Gostaria de compartilhar com vocês as importantes lições do livro: "O mais importante para o investidor", de Howard Marks. A obra é um best-seller e referência de vários grandes investidores que já estamos cansados de ouvir falar, como Warren Buffet, Ray Dalio, Joel Greenblatt, dentre outros. O autor aborda tomada de decisão, gestão de risco e faz uma análise precisa sobre os ciclos de mercado, abordando o mais importante para o investidor. Antes de começar, não há uma coisa mais importante, mas várias, por isso pretendo falar de uma por tópico.
E o mais importante é... o pesamento de segundo nível
Nem as abordagens válidas de investimentos funcionam sempre - até mesmo os melhores investidores erram (me lembrou um brasileiro que investiu em IRB e Paranapanema). O motivo disso é simples: o ambiente é mutável, não há regras que funcionem em todos os casos, pois uma abordagem popular eventualmente mudará o cenário. Dessa forma, podemos dizer que investir é mais arte do que ciência, e a economia não é uma ciência exata. Pode até nem ser uma ciência, no sentido de que não conseguimos realizar experiementos controlados e replicar resultados.
Porém, tudo depende do nosso objetivo. Podemos nos contentar com o desempenho de mercado, investindo em um fundo de índice (ETF), mas o investidor bem sucedido não quer apenas isso, ele quer vencer o mercado. Para isso, é preciso de muita sorte ou uma percepção fora da curva, mas contar com a primeira opção não é uma boa ideia, então vamos focar na percepção. Como todos querem ganhar dinheiro, é difícil ter uma performance acima da média, afinal, ninguém quer ganhar menos, então os vencedores devem estar um passo a frente dos demais. Em várias atividades isso é facil: nos esportes basta treinar mais e ter uma dieta rigorosa e em muitas profissões você precisa estudar mais, mas para investir, precisamos de um pensamento mais perceptivo, conhecido como pensamento de segundo nível, que Benjamin Graham trata de forma profunda em sua obra "O investidor inteligente".
Os demais investidores podem ser inteligentes e informados, então precisamos encontrar uma vantagem que eles não tenham, se comportando de forma diferente, precisamos estar mais certos que os outros. Enquanto o pensamento de segundo nível é raso, o de segundo nível é profundo, complexo e não convencional. Frases como: "Eu acho que os lucros dessa empresa vão cair; venda!" e "Esta é uma boa empresa, vamos comprar ações!" definem o primeiro, ao passo que "Eu acho que os lucros da empresa vão diminuir menos do que as pessoas esperam, e essa boa surpresa fará as ações subirem, vamos comprar!" e "Esta é uma boa empresa, no entanto, todos a consideram uma grande empresa, e ela não é. Por isso, suas ações estão superestimadas e sobrevalorizadas. Vamos vender!" definenem o segundo.
Em suma, o desempenho extraordinário nasce de ações não convencionais - não é possível fazer a mesma coisa que os outros e esperar superá-los. Em um mercado de soma zero, precisamos ter uma boa razão pra fazer parte da metade superior, por isso precisamos do pensamento de segundo nível para vencer o investidor médio. Precisamos ser mais certos do que o consenso - diferente e melhor. Felizmente, apesar da alta complexidade envolvida, a prevalência dos investidores de primeiro nível aumenta os retornos prospectivos para os do segundo grupo, então para que nossos retornos sejam superiores de forma consistente, precisamos ser um desses.
Pergunta
Matheus Malheiros Pinto
Boa noite, Sardinhas!
Gostaria de compartilhar com vocês as importantes lições do livro: "O mais importante para o investidor", de Howard Marks. A obra é um best-seller e referência de vários grandes investidores que já estamos cansados de ouvir falar, como Warren Buffet, Ray Dalio, Joel Greenblatt, dentre outros. O autor aborda tomada de decisão, gestão de risco e faz uma análise precisa sobre os ciclos de mercado, abordando o mais importante para o investidor. Antes de começar, não há uma coisa mais importante, mas várias, por isso pretendo falar de uma por tópico.
E o mais importante é... o pesamento de segundo nível
Nem as abordagens válidas de investimentos funcionam sempre - até mesmo os melhores investidores erram (me lembrou um brasileiro que investiu em IRB e Paranapanema). O motivo disso é simples: o ambiente é mutável, não há regras que funcionem em todos os casos, pois uma abordagem popular eventualmente mudará o cenário. Dessa forma, podemos dizer que investir é mais arte do que ciência, e a economia não é uma ciência exata. Pode até nem ser uma ciência, no sentido de que não conseguimos realizar experiementos controlados e replicar resultados.
Porém, tudo depende do nosso objetivo. Podemos nos contentar com o desempenho de mercado, investindo em um fundo de índice (ETF), mas o investidor bem sucedido não quer apenas isso, ele quer vencer o mercado. Para isso, é preciso de muita sorte ou uma percepção fora da curva, mas contar com a primeira opção não é uma boa ideia, então vamos focar na percepção. Como todos querem ganhar dinheiro, é difícil ter uma performance acima da média, afinal, ninguém quer ganhar menos, então os vencedores devem estar um passo a frente dos demais. Em várias atividades isso é facil: nos esportes basta treinar mais e ter uma dieta rigorosa e em muitas profissões você precisa estudar mais, mas para investir, precisamos de um pensamento mais perceptivo, conhecido como pensamento de segundo nível, que Benjamin Graham trata de forma profunda em sua obra "O investidor inteligente".
Os demais investidores podem ser inteligentes e informados, então precisamos encontrar uma vantagem que eles não tenham, se comportando de forma diferente, precisamos estar mais certos que os outros. Enquanto o pensamento de segundo nível é raso, o de segundo nível é profundo, complexo e não convencional. Frases como: "Eu acho que os lucros dessa empresa vão cair; venda!" e "Esta é uma boa empresa, vamos comprar ações!" definem o primeiro, ao passo que "Eu acho que os lucros da empresa vão diminuir menos do que as pessoas esperam, e essa boa surpresa fará as ações subirem, vamos comprar!" e "Esta é uma boa empresa, no entanto, todos a consideram uma grande empresa, e ela não é. Por isso, suas ações estão superestimadas e sobrevalorizadas. Vamos vender!" definenem o segundo.
Em suma, o desempenho extraordinário nasce de ações não convencionais - não é possível fazer a mesma coisa que os outros e esperar superá-los. Em um mercado de soma zero, precisamos ter uma boa razão pra fazer parte da metade superior, por isso precisamos do pensamento de segundo nível para vencer o investidor médio. Precisamos ser mais certos do que o consenso - diferente e melhor. Felizmente, apesar da alta complexidade envolvida, a prevalência dos investidores de primeiro nível aumenta os retornos prospectivos para os do segundo grupo, então para que nossos retornos sejam superiores de forma consistente, precisamos ser um desses.
Link para compartilhar
Share on other sites
Top Posters For This Question
6
3
2
2
DIAS POPULARES
2/Dez
15
Top Posters For This Question
Matheus Malheiros Pinto 6 posts
Renzo Nogueira Margotto 3 posts
Henrique Magalhães 2 posts
Enio Junior 2 posts
DIAS POPULARES
2/Dez 2022
15 posts
Os mais famosos desse tópico
Matheus Malheiros Pinto
Boa noite, Sardinhas! Gostaria de compartilhar com vocês as importantes lições do livro: "O mais importante para o investidor", de Howard Marks. A obra é um best-seller e referência de vários gra
Matheus Malheiros Pinto
Se não for o meu favorito, com certeza está entre os primeiros! Seu título é merecido, os ensinamentos desse livro deveriam ser colocados em prática por todos os investidores.
Henrique Magalhães
@Renzo Nogueira Margotto ótima ideia , aliás eu vejo que esta ideia de típicos mais relevantes serem fixos (principalmente os de foco no conteúdo do próprio curso) seria legais , já que os assuntos ma
14 respostas para essa pergunta
Recommended Posts