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A alta da SELIC no controle da Inflação.


Matheus Borges Figueiroa

Pergunta

Como que diabos eu realmente tiro esse dinheiro da economia, se no fim do ciclo ele pode voltar pra mão do cidadão?

Ao terminar a aula sobre tesouro direto, e ouvir sobre a Selic, me vi pensando em como que o aumento real de juros retira dinheiro da economia.
Ao meu entendimento, o ciclo seria o seguinte:
Com a alta de juros:
- o crédito fica mais caro, o que faz com que o cartão de crédito e empréstimos sejam mais custos (remove o dinheiro do povão);
- Os bancos que emitem CDBs e outros produtos, empresas e suas dívidas, começam a ter que pagar mais caro por crédito, que mesmo que outros investimentos fixos venham ser mais rentáveis, dívida sempre fica mais caras que investimentos, também sua base de consumidores diminui (remove dinheiro de empresas)
- O governo tem sua dívida aumentada, logo tem que vazar mais dinheiro e sobre menos para seus outros gastos;

A questão é que o governo tem sua dívida com empréstimos e também seus tesouros, que estão vendidos para parte da população.
Além disso, o governo poderia aumentar os impostos, que também diminuiria o poder de compra da população, e etc, etc.

Entendo que aqui seria uma coisa como a segunda lei da termodinâmica, como não há eficiência de 100%, o repasse faria com que o dinheiro fosse "sumindo", mas como que isso aconteceria na prática real?
 

  • Brabo 1
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3 respostas para essa pergunta

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57 minutes ago, Matheus Borges Figueiroa disse:

Como que diabos eu realmente tiro esse dinheiro da economia, se no fim do ciclo ele pode voltar pra mão do cidadão?

@Matheus Borges Figueiroa quando falamos que a Selic alta tira o dinheiro da economia, estamos nos referindo a circulação do dinheiro na mudança de mão, ou seja, o dinheiro que você tem na conta ao invés de ir no mercadinho comprar a picanha e cerveja, você coloca em um CDB, com isto o mercadinho não recebeu o seu dinheiro, que seria usado para comprar mais mercadorias, que iria para os fornecedores, que iriam investir em mais produção etc. Veja que o dinheiro circula conforme vamos gastando no consumo, que por sua vez gastam no seu ciclo de produção, é uma engrenagem. A partir do momento que um dos agentes (ou nós consumidores, ou o mercadinho, ou o fornecedor etc) pega o dinheiro e segura ele, a engrenagem diminui a velocidade, ou seja, parte do dinheiro foi tirado da economia.

É bem doido quando começamos a extrapolar os conceitos, ver como as coisas se ligam uma na outra, e não tem como ter um equilíbrio perfeito, não existe uma quantidade ideal de dinheiro circulando, não existe uma cotação de Dólar perfeita, pois quando tudo parece indo bem, estoura uma guerra, vem uma pandemia doida, alguém fala alguma coisa que tira a confiança e por aí vai, e vem o desequilíbrio. Até quando falamos de inflação é bom ter um pouco, a inflação zero ou negativa é ruim.

  • Aí cê deu aula... 3
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13 horas atrás, Flavio Prado disse:

@Matheus Borges Figueiroa quando falamos que a Selic alta tira o dinheiro da economia, estamos nos referindo a circulação do dinheiro na mudança de mão, ou seja, o dinheiro que você tem na conta ao invés de ir no mercadinho comprar a picanha e cerveja, você coloca em um CDB, com isto o mercadinho não recebeu o seu dinheiro, que seria usado para comprar mais mercadorias, que iria para os fornecedores, que iriam investir em mais produção etc. Veja que o dinheiro circula conforme vamos gastando no consumo, que por sua vez gastam no seu ciclo de produção, é uma engrenagem. A partir do momento que um dos agentes (ou nós consumidores, ou o mercadinho, ou o fornecedor etc) pega o dinheiro e segura ele, a engrenagem diminui a velocidade, ou seja, parte do dinheiro foi tirado da economia.

É bem doido quando começamos a extrapolar os conceitos, ver como as coisas se ligam uma na outra, e não tem como ter um equilíbrio perfeito, não existe uma quantidade ideal de dinheiro circulando, não existe uma cotação de Dólar perfeita, pois quando tudo parece indo bem, estoura uma guerra, vem uma pandemia doida, alguém fala alguma coisa que tira a confiança e por aí vai, e vem o desequilíbrio. Até quando falamos de inflação é bom ter um pouco, a inflação zero ou negativa é ruim.

Então, de fato, a única coisa que ocorre é uma pausa na engrenagem, o que "remove" dinheiro de circulação, mas, entretanto e todavia, esse dinheiro em algum momento vai voltar a circular ao ser resgatado, e com maiores rentabilidades, não seria um efeito "rebote" na economia de um país?

Uma coisa que acabei pensando é que poderia ser algo como o que acontece nos bancos, que se houver um saque de todo o dinheiro depositado num banco, quebrar-o-ia. Nesse viés, a expectativa é que o dinheiro que deixou de circular fique no mercado e nunca seja definitivamente sacado, removendo-o da engrenagem?

  • Brabo 3
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59 minutes ago, Matheus Borges Figueiroa disse:

Então, de fato, a única coisa que ocorre é uma pausa na engrenagem, o que "remove" dinheiro de circulação, mas, entretanto e todavia, esse dinheiro em algum momento vai voltar a circular ao ser resgatado, e com maiores rentabilidades, não seria um efeito "rebote" na economia de um país?

Uma coisa que acabei pensando é que poderia ser algo como o que acontece nos bancos, que se houver um saque de todo o dinheiro depositado num banco, quebrar-o-ia. Nesse viés, a expectativa é que o dinheiro que deixou de circular fique no mercado e nunca seja definitivamente sacado, removendo-o da engrenagem?

Pelo que eu entendo, é exatamente isso. Não é possível manter os juros altos por muito tempo porque a desaceleração da economia com juros altos começa a comprometer a saúde das empresas e, consequentemente, começa a provocar desemprego e falências. Nesta hora o remédio muda e os governos começam a abaixar as taxas de juros para tentar estimular a circulação de dinheiro na economia.

Mas o problema é que estes movimentos não são fáceis de executar e prever. Senão seria muito fácil manter um país em crescimento econômico constante, mas, como disse o @Flavio Prado, sempre vem uma guerra, umas pandemia, o estouro de uma bolha, etc. para dificultar o timing nestas correções alterações das taxas de juros e manter o paciente (economia do país) saudável. Isto sem contar com os impactos do resultado fiscal (quando o governo gasta mais do que arrecada também provoca inflação e introduz mais uma variável nesta complexa equação)

Abraços

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