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Desabafo


Edison Paulini

Pergunta

9 respostas para essa pergunta

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6 horas atrás, Edison Paulini disse:

Bom, só descarreguei aqui.

Se você chegou até aqui, obrigado de verdade por seu tempo em "ter me escutado" um pouquinho. Só de escrever e saber que algumas pessoas irão ler de alguma isso me ajuda pois parece que desabafei e tive um ombro amigo que só ouviu e isso é de grande valia em umas situações assim.

 

Valeu, sardinha!

Eddy, meu amigo!

sabemos que aqui aprendemos muito sobre viver antes de aprender algo sobre investimentos e você fez bem em desabafar cara!

sinto muito pela situação e fico aqui tentando imaginar como está aí na sua cabeça cara, pq aqui sempre vejo você alegre , ajudando nas respostas , recebendo e acolhendo a galera nova … enfim você tem um perfil humano prestativo demais! Não tive a honra de conhecer você pessoalmente lá em campinas , mas considero como se já tivesse conhecido!

sobre o assunto do desabafo , estas pressões família x saúde soam e pesam diferente para cada um, e no seu caso você está fazendo seu máximo e consigo entender que seu limite está sendo extrapolado , desde que vejo seus relatos aqui, é admirável o cuidado que tem com sua mãe! 
acredito que uma cuidadora ajudando em alguns dias da semana trará mais qualidade de vida pra você e também para sua mãe , quando ela perceber que você também estiver melhor com ela (estando descansado , podendo curtir , podendo focar nas suas coisas ) que por fim vai mais agregar do que separar ou diminuir !

sinta sim ombros amigos pq sei que várias pessoas aqui torcem por você cara e eu sou um deles !

abraços meu amigo e tenha sim está conversa e decisão com sua mãe ! 

 

Editado por Henrique Magalhães
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4 horas atrás, Edison Paulini disse:

Bom, só descarreguei aqui.

Se você chegou até aqui, obrigado de verdade por seu tempo em "ter me escutado" um pouquinho. Só de escrever e saber que algumas pessoas irão ler de alguma isso me ajuda pois parece que desabafei e tive um ombro amigo que só ouviu e isso é de grande valia em umas situações assim.

 

Valeu, sardinha!

Edison, se sinta amparado aqui de alguma forma meu caro. Li todo seu relato e vejo um grande filho, grande homem, um verdadeiro exemplo de amor de filho. Parabéns pela sua dedicação e amor pela sua mãe. Você nos ensina muito com esse relato, pois muitas vezes reclamamos por poucas coisas e realmente não sabemos as verdadeiras dificuldades que nossos amigos de comunidade passam. Vejo você aqui na comunidade sempre prestativo e ajudando a cada um da melhor forma, tanto técnica como muitas vezes na baguncinha para quebrar o gelo kkkk. Lembro da última vez que você deu relato de sua mãe no hospital que iria fazer a cirurgia, graças a Deus 🙏 deu tudo certo e você venceu junto com ela mais uma etapa. Não será diferente agora Edison, mas neste momento sei que não será fácil, mas deve sim sentar com ela e dizer tudo, contar a verdade, pois com fé em Deus 🙏 ela irá compreender e será mais uma etapa vencida por vocês. Mostrar que jamais irá abandoná-la mas é necessário ter uma cuidadora para dividir as tarefas e você tocar sua vida. Sua mãe irá compreender, torço por isso meu caro. Como disse no início se sinta amparado a nós aqui da comunidade. Deus abençoe você meu caro🙏

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9 horas atrás, Edison Paulini disse:

Bom dia, sardinhas

Como estão?

 

Hoje vim abrir um pouco o coração aqui por conta de minha situação em casa. E não tem como a não ser mandar um textão gigante...

Agradeço desde já quem dispor de seu tempinho para ler.

 

Como alguns já sabem, minha mãe passou por uns problemas de saúde e uma cirurgia esse ano. Desde então venho cuidando dela.

A cirurgia que foi da coluna foi sucesso mesmo com as complicações que ela teve (um terceiro infarto, infecção hospitalar) e ela nunca mais sentiu dores na coluna que eram muito severas e tendiam, segundo o médico, a levar ela a uma cadeira de rodas. Para quem tem 69 anos, aguentou muita coisa e resistiu.

Problema resolvido.

Mas aí que começam outros.

Ela tem osteoporose. E uns meses após a cirurgia e por ela ter ficado muito em repouso (25 dias de hospital, mais quase dois meses até ter começado a fisioterapia), os desgaste começaram a atacar. Dores fortes nos joelhos, ainda com dificuldade pra andar com musculatura fraca, perda de massa, dores no quadril... e pra terminar de ajudar, estamos suspeitando que ela está com inflamação no nervo ciático pois ela vem tendo dores nas pernas que fazem ela chorar. Essa do suposto nervo atacado deve estar fazendo um mês. Amanhã já temos um reumatologista marcado para ver a questão de osteoporose e ver se conseguimos algo já com esse nervo ou se será necessário um ortopedista.

A locomoção aos médicos é complexa. Aqui em casa tem escada da casa em si para a rua. Sempre preciso chamar alguém para colocarmos ela em uma cadeira e descermos as escadas para enfim entrarmos no carro e eu levar ela ao médico.

 

O que me dói em falar (e muito, tô me segurando aqui enquanto escrevo para ser honesto) é que eu não estou aguentando mais em prestar os cuidados. Não é por mal, ou falta de paciência (talvez um pouco de falta de paciência na verdade mas devido ao cansaço, ao esgotamento). Difícil eu conseguir sair de casa para me divertir, para distrair. A cada uma vez que dá para eu sair, eu já desmarquei uns 8 outros convites. Ou ela ela está com bastante de dor e não rola deixar ela sozinha ou devido aos horários não consigo ficar muito tempo fora de casa pois ela depende muito de mim para levantar da cama, ela se apoia em mim e eu seguro ela para pode sentar e levantar do vaso, sentar na cadeira da cozinha para comer... Não vou deixar dúvida de que eu amo muito ela e eu adoraria ajudar a cuidar. Mas por outro lado eu estou cedendo minha vida para que a dela ande. Parece exagero mas infelizmente não. Não sei se consegui expor as coisas aqui de forma que isso se faça a entender.

Estou já pouco mais de um ano sem trabalhar fazendo apenas umas coisas em casa para vender e gerar uma rendinha, meus aportes ainda são feitos de forma controlada com valores que recebi da minha rescisão no ano passado e quanto muito gasto com livros para estudar e pago minha facul que é baixo o valor por ser EAD. Mas falando em facul, mal consigo estudar. Não consigo parar 2h para me concentrar. Faz mais de um ano que não estou fazendo atividade física, estou atrasado em retornar com o psiquiatra há meses e minhas medicações já estão todas desreguladas. Ainda por milagre consigo ir uma vez por semana no psicólogo o que me ajuda bem. 

Mas eu não dou conta. Dificilmente saio de casa para ver meus amigo e tentar jogar conversa fora, só saio nas obrigações (farmácia, mercado), não saio para caminhar, é complicado combinar coisas com pessoas para eu fazer pois pode ser que no dia ou horas antes eu acabe furando (odeio isso, não gosto de faltar com compromissos, sou muito exigente e rígido com essa questão) por ela estar pior no dia ou de uma hora para outra.

Por mais que eu esteja sendo muito útil a ela, não estou útil a mais nada. Ao menos é a sensação que me dá.

O financeiro em casa é OK pois minha mãe recebe os valores dela que ajudam na casa e não temos problema algum com isso o que é ótimo.

Mas como minhas vendas não são grandes, estou sentindo a falta de gerar renda, de fazer parte de algo, de ter umas horas de trabalho e dedicação ou de fazer novos produtos para tentar aumentar as vendas e essa rendinha. Mas como fazer isso cuidando dela, cuidando da casa, tendo que estudar, tentar fazer esses negócios próprios e cuidar de mim mesmo?

Fora as noites de sono que há quase dois meses (acho) que estão péssimas. Quem consegue dormir escutando a única pessoa da sua família gemendo ou segurando choro de dor, respirando de forma ofegante que é bem audível e fora isso, dormir em estado de alerta pois pode ser que eu seja chamado para levar um remédio para tentar aliviar essas dores ou vontade dela de ir ao banheiro... Tem dias que seu eu durmo 4 ou 5h é muito.

Engraçado que as vezes que consigo entrar aqui para conversar com a turma, responder um tópico tentando ajudar, falar umas bolacha pra dar risada, assistir as lives de segunda, parece que tudo aqui flui legal. Mas sempre faço isso com a cabeça em outro lugar...

Não vejo outra alternativa a não ser ter pelo menos uma cuidadora. O problema é a aceitação dela a isso. Tanto que ainda mal toquei no assunto. Até então só falei que eu gostaria de arrumar uma cuidadora pelo menos para uns dois dias em dezembro por conta da baguncinha aqui da AVUP que eu queria muito ir. Rever uma turminha que conheci pessoalmente que são demais, conhecer mais pessoas.

Mas sabem aquelas pessoas que acham que os filhos que tem que cuidar dos pais? Pois é...

Deixar ela então em uma casa de repouso... não consigo esperar uma reação dela melhor do que "você vai me abandonar". Ela é um pouco cabeça dura e muito nervosa. Nervosa no sentido de guardar muita coisa, não colocar pra fora, não falar o que incomoda e isso rumina qualquer ser humano por dentro.

 

Eu estou totalmente ciente do que precisa ser feito que seria tentar conversar com ela para a questão da cuidadora. Só quis escrever mesmo na forma de tentar aliviar um pouco essa carga que não tá fácil de aguentar...

Pois tem hora que não sei... Só arrasto o dia do jeito que dá. E não quero voltar aos quadros de saúde que já tive antes (talvez vocês imaginem do que eu esteja falando).

Até pensei em mandar como anônimo mas algumas pessoas aqui já saberiam de quem se trataria no final das contas. então melhor dar a cara a tapa de uma vez pois estou tranquilo aqui dentro deste ambiente.

 

Bom, só descarreguei aqui.

Se você chegou até aqui, obrigado de verdade por seu tempo em "ter me escutado" um pouquinho. Só de escrever e saber que algumas pessoas irão ler de alguma isso me ajuda pois parece que desabafei e tive um ombro amigo que só ouviu e isso é de grande valia em umas situações assim.

 

Valeu, sardinha!

Fala meu amigo Edi. Espero que esteja bem mesmo com tudo o que você vem passando. 
Entendo o que você está passando, pois já tive essa “luta” quando meu pai estava vivo e precisou de cuidados. Como meus irmãos todos tinham as famílias deles, na época, pra cuidar e eu estava solteiro, saí do meu apto e voltei a morar com minha mãe pra ajudar. Meus irmãos também auxiliavam, mas na maioria dos dias era eu e minha véia, nessa “guerra”. Na época ela estava ficando sobrecarregada pois ficava na maioria dos dias com ele por conta das nossas rotinas de trabalho e estudo etc. 

Meu irmão, sei que não é fácil essa situação que você está passando e não sei a forma de poder te ajudar, mas quero me disponibilizar ao menos pra conversar com você, então, caso necessite, não existe em me ligar e pode ser de vídeo, pra batermos um bate papo. Sei que não é a mesma coisa do que o velho “olho no olho”, mas creio que irá ajudar. Se for necessário eu me organizo e dou uma esticada até aí ao menos pra tomarmos uma cerveja na calçada pois sei o quão importante é uma rotina diferente quando estamos sobrecarregados.
Não posso falar pelos demais aqui da comunidade, mas creio que a comunidade também é uma ferramenta para ajudarmos um ao outro aqui, e que tem muitos aqui que querem e sempre ajudam, então, caso precise de qualquer outra coisa, não tenha receio de expor e solicitar caso assim decida e precise. 
Você e sua mãe estão em minhas orações. 
Um dia de cada vez meu amigo, um dia de cada vez. 🙏🏽

Forte abraço @Edison Paulini

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On 05/11/2023 at 13:13, Edison Paulini disse:

Bom dia, sardinhas

Como estão?

 

Hoje vim abrir um pouco o coração aqui por conta de minha situação em casa. E não tem como a não ser mandar um textão gigante...

Agradeço desde já quem dispor de seu tempinho para ler.

 

Como alguns já sabem, minha mãe passou por uns problemas de saúde e uma cirurgia esse ano. Desde então venho cuidando dela.

A cirurgia que foi da coluna foi sucesso mesmo com as complicações que ela teve (um terceiro infarto, infecção hospitalar) e ela nunca mais sentiu dores na coluna que eram muito severas e tendiam, segundo o médico, a levar ela a uma cadeira de rodas. Para quem tem 69 anos, aguentou muita coisa e resistiu.

Problema resolvido.

Mas aí que começam outros.

Ela tem osteoporose. E uns meses após a cirurgia e por ela ter ficado muito em repouso (25 dias de hospital, mais quase dois meses até ter começado a fisioterapia), os desgaste começaram a atacar. Dores fortes nos joelhos, ainda com dificuldade pra andar com musculatura fraca, perda de massa, dores no quadril... e pra terminar de ajudar, estamos suspeitando que ela está com inflamação no nervo ciático pois ela vem tendo dores nas pernas que fazem ela chorar. Essa do suposto nervo atacado deve estar fazendo um mês. Amanhã já temos um reumatologista marcado para ver a questão de osteoporose e ver se conseguimos algo já com esse nervo ou se será necessário um ortopedista.

A locomoção aos médicos é complexa. Aqui em casa tem escada da casa em si para a rua. Sempre preciso chamar alguém para colocarmos ela em uma cadeira e descermos as escadas para enfim entrarmos no carro e eu levar ela ao médico.

 

O que me dói em falar (e muito, tô me segurando aqui enquanto escrevo para ser honesto) é que eu não estou aguentando mais em prestar os cuidados. Não é por mal, ou falta de paciência (talvez um pouco de falta de paciência na verdade mas devido ao cansaço, ao esgotamento). Difícil eu conseguir sair de casa para me divertir, para distrair. A cada uma vez que dá para eu sair, eu já desmarquei uns 8 outros convites. Ou ela ela está com bastante de dor e não rola deixar ela sozinha ou devido aos horários não consigo ficar muito tempo fora de casa pois ela depende muito de mim para levantar da cama, ela se apoia em mim e eu seguro ela para pode sentar e levantar do vaso, sentar na cadeira da cozinha para comer... Não vou deixar dúvida de que eu amo muito ela e eu adoraria ajudar a cuidar. Mas por outro lado eu estou cedendo minha vida para que a dela ande. Parece exagero mas infelizmente não. Não sei se consegui expor as coisas aqui de forma que isso se faça a entender.

Estou já pouco mais de um ano sem trabalhar fazendo apenas umas coisas em casa para vender e gerar uma rendinha, meus aportes ainda são feitos de forma controlada com valores que recebi da minha rescisão no ano passado e quanto muito gasto com livros para estudar e pago minha facul que é baixo o valor por ser EAD. Mas falando em facul, mal consigo estudar. Não consigo parar 2h para me concentrar. Faz mais de um ano que não estou fazendo atividade física, estou atrasado em retornar com o psiquiatra há meses e minhas medicações já estão todas desreguladas. Ainda por milagre consigo ir uma vez por semana no psicólogo o que me ajuda bem. 

Mas eu não dou conta. Dificilmente saio de casa para ver meus amigo e tentar jogar conversa fora, só saio nas obrigações (farmácia, mercado), não saio para caminhar, é complicado combinar coisas com pessoas para eu fazer pois pode ser que no dia ou horas antes eu acabe furando (odeio isso, não gosto de faltar com compromissos, sou muito exigente e rígido com essa questão) por ela estar pior no dia ou de uma hora para outra.

Por mais que eu esteja sendo muito útil a ela, não estou útil a mais nada. Ao menos é a sensação que me dá.

O financeiro em casa é OK pois minha mãe recebe os valores dela que ajudam na casa e não temos problema algum com isso o que é ótimo.

Mas como minhas vendas não são grandes, estou sentindo a falta de gerar renda, de fazer parte de algo, de ter umas horas de trabalho e dedicação ou de fazer novos produtos para tentar aumentar as vendas e essa rendinha. Mas como fazer isso cuidando dela, cuidando da casa, tendo que estudar, tentar fazer esses negócios próprios e cuidar de mim mesmo?

Fora as noites de sono que há quase dois meses (acho) que estão péssimas. Quem consegue dormir escutando a única pessoa da sua família gemendo ou segurando choro de dor, respirando de forma ofegante que é bem audível e fora isso, dormir em estado de alerta pois pode ser que eu seja chamado para levar um remédio para tentar aliviar essas dores ou vontade dela de ir ao banheiro... Tem dias que seu eu durmo 4 ou 5h é muito.

Engraçado que as vezes que consigo entrar aqui para conversar com a turma, responder um tópico tentando ajudar, falar umas bolacha pra dar risada, assistir as lives de segunda, parece que tudo aqui flui legal. Mas sempre faço isso com a cabeça em outro lugar...

Não vejo outra alternativa a não ser ter pelo menos uma cuidadora. O problema é a aceitação dela a isso. Tanto que ainda mal toquei no assunto. Até então só falei que eu gostaria de arrumar uma cuidadora pelo menos para uns dois dias em dezembro por conta da baguncinha aqui da AVUP que eu queria muito ir. Rever uma turminha que conheci pessoalmente que são demais, conhecer mais pessoas.

Mas sabem aquelas pessoas que acham que os filhos que tem que cuidar dos pais? Pois é...

Deixar ela então em uma casa de repouso... não consigo esperar uma reação dela melhor do que "você vai me abandonar". Ela é um pouco cabeça dura e muito nervosa. Nervosa no sentido de guardar muita coisa, não colocar pra fora, não falar o que incomoda e isso rumina qualquer ser humano por dentro.

 

Eu estou totalmente ciente do que precisa ser feito que seria tentar conversar com ela para a questão da cuidadora. Só quis escrever mesmo na forma de tentar aliviar um pouco essa carga que não tá fácil de aguentar...

Pois tem hora que não sei... Só arrasto o dia do jeito que dá. E não quero voltar aos quadros de saúde que já tive antes (talvez vocês imaginem do que eu esteja falando).

Até pensei em mandar como anônimo mas algumas pessoas aqui já saberiam de quem se trataria no final das contas. então melhor dar a cara a tapa de uma vez pois estou tranquilo aqui dentro deste ambiente.

 

Bom, só descarreguei aqui.

Se você chegou até aqui, obrigado de verdade por seu tempo em "ter me escutado" um pouquinho. Só de escrever e saber que algumas pessoas irão ler de alguma isso me ajuda pois parece que desabafei e tive um ombro amigo que só ouviu e isso é de grande valia em umas situações assim.

 

Valeu, sardinha!

Ei, Edi, boa noite! 

Cara, que desabafo, hein? Parabéns pelo seu empenho e amor com a sua mamãe e, por favor, não se sinta mal por pensar dessa forma. 

Bom, eu vivi isso durante mais de uma década, mas com a minha avó (que me criou, então era a minha mãe). Felizmente, eu conseguia dividir as tarefas com outras 2 tias, mas é realmente pesado. 

Um conselho que eu te dou, baseado na minha experiência: Não converse com ela sobre isso. Exatamente, não se abra com ela dessa forma. Explico. 

Sua mãe, por tudo que ela passou/passa, está fragilizada não só fisicamente, mas mentalmente também. Embora ela possa pensar que filhos devem cuidar dos pais, tenho certeza que a última coisa que ela gostaria de ver é você se deixando de lado em prol dela. Mães cuidam e, na esmagadora maioria das vezes, amam cuidar. Ser cuidada, ainda mais pelo filho, é como se fosse um orgulho ferido. 

O risco de você se arrepender dessa conversa no futuro é MUITO grande e, confie, é aterrorizante dormir e acordar com a sensação de que 1 lágrima da sua mãe foi causada por você conscientemente. 

Você está na posição de quem toma as decisões em casa, então faça no estilo soft open. Chame uma cuidadora para ficar com ela em um dia que você também possa estar em casa. Acompanhe as atividades com a cuidadora, mostre que você vai continuar disponível. Depois, chame a cuidadora para ficar aí e saia por um pequeno período, e assim por diante. Ela (sua mãe) não pode - e nem deveria, sentir como se fosse a única coisa que está te puxando para trás. Isso é muito doloroso. 

Ela não quer a cuidadora? Bom, ela vai entender que é necessário, mas para isso acontecer, você precisa mostrar que é para o bem DELA e não o SEU. 

Enfim, espero ter ajudado. Cuide com muito amor e carinho da sua mãe, para sentir só saudades no futuro. Sentir remorso é muito doloroso. 

 

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On 05/11/2023 at 13:13, Edison Paulini disse:

Bom dia, sardinhas

Como estão?

 

Hoje vim abrir um pouco o coração aqui por conta de minha situação em casa. E não tem como a não ser mandar um textão gigante...

Agradeço desde já quem dispor de seu tempinho para ler.

 

Como alguns já sabem, minha mãe passou por uns problemas de saúde e uma cirurgia esse ano. Desde então venho cuidando dela.

A cirurgia que foi da coluna foi sucesso mesmo com as complicações que ela teve (um terceiro infarto, infecção hospitalar) e ela nunca mais sentiu dores na coluna que eram muito severas e tendiam, segundo o médico, a levar ela a uma cadeira de rodas. Para quem tem 69 anos, aguentou muita coisa e resistiu.

Problema resolvido.

Mas aí que começam outros.

Ela tem osteoporose. E uns meses após a cirurgia e por ela ter ficado muito em repouso (25 dias de hospital, mais quase dois meses até ter começado a fisioterapia), os desgaste começaram a atacar. Dores fortes nos joelhos, ainda com dificuldade pra andar com musculatura fraca, perda de massa, dores no quadril... e pra terminar de ajudar, estamos suspeitando que ela está com inflamação no nervo ciático pois ela vem tendo dores nas pernas que fazem ela chorar. Essa do suposto nervo atacado deve estar fazendo um mês. Amanhã já temos um reumatologista marcado para ver a questão de osteoporose e ver se conseguimos algo já com esse nervo ou se será necessário um ortopedista.

A locomoção aos médicos é complexa. Aqui em casa tem escada da casa em si para a rua. Sempre preciso chamar alguém para colocarmos ela em uma cadeira e descermos as escadas para enfim entrarmos no carro e eu levar ela ao médico.

 

O que me dói em falar (e muito, tô me segurando aqui enquanto escrevo para ser honesto) é que eu não estou aguentando mais em prestar os cuidados. Não é por mal, ou falta de paciência (talvez um pouco de falta de paciência na verdade mas devido ao cansaço, ao esgotamento). Difícil eu conseguir sair de casa para me divertir, para distrair. A cada uma vez que dá para eu sair, eu já desmarquei uns 8 outros convites. Ou ela ela está com bastante de dor e não rola deixar ela sozinha ou devido aos horários não consigo ficar muito tempo fora de casa pois ela depende muito de mim para levantar da cama, ela se apoia em mim e eu seguro ela para pode sentar e levantar do vaso, sentar na cadeira da cozinha para comer... Não vou deixar dúvida de que eu amo muito ela e eu adoraria ajudar a cuidar. Mas por outro lado eu estou cedendo minha vida para que a dela ande. Parece exagero mas infelizmente não. Não sei se consegui expor as coisas aqui de forma que isso se faça a entender.

Estou já pouco mais de um ano sem trabalhar fazendo apenas umas coisas em casa para vender e gerar uma rendinha, meus aportes ainda são feitos de forma controlada com valores que recebi da minha rescisão no ano passado e quanto muito gasto com livros para estudar e pago minha facul que é baixo o valor por ser EAD. Mas falando em facul, mal consigo estudar. Não consigo parar 2h para me concentrar. Faz mais de um ano que não estou fazendo atividade física, estou atrasado em retornar com o psiquiatra há meses e minhas medicações já estão todas desreguladas. Ainda por milagre consigo ir uma vez por semana no psicólogo o que me ajuda bem. 

Mas eu não dou conta. Dificilmente saio de casa para ver meus amigo e tentar jogar conversa fora, só saio nas obrigações (farmácia, mercado), não saio para caminhar, é complicado combinar coisas com pessoas para eu fazer pois pode ser que no dia ou horas antes eu acabe furando (odeio isso, não gosto de faltar com compromissos, sou muito exigente e rígido com essa questão) por ela estar pior no dia ou de uma hora para outra.

Por mais que eu esteja sendo muito útil a ela, não estou útil a mais nada. Ao menos é a sensação que me dá.

O financeiro em casa é OK pois minha mãe recebe os valores dela que ajudam na casa e não temos problema algum com isso o que é ótimo.

Mas como minhas vendas não são grandes, estou sentindo a falta de gerar renda, de fazer parte de algo, de ter umas horas de trabalho e dedicação ou de fazer novos produtos para tentar aumentar as vendas e essa rendinha. Mas como fazer isso cuidando dela, cuidando da casa, tendo que estudar, tentar fazer esses negócios próprios e cuidar de mim mesmo?

Fora as noites de sono que há quase dois meses (acho) que estão péssimas. Quem consegue dormir escutando a única pessoa da sua família gemendo ou segurando choro de dor, respirando de forma ofegante que é bem audível e fora isso, dormir em estado de alerta pois pode ser que eu seja chamado para levar um remédio para tentar aliviar essas dores ou vontade dela de ir ao banheiro... Tem dias que seu eu durmo 4 ou 5h é muito.

Engraçado que as vezes que consigo entrar aqui para conversar com a turma, responder um tópico tentando ajudar, falar umas bolacha pra dar risada, assistir as lives de segunda, parece que tudo aqui flui legal. Mas sempre faço isso com a cabeça em outro lugar...

Não vejo outra alternativa a não ser ter pelo menos uma cuidadora. O problema é a aceitação dela a isso. Tanto que ainda mal toquei no assunto. Até então só falei que eu gostaria de arrumar uma cuidadora pelo menos para uns dois dias em dezembro por conta da baguncinha aqui da AVUP que eu queria muito ir. Rever uma turminha que conheci pessoalmente que são demais, conhecer mais pessoas.

Mas sabem aquelas pessoas que acham que os filhos que tem que cuidar dos pais? Pois é...

Deixar ela então em uma casa de repouso... não consigo esperar uma reação dela melhor do que "você vai me abandonar". Ela é um pouco cabeça dura e muito nervosa. Nervosa no sentido de guardar muita coisa, não colocar pra fora, não falar o que incomoda e isso rumina qualquer ser humano por dentro.

 

Eu estou totalmente ciente do que precisa ser feito que seria tentar conversar com ela para a questão da cuidadora. Só quis escrever mesmo na forma de tentar aliviar um pouco essa carga que não tá fácil de aguentar...

Pois tem hora que não sei... Só arrasto o dia do jeito que dá. E não quero voltar aos quadros de saúde que já tive antes (talvez vocês imaginem do que eu esteja falando).

Até pensei em mandar como anônimo mas algumas pessoas aqui já saberiam de quem se trataria no final das contas. então melhor dar a cara a tapa de uma vez pois estou tranquilo aqui dentro deste ambiente.

 

Bom, só descarreguei aqui.

Se você chegou até aqui, obrigado de verdade por seu tempo em "ter me escutado" um pouquinho. Só de escrever e saber que algumas pessoas irão ler de alguma isso me ajuda pois parece que desabafei e tive um ombro amigo que só ouviu e isso é de grande valia em umas situações assim.

 

Valeu, sardinha!

@Edison Paulini parabéns pelo relato e pela coragem de falar de um assunto tão pessoal.

Meu pai também passou por uns anos complicados. Dos filhos, somente eu morava na mesma cidade que meus pais, os outros 4 em outras cidades (1 irmão fora do país). Minha mãe trabalhava fora e eu trabalhava das 9h às 23h. Quando meu pai piorou, colocamos um enfermeiro das 7h às 19h de segunda a sexta. Nos outros horários minha mãe cuidava dele, e eu ia sempre que dava. Foi pesado, porém foi feito o necessário para que ele e minha mãe tivessem certo "conforto".

A ideia da @Marina Pereira de introduzir uma enfermeira aos poucos é muito boa, e se fizer bem pensado, sua mãe vai aceitar.

Estamos por aqui e nos vemos na Baguncinha em dezembro.

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@Edison Paulini so tenho a te parabenizar pela sua forca de vontade e pelo relato. Compartilho com tudo que os colegas falaram e nao conseguiria acrescentar mais nada.  

Apesar de estar sempre acompanhando a comunidade, nao sou muito de comentar, mas tive vontade de vir aqui e desejar muita saúde a você e a sua maezinha!!

Sinta-se ABRAÇADO... :)

 

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On 05/11/2023 at 13:13, Edison Paulini disse:

Bom dia, sardinhas

Como estão?

 

Hoje vim abrir um pouco o coração aqui por conta de minha situação em casa. E não tem como a não ser mandar um textão gigante...

Agradeço desde já quem dispor de seu tempinho para ler.

 

Como alguns já sabem, minha mãe passou por uns problemas de saúde e uma cirurgia esse ano. Desde então venho cuidando dela.

A cirurgia que foi da coluna foi sucesso mesmo com as complicações que ela teve (um terceiro infarto, infecção hospitalar) e ela nunca mais sentiu dores na coluna que eram muito severas e tendiam, segundo o médico, a levar ela a uma cadeira de rodas. Para quem tem 69 anos, aguentou muita coisa e resistiu.

Problema resolvido.

Mas aí que começam outros.

Ela tem osteoporose. E uns meses após a cirurgia e por ela ter ficado muito em repouso (25 dias de hospital, mais quase dois meses até ter começado a fisioterapia), os desgaste começaram a atacar. Dores fortes nos joelhos, ainda com dificuldade pra andar com musculatura fraca, perda de massa, dores no quadril... e pra terminar de ajudar, estamos suspeitando que ela está com inflamação no nervo ciático pois ela vem tendo dores nas pernas que fazem ela chorar. Essa do suposto nervo atacado deve estar fazendo um mês. Amanhã já temos um reumatologista marcado para ver a questão de osteoporose e ver se conseguimos algo já com esse nervo ou se será necessário um ortopedista.

A locomoção aos médicos é complexa. Aqui em casa tem escada da casa em si para a rua. Sempre preciso chamar alguém para colocarmos ela em uma cadeira e descermos as escadas para enfim entrarmos no carro e eu levar ela ao médico.

 

O que me dói em falar (e muito, tô me segurando aqui enquanto escrevo para ser honesto) é que eu não estou aguentando mais em prestar os cuidados. Não é por mal, ou falta de paciência (talvez um pouco de falta de paciência na verdade mas devido ao cansaço, ao esgotamento). Difícil eu conseguir sair de casa para me divertir, para distrair. A cada uma vez que dá para eu sair, eu já desmarquei uns 8 outros convites. Ou ela ela está com bastante de dor e não rola deixar ela sozinha ou devido aos horários não consigo ficar muito tempo fora de casa pois ela depende muito de mim para levantar da cama, ela se apoia em mim e eu seguro ela para pode sentar e levantar do vaso, sentar na cadeira da cozinha para comer... Não vou deixar dúvida de que eu amo muito ela e eu adoraria ajudar a cuidar. Mas por outro lado eu estou cedendo minha vida para que a dela ande. Parece exagero mas infelizmente não. Não sei se consegui expor as coisas aqui de forma que isso se faça a entender.

Estou já pouco mais de um ano sem trabalhar fazendo apenas umas coisas em casa para vender e gerar uma rendinha, meus aportes ainda são feitos de forma controlada com valores que recebi da minha rescisão no ano passado e quanto muito gasto com livros para estudar e pago minha facul que é baixo o valor por ser EAD. Mas falando em facul, mal consigo estudar. Não consigo parar 2h para me concentrar. Faz mais de um ano que não estou fazendo atividade física, estou atrasado em retornar com o psiquiatra há meses e minhas medicações já estão todas desreguladas. Ainda por milagre consigo ir uma vez por semana no psicólogo o que me ajuda bem. 

Mas eu não dou conta. Dificilmente saio de casa para ver meus amigo e tentar jogar conversa fora, só saio nas obrigações (farmácia, mercado), não saio para caminhar, é complicado combinar coisas com pessoas para eu fazer pois pode ser que no dia ou horas antes eu acabe furando (odeio isso, não gosto de faltar com compromissos, sou muito exigente e rígido com essa questão) por ela estar pior no dia ou de uma hora para outra.

Por mais que eu esteja sendo muito útil a ela, não estou útil a mais nada. Ao menos é a sensação que me dá.

O financeiro em casa é OK pois minha mãe recebe os valores dela que ajudam na casa e não temos problema algum com isso o que é ótimo.

Mas como minhas vendas não são grandes, estou sentindo a falta de gerar renda, de fazer parte de algo, de ter umas horas de trabalho e dedicação ou de fazer novos produtos para tentar aumentar as vendas e essa rendinha. Mas como fazer isso cuidando dela, cuidando da casa, tendo que estudar, tentar fazer esses negócios próprios e cuidar de mim mesmo?

Fora as noites de sono que há quase dois meses (acho) que estão péssimas. Quem consegue dormir escutando a única pessoa da sua família gemendo ou segurando choro de dor, respirando de forma ofegante que é bem audível e fora isso, dormir em estado de alerta pois pode ser que eu seja chamado para levar um remédio para tentar aliviar essas dores ou vontade dela de ir ao banheiro... Tem dias que seu eu durmo 4 ou 5h é muito.

Engraçado que as vezes que consigo entrar aqui para conversar com a turma, responder um tópico tentando ajudar, falar umas bolacha pra dar risada, assistir as lives de segunda, parece que tudo aqui flui legal. Mas sempre faço isso com a cabeça em outro lugar...

Não vejo outra alternativa a não ser ter pelo menos uma cuidadora. O problema é a aceitação dela a isso. Tanto que ainda mal toquei no assunto. Até então só falei que eu gostaria de arrumar uma cuidadora pelo menos para uns dois dias em dezembro por conta da baguncinha aqui da AVUP que eu queria muito ir. Rever uma turminha que conheci pessoalmente que são demais, conhecer mais pessoas.

Mas sabem aquelas pessoas que acham que os filhos que tem que cuidar dos pais? Pois é...

Deixar ela então em uma casa de repouso... não consigo esperar uma reação dela melhor do que "você vai me abandonar". Ela é um pouco cabeça dura e muito nervosa. Nervosa no sentido de guardar muita coisa, não colocar pra fora, não falar o que incomoda e isso rumina qualquer ser humano por dentro.

 

Eu estou totalmente ciente do que precisa ser feito que seria tentar conversar com ela para a questão da cuidadora. Só quis escrever mesmo na forma de tentar aliviar um pouco essa carga que não tá fácil de aguentar...

Pois tem hora que não sei... Só arrasto o dia do jeito que dá. E não quero voltar aos quadros de saúde que já tive antes (talvez vocês imaginem do que eu esteja falando).

Até pensei em mandar como anônimo mas algumas pessoas aqui já saberiam de quem se trataria no final das contas. então melhor dar a cara a tapa de uma vez pois estou tranquilo aqui dentro deste ambiente.

 

Bom, só descarreguei aqui.

Se você chegou até aqui, obrigado de verdade por seu tempo em "ter me escutado" um pouquinho. Só de escrever e saber que algumas pessoas irão ler de alguma isso me ajuda pois parece que desabafei e tive um ombro amigo que só ouviu e isso é de grande valia em umas situações assim.

 

Valeu, sardinha!

Boa noite meu mano. Primeiramente, Paz e bem pra vc e sua mamãe.

Cara, é dificil falar qualquer coisa que não seja clichê, com tamanha carga que vc esteja vivendo agora, de toda forma forma, mando pra vc muita positividade de força, certamente o seu status atual é temporario, em algum momento, a vida vai dar uma virada. Agora olhando tudo que você disse, e colocando que eu não estou na sua pele, então é bem mais facil vir aqui escrever algo, sem estar vivendo, mas... de maneira pratica e mais objetiva, a cuidadora vai ser pelo menos a solução de 50% DE TUDO QUE VC ESTA VIVENDO. Recentemente minha avó de 90 anos quebrou o femur, e bla, bla bla, uma merda total irmão, mas no final deu td certo a cirurgia, ela não queria cuidadora, hj a mulher é a queridinha dela. Como foi que inserimos a cuidadora na vida dela: como uma ajudante do lar, a moça começou como uma "diaristas" (entre muitas aspas), até minha avõ se acostumar com ela, e vou te dizer, deu certo, o processo todo de adapatação entre as duas, foi de 20 dias, e UFA, melhorou pra todos envolta da vovó e principalmente pra ela. Enfim, Espero que fique bem. Abs

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