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Pergunta

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Estava nas aulas de renda fixa e fiquei pensando se com o novo pacote colocando um IR fixo de 17,5% não valeria a pena comprar um Tesouro com Juros Semestrais para ter dinheiro para novas oportunidades, como aconteceu com os FIIs recentemente ou com o BBAS3 agora, onde o preço dos ativos cai muito ou até mesmo que seja para reinvestir o valor em um Tesouro igual e não depender da marcação a mercado para retirar o valor? Faço algo parecido com os dividendos mensais dos FIIs, seria essa uma estratégia válida?

7 respostas para essa pergunta

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  • 1
Postado
12 horas atrás, Luis Felipe Ventura Leal disse:

Estava nas aulas de renda fixa e fiquei pensando se com o novo pacote colocando um IR fixo de 17,5% não valeria a pena comprar um Tesouro com Juros Semestrais para ter dinheiro para novas oportunidades, como aconteceu com os FIIs recentemente ou com o BBAS3 agora, onde o preço dos ativos cai muito ou até mesmo que seja para reinvestir o valor em um Tesouro igual e não depender da marcação a mercado para retirar o valor? Faço algo parecido com os dividendos mensais dos FIIs, seria essa uma estratégia válida?

Oi Luís,

A sua ideia de usar o rendimento semestral para aproveitar oportunidades no mercado pode ter seu mérito, principalmente para quem busca uma gestão mais ativa do capital. É uma forma de gerar liquidez programada sem precisar depender da marcação a mercado, o que, à primeira vista, pode ser vantajoso. Mas essa estratégia exige atenção redobrada a um ponto-chave: o custo fiscal.

O imposto sobre os juros semestrais é cobrado a cada ciclo, o que diminui o efeito dos juros compostos ao longo do tempo. Pense nisso como se a "bola de neve" do seu patrimônio estivesse sendo cortada a cada seis meses. Mesmo com a nova alíquota fixa de 17,5% (que só entra em vigor em 2026), a tributação contínua reduz a eficiência do crescimento do capital. Além disso, reinvestir os valores recebidos pode gerar nova incidência de IR, dependendo do ativo escolhido. Para que essa reciclagem de capital funcione bem, as oportunidades de reinvestimento teriam que compensar substancialmente a perda tributária, o que nem sempre é garantido.

Se o objetivo for estar pronto para aproveitar oportunidades, talvez seja mais vantajoso manter esses recursos em investimentos com liquidez diária, como o Tesouro Selic. Eles não entregam “juros” diretamente, mas acumulam valor diariamente, preservando os juros compostos e garantindo flexibilidade total. Assim, você equilibra liquidez e rentabilidade sem abrir mão do crescimento exponencial do patrimônio, que é algo essencial para quem ainda está na fase de acumulação.

Espero ter ajudado!

  • 0
Postado (edited)

@Luis Felipe Ventura Leal beleza ?

Um aviso é que não teve mudança ainda, então ainda não entrou em vigência, só entrará em vigor em 2026.

Você mencionou a marcação a mercado, mas geralmente quando a Selic cai muito, as empresas pegam empréstimos maiores, crescem e o mercado acaba se aquecendo demais, deixando elas caras, e muitas vezes não compensa vender esses títulos, só se aparecer uma oportunidade em um milhão ou se o título for muito longo, mas geralmente as ações e os fundos ficam caros, e os títulos de renda fixa não rendem tanto pra suprir os que pagavam bem, precisa ir no contrafluxo e procurar títulos que pagam 120-140% de 2%, como foi em 2020 - 21, e esperar, 

O mercado agora está deixando a galera desacostumada, você tem que olhar é pra gringa, um país mais estável acaba pagando menos em dividendos e títulos públicos, e tem que se preparar para quando essas bolhas explodem, porque é uma canetada e a Selic desce ou sobe, uma canetada e nasce um imposto novo, ou então falam que a bolsa e a renda fixa morreram e tudo vai desvalorizando com força, mesmo com as empresas lucrando e crescendo.

Você está vendo um prazo extremamente curto, uma reserva de oportunidade você deve deixar numa caixinha do banco atrelada a selic mesmo, um lugar fácil de sacar e separado dos seus investimentos, já os investimentos em renda fixa, você não deve pensar como um lucro, mas como uma garantia e uma proteção da inflação, ultimamente as taxas estão caindo, títulos bons, só os do mercado secundário, e esses títulos devem ser aproveitados para serem travados no longo prazo, recomendo que até acabar o curso é melhor estudar bem os setores, ciclos de mercado, e tentar diminuir essa ansiedade, até porque uma ação como o BB pode demorar anos pra se recuperar, e ninguém tem uma bola de cristal pra saber o que vai acontecer, como no caso da americanas, que deixou o Bradesco 2 anos em uma queda forte, e até hoje não se recuperou, então tem sempre que pensar num prazo longo pra ações.

Sobre o imposto, independente da mudança, o juro semestral retira o efeito dos juros compostos no longo prazo, e reinvestir o valor vai te trazer um segundo imposto, que pode ser por ganho de capital ou pela tributação de dividendos, e acaba ficando mais caro de qualquer jeito, no curtíssimo prazo parece uma boa ideia, mas na verdade você perde um pouco mais pagando esse imposto, e arriscaria esse dinheiro "seguro" da renda fixa em ativos especulativos.

Até porque patrimônio é igual sabonete, quanto mais mexe menor fica.

Segue um exemplo, você pega 1000 e deixa por 5 anos numa taxa de 14.6%a.a. 

No juro semestral 

14.6/12 = 1,21%

1000*(1+0.0121)⁶

= 1.074,83

74,83-17,5% = 61,73 a cada 6 meses, pagando 13,09 de imposto.

Em 5 anos você teria 617,30 com os impostos pagos semestralmente

61,73 * 10 = 617,30 

 

Se deixar render parado no tesouro

14.6%=

1000*(1+0,146)⁵

= 1.976,62

= 976,62 de juros em 5 anos

976,62 - 17,5% (170,91) = 805,71 

Pode te dar uma diferença de quase 200 reais, mas esse cálculo é básico, porque você tem também as taxas de administração da B3 de 0,2%a.a do tesouro quando estiver mais de 10.000 reais aplicado.

No resumo, você tem que ver direito e absorver tudo o que der, e focar no longo prazo, um investimento só vai render de verdade depois de anos aplicando nele, isso serve pra qualquer coisa, qualquer um que te diga que é fácil, simples e rápido está mentindo, e pode te tirar muito dinheiro, e lembre-se também que, de acordo com esse novo decreto, TUDO será taxado, vou mandar a tabelinha, e você pode dar uma olhada pra se planejar nisso pro ano que vem.

 

Segue abaixo a nova tabela de taxas que serão válidas pro ano que vem. Ainda podem barrar elas, mas já está aqui o resumo do decreto:

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Editado por Bruno Dutra
  • 0
Postado
1 hora atrás, Matheus P S disse:

Oi Luís,

A sua ideia de usar o rendimento semestral para aproveitar oportunidades no mercado pode ter seu mérito, principalmente para quem busca uma gestão mais ativa do capital. É uma forma de gerar liquidez programada sem precisar depender da marcação a mercado, o que, à primeira vista, pode ser vantajoso. Mas essa estratégia exige atenção redobrada a um ponto-chave: o custo fiscal.

O imposto sobre os juros semestrais é cobrado a cada ciclo, o que diminui o efeito dos juros compostos ao longo do tempo. Pense nisso como se a "bola de neve" do seu patrimônio estivesse sendo cortada a cada seis meses. Mesmo com a nova alíquota fixa de 17,5% (que só entra em vigor em 2026), a tributação contínua reduz a eficiência do crescimento do capital. Além disso, reinvestir os valores recebidos pode gerar nova incidência de IR, dependendo do ativo escolhido. Para que essa reciclagem de capital funcione bem, as oportunidades de reinvestimento teriam que compensar substancialmente a perda tributária, o que nem sempre é garantido.

Se o objetivo for estar pronto para aproveitar oportunidades, talvez seja mais vantajoso manter esses recursos em investimentos com liquidez diária, como o Tesouro Selic. Eles não entregam “juros” diretamente, mas acumulam valor diariamente, preservando os juros compostos e garantindo flexibilidade total. Assim, você equilibra liquidez e rentabilidade sem abrir mão do crescimento exponencial do patrimônio, que é algo essencial para quem ainda está na fase de acumulação.

Espero ter ajudado!

Muito obrigado, fiquei mesmo pensando se a "bola de neve" não seria cortada...

Agora, você acha que usar os FIIs que atualmente são isentos e futuramente serão tributados em 5% seria uma forma de aplicar essa "estratégia ativa"? Pois a tributação dos dividendos recebidos será menor do que o de resgatar parte do Tesouro para fazer as aplicações, além disso, por mais que os preços dos FIIs não subam muito, tem algumas janelas de oportunidades que te fazem ter uma boa rentabilidade, sei que o ideal era eu postar essa dúvida na parte de renda variável mas queria aproveitar o gancho e não ter que criar um tópico novo kk

  • HAHAHAHA 1
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Postado
7 minutes ago, Luis Felipe Ventura Leal disse:

Muito obrigado, fiquei mesmo pensando se a "bola de neve" não seria cortada...

Agora, você acha que usar os FIIs que atualmente são isentos e futuramente serão tributados em 5% seria uma forma de aplicar essa "estratégia ativa"? Pois a tributação dos dividendos recebidos será menor do que o de resgatar parte do Tesouro para fazer as aplicações, além disso, por mais que os preços dos FIIs não subam muito, tem algumas janelas de oportunidades que te fazem ter uma boa rentabilidade, sei que o ideal era eu postar essa dúvida na parte de renda variável mas queria aproveitar o gancho e não ter que criar um tópico novo kk

Oi Luis,

Então, efetivamente os FIIs seriam essa "gestão ativa"; mas eu vejo de maneira diferente.

Claro que todo mês estamos ali recebendo os "dividendos" dos FIIs, mas neste caso é nossa responsabilidade reinvestir comprando mais cotas. É um pouco diferente porque os rendimentos dos FIIs não são "tirados" do valor da cota (diferentemente dos dividendos das ações). E ao reinvestir você consegue gerar o efeito "bola de neve".

Agora, vejo que você está fazendo planos no que supostamente virá em decorrência da medida provisória. Ela ainda vai ser votada pelo Congresso e pode nem continuar. Então não sei se vale a pena fazer planos pensando que isso já está marcado em pedra, porque não está. Eu, pessoalmente, continuo aportando conforme minha estratégia, sem me preocupar muito com isso.

Espero ter ajudado!

  • Brabo 1
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Postado
4 horas atrás, Matheus P S disse:

Agora, vejo que você está fazendo planos no que supostamente virá em decorrência da medida provisória. Ela ainda vai ser votada pelo Congresso e pode nem continuar. Então não sei se vale a pena fazer planos pensando que isso já está marcado em pedra, porque não está. Eu, pessoalmente, continuo aportando conforme minha estratégia, sem me preocupar muito com isso.

Espero ter ajudado!

Na verdade essas são somente dúvidas mesmo, não pretendo mudar muito minha estratégia pois ela tem funcionado bem, não sou do tipo que "segue o ativo da moda", eu faço minha análise e invisto, agora, entrei no curso pra conseguir entender melhor e ser mais assertivo na hora da escolha, quando terminar aí sim pretendo reavaliar toda minha carteira, mas mesmo assim acho que não vou alterar muita coisa, provavelmente o que vai mais mudar são os stocks que comprei logo nos primeiros meses investindo.

Mas de qualquer forma, muito obrigado por suas respostas!!

  • Brabo 2
  • 0
Postado
13 horas atrás, Luis Felipe Ventura Leal disse:

Na verdade essas são somente dúvidas mesmo, não pretendo mudar muito minha estratégia pois ela tem funcionado bem, não sou do tipo que "segue o ativo da moda", eu faço minha análise e invisto, agora, entrei no curso pra conseguir entender melhor e ser mais assertivo na hora da escolha, quando terminar aí sim pretendo reavaliar toda minha carteira, mas mesmo assim acho que não vou alterar muita coisa, provavelmente o que vai mais mudar são os stocks que comprei logo nos primeiros meses investindo.

Mas de qualquer forma, muito obrigado por suas respostas!!

Oi Luis,

Entendi. Na minha humilde opinião, você está indo no rumo certo com essa estratégia!

Vamos que vamos e conte comigo!

  • 0
Postado
On 16/06/2025 at 20:48, Luis Felipe Ventura Leal disse:

Estava nas aulas de renda fixa e fiquei pensando se com o novo pacote colocando um IR fixo de 17,5% não valeria a pena comprar um Tesouro com Juros Semestrais para ter dinheiro para novas oportunidades, como aconteceu com os FIIs recentemente ou com o BBAS3 agora, onde o preço dos ativos cai muito ou até mesmo que seja para reinvestir o valor em um Tesouro igual e não depender da marcação a mercado para retirar o valor? Faço algo parecido com os dividendos mensais dos FIIs, seria essa uma estratégia válida?

@Luis Felipe Ventura Leal Pelo que penso, podemos afirmar que os títulos de pagamentos periódicos beneficiados seriam só os de curta ou média duração.
Pegue o Tesouro Prefixado Com Juros Semestrais ou o Tesouro IPCA+ Com Juros Semestrais de hoje, por exemplo. Eles tem a data de vencimento somente em 2035, então vão pagar 20 parcelas de juros até lá. Delas, somente as 2 primeiras seriam beneficiadas pelo novo I.R, as 2 seguintes seriam a mesma coisa de 17,5% e todas as outras você estaria pagando mais caro, 17,5% ao invés de 15%.  

Ademais, essa reforma não muda o risco de reinvestimento, isso é, de não encontrar um ativo que renda tanto quanto ou mais após o vencimento desse ativo de curto prazo, o que atrasaria sua rentabilidade.
Por exemplo, se eu aporto em uma debenture com juros semestrais pagando 18% ao ano, para produzir o efeito bola de neve dos juros compostos nesta rentabilidade de 18%a.a eu terei de reinvestir os pagamentos assim que são feitos em algo que renda tanto quanto (18%a.a considerando impostos), mas nem sempre é possível encontrar tais oportunidades, fazendo com que a sua rentabilidade total seja menor.

Se o título pagador não for isento, a rentabilidade fica mais afetada ainda, pois o pagamento do I.R é feito antes dos juros compostos surtirem um efeito maior na sua rentabilidade e o reinvestimento deve considerar isso.

Espero ter esclarecido um pouco mais!

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