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Gastos na China e balanços nos EUA, Prévia operacional do 3T23 de XP Inc., Weg divulga resultados do 3T23, A peça ausente no quebra-cabeça do Bull Market.


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Gastos na China e balanços nos EUA

Os negócios começam nesta quarta-feira (25) com uma tônica um pouco diferente do que vem ocorrendo nos últimos pregões. Apesar de os conflitos em Israel seguirem sem solução (e com o risco de envolvimento do Irã), as atenções dos investidores se voltam para a notícia de um aumento dos gastos públicos na China e da divulgação dos resultados das gigantes tecnológicas.

Começando pela China. Durante a madrugada, o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Zhongming, confirmou que o governo chinês vai gastar dinheiro para estimular a economia. A China vai elevar seu déficit orçamentário de 3 por cento para cerca de 3,8 por cento e emitir 1 trilhão de yuanes (137 bilhões de dólares) em títulos da dívida. A maior parte dos recursos vai para a reconstrução de áreas afetadas por catástrofes naturais – como as inundações históricas do verão passado no Hemisfério Norte, e na prevenção de outros incidentes.

Segundo o governo, essa decisão vai ajudar Pequim a cumprir a meta de crescimento oficial de 5 por cento neste ano. É um bom resultado, mas inferior às projeções do início deste ano. No início de outubro, por sinal, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua previsão mais recente para o crescimento da China em 2024 para 4,2 por cento.

Qual a importância disso para o Brasil? A China é nosso principal parceiro comercial. O que acontece em sua economia tem efeitos intensos e diretos aqui. Como um dos principais vetores internos de crescimento da economia chinesa é o setor de construção civil, os preços das commodities ligadas a essa atividade subiram. Na bolsa chinesa de Dalian, as cotações do minério de ferro subiram 3,32 por cento para 119,16 dólares por tonelada, o que deve estimular as ações da Vale (VALE3).

Agora os balanços nos Estados Unidos. Nesta semana as maiores empresas de tecnologia (vale dizer: as maiores empresas americanas) vão divulgar os resultados do 3T23. A Alphabet, que controla o Google, divulgou na noite da terça-feira (24) um lucro por ação de 1,55 dólar no 3T23, acima das expectativas, que eram de 1,44 dólar. No entanto, as receitas da computação em nuvem foram de 8,41 bilhões de dólares, abaixo dos 8,6 bilhões de dólares previstos pelo mercado. Como a computação em nuvem é considerada o negócio mais relevante para o futuro da empresa, as ações estão recuando cerca de 6 por cento no pré-mercado.

O desempenho da Microsoft foi diametralmente oposto. As ações estão subindo 6 por cento no pré-mercado, exatamente devido aos bons resultados da computação em nuvem. A empresa divulgou um faturamento de 56,52 bilhões de dólares no 1T24 do ano fiscal (3T23 no ano calendário). O resultado ficou acima da expectativa de 54,50 bilhões de dólares e representa um crescimento de 12,7 por cento a/a. O lucro por ação foi de 2,99 dólares, acima dos 2,65 dólares esperados. As receitas da computação em nuvem foram de 24,26 bilhões de dólares, uma alta de 19 por cento a/a e acima do consenso, que era de 23,49 bilhões de dólares.

Segundo a empresa, muitos dos clientes estão buscando maneiras de economizar dinheiro migrando para a nuvem e usando novas ferramentas de Inteligência Artificial (IA). Em uma teleconferência com analistas, Amy Hood, diretora financeira da Microsoft, divulgou um “guidance” (projeção) de receitas entre 60,4 bilhões e 61,4 bilhões de dólares para o 2T24 (trimestre fiscal), um crescimento de 7,7 por cento t/t.

Haverá mais. Nesta quarta-feira, após o pregão, a Meta, que controla o Facebook, vai divulgar seus números. E na manhã da quinta-feira (26) saem os resultados da Amazon. O desempenho financeiro dessas empresas é considerado pelos investidores um bom indicador da saúde da economia americana como um todo. Até agora, os números são mistos: melhores que o esperado no caso da Microsoft, piores que o previsto para a Alphabet. Com as outras gigantes divulgando seus balanços será possível medir o impacto do aperto monetário no lucro das companhias.

E Eu Com Isso?

O pregão da quarta-feira começa com uma leve baixa nos contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500. O dia promete ser volátil, com os investidores atentos tanto ao noticiário no Oriente Médio quanto aos resultados do 3T23 que começam a ser divulgados no Brasil e nos Estados Unidos. Os números podem alterar a direção dos preços.

 

Prévia operacional do 3T23 de XP Inc.

A XP Inc. (XPBR31) apresentou um desempenho financeiro positivo durante o terceiro trimestre de 2023, consolidando ainda mais sua presença sólida no mercado de investimentos e encerrando o trimestre com um total de 1,080 trilhão de reais em recursos de investidores sob custódia. A empresa demonstrou um crescimento substancial de 6 por cento em relação ao trimestre anterior e um notável aumento de 17 por cento em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse notável crescimento anual pode ser atribuído a uma captação líquida de 117 bilhões de reais e uma apreciação de mercado de 38 bilhões de reais.

No que diz respeito à captação líquida, a XP registrou um montante de 48 bilhões de reais durante o terceiro trimestre, representando um crescimento impressionante de 118 por cento em relação ao trimestre anterior e um sólido aumento de 38 por cento em 12 meses. Além disso, a plataforma atingiu a marca de 4,413 milhões de clientes ativos até setembro, demonstrando um crescimento de 16 por cento em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Já a rede de assessores de investimentos, um canal fundamental de distribuição da plataforma, continuou a expandir-se, registrando um aumento de 23 por cento em um ano, totalizando 14,3 mil profissionais. Entretanto, é importante notar que a média de negociações diárias de clientes no varejo apresentou uma diminuição de 9 por cento em 12 meses, refletindo a atividade menos vigorosa no mercado de renda variável.

Os ativos de clientes em fundos de previdência alcançaram 67 bilhões de reais no terceiro trimestre, apresentando um crescimento de 16 por cento em 12 meses. A XP Vida e Previdência, a seguradora proprietária da empresa, registrou um volume de 53 bilhões de reais, representando um aumento anual de 25 por cento, seguindo em ritmo de expansão acelerada nos últimos trimestres.

Considerando o segmento de cartões, o volume transacionado atingiu 10,7 bilhões de reais, com um notável aumento de 61 por cento em comparação com o ano anterior. A XP Inc. contava com 1,064 milhão de cartões ativos e 862 mil contas digitais, atingindo uma penetração de 20 por cento em sua base ativa.

Ao final do semestre, a carteira de crédito totalizava 19,9 bilhões de reais, apresentando um crescimento sólido de 22 por cento em 12 meses, sendo a maior parte desses recursos proveniente do varejo, somando 18,5 bilhões de reais.

Na linha de seguros, as apólices ativas totalizaram 50 mil, representando um aumento notável de 45 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior e mantendo-se estáveis em comparação com o trimestre anterior.
 

E Eu Com Isso?

Em resumo, a XP Inc. apresentou um desempenho financeiro excepcional durante o terceiro trimestre de 2023, marcado por um crescimento substancial nos ativos sob custódia, uma captação líquida expressiva e uma expansão significativa em vários segmentos de seus negócios, mesmo em um cenário adverso para o mercado de renda variável, que é um dos principais motores de receita da companhia.

Weg divulga resultados do 3T23

Nesta quarta-feira (25), pela manhã, a Weg (WEGE3) divulgou seus resultados referentes ao 3T23. A companhia apresentou uma Receita Operacional Líquida de 8,07 bilhões de reais, alta de 2,1 por cento a/a e redução de 1,2 por cento t/t.

A desaceleração do crescimento em relação aos últimos trimestres ocorreu devido a menores vendas no Brasil, em que a empresa teve uma redução das vendas em determinados negócios de ciclo curto, notadamente geração solar distribuída.

O menor crescimento da receita em reais também pode ser atribuído, em parte, à valorização do real em relação ao dólar, o que impactou a conversão da receita gerada no exterior para a moeda brasileira.

No mercado brasileiro, a empresa registrou uma receita de 3,82 bilhões de reais, queda de 2,8 por cento a/a e alta de 2,2 por cento t/t. Esse desempenho representa uma desaceleração, visto que a empresa havia reportado um crescimento de 13,2 por cento a/a no primeiro semestre deste ano.

No exterior, a Weg faturou 895,6 milhões de dólares, alta de 14,8 por cento a/a e queda de 2,9 por cento t/t. O crescimento em dólares também apresentou uma desaceleração em relação ao primeiro semestre, quando a empresa registrou um aumento de 22,6 por cento a/a.

Em moeda nacional, o faturamento no exterior foi de 4,25 bilhões de reais, alta de 6,9 por cento a/a e queda de 4 por cento t/t. Esse resultado foi influenciado pela variação na média do dólar, que passou de 5,25 reais no 3T22 para 4,88 reais no 3T23, resultando em uma desvalorização de 7 por cento em relação ao real.

Em seu negócio de Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI), a Weg faturou 1,35 bilhão de reais no Brasil, alta de 5,9 por cento a/a. As vendas foram impulsionadas por uma boa procura por equipamentos de ciclo longo, tais como motores de média tensão e painéis de automação, enquanto a demanda por produtos de ciclo curto permaneceu estável. No exterior, o negócio de EEI faturou 2,47 bilhões de reais, queda de 0,9 por cento a/a, impactado pela valorização do real e também por uma acomodação na demanda.

Em GTD, o faturamento doméstico foi de 1,91 bilhão de reais, queda de 6,1 por cento a/a. A empresa alcançou um desempenho sólido no setor de T&D, impulsionado pela venda de transformadores de grande porte e subestações destinados a projetos relacionados aos leilões de transmissão. Além disso, a venda de transformadores para redes de distribuição também teve um bom desempenho.

No entanto, é importante notar que as vendas de equipamentos para geração solar distribuída permaneceram fracas, devido a alterações nas regulamentações que entraram em vigor em janeiro, conforme detalhado em relatórios anteriores, e também devido a uma redução nos custos das matérias-primas, que foi refletida nos preços.

No exterior, as vendas de GTD foram de 1,32 bilhão de reais, alta de 48,7 por cento a/a. O negócio de T&D continua liderando o crescimento, em especial na América do Norte, com a venda de transformadores para parques de geração de energia eólica e solar.

Já no negócio de Motores Comerciais e Appliance (MCA), a Weg reportou um faturamento de 273,9 milhões de reais no Brasil, queda de 4,2 por cento a/a, e de 393,6 milhões de reais no exterior, queda de 7,1 por cento a/a. É importante notar que esse segmento comercializa produtos destinados ao consumo final, tornando-o mais suscetível às flutuações econômicas e ao desafiador cenário de consumo, tanto a nível local como global.

No que diz respeito à lucratividade, a Weg apresentou uma robusta margem bruta de 32,4 por cento, +1,8 p.p. a/a. Esse desempenho foi impulsionado pela estabilização dos preços do aço e do cobre, juntamente com uma melhoria no mix de vendas, caracterizado pela menor participação de equipamentos de geração solar. Além disso, houve uma melhora no desempenho das operações no mercado internacional, e a empresa continuou a se empenhar na busca por eficiência operacional.

Com um menor crescimento das vendas, as despesas gerais e administrativas representaram 10,7 por cento da receita líquida, +0,7 p.p. a/a. Já o Ebitda da companhia atingiu 1,74 bilhão de reais, alta de 10,9 por cento a/a, com uma margem robusta de 21,5 por cento a/a, avanço de 1,7 p.p. a/a, impulsionada pelos ganhos de margem bruta.

Destacamos que a empresa apresentou um ROIC sólido de 35,4 por cento no trimestre, aumento de 7,5 p.p. a/a e de 1 p.p. t/t.
 

E Eu Com Isso?

A Weg reportou um menor crescimento de vendas, influenciado pela desaceleração da demanda por equipamentos eletroeletrônicos industriais, especialmente no segmento de ciclo curto.

A peça ausente no quebra-cabeça do Bull Market

Com todas as atenções voltadas para o bitcoin, o ativo registra uma alta de 32 por cento nos últimos 2 meses manteve-se estável na faixa entre 33 mil e 34 mil dólares após a súbita disparada para os 35 mil dólares na noite de segunda-feira.

O novo máximo anual gerou diversos questionamentos no mercado sobre o início de um Bull Market no momento atual, suposição que no paralelo histórico, ainda carece de um fator vital para se concretizar: o catalisador monetário.

Na contramão do mercado tradicional, que registra quedas relevantes nos últimos dois meses, o bitcoin performa uma alta solitária, um cenário que, sob a magnitude de um ‘verdadeiro Bull Market’, ainda não foi registrado.
 

E Eu Com Isso?

Com este impasse, o mercado aguarda com atenção os dados econômicos desta semana, sendo eles a divulgação periódica do PIB americano e as variações inflacionárias do PCE.

Fonte:  Levante Ideias de Investimento 

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