fome. Pode me emprestar 20 reais? Estou morando aqui pertinho nas ruas do centro..." Meu pai disse que ofereceu ele vir morar aqui por um tempo e ele recusou, só queria matar a fome e depois pagaria os 20 reais. Assim o fez, catou latinhas toda a noite e hoje veio em minha casa entregar o dinheiro. Quando o vi fui conversar com ele. Tamanha sua vergonha que disse rápido e sorridente para mim "estou orgulhoso de você e da sua irmã" e logo após saiu correndo. Nem tive chances de dar um abraço nele. Nossos companheiros antigos de venda ofereceram se juntar e pagar um aluguel enquanto ele voltava a trabalhar... ele nunca aceitou e diz sentir muita saudade dos nossos tempos juntos. Depressão realmente é um problema complexo que exige atenção. O vendedor mais talentoso que conheci foi arruinado pela própria cabeça. Se manter firme no jogo da vida, nem sempre é simples. Hj, vejo pessoas na rua, tanto no Brasil, como EUA e Canadá, lugares que já passei e penso atas histórias se perdem, nem sempre são as drogas. Qto mais sóbrio melhor, ter a capacidade de continuar mesmo nas adversidades. Um amigo do colégio, também foi por esse caminho, chegou ao ponto que é difícil ajudar, pq vai muito além de dar abrigo e condições para que voltem a ter uma vida.
Rafael Antunes Teixeira Silva Postado 13 horas atrás Postado 13 horas atrás A fiscalização literalmente quebrou a loja? Ou foi multa?
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