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Pergunta

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Definição de cooperativas de crédito

São instituições financeiras diferentes dos bancos tradicionais. Elas funcionam sob os princípios do cooperativismo, o que significa que são sociedades de pessoas, e não de capital. Seus membros, os cooperados, são ao mesmo tempo donos e clientes. O principal objetivo não é o lucro para acionistas, mas sim a oferta de serviços financeiros mais justos e o desenvolvimento econômico e social da comunidade onde estão inseridas.

Serviços e Produtos Oferecidos

Assim como os bancos, as cooperativas de crédito oferecem uma ampla gama de produtos e serviços financeiros para pessoas físicas e jurídicas:

Contas: Contas correntes e contas poupança para o dia a dia.

Cartões: Cartões de débito e crédito, com funcionalidades similares às dos bancos.

Crédito: Empréstimos pessoais, consignados, financiamentos (imobiliários, de veículos), crédito para empresas e, especialmente, crédito rural para o agronegócio.

Investimentos: Produtos como o Recibo de Depósito Cooperativo (RDC), que é o equivalente ao CDB dos bancos, Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliárias (LCI), além da própria poupança e, em alguns casos, fundos de investimento.

Serviços Adicionais: Seguros (vida, residência, automóvel), consórcios, previdência privada, câmbio, Pix, maquininhas de cartão para comerciantes e serviços de internet banking e aplicativo móvel.

 

Sistema de Proteção: FGCoop

Para proteger os recursos dos cooperados, existe o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). Ele é o "primo" do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) dos bancos.

Como funciona: O FGCoop garante o ressarcimento de depósitos e alguns tipos de investimentos em cooperativas de crédito em caso de intervenção ou liquidação da instituição.

Cobertura: Assim como o FGC, o FGCoop cobre até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira (cooperativa).

Limite Global: Há um limite global de cobertura de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, considerando todos os valores que uma mesma pessoa tenha em diferentes cooperativas associadas ao FGCoop. A diferença principal aqui é que o FGC tem um limite de R$ 1 milhão que se "renova" a cada 4 anos, enquanto o FGCoop não explicita essa renovação no seu limite global.

Investimentos Cobertos: Depósitos à vista, poupança, Recibos de Depósito Cooperativo (RDC), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliárias (LCI) são alguns dos investimentos garantidos pelo FGCoop.

Índice de Basileia

Sim, as cooperativas de crédito, assim como os bancos, são reguladas pelo Banco Central do Brasil e precisam cumprir o Índice de Basileia.

Índice de Basileia: o que é?

É uma medida internacional da solidez financeira das instituições. Ele relaciona o capital próprio da instituição com os seus ativos ponderados pelo risco. Em termos simples, indica a capacidade da instituição de absorver perdas inesperadas.

Importância: Manter um Índice de Basileia saudável é crucial para a segurança e estabilidade de qualquer instituição financeira, e o setor cooperativo de crédito no Brasil tem um histórico de apresentar índices robustos, geralmente acima do mínimo exigido.

Diferenças entre Cooperativas de Crédito e Bancos

A principal diferença entre uma cooperativa de crédito e um banco tradicional está em sua natureza e propósito:

Propriedade e Governança:

Bancos:

São sociedades anônimas, com acionistas que buscam o lucro. A tomada de decisões é focada em maximizar o retorno para esses acionistas.

Cooperativas:

São sociedades de pessoas, onde os cooperados são os donos. As decisões são tomadas de forma mais democrática (geralmente um cooperado, um voto), e o foco é em beneficiar os próprios membros e a comunidade.

Objetivo:

Bancos: Priorizam o lucro para seus acionistas.

Cooperativas: Priorizam a oferta de produtos e serviços financeiros a custos mais justos para seus cooperados, bem como o desenvolvimento local. Os "lucros" (sobras) são distribuídos entre os cooperados ou reinvestidos na própria cooperativa.

Relacionamento: As cooperativas costumam ter um relacionamento mais próximo e personalizado com seus cooperados, já que o objetivo é servir os próprios membros.

Diferenças entre FGCoop e FGC

A diferença entre o FGCoop e o FGC é basicamente o tipo de instituição que eles garantem:

FGC (Fundo Garantidor de Créditos): Cobre depósitos e investimentos em bancos, financeiras e outras instituições financeiras tradicionais.

FGCoop (Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito): Cobre depósitos e investimentos em cooperativas de crédito.

Ambos têm a mesma função de proteger os investidores, mas atuam em segmentos financeiros distintos, cada um com suas regras específicas e limites de cobertura, embora bastante similares.

 

Essa é uma explicação e visão geral sobre cooperativas de crédito.

Não é algum tipo de recomendação ou crítica sobre esse assunto.

 

 

Editado por Elcimar Guimarães
  • Aí cê deu aula... 1

4 respostas para essa pergunta

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  • 1
Postado

Boa noite! 

Ficou muito massa a publicação, tanto a organização e a didática, contudo não recomendo cooperativa para as pessoas...

Tem um risco que é pouco divulgado, e que muita gente não se atenta, mas você é "cliente" "dono" ao mesmo tempo, e por isso os cooperados podem vir a responder por causa dos débitos da cooperativa, nos termos do artigo 13 da Lei nº 5.764/1971, que determina que responsabilidade dos cooperados é subsidiária (somente poderá ser invocada depois de judicialmente exigida da cooperativa).

Ainda que seja um risco baixo, pelo menos com relação as grandes cooperativas de crédito, como sicoob, eu não me sinto confortável por ter essa "brecha", que pode colocar meu patrimônio em risco...

  • Brabo 1
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Postado
4 horas atrás, Elcimar Guimarães disse:

Definição de cooperativas de crédito

São instituições financeiras diferentes dos bancos tradicionais. Elas funcionam sob os princípios do cooperativismo, o que significa que são sociedades de pessoas, e não de capital. Seus membros, os cooperados, são ao mesmo tempo donos e clientes. O principal objetivo não é o lucro para acionistas, mas sim a oferta de serviços financeiros mais justos e o desenvolvimento econômico e social da comunidade onde estão inseridas.

Serviços e Produtos Oferecidos

Assim como os bancos, as cooperativas de crédito oferecem uma ampla gama de produtos e serviços financeiros para pessoas físicas e jurídicas:

Contas: Contas correntes e contas poupança para o dia a dia.

Cartões: Cartões de débito e crédito, com funcionalidades similares às dos bancos.

Crédito: Empréstimos pessoais, consignados, financiamentos (imobiliários, de veículos), crédito para empresas e, especialmente, crédito rural para o agronegócio.

Investimentos: Produtos como o Recibo de Depósito Cooperativo (RDC), que é o equivalente ao CDB dos bancos, Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliárias (LCI), além da própria poupança e, em alguns casos, fundos de investimento.

Serviços Adicionais: Seguros (vida, residência, automóvel), consórcios, previdência privada, câmbio, Pix, maquininhas de cartão para comerciantes e serviços de internet banking e aplicativo móvel.

 

Sistema de Proteção: FGCoop

Para proteger os recursos dos cooperados, existe o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). Ele é o "primo" do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) dos bancos.

Como funciona: O FGCoop garante o ressarcimento de depósitos e alguns tipos de investimentos em cooperativas de crédito em caso de intervenção ou liquidação da instituição.

Cobertura: Assim como o FGC, o FGCoop cobre até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira (cooperativa).

Limite Global: Há um limite global de cobertura de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, considerando todos os valores que uma mesma pessoa tenha em diferentes cooperativas associadas ao FGCoop. A diferença principal aqui é que o FGC tem um limite de R$ 1 milhão que se "renova" a cada 4 anos, enquanto o FGCoop não explicita essa renovação no seu limite global.

Investimentos Cobertos: Depósitos à vista, poupança, Recibos de Depósito Cooperativo (RDC), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliárias (LCI) são alguns dos investimentos garantidos pelo FGCoop.

Índice de Basileia

Sim, as cooperativas de crédito, assim como os bancos, são reguladas pelo Banco Central do Brasil e precisam cumprir o Índice de Basileia.

Índice de Basileia: o que é?

É uma medida internacional da solidez financeira das instituições. Ele relaciona o capital próprio da instituição com os seus ativos ponderados pelo risco. Em termos simples, indica a capacidade da instituição de absorver perdas inesperadas.

Importância: Manter um Índice de Basileia saudável é crucial para a segurança e estabilidade de qualquer instituição financeira, e o setor cooperativo de crédito no Brasil tem um histórico de apresentar índices robustos, geralmente acima do mínimo exigido.

Diferenças entre Cooperativas de Crédito e Bancos

A principal diferença entre uma cooperativa de crédito e um banco tradicional está em sua natureza e propósito:

Propriedade e Governança:

Bancos:

São sociedades anônimas, com acionistas que buscam o lucro. A tomada de decisões é focada em maximizar o retorno para esses acionistas.

Cooperativas:

São sociedades de pessoas, onde os cooperados são os donos. As decisões são tomadas de forma mais democrática (geralmente um cooperado, um voto), e o foco é em beneficiar os próprios membros e a comunidade.

Objetivo:

Bancos: Priorizam o lucro para seus acionistas.

Cooperativas: Priorizam a oferta de produtos e serviços financeiros a custos mais justos para seus cooperados, bem como o desenvolvimento local. Os "lucros" (sobras) são distribuídos entre os cooperados ou reinvestidos na própria cooperativa.

Relacionamento: As cooperativas costumam ter um relacionamento mais próximo e personalizado com seus cooperados, já que o objetivo é servir os próprios membros.

Diferenças entre FGCoop e FGC

A diferença entre o FGCoop e o FGC é basicamente o tipo de instituição que eles garantem:

FGC (Fundo Garantidor de Créditos): Cobre depósitos e investimentos em bancos, financeiras e outras instituições financeiras tradicionais.

FGCoop (Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito): Cobre depósitos e investimentos em cooperativas de crédito.

Ambos têm a mesma função de proteger os investidores, mas atuam em segmentos financeiros distintos, cada um com suas regras específicas e limites de cobertura, embora bastante similares.

 

Essa é uma explicação e visão geral sobre cooperativas de crédito.

Não é algum tipo de recomendação ou crítica sobre esse assunto.

 

 

Está estudando bastantes assuntos, hein?

  • Brabo 1
  • 0
Postado
11 horas atrás, Thiago Cappi Da Cruz disse:

Boa noite! 

Ficou muito massa a publicação, tanto a organização e a didática, contudo não recomendo cooperativa para as pessoas...

Tem um risco que é pouco divulgado, e que muita gente não se atenta, mas você é "cliente" "dono" ao mesmo tempo, e por isso os cooperados podem vir a responder por causa dos débitos da cooperativa, nos termos do artigo 13 da Lei nº 5.764/1971, que determina que responsabilidade dos cooperados é subsidiária (somente poderá ser invocada depois de judicialmente exigida da cooperativa).

Ainda que seja um risco baixo, pelo menos com relação as grandes cooperativas de crédito, como sicoob, eu não me sinto confortável por ter essa "brecha", que pode colocar meu patrimônio em risco...

Bom dia @Thiago Cappi Da Cruz

Eu fui pesquisar sobre o funcionamento das cooperativas,  porque para falar a verdade estava pouco informado sobre esse tipo de assunto.

E o sistema de cooperativas já cresceu bastante no Brasil e estão conquistado a cada dia mais espaço no mercado financeiro.

Agora mesmo saiu a notícia que as cooperativas vão poder oferecer LCIs e LCAs nos bancos.

Até já vi algumas.

Mas elas não são garantidas pelo FGC, e sim pelo FGCOOP.

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