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Exibindo conteúdo com a maior reputação em 11/21/22 em todas as áreas
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Estou aqui nas terras da cerveja, chucrute e da salcisha, mais vulgarmente conhecida como Alemanha, algumas coisas me saltaram aos olhos em Berlim. A primeira delas foi de fato a organização e limpeza da cidade, é realmente como a fama precede, tudo repleto de avisos, metodicamente organizado e com pouquíssimas pessoas trabalhando, presumo que seja a tal eficiência alemã, fora isso dei um relativo azar, peguei a cidade no início do inverno, está tudo coberto de neve, digo relativo, porque para alguns poderia ser considerado sorte, devido aos inúmeros filmes americanos que invadem a nossa mente, consideramos que talvez um amplo percentual de brasileiros ficassem felizes em ver a neve, não é o meu caso. Sou um legitimo goiano rabujento que odeio qualquer temperatura inferior a 16 graus celsius. Aí está a minha janela nesse exato momento às 14h46 minutos de uma segunda-feira, parece bonitinho, até você ter que colocar uma roupa por baixo da roupa por causa dela. Neve é um porre. A minha surpresa Mas tudo isso já era esperado, surpresa mesmo, foi ontem pela noite, decidi tomar uma saúna para abarcar um pouco desse frio insuportável, tenho tentado contribuir com os alemães e limitei o meu uso do aquecedor a no máximo 16 graus dentro do quarto. Afinal, a Rússia arrumou encrenca e eles precisam racionar, o que eu menos quero é ser aquele tipo de turista irresponsável que caga para a cidade que visita, dito isso, 16 graus celsius é muito mais quente que os -2 graus lá de fora, mas ainda é muito frio para um goiano, a temperatura média anual em Goiás é de 25 graus celsius, entretanto isso inclui as 12 horas noturnas em que a cidade fica mais fria e em que eu estou dormindo a maior parte do tempo, no dia a dia, convivemos com temperaturas superiores a 27 graus celsius basicamente o ano todo. A sauna então parecia uma boa ideia, quente, insuportavelmente quente e gostosinha, faz bem para os pulmões e para a pele (é o que dizem, deve ser mentira, o ser humano não nasceu para estar em 60 graus), coloquei a minha cueca mais fina, não trouxe sunga e o meu short de banho, nada é mais ridículo do que um homem de short de banho, e fui ao sétimo andar, na entrada maçãs verdes, uma água aromatizada e uma porta pedindo que eu colocasse meu cartão, passei o cartãozinho e ouvi o agradável barulho de "deu certo" com uma luz verde. Sempre confundo pull and push, então fiz o inverso do que a porta mandava e depois já acostumado a minha habitual incompetência, adentrei o recinto. Parecia tudo normal, fui caminhando tranquilamente, avistei aquelas chinelinhas ridiculas de hotel e algumas toalhas jogadas, nenhuma roupa pelo chão, eu deveria ter desconfiado, mas não, não desconfiei. Avistei a sauna e não pude conter a minha alegria, fui logo arrancando meu roupão e indo em destino aquela maravilha aquecida. Ao empurrar a porta, me deparo com um casal de jovens, 64 e 66 anos respectivamente, estaria tudo bem, não sou etarista, um dia todos vamos envelhecer, não tenho nada contra a pele humana enrugada, mas eu avistei muito mais do que deveria, as bolas do senhor estavam próximas ao banco, sim, eu vi as bolas dele, ele estava completamente nu e com o saco incrivelmente depilado, levei uns 3 segundos para perceber que aquilo rosa, era a cabeça do pênis dele, mais murcho que uma laranja esquecida na cesta por 16 dias. Susto tomado, olho para a senhora e ali estão um par de tetas, me encarando com uma vagina à mostra, eu nunca tinha visto uma vagina idosa, fica menos feia do que o pênis, é preciso admitir, continua esticadinha diga-se de passagem, seremos felizes na terceira idade senhores. Tomei um susto da porra, fechei de volta a porta e os dois sorridentes me apontam o "cabideiro" como quem diz: - Vá lá, pendure seu roupão e coloque seu pirulito para fora você também. Ao me virar para trás, uns 4 ou 5 comensais todos NUS esperando que eu me decida por entrar ou não na bendita sauna. Arreguei. Precisei me deitar na esteira e racionar por uns segundos. Pensei bem e decidi: - São só bucetas e rolas. Não faz sentido temer. Criei coragem, baixei os shorts por debaixo do roupão, e fiquei ali sentindo o ar fresco nas partes, mais uns 2 minutos de reflexão, larguei o celular em cima da esteira e fui para a ducha. Não tem nenhuma divisória, um rapaz mais branco que a minha toalha, tomava uma ducha peladão com as nadegas de fora, tirei o roupão e ele me disse: - Hallo!! E algo que eu acho que foi "Guten Abend" (boa noite) Respondi com um aceno tímido de mão, ele falou alguma coisa em alemão e eu disse que não falava "deutsch", ele me perguntou de onde eu era, enquanto eu estava tentando apertar o botão para ligar a porra da água, eu respondi Brasil ele ficou feliz, disse algumas coisas, apertou o "negócio" da ducha para mim e saiu tranquilamente. Ali percebi que o louco era eu, estavam todos vivendo. Criei coragem e entrei na sauna, peladão, como Deus me mandou ao mundo. Depois de alguns minutos, te juro que você se acostuma, estão todos pelados, conversando sobre amenidades e pronto. Se você acha que isso me assustou, você está enganado. O que realmente me deu medo na Alemanha Eu levei a sauna numa boa, o mais assustador foi receber minhas "notinhas" em bares e restaurantes, tudo tem o tal IVA, um imposto embutido de 7 a 19%, até aqui, ok, também temos um alto imposto sobre consumo no Brasil. Mas quando eu vi a tabela de imposto de renda ALEMÃO, ali meus amigos, eu tranquei o c*, não tive nem coragem de postar para não dar ideia para políticos brasileiros. Sim, a aliquota chega a incriveis 45% de IR. Loucura. Existe ainda um sistema de classes onde casais podem escolher entre as classes: 3 e 5 e a classe 4. As classes 3 e 5 é para casais onde uma das pessoas do casal ganha MUITO mais dinheiro que a outra, assim eles escolhem a que tem o menor salário para ficar com a maior carga tributária, reduzindo a incidência de imposto sobre a maior parte da receita do casal, uma das vantagens de ser casado por aqui. A Classe 4 são para casais que ganham valores parecidos, nesse caso, o imposto é igual para ambos. Eu confesso que fiquei assombrado. O país de fato tem uma excelente infraestrutura, os serviços públicos incluindo museus, são de ótima qualidade, mas o valor que os alemães pagam por isso é assustador. A lenda Maaas, sabe aquela velha lenda que na Alemanha ou França, não existem salários gigantescos? Que o Gari e o Médico ganham basicamente a mesma coisa e que aqui a igualdade social reina? Pois é, absoluta mentira, eu nunca tinha visto tantas lamborghinis, restaurantes absurdamente caros em contraste com os lugares mais baratinhos, em toda a minha vida. A Alemanha tem pessoas extremamente ricas, a diferença é que os mais pobres tem uma boa condição de vida e cá entre nós, eu acho isso super legal, só não acho que a gente precise de um imposto de 45% sobre a renda para isso. Nota: Apesar disso, o imposto sobre empresas é realmente tranquilo e muita gente utiliza a empresa para gastos pessoais, descobri isso com um amigo que trabalha no mercado financeiro aqui. Em resumo, em todo canto, os ricos fogem dos impostos e os menos ricos, continuam a se fuder.5 pontos
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Bom dia, Sardinhas, segue fato relevante da Copel, comunicando um andamento da privatização da empresa, abrindo o pregão com uma alta de 22,35%, aos R$8,77 na CPLE6! A COPEL (“Companhia”), empresa que gera, transmite, distribui e comercializa energia, comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que recebeu, nesta data, do Estado do Paraná, acionista controlador da Companhia, o Ofício CEE/G 554/22, transcrito abaixo: “Senhor Diretor Presidente, 1. Comunico que o Estado do Paraná, na qualidade de acionista controlador da COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA – COPEL (“Copel” ou “Companhia”), com base em estudo elaborado pelo Conselho de Controle das Empresas Estaduais – CCEE, tem a intenção de transformar a Copel em companhia de capital disperso e sem acionista controlador (Corporação), transformação essa a ser realizada envolvendo oferta pública de distribuição secundária de ações ordinárias e/ou certificados de depósito de ações (units) de emissão da Companhia (“Operação”). 2. A Operação objetiva a captação de recursos financeiros para suprir necessidades de investimento do Estado do Paraná, bem como a valorização de suas ações remanescentes detidas na Copel, valorização essa que deverá derivar da potencial geração de valor aos acionistas, inclusive em virtude de eventual capitalização da Companhia e aceleração de seu plano de negócios. 3. O modelo de governança em estudo prevê que, uma vez implementada a Operação, o Estado do Paraná permaneça com participação relevante não inferior a 15% do capital social total da Copel e 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações com direito a voto de emissão da Companhia. Para tanto, o estatuto social da Copel deverá ser alterado com objetivo de refletir as seguintes premissas: a) prever que nenhum acionista ou grupo de acionistas poderá exercer votos em número superior a 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações com direito a voto em cada deliberação da assembleia geral; b) vedar a realização de acordos de acionistas para o exercício de direito de voto, exceto para a formação de blocos com número de votos inferior ao limite de voto que trata a alínea anterior; c) estabelecer que a sede da Copel deve, obrigatoriamente, ser mantida no Estado do Paraná; d) dispor que a denominação da Copel não poderá ser alterada; e e) criar ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do Estado do Paraná, nos termos do §7.º do art. 17 da Lei Federal n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que conferirá o poder de veto nas deliberações da assembleia geral relacionadas às matérias de que trata este parágrafo e à autorização para os administradores aprovarem e executarem o Plano Anual de Investimentos da Copel Distribuição caso os investimentos, a partir deste ciclo tarifário, considerados prudentes pela Aneel, não atinjam, no mínimo, 2,0x da Quota de Reintegração Regulatória (QRR), daquele mesmo ciclo de Revisão Tarifária Ordinária e/ou, no acumulado, até o final da concessão. Neste caso, o referido poder de veto conferido pela ação preferencial somente poderá ser exercido se o Estado do Paraná detiver, no mínimo, 10% (dez por cento) do capital social total da COPEL. 4. Nos termos do artigo 27, XIX, da Constituição do Estado do Paraná, a Operação está sujeita à prévia autorização legislativa, de modo que oportunamente será apresentado projeto de lei a ser deliberado pelos senhores deputados estaduais do Paraná, tendo por objeto a referida autorização, refletindo as premissas acima. 5. O Conselho de Controle das Empresas Estaduais – CCEE, em atenção à Lei Estadual n.º 18.875, de 27 de setembro de 2016 (“Lei 18.875”) e do Decreto n.º 6.262, de 20 de fevereiro de 2017 (“Decreto 6.262”), conforme alterados, será responsável pelo acompanhamento do processo aqui descrito e à Casa Civil do Estado do Paraná dos atos de execução, podendo inclusive contratar serviços de consultoria e assessoria técnica especializadas necessários ou designar quem a faça. 6. A Operação estará sujeita, ainda, a análise do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (“TCE”), nos termos da Lei Complementar n.º 113, de 15 de dezembro de 2005 (“Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado do Paraná”). 7. Requer-se que o Senhor comunique o teor deste ofício aos órgãos internos de governança da Companhia e providencie a divulgação ao mercado em atendimento à legislação aplicável. Atenciosamente, CARLOS MASSA RATINHO JUNIOR Governador do Estado”.3 pontos
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@Matheus Malheiros Pinto relatos dignos dos contos/livros da SABRINA. PS: precisa ter um tempo de estrada para saber a referência rsrsrsrsrs3 pontos
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Boa tarde gente!! Vi essa thread produzida pelo Leandro Siqueira | Edufinance e achei interessante compartilhar com vocês, sobretudo porque muita gente está depositando esperanças na IRB na onda do Barsi, muitas vezes sem entender direito o que aconteceu para a empresa chegar na situação que está. Dado os devidos créditos, vamos a historia. Por anos o IRB ocupou o cargo de queridinha do mercado financeiro. Bancos, researchs e gestores idolatravam a empresa. Com a alta irrefreável, investidores fizeram fortunas com as ações dela. Aparentemente, não havia nada que pudesse dar errado – mas só aparentemente. Numa prosaica segunda-feira, o inesperado aconteceu: a Squadra, renomada gestora carioca, divulgou uma carta ao mercado. Indo na contramão do que todos acreditavam, ela dizia apostar na queda das ações do IRB. O motivo? A descoberta de uma fraude colossal. O IRB foi criado em 1939. Na época, o Brasil era governado por Getúlio Vargas, um presidente com claro viés nacionalista. No seu governo, foram criadas as maiores estatais brasileiras: Petrobras Vale CSN O mote por trás da criação das estatais era impedir que as riquezas brasileiras fossem parar nas mãos dos estrangeiros. Contudo, uma riqueza havia sido deixada de lado nessa história: o seguro de grandes riscos. O seguro de grandes riscos é aquele em que o valor coberto é tão alto, mas tão alto, que uma seguradora sozinha não conseguiria dar conta de pagar a indenização caso acontecesse um desastre. Na época, esse mercado era dominado por empresas internacionais. Logo, muito dinheiro saía do Brasil, tornando o dólar mais escasso e, consequentemente, mais caro. Pra dar um basta nisso, Getúlio criou o Instituto de Resseguros do Brasil – agora, denominado IRB. Há vários tipos de seguro: de vida, de carros, de incêndio e até de geadas. O evento que leva o seguro a pagar a indenização é chamado de "sinistro". Já o dinheiro que o cliente paga pelo seguro é chamado de "prêmio". Ganhar dinheiro vendendo seguros é "simples". Tudo o que a seguradora precisa fazer é ganhar mais com os prêmios do que ela vai gastar com sinistros. Pra conseguir isso, a seguradora usa a chamada "Lei dos Grandes Números". Vamos imaginar que a chance do seu carro ser roubado durante um ano é de +- 0,3%. Considerando que o seu carro custe R$ 100 mil, o valor que você deve esperar perder ao ano é de: O problema é que ninguém rouba em "parcelas". Quando você é roubado, R$ 100 mil vão embora de uma vez. Portanto, esse "valor esperado" faz pouco sentido pra você na prática. É aí que entra a Lei dos Grandes Números O que a Lei dos Grandes Números diz é que a probabilidade real se aproxima da teórica quanto maior o número de observações. Explicando em bom português: As chances de você tirar "coroa" ao jogar uma moeda pra cima são de 50%. Isso implica que se você jogar uma moeda 10x pra cima, vão sair necessariamente 5x coroa? Obviamente, não. Entretanto, caso você jogue a moeda milhares de vezes pra cima, aí sim, é bem provável que metade dê coroa. Quanto maior o número de observações (moedas jogadas) mais próxima a probabilidade teórica (50%) fica da probabilidade real (número de coroas). Você pode até não conseguir prever quando o seu carro vai ser roubado. No entanto, você consegue estimar quantos carros vão ser roubados quando reúne milhares deles (muitas observações). Com isso, o "valor esperado" de R$ 300 passar a fazer sentido. Nasce aí uma oportunidade fascinante: Reunindo 1.000 pessoas e considerando 0,3% de chance de cada carro ser roubado, dá pra estimar que 3 carros vão ser roubados todo ano. Como cada um vale R$ 100 mil, isso dá R$ 300 mil reais. Tudo o que elas precisam fazer para se proteger do risco de ter o carro roubado é criar uma "vaquinha". Nela, cada uma contribui com R$ 300/ano. A grana é usada para indenizar quem for roubado. É trocar a chance pequena de uma perde enorme, pela certeza de uma perda pequena. O que as seguradoras fazem é ganhar dinheiro ao "intermediar a vaquinha". Várias pessoas pagam um valor "prêmio" Quem tiver o carro roubado, ganha uma indenização. Há 1 problema nisso: o risco catastrófico. Teoricamente, quanto mais gente comprar o seguro, melhor. Só que isso dá brecha para uma "catástrofe", em que o número de carros roubados extrapola o esperado. Nisso, a seguradora pode não ter grana pra pagar todas as indenizações. Em 2005, vários furacões atingiram a Flórida e as indenizações dos seguros chegaram na casa de $ 35 bilhões de dólares. Caso uma seguradora tivesse que bancar tudo isso sozinha, ela certamente iria à falência. É aqui que os resseguros entram em cena. O resseguro é uma espécie de seguro do seguro. Nele, parte do risco das seguradoras é "vendido" para as resseguradoras. Caso uma catástrofe aconteça, as resseguradoras entram em cena, evitando a quebra da seguradoras. No caso dos furacões que atingiram a Flórida, dos dos $ 35 bilhões pagos em indenização, $ 22 bilhões saíram dos cofres das resseguradoras. A questão é: aqui no Brasil, eventos catastróficos são raros. Qual a lógica, então, de existir uma resseguradora? Bom, não sei se você percebeu, mas tudo o que uma seguradora precisa fazer para ganhar dinheiro é assinar um papel. Quando ela assina (em geral), o dinheiro do prêmio já cai na conta. A indenização, por sua vez, só precisará ser paga lá na frente, quando o sinistro acontecer. O dinheiro que fica na conta "esperando" o sinistro acontecer é chamado de "float". Esse float pode ser investido, rendendo uma grana pra seguradora. O problema é: como garantir que a seguradora terá dinheiro para pagar as indenizações lá na frente? Pra garantir isso, a SUSEP (regulador) criou um negócio chamado "limite de retenção". Esse limite determina que a quantidade de seguros que a empresa pode vender é restringida pelo patrimônio líquido dela (a grana que ela tem). Em geral, esse limite é de 5% do patrimônio. Toda vez que a seguradora vende um seguro, o patrimônio dela diminui. A explicação é: Quando o dinheiro da venda entra, o ativo aumenta Só que esse dinheiro é provisionado, o que também aumenta o passivo O nome disso é "Diferimento de Receita". O problema é que a empresa gasta uma grana pra vender o seguro (vendedores etc). Esse gasto entra como despesa ("custos de aquisição"), o que reduz o patrimônio líquido. Logo, a seguro vendido, o patrimônio diminui. That's a problem: quanto mais seguro você vende, menos você pode vender (independente do tipo, já que seu patrimônio diminuiu). A boa notícia é que há uma solução: resseguros. O que as seguradoras fazem no Brasil é transferir uma parte dos seguros que elas venderam para as resseguradoras. A princípio, pode parecer que é a mesma coisa que vender menos seguros. A não ser por um detalhe: a comissão de resseguro. Essas comissões são pagas pelas resseguradoras para (teoricamente) compensar os "custos de aquisição" que as seguradoras tiveram. Na prática, as comissões são maiores do que os custos. Portanto, toda vez que a seguradora faz um resseguro, o patrimônio dela aumenta. O nome disso é "surplus relief". As seguradoras e ressegurados têm um negócio muito parecido. A grande diferença é que: Seguradoras são varejistas (vendem para pessoas) Resseguradoras são atacados (vendem para as seguradoras) Por conta disso, o "float" que fica nas resseguradoras é gigantesco. Com uma taxa de juros real média em torno de 6% a.a., dá pra fazer fortunas só investindo esse float. É assim que as resseguradoras (br) ganham dinheiro. Agora que você entendeu tudo isso, será muito mais fácil compreender como o IRB arquitetou a sua fraude. O IRB era a empresa dos sonhos: Lucros altos Crescimento constante Excelente ROE Enquanto em 2018 o ROE do IRB chegou a mais de 30%, o das concorrentes não passava de míseros 5% ao ano. O IRB, de acordo com os dados, era a melhor resseguradora do MUNDO. Bom demais pra ser verdade. Das duas uma: ou eles tinham descoberto a fórmula mágica do dinheiro ou havia algo muito errado nessa história. Havia uma explicação para esse ROE fenomenal, segundo um relatório do Morgan Stanley: a taxa de sinistralidade. Taxa de sinistralidade nada mais é do que quanto a empresa gastou com indenizações a cada R$ 1 que ela ganhou vendendo seguros. Em 2018, a sinistralidade do IRB foi de 56%. Isso era estranho: a taxa média das resseguradoras ao redor do mundo inteiro era de +- 75%. Desde o IPO, a sinistralidade do IRB no Brasil havia sido de 35%, o que, na linguagem popular, é f*cking impossível. Olhando os dados disponíveis na SUSEP, a taxa de sinistralidade média no Brasil era de 61% desde 2017. O IRB tem mais de 40% do mercado de resseguros no Brasil. Pra conta fechar, as outras resseguradoras deveriam ter uma taxa de 75%: mais que o dobro da IRB. Só que havia algo pior. Quando rola um sinistro, a resseguradora não indeniza direto o cliente, mas sim a seguradora (que repassa a grana). Nos dados da SUSEP, constava o quanto as seguradoras receberam de reembolso da IRB. Adivinha só? Esses dados não batiam com os que constavam na DRE do IRB. Em bom português, ela divulgava uma despesa com sinistros muito menor do que realmente era pago, fazendo a taxa de sinistralidade dela ser muito menor do que o normal. No total, entre 2017 e 2019, essa diferença chegou a surreais R$ 1,6 bilhão de reais. Como explicar essa diferença gritante? Pra responder essa pergunta, a Squadra foi atrás do Triângulo de Sinistros. Esse triângulo divide os resseguros de acordo com o ano em que eles foram vendidos. Nessa imagem estão os anos em que os resseguros foram feitos. Dos feitos em 2014, por exemplo, a IRB gastou R$ 50 mi com sinistros no mesmo ano. Já no ano seguinte, em 2015, ela gastou R$ 500 mi. Em 2016, ela gastou mais R$ 1 bilhão. (assim a coisa vai até 2019) Essa é a origem da "ilusão". Calculando a taxa de sinistralidade pela mera divisão do quanto o IRB gastou com sinistros em um ano pelo quanto ela ganhou com resseguros nesse mesmo ano, vamos encontrar um valor muito baixo. O motivo é simples: sinistros demoram a acontecer. Com o número de resseguros vendidos crescendo, sempre vai haver + grana entrando do que saindo (criando a ilusão de que a sinistralidade está baixa). Calculando pelo triângulo, porém, a sinistralidade do IRB entre 2017 e 2019 era de 70%. Esse truque funciona bem: até que a rodar para de girar. Não dá pra vender um número cada vez maior de resseguros todo ano. Uma hora, a verdade viria à tona. Foi aí que o IRB teve uma ideia brilhante. Existe um "delay" entre a resseguradora ser avisada que houve um sinistro e de fato pagar o reembolso à seguradora. Como nada pode escapar da contabilidade, é criado uma "Provisão de Sinistros a Liquidar* (PSL) para registrar o valor que ainda deverá ser pago. O que pouca gente sabe é que no momento em que o seguro é ativado (um carro que bateu, por exemplo), a seguradora (ou resseguradora) passa a ser dona dele. Ela pode, então, vender a carcaça e ficar com o dinheiro. Essa grana é o que a gente chama de "salvados e ressarcidos". Como existe a chance do IRB recuperar uma grana com isso, ela pode reduzir o valor provisionado pelo quanto ela ACREDITA que conseguirá reaver. Praticamente nenhuma resseguradora faz isso. Nem o IRB fazia: até 2019. Com o cerco apertando, ele mudou de ideia. O achismo começou com R$ 150 milhões (6% da PSL). Em pouco tempo, esse valor já chegava a R$ 600 milhões (30% da PSL). Esse truque foi ótimo para maquiar o crescimento da taxa de sinistralidade. A cartada final, porém, foi ainda melhor. Quando ainda era estatal, há uns 30 anos, o IRB comprou vários shoppings. Desde então, o valor deles no Balanço Patrimonial da empresa era o mesmo. Em 2019, eles venderam os shoppings, gerando um lucro enorme. Valorização? Não, apenas atualização de um valor que não mudava há 30 anos. Voilà: + R$ 300 milhões de reais em lucro contábil. Resumo da ópera, esses foram os 3 truques usados pela IRB: Reduzir a PSL estimando salvados e ressarcidos • Reverter provisões antigas • Vender ativos antigos Juntos, eles geraram + R$ 2 bilhões de reais em lucro “fictício”, digamos assim E o pior, boa parte dentro da lei! A lição é simples: quanto mais liberdade contábil a empresa tiver, maior o risco dela estar escondendo algo. Empresas cujo negócio envolve provisões têm liberdade para fazer quase o que quiserem. A melhor forma de identificar inconsistências é ficando de olho nas anomalias: ROEs incríveis Fluxo de caixa negativo vs lucro contábil positivo Provisões baixas (vs concorrentes) Falta de transparência Há, inclusive o Leandro tem um vídeo muito bacana da historia: https://www.youtube.com/watch?v=SCqsRZ4ly0Q&ab_channel=Edufinance E aqui você encontra outros tópicos que eu já publiquei por aqui na comunidade: O GLOSSÁRIO DEFINITIVO, ou quase, DE TERMOS DO MERCADO FINANCEIRO: https://comunidade.auvp.com.br/topic/3730-o-glossário-definitivo-ou-quase-de-termos-do-mercado-financeiro/ Aos mãos de alface: https://comunidade.auvp.com.br/topic/3663-aos-mãos-de-alface/ LFTS11 faz sentido ou não vale o tempo gasto?: https://comunidade.auvp.com.br/topic/3712-lfts11-faz-sentido-ou-não-vale-o-tempo-gasto/2 pontos
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Fiz uma pesquisa no Google e ele investiu um total de 120 Milhões na cotação média de R$ 5,50 por ação em 2021. E neste ano investiu mais 10 milhões na cotação média de R$ 1,20 por ação. Para que na reunião estatutária pudesse votar e colocar a filha dele como conselheira do comitê de auditoria estatutária, ela foi eleita e assumiu o cargo de 06/07/2022 à 23/05/2023 Segundo a pesquisa, o valor representava 3% do patrimônio dos Barsi na época.2 pontos
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O cara deu uma verdadeira aula sobre como funcionam seguradoras e o case da IRB 👏2 pontos
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Comprei algumas subscrições de FIIs. Agora apareceu na minha carteira a extensão 13 nos FIIs que adquiri na subscrição. TGAR13, VISC13 e HFOF13 Qual a diferença de 11 para 13? Em algum momento eles vão mudar? E quando recebo essas ofertas, com direito a certa quantidade de cotas, eu vi não me lembro onde que se eu não quiser comprar eu posso estar vendendo esses mesmas cotas só que por um valor bem simbólico. É verdade? Se sim, como eu faço isso?1 ponto
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Então Danilo mas no caso do post do nosso amigo é justamente para relatar a história por trás da IRB, sendo que até um tempo atrás muitos a consideravam a melhor opção … serve justamente para nos atentarmos em conhecer a história por trás do ticket da ação !1 ponto
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Acabei de ver que hoje é data com dos dividendos. Quem comprou sexta feira deve ter ficado só um pouco feliz hahahahaha1 ponto
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11 - o FII propriamente dito 12 - Direito de subscrição 13 - Direito de subscrição que você comprou 14 - geralmente sobras que você comprou1 ponto
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@Victor Antonio Cordeiro Rios parabéns, senacional que aula!!! eu tinha curiosidade sobre o setor e principalmente pela historia da IRB (sábado estava falando com uma amiga que vende seguros para empresa com faturamentos acima de 50MI, e ela dizia que os resseguros são quase todos feitos com a IRB e só por isso ela acreditava - viés - que a IRB vai decolar de novo), mas ela não soube me explicar como - foi mais pela esperança...1 ponto
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Essa greve que você contou me fez lembrar do jogo de ontem da copa - Qatar x Equador - só a torcida dos nossos vizinhos (mais ou menos porque não tem fronteira hahaha) gritando: "We want beer"1 ponto
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Pronto, agora lembrei das Revistas Almanaque Tex - A lenda do Faroeste (contemporâneo à época da Sabrina) os e as fortes entenderão. Kkkk1 ponto
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Mas olha, parafraseando o @Alf Junior, Vossa Excelência leva jeito pra relatar essas histórias, daqui a pouco pode virar escritor de conto erótico 😂😂1 ponto
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Storie nada @Matheus Malheiros Pinto, quase um relato para o Only F@ns kkkkk (vou me poupar de ver isso) rsrs. Já quanto ao imposto quando bem gasto, trazendo retorno (decente) para sociedade não é caro (ok 45% é abusivo) mas, se tiver retorno disso e bem gerenciado tudo bem. Aqui é não tem controle de gastos (o tal do teto foi parar na lua), isso é que desfavorece qualquer nova taxação. Enquanto isso "in Germany"... Perguntaram para um alemão qual a maior invenção alemã de todos os tempos? Ele respondeu: O Chopp Retrucaram: Diga uma invenção mecânica, elétrica... Ele treplicou: O Bomba do Chopp.1 ponto
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Uma boa notícia que saiu hoje, mas que já estava anunciada... O mercado já havia tirado a ação do patamar de 6,5 e elevado para 7,2 agora creio que ficará entre 7,8 e 8,0 na semana que vem... Mas é firme a intenção da dispersão de capital da Copel. O que é o Melhor para a empresa e para o mercado (no caso nós)... Creio que hoje não é um bom dia para comprar Copel...rsrsrsrs1 ponto
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O coisa boa hein, a primeira copa que ela lembra foi título, a primeira que eu realmente lembro alguma coisa foi quando a gente tomou aquele 7x1 😂1 ponto
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@Lucas Duarte Orestes a pessoa sai da escola, mas a quinta série não sai da pessoa kkkkk1 ponto
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Boa noite Nelson! Quando recebemos algum direito de subscrição de um FII, ele geralmente aparece com o final 12. Você pode entrar na aba de subscrições de sua corretora para exercer seu direito, não exercer e deixar virar "pó", ou vender no mercado, caso autorizado pelo fundo. Quando você exerce seu direito, o final 12 se transforma no 13 após a liquidação, que é um recibo, sendo adicionado ao ativo base após homologação em bolsa.1 ponto
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Depois do split do GALG11 a cota ficou a baixo de 10 reais. Se quiser usar trocado para FII de tijolo para diversificar, o Guardiam Logística é uma boa opção.1 ponto
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@Alf Junior exato. Para a bonificação de 1 ação para cada 10 ações valeu a posição de 10/11/2022, e para o pagamento de JCP valerá a posição de 18/11/2022, também conhecido como amanhã rsrsrsrsrs1 ponto
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@Fábio Wecker acredito que o prazo para esta bonificação já passou a título de bonificação, na proporção de 1 ação nova para cada 10 ações da mesma espécie que possuírem na posição acionária final do dia 10.11.2022. O que ainda tem, salvo engano meu, é um pagamento de JCP válido para até amanhã a noite:1 ponto
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Dei uma olhada rápida aqui no fundo e vi que é rolo kkkkkkk, por enquanto tô bem com HGLG, XPML, MXRF, etc 😂1 ponto
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@Lucas Almeida De Holanda uma vez que você compra o título do Tesouro Prefixado, se você levá-lo até o vencimento, você receberá a taxa contratada no dia da compra. No entanto, do dia da compra até o vencimento o seu título não vale a rentabilidade que você contratou, ele vale o preço a mercado, e este preço varia diariamente até o vencimento. Vou colocar um exemplo completamente fictício nos cálculos de juros compostos etc, mas acho que ficará mais fácil de entender. Hoje você comprou um Tesouro Prefixado 2029 pagando 12%aa pelo valor de R$400,00. Até o vencimento temos 2.000 dias e ele valerá R$1.000,00. São R$600,00 nestes 2.000 dias e a rentabilidade será de R$0,30/dia. Amanhã seu título estará valendo R$400,30. No próximo dia valerá R$400,60 e assim até o vencimento, quando no penúltimo dia ele valerá R$999,70 e no vencimento ele valerá R$1.000,00. Estes valores nós chamamos de preço teórico, ou seja, é o quanto o seu título deveria valer diariamente corrigido pela taxa que você contratou. Em contrapartida temos o preço a mercado deste mesmo título, este preço vale para quem quer comprar o título, e o preço varia diariamente. Vamos supor que no dia seguinte a sua compra o título esteja pagando uma taxa de 12,50%aa. Isto significa que por dia a rentabilidade teórica para quem comprar será de R$0,32. Como agora faltam 1.999 para o vencimento a rentabilidade será de R$639,68 portanto o preço a mercado será R$360,32 (R$1.000,00 - R$639,68), um valor menor que os R$400,00 que você pagou ontem, portanto se você vender, estará com prejuízo. Agora vamos imaginar o contrário, que no dia seguinte a sua compra a taxa tenha caído para 11,50%aa e a rentabilidade diária passou a ser R$0,28. Como agora faltam 1.999 para o vencimento a rentabilidade será de R$559,72 portanto o preço a mercado será R$440,28 (R$1.000,00 - R$559,72), um valor maior que os R$400,00 que você pagou ontem, portanto se você vender, estará com lucro. Estas variações diárias no preço é o que chamamos de marcação a mercado, que pode dar prejuízo ou lucro. Espero ter ajudado.1 ponto
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Nem conhecia essa modalidade. Tomara que consiga escapar de alguma forma. Eu tenho um financiamento tradicional da Caixa, meu CEF foi uns +/- 8,5% na época. Acho que perdi uma boa de fazer portabilidade quando desceu abaixo de 5% a taxa básica. Esperando um dia valer a pena de novo, enquanto isso é amortizando e investindo. "let's burn the candle at both ends"1 ponto
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eu ultimamente estou correndo de financiamentos, ja quebrei muito a cara com isso HAHA1 ponto
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Como o Flávio disse, o momento pra fazer financiamento não é dos melhores, mas eu daria uma pesquisada nos outros bancos, a Caixa sempre vai dificultar o processo pra você, mas se for do interesse de algum banco assumir a sua dívida, eles vão atrás pra te ajudar com a portabilidade. Conheço várias pessoas que fizeram financiamento em outros bancos mesmo com a Caixa tendo condições melhores, só pra não ter nenhum relacionamento com eles, porque quando a Caixa resolve dar dor de cabeça não tem quem resolva.1 ponto
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@Heberth Jorge Feres a CEF lançou esta "inovação" a uns 5 anos se não me engano. Na época eu tinha um financiamento no Santander. Na simulação do IPCA mais uma taxa baixa era tudo lindo, e quando você pergunta qual a base do IPCA para a simulação, os caras enrolam forte. Corrigir pelo IPCA por um período longo é arriscado demais. @Danielle Almeida talvez a portabilidade não seja possível porque você vai querer mudar o índice de correção, mas não tenho certeza. Na teoria não deveria fazer diferença, pois a portabilidade nada mais é que o novo banco quitar o seu financiamento no banco antigo, e com isto assumindo para ele o risco. Não estamos no melhor momento de financiamento por conta da Selic alta, porém acho que vale buscar novamente nos bancos para tentar trocar esta dívida por uma mais "amigável".1 ponto
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Nunca tinha ouvido falar em financiamento desta maneira, só consórcio. Esse aí é ruim hein. 😔 Se não dá pra portar talvez seja melhor amortizar pra tentar quitar o mais rápido possível.1 ponto
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Graças ao bom Deus eu não. Já tentou ir no banco negociar? Ou vender seu financiamento para outro banco?1 ponto
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