Boa tarde @Tiago De Sousa Pinto, tudo bem?
Tiago, sua pergunta é excelente e nos mostra que você está realmente refletindo sobre os princípios ensinados na AUVP. Quando o Raul fala na aula de contrafluxo sobre aproveitar os momentos de juros altos para travar boas taxas em títulos prefixados ou prefixados com índice, e juros baixos para focar nos pós-fixados como os atrelados ao CDI, ele está nos orientando a operar de maneira estratégica, quase como um surfista que respeita a maré.
Agora, sobre a duration média da carteira de renda fixa o que muitos não percebem à primeira vista é que o foco da AUVP nunca foi montar uma carteira de renda fixa passiva com duration estática. Pelo contrário. A lógica é de contraciclo ou seja, a carteira vai se adaptando conforme o momento de mercado. Na prática, isso significa que em períodos de juros muito altos, a duration média da carteira tende a aumentar, porque se alonga o vencimento dos papéis prefixados e IPCA+ para travar as taxas. Já quando os juros estão baixos, a preferência recai sobre os pós-fixados de curto prazo, o que naturalmente reduz a duration da carteira. Portanto, não há uma duration média fixa a ser seguida. O que existe é uma inteligência tática aplicada na montagem da carteira que ora privilegia a previsibilidade de longo prazo, ora a flexibilidade de curto sempre pensando no cenário macroeconômico e no comportamento futuro da taxa de juros. É o oposto da carteira engessada de muitos investidores.
A duration da carteira é móvel e estratégica, refletindo o entendimento de que o mercado é dinâmico e que quem busca liberdade financeira precisa aprender a se posicionar com consciência, não com rigidez.
Forte abraço.