João Barros#1434 Postado 31 de Maio Postado 31 de Maio Fala rapaziada, Estava ouvindo um podcast indo para o trabalho hoje, e falaram sobre o termo dominância fiscal, que se eu entendi bem, é basicamente o momento em que a política fiscal domina a política monetária. Refletindo sobre nossa atual taxa da selic, a inflação ainda continua sendo um desafio mesmo com um % tão alta da selic. É possível que teremos um cenário desse no nosso país? Onde a selic não aguenta mais frear a demanda devido a grande oferta de moeda ?
Bolívar Luiz Postado Segunda-feira às 14:33 Postado Segunda-feira às 14:33 On 31/05/2025 at 03:08, João Barros#1434 disse: Fala rapaziada, Estava ouvindo um podcast indo para o trabalho hoje, e falaram sobre o termo dominância fiscal, que se eu entendi bem, é basicamente o momento em que a política fiscal domina a política monetária. Refletindo sobre nossa atual taxa da selic, a inflação ainda continua sendo um desafio mesmo com um % tão alta da selic. É possível que teremos um cenário desse no nosso país? Onde a selic não aguenta mais frear a demanda devido a grande oferta de moeda ? @João Barros#1434 Parece que isso está acontecendo a algum nível, sim. A Selic alta seria um remédio contra a inflação, mas usar demais esse remédio acaba criando uma certa "resistência" aos efeitos dele. rs Explicando melhor, uma Selic alta por muito tempo pode não só ser incapaz de conter a inflação como contribuir com ela ao invés de remediá-la, pois mantém os custos das dívidas e financiamentos de empresas muito altos e isso vai acabar tendo de ser repassado para os produtos. Também é um desestímulo aos investimentos em renda variável e à produção (afinal, você ganha mais comprando dívidas do que produzindo), ou seja, reduz a oferta e não a demanda, o que também joga os preços dos produtos pra cima. Além disso, tem o impacto cambial, pois as dívidas do governo cresceriam muito e por muito tempo, o que pode fazer com que os investidores não confiem na capacidade do governo de honrar essas dívida, desvalorizando a moeda. 1 1
João Barros#1434 Postado Segunda-feira às 17:05 Author Postado Segunda-feira às 17:05 @Bolívar Luiz o novo arcabouço fiscal pode contribuir para acelerar isso será ? tendo que vista que classifica as chamadas "despesas não obrigatórias" a partir de 2027 como sendo despesas obrigatórias, aumentando exponencialmente a balança do gasto da máquina pública?
Elcimar Guimarães Postado Segunda-feira às 18:00 Postado Segunda-feira às 18:00 3 horas atrás, Bolívar Luiz disse: @João Barros#1434 Parece que isso está acontecendo a algum nível, sim. A Selic alta seria um remédio contra a inflação, mas usar demais esse remédio acaba criando uma certa "resistência" aos efeitos dele. rs Explicando melhor, uma Selic alta por muito tempo pode não só ser incapaz de conter a inflação como contribuir com ela ao invés de remediá-la, pois mantém os custos das dívidas e financiamentos de empresas muito altos e isso vai acabar tendo de ser repassado para os produtos. Também é um desestímulo aos investimentos em renda variável e à produção (afinal, você ganha mais comprando dívidas do que produzindo), ou seja, reduz a oferta e não a demanda, o que também joga os preços dos produtos pra cima. Além disso, tem o impacto cambial, pois as dívidas do governo cresceriam muito e por muito tempo, o que pode fazer com que os investidores não confiem na capacidade do governo de honrar essas dívida, desvalorizando a moeda. O @Bolívar Luiz respondeu aquilo que eu pensei. Eu concordo com ele. 👍🏼
Bolívar Luiz Postado Terça-feira às 17:06 Postado Terça-feira às 17:06 23 horas atrás, João Barros#1434 disse: @Bolívar Luiz o novo arcabouço fiscal pode contribuir para acelerar isso será ? tendo que vista que classifica as chamadas "despesas não obrigatórias" a partir de 2027 como sendo despesas obrigatórias, aumentando exponencialmente a balança do gasto da máquina pública? Não sei e me parece que até quem está no comando dessas coisas estão incertos sobre o cenário futuro, mas vai saber.
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