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Organização da carteira


Lucas H.

Pergunta

Fala galera, concluí recentemente as aulas e levando em consideração os meus objetivos, estou planejando a composição da minha carteira. Cheguei a uma conclusão mas gostaria de opiniões sobre, principalmente porque tomei decisões baseadas em pontos que na minha cabeça fazem sentido, mas como sou novo nos investimentos, sei que existe a chance de eu estar errado...



Pensei em dar uma resumida, mas considerando que o nome da sessão é confessionário resolvi explicar mais detalhadamente, espero que tenham paciência para ler tudo 😬



Antes de mais nada irei contextualizar como cheguei até a minha situação atual e o que pretendo para meu futuro.

Primeiro ponto: organização financeira nunca foi problema para mim, nunca tive uma dívida ou conta atrasada sequer, sempre gastei apenas o que eu tinha, minha lógica sempre foi poupar para comprar a vista com desconto. O conceito de reserva de emergência me acompanha desde a infância quando abriram uma conta poupança em meu nome. Nunca deixei aquela poupança zerar. Isso foi muito positivo por um lado, porém me levou sempre a ser mais um poupador que um investidor de fato, sempre considerei o rendimento da poupança algo irrisório. Raspei a conta várias vezes ao longo da minha vida deixando apenas a reserva de emergência. Isso só mudou há dois anos quando estava poupando para um grande objetivo e quando cheguei a 150k na poupança percebi que aquele dinheiro "parado" estava rendando quase 1k por mês, o que hoje acho muito pouco, mas no alto da minha ignorância no passado era muito. A partir daí passei a pesquisar mais sobre investimentos, parei de gastar e comecei a investir através de um bancão (já da pra imaginar quanto lixo tem na minha carteira hoje...) e hoje tenho algo em torno de 250k para começar uma carteira decente (algumas partes presas até junho 2025 em lixos como COEs da vida, outra bem pequena já em Fii e Stocks que comprei para me familiarizar com as corretoras). 



Segundo ponto: Pretendo ao me aposentar, me mudar do Brasil. Porém, por diversos motivos, pretendo trabalhar e construir meu patrimônio por aqui mesmo.



Isso contextualizado, parti para uma decisão: investir direto em dólares a maior parte do meu patrimônio, ou aproveitar os juros da renda fixa brasileira? Então fiz algumas contas que gostaria de compartilhar com vocês para saber se minha lógica faz sentido.


Peguei um recorte de tempo, 2014 a 2024 e simulei qual o rendimento de 10k na selic e "dolarizei" para ver se os altos juros realmente compensam nossa moeda fraca.

R$10k em 2/1/2014 (dólar a 2,39 = $4184,10) rendendo 100% da selic, sem contar impostos, teriam se transformado, de acordo com a calculadora do banco central, em R$ 25.671,73 (dólar a 5,65 = $4543,66)



Resumindo, mesmo rendendo mais que 150% em real, o valor em dólar sequer superou a inflação americana do período ($5552,63)



Fontes: Dólar Ptax - Banco central, Calculadora do cidadão - Selic - Banco central, www.usinflationcalculator.com

Faz sentido isso ou estou pensando errado?



Com essa conclusão em mente pensei em manter 30k de reserva de emergência em um CDB de liquidez diária e 50k em Fiis que geram uma pequena renda mensal extra em caso de emergência aqui no Brasil, e todo o restante, incluindo os dividendos dos Fiis e meus aportes mensais, investir já no exterior para quase todo meu patrimônio crescer em dólar, mantendo uma proporção de 50% Bonds (para aproveitar taxas de 5 a 6% que encontro hoje nas corretoras), 45% Stocks, 5% ouro e cripto.



À medida que as taxas de juros americanas caírem e os bonds começarem a pagar pouco, iria aumentando a proporção de stocks em relação aos bonds.

Na minha cabeça, considerando meus objetivos e conhecimentos, me pareceu fazer sentido, mas gostaria de ouvir a opinião de quem tem mais experiencia com investimentos, antes de colocar isso em prática e acabar fazendo besteira.


Espero que alguns de vcs tenham tido paciência para ler isso td :)


Obrigado.

 

  • Brabo 1
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3 respostas para essa pergunta

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  • 1
6 horas atrás, Lucas H. disse:

Faz sentido isso ou estou pensando errado?



Com essa conclusão em mente pensei em manter 30k de reserva de emergência em um CDB de liquidez diária e 50k em Fiis que geram uma pequena renda mensal extra em caso de emergência aqui no Brasil, e todo o restante, incluindo os dividendos dos Fiis e meus aportes mensais, investir já no exterior para quase todo meu patrimônio crescer em dólar, mantendo uma proporção de 50% Bonds (para aproveitar taxas de 5 a 6% que encontro hoje nas corretoras), 45% Stocks, 5% ouro e cripto.



Bom dia @Lucas H.. Se o seu objetivo for usufruir do seu patrimonio la fora, o seu racicocinio relacionado a ter a maior parte do patrimonio alocado no exterior faz sentido. Não se trata somente de rentabilidade, mas tambem dos spreads e impostos que voce estaria pagando no transito de moeda

 

6 horas atrás, Lucas H. disse:

À medida que as taxas de juros americanas caírem e os bonds começarem a pagar pouco, iria aumentando a proporção de stocks em relação aos bonds.

Alterar a sua estrutura meta da carteira devido a alterações do ciclo de mercado, na minha opinião não seria uma conduta correta. Voce estaria indo exatamente contra a proposta de que quando nossa carteira apresentar uma classe de ativos descontada, seria na verdade o momento ideal para se aportar nesta classe.

Por exemplo, suponhamos que voce determinou uma estrutura simples de 50% em renda fixa e 50% em renda variavel. Geralmente se espera que em um cenario de taxa de juros alta, as empresas diminuam os seus investimentos e aconteça um cenario de "desvalorização das ações" . Sendo assim o percentual da sua carteira poderia neste momento estar apresentando 60% de RF e 40% de RV. Se voce decide então aumentar a proporção de renda fixa porque ela esta pagando mais, estara perdendo a oportunidade de equilibrar sua carteira em um momento de RV descontada. O oposto tambem, se a renda variavel esticar e voce aumentar o percentual de renda variavel para 60% estara mudando a estrutura para comprar ativos em um momento que eles estarão mais caros.

Veja se esta explicação fez sentido para voce. Caso tenha mais alguma duvida, poste aqui para podermos ajudar.

  • Brabo 3
  • Aí cê deu aula... 1
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  • 1
3 horas atrás, Lucas H. disse:

Ok, fez total sentido. Você me fez perceber que estou indo contra o que foi explicado na aula de contrafluxo. 

Porém algo me chamou a atenção: quando assisti a aula, isso fez total sentido porque a renda fixa aqui é pós fixada, logo, no momento de juros baixos as a bolsa fica "cara" e a renda fixa paga 150%+ do CDI, quando o juros voltam a subir esses 150% passam a ser um rendimento muito alto, ai eu aporto na bolsa que fica "barata".

Agora analisando os bonds, pelo que entendi eles pagam cupom semestral pré fixados, no momento encontro títulos pagando até 6-7%aa e assim será até o vencimento deles, mas assim que os juros caírem, a bolsa fica "cara" e os novos bonds emitidos passarão a pagar talvez até menos de 1%aa. Mas como é pré fixado, esse titulo vai sempre render pouco mesmo a taxa voltando a subir e eu não teria o efeito "150% do CDI". Sendo assim não faria sentido o contrafluxo lá fora... 

Isso mesmo ou entendi errado novamente? 

A dinamica é a mesma, só teria que adaptar baseado nas caracteristicas da economia e nos titulos oferecidos.

Quando dizemos que com a taxa de juros alta a bolsa fica barata, não quer dizer que só iremos aportar na bolsa, ou vice versa. O que geralmente acontece é que a nossa estrutura meta da carteira desbalanceia e temos que colocar mais dinheiro naquilo que esta mais descontado. E mesmo nos EUA temos etfs como o TFLO que segue a funds rate e que se assemelharia ao nosso tesouro selic.

  • Brabo 4
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11 horas atrás, Adriano Umemura disse:

Alterar a sua estrutura meta da carteira devido a alterações do ciclo de mercado, na minha opinião não seria uma conduta correta. Voce estaria indo exatamente contra a proposta de que quando nossa carteira apresentar uma classe de ativos descontada, seria na verdade o momento ideal para se aportar nesta classe.

Ok, fez total sentido. Você me fez perceber que estou indo contra o que foi explicado na aula de contrafluxo. 

Porém algo me chamou a atenção: quando assisti a aula, isso fez total sentido porque a renda fixa aqui é pós fixada, logo, no momento de juros baixos as a bolsa fica "cara" e a renda fixa paga 150%+ do CDI, quando o juros voltam a subir esses 150% passam a ser um rendimento muito alto, ai eu aporto na bolsa que fica "barata".

Agora analisando os bonds, pelo que entendi eles pagam cupom semestral pré fixados, no momento encontro títulos pagando até 6-7%aa e assim será até o vencimento deles, mas assim que os juros caírem, a bolsa fica "cara" e os novos bonds emitidos passarão a pagar talvez até menos de 1%aa. Mas como é pré fixado, esse titulo vai sempre render pouco mesmo a taxa voltando a subir e eu não teria o efeito "150% do CDI". Sendo assim não faria sentido o contrafluxo lá fora... 

Isso mesmo ou entendi errado novamente? 

  • Brabo 1
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