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USO DO DINHEIRO É BEM MAIOR ENTRE CLASSES DE RENDA MAIS BAIXA


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A pesquisa do Instituto Locomotiva foi feita com 1.500 pessoas acima de 18 anos Quase metade dos brasileiros cita o dinheiro como principal meio para pagar suas compras. O uso, no entanto, é muito diferente de acordo com a classe de renda, como mostra uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva em janeiro deste ano. Nas classes D e E, 65\% disseram que o dinheiro é a forma de pagamento mais utilizada, parcela que cai para 38\% na classe C e para 15\% nas classes A e B. Os números da pesquisa refletem o cenário pós-pandemia, em que houve, ao mesmo tempo, aumento da digitalização da economia e do uso do dinheiro, impulsionado pelo auxílio emergencial. Nas classes de renda mais baixas, beneficiárias do programa de apoio do governo, o hábito de uso do dinheiro já era mais frequente e acabou intensificado no contexto da crise em função da covid-19. O Banco Central recorreu até mesmo ao lançamento da nota de R$ 200, para evitar qualquer risco de falta de papel moeda nos bancos. “Na pandemia, há mais digitalização, que muda os fluxos de entrada de dinheiro. Isso tem influência do auxílio emergencial e de outros programas de ajuda de governos estaduais. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas sacam o dinheiro porque não conseguem negociar descontos nos outros meios de pagamento da mesma forma que com o dinheiro vivo”, afirma o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles. Professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Rodrigo De Losso destaca a influência conjunta do aumento da quantidade de dinheiro em circulação na pandemia, em função do pagamento do auxílio emergencial, e da expansão da informalidade no mercado de trabalho no período mais recente. “Essas pessoas mais vulneráveis, que receberam o auxílio, geralmente sacam o dinheiro que recebem na boca do caixa. Ao mesmo tempo, avançou a quantidade de trabalhadores informais, que tendem a receber mais em dinheiro”, diz. Na avaliação de Meirelles, o uso do dinheiro está diretamente ligado à chamada “lógica da pechincha” e do controle do dinheiro. E o movimento se intensifica num contexto de crise como o que se vive desde 2020, com a necessidade de as pessoas fazerem o dinheiro render mais. “Na crise, é preciso economizar mais. Com dinheiro vivo, as pessoas conseguem negociar mais que com o cartão, por exemplo. O maior rendimento é o de 5\% do uso do dinheiro vivo. Além disso, o dinheiro dá sensação de controle. Cartão na mão é vendaval”, diz ele. A pesquisa do Instituto Locomotiva - feita com 1.500 pessoas acima de 18 anos - aponta ainda as vantagens para o uso do dinheiro nas compras. As razões mais citadas foram desconto no pagamento (51\% dos entrevistados), possibilidade de negociar o preço (45\%), praticidade (40\%), mais facilidade no controle de gastos (35\%) e ausência de taxas (34\%). O levantamento revela também que 22\% dos brasileiros com renda recebem a maior parte dos seus recursos em dinheiro, um contingente de 29,8 milhões de pessoas. Já a parcela dos que ganham ao menos uma parte da renda em dinheiro chega a 28\%, ou 37,9 milhões de pessoas. Moradora de Manaus (AM), Fabíola Cristina de Lima Veras, de 38 anos, é uma das brasileiras que usa dinheiro em busca de descontos nas compras. Fabíola trabalha vendendo cosméticos e doces feitos por ela, que precisa ficar em casa para cuidar do filho Leonardo, de seis anos, que nasceu com uma má formação genética e tem dificuldades de desenvolvimento. “No mercadinho aqui perto de casa, só pago em dinheiro. Eles cobram mais para o pagamento em cartão. Quando preciso comprar em outros lugares, o dinheiro me ajuda a conseguir descontos, faz diferença no orçamento”, diz ela.
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Boa comparação! Eu já acho que a digitalização nos deu diversos benefícios tbm, como cashback ou pontuações, óbvio que se você for comprar algo numa feira, pagar uma mão de obra na sua casa ou coisas do tipo, o dinheiro em espécie tem seu poder, mais em muitos outros casoso cartão de débito e peincipalmente o de crédito devem ser levados em consideração, é tudo um equilíbrio e achoque devemos aproveitar o melhor de todas as opções.
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Eu particularmente quase não tenho papel-moeda comigo, apenas cartão! Uso dinheiro físico em raras exceções (quando tem aquele descontinho extra ou o pagamento precisa necessariamente sem em espécie). Eu acho mais na mão usar o cartão para rastrear onde está sendo usado o dinheiro, também sempre dou preferência em passar no crédito (quando não há diferença de valor no débito). E vocês, sardinhas? Como normalmente fazem suas compras??
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