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Você ainda é você?


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14 horas atrás, Ricardo Ochoa disse:

Já a premissa, não parece válida, ou um pouco forçada para levar a um sofisma.

A consciência não é um resultado, é a origem onde vai realizar o processamento, o processamento de informações já é feito sem necessidade de IA, ou consciência.

Mas concordo que se a IA chegar a um nível de decisão, próxima do consciente já teríamos algum perigo o que levaria a uma discussão ética, por isso que teve um acordo para parar um pouco com os testes de IA sem uma padronização das validações. Para não chegar a um ponto de usar qualquer IA e achar que só por ser IA não pode errar.

 

Dois exemplos de sofisma:

Deus é amor.

O amor é cego.

Steve Wonder é cego.

Logo, Steve Wonder é Deus.

 

Disseram-me que eu sou ninguém.

Ninguém é perfeito.

Logo, eu sou perfeito.

Mas só Deus é perfeito.

Portanto, eu sou Deus.

Se Steve Wonder é Deus, eu sou Steve Wonder.

Meu Deus, eu sou cego!

Na verdade não, a consciência, aparentemente, não é quem toma a decisão. apenas justifica o que já foi decidido.

Um trabalho clássico de Dan Wegner e Thalia Wheatley (Apparent mental causation: Sources of the experience of will.) mostrou que o nosso cérebro é ativado antes de tomarmos consciência de uma decisão. O processamento das informações é inconsciente. Inclusive, provavelmente, não é processado apenas no cérebro, mas também em neurônios espalhados pelo corpo, em especial no intestino (Recomendo o trabalho do Antônio Damásio - O Erro de Descartes e do Michael S. Gazzaniga - Quem está no Comando?). 

 

É com base nisso então, e em várias outras evidências, que Dennett sugere que a consciência é o resultado do processamento inconsciente das informações e ela, a consciência, surge de um processo de Capacidade sem Compreensão.

 

Existe também um outro conceito, que se soma com os demais, que é a da Integração e Informação. Um sistema apresenta diferentes níveis de consciência que vão variar de acordo com o nível de Integração e Informação contido nesse sistema. Sugestão -> Being You: A New Science of Consciousness do Anil Seth.

 

E aqui temos mais uma complicação. Se isso funciona assim, existe livre arbítrio?

 

PS.: Um detalhe, o que vc explicou chama-se Falso Silogismo, quando usamos premissas falsas para chegar a uma conclusão. Sofismo é uma escola filosófica da Grécia antiga que estava preocupada com a dialética e a retórica. O

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15 minutes ago, Guilherme Ferreira Silveira disse:

Na verdade não, a consciência, aparentemente, não é quem toma a decisão. apenas justifica o que já foi decidido.

Um trabalho clássico de Dan Wegner e Thalia Wheatley (Apparent mental causation: Sources of the experience of will.) mostrou que o nosso cérebro é ativado antes de tomarmos consciência de uma decisão. O processamento das informações é inconsciente. Inclusive, provavelmente, não é processado apenas no cérebro, mas também em neurônios espalhados pelo corpo, em especial no intestino (Recomendo o trabalho do Antônio Damásio - O Erro de Descartes e do Michael S. Gazzaniga - Quem está no Comando?). 

 

É com base nisso então, e em várias outras evidências, que Dennett sugere que a consciência é o resultado do processamento inconsciente das informações e ela, a consciência, surge de um processo de Capacidade sem Compreensão.

 

Existe também um outro conceito, que se soma com os demais, que é a da Integração e Informação. Um sistema apresenta diferentes níveis de consciência que vão variar de acordo com o nível de Integração e Informação contido nesse sistema. Sugestão -> Being You: A New Science of Consciousness do Anil Seth.

 

E aqui temos mais uma complicação. Se isso funciona assim, existe livre arbítrio?

 

PS.: Um detalhe, o que vc explicou chama-se Falso Silogismo, quando usamos premissas falsas para chegar a uma conclusão. Sofismo é uma escola filosófica da Grécia antiga que estava preocupada com a dialética e a retórica. O

Sim entendo seu ponto, mas misturar filosofia com IA, não pode seguir apenas o caminho do pensamento filosófico, tem que aceitar, ceder a algumas definições convencionais, tecnológicas, para chegar ate o IA, ou acabaria discutindo ate o nome, porque não seria de fato uma "inteligencia" e também não seria "artificial".

Mas li um pouco sobre as discussões filosóficas sobre a IA, nas perspectivas de

  • Natureza da inteligência
  • Consciência e subjetividade (exclusividade ou não, dos seres humanos)
  • Ética da IA 
  • Relação entre humanos e IA

A definição de inteligência pode variar dependendo da abordagem filosófica  adotada (Intelectualismo, Existencialismo, Pragmatismo, Cognitivismo...)

Algumas correntes pós-modernas questionam as dicotomias tradicionais entre o natural e o artificial, argumentando que essas categorias são socialmente construídas e fluidas. Nessa perspectiva, a artificialidade pode ser vista como uma construção discursiva que não possui uma base ontológica fixa.

O estudo do Daniel M Wegner trata mais da origem vontade e a ordem dos acontecimentos do que da definição de consciência, mesmo assim é um estudo filosófico (de 1999), não foram feitas MRIs para verificar as regiões de ativação cerebral, o que traria realmente uma evidencia.

 

Um detalhe,

O silogismo é parte integrante da lógica aristotélica e está baseado na dedução. A falacia é um falso silogismo, todo sofisma é considerado uma falácia, e sofisma é um tipo de falacia, mas nem todo falso silogismo é necessariamente um sofisma. Sofisma não é uma escola grega, sofistas são os filósofos da Grécia antiga.

https://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=sofisma

https://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=sofista

https://www.todamateria.com.br/sofisma/

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4 horas atrás, Ricardo Ochoa disse:

Sim entendo seu ponto, mas misturar filosofia com IA, não pode seguir apenas o caminho do pensamento filosófico, tem que aceitar, ceder a algumas definições convencionais, tecnológicas, para chegar ate o IA, ou acabaria discutindo ate o nome, porque não seria de fato uma "inteligencia" e também não seria "artificial".

Mas li um pouco sobre as discussões filosóficas sobre a IA, nas perspectivas de

  • Natureza da inteligência
  • Consciência e subjetividade (exclusividade ou não, dos seres humanos)
  • Ética da IA 
  • Relação entre humanos e IA

A definição de inteligência pode variar dependendo da abordagem filosófica  adotada (Intelectualismo, Existencialismo, Pragmatismo, Cognitivismo...)

Algumas correntes pós-modernas questionam as dicotomias tradicionais entre o natural e o artificial, argumentando que essas categorias são socialmente construídas e fluidas. Nessa perspectiva, a artificialidade pode ser vista como uma construção discursiva que não possui uma base ontológica fixa.

O estudo do Daniel M Wegner trata mais da origem vontade e a ordem dos acontecimentos do que da definição de consciência, mesmo assim é um estudo filosófico (de 1999), não foram feitas MRIs para verificar as regiões de ativação cerebral, o que traria realmente uma evidencia.

 

Um detalhe,

O silogismo é parte integrante da lógica aristotélica e está baseado na dedução. A falacia é um falso silogismo, todo sofisma é considerado uma falácia, e sofisma é um tipo de falacia, mas nem todo falso silogismo é necessariamente um sofisma. Sofisma não é uma escola grega, sofistas são os filósofos da Grécia antiga.

https://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=sofisma

https://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=sofista

https://www.todamateria.com.br/sofisma/

Vale muito a pena se aprofundar. A Filosofia da Mente é uma área que busca entender a consciência. Portanto, não se trata de misturar filosofia com IA. Filosofia é uma maneira de se formular perguntar, então, podemos fazer perguntas filosóficas sobre IA, assumindo premissas de diferentes escolas, como você citou.

Para isso, é necessário definir termos e assumir premissas, se não você se perde em milhões de definições. O legal é que os autores que eu citei, tem trabalhos muito amplos, alguns deles com mais de 30 anos, sobre o tema. Vale muito a pena se aprofundar como falei.

 

Recentemente eu li duas obras que recomendo em relação, especificamente, a consciência e a IAG:

Reality+: Virtual Worlds and the Problems of Philosophy de David J Chalmers, o mesmo teórico que fala sobre os Zumbies.

Life 3.0: Being Human in the Age of Artificial Intelligence, do Max Tegmark, professor do MIT que, buscando discutir a ética em relação a IAG, fundou a Future of Life Institute, tendo Elon Musk como um dos signatários.

 

É por aí, silogismo é aristotélico e sofismo é baseado em análise de discurso. Na Grécia antiga, os grupos de filósofos são escolas.

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On 15/07/2023 at 16:53, Guilherme Ferreira Silveira disse:

Vale muito a pena se aprofundar. A Filosofia da Mente é uma área que busca entender a consciência. Portanto, não se trata de misturar filosofia com IA. Filosofia é uma maneira de se formular perguntar, então, podemos fazer perguntas filosóficas sobre IA, assumindo premissas de diferentes escolas, como você citou.

Para isso, é necessário definir termos e assumir premissas, se não você se perde em milhões de definições. O legal é que os autores que eu citei, tem trabalhos muito amplos, alguns deles com mais de 30 anos, sobre o tema. Vale muito a pena se aprofundar como falei.

 

Recentemente eu li duas obras que recomendo em relação, especificamente, a consciência e a IAG:

Reality+: Virtual Worlds and the Problems of Philosophy de David J Chalmers, o mesmo teórico que fala sobre os Zumbies.

Life 3.0: Being Human in the Age of Artificial Intelligence, do Max Tegmark, professor do MIT que, buscando discutir a ética em relação a IAG, fundou a Future of Life Institute, tendo Elon Musk como um dos signatários.

 

É por aí, silogismo é aristotélico e sofismo é baseado em análise de discurso. Na Grécia antiga, os grupos de filósofos são escolas.

E a pergunta filosófica do dia, se você leu meus post e não reagiu quer dizer que você não leu? Mas se respondeu, quer dizer que leu e a sua resposta é uma reação, não externada pelas convenções dos ícones de reação, será que o post merece uma reação, eu reajo logo existo.

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