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O governo ja deixou de pagar um título público?


Alexandre De Paiva Silva

Pergunta

Fiquei um pouco confuso com o racional por trás da precificação de títulos públicos pre-fixados porque já vi o mesmo argumento de 'qualquer coisa o governo pode imprimir mais dinheiro para te pagar' sendo usado para justificar tanto que 'tesouro direto é o investimento mais seguro que existe' quanto 'se a confiança no governo estiver alta, ele oferece juros menores, caso contrario precisa oferecer juros maiores'.

Os 2 cenários me parecem conflitantes. Se o governo tem 100% de chance de pagar, por que precisaria ficar modulando a taxa? Por outro lado, se a chance não for 100%, já houve algum calote? O que aconteceu nestes casos? O governo pagou atrasado ou não pagou nada?

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7 respostas para essa pergunta

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Boa noite. Na minha opinião, o governo segue a mesma tendência de qualquer instituição, empresa ou Pf que pega dinheiro emprestado, qto maior a credibilidade menor os juros pagos. Vc vera que em qualquer investimento a premissa é a mesma. Maior o risco melhor a rentabilidade. Essa credibilidade não é avaliada somente pela população brasileira, mas pela imagem que o Brasil exerce no mundo. Quanto maior a oferta de captação, menor o valor que pode ser pago. 

Contudo, a rentabilidade paga não é influenciada somente por esse aumento ou diminuição da credibilidade. Outros fatores como a Selic e inflação influenciam tbem na taxa paga. 

Se analisarmos hoje grande parte dos títulos públicos está em fundos de investimento, previdência e instituições financeiras. Sendo assim, caso haja um calote dos títulos públicos, praticamente todo o sistema financeiro quebra junto.
 

Em relação a história, não me lembro de um calote, com excessão da dívida externa, nos anos de 1987 com o governo Sarney decretando moratória e renegociação da dívida.

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Boa noite Adriano. Entendo a relação de risco x retorno e como isso afeta a taxa ofertada. Realmente faz todo sentido.

De forma prática, minha dúvida é: Qual o perigo de sempre comprar os títulos de maior taxa oferecidos pelo governo se ele pode imprimir mais dinheiro para paga-la? Sei que neste cenário, estaria pagando com um dinheiro inflacionado, mas é um risco que estamos assumindo mantendo qualquer quantia em Real (independente de comprar o título ou não).

O único caso de risco real seria um cenário como esse de 1987 onde houve uma re-negociação da divida?

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Na atual conjectura eu avalio o risco do tesouro menor do que o risco de deixar o dinheiro no colchao

Fora esse caso de 1987 não me recordo de outro

E tomando 2 exemplos bem distintos, a Argentina em maio elevou sua taxa básica de juros em 97%.
Em contraposição o Japão possui rentabilidade zero para os títulos de 10 anos.

Qual seria o motivo de um investidor investir no Japão se não for a credibilidade de pagamento. 

E finalizando. Na AUVP vc vera que 1 dos pilares da montagem da carteira é a diversificação. Diversificação de classe de ativos, diversificação de ativos dentro das classes e diversificação de pais. O tesouro vai ser uma parte dessa diversificação levando em conta estes riscos que discutimos no post.

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Acho que entendi. Este risco atrelado aos títulos públicos está mais relacionado a comparações com investimentos no exterior ou em outros ativos então?

Dentre outros títulos que pagam em real, todos estão sujeitos a este mesmo risco do governo brasileiro não conseguir pagar suas dividas, imprimir dinheiro e desvalorizar o real, que afeta a disposição dos investidores em comprar renda fixa (vs investir no exterior ou em outros ativos) e, consequentemente também afeta a taxa destes títulos.

 

É essa a ideia?

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1 hora atrás, Alexandre De Paiva Silva disse:

Fiquei um pouco confuso com o racional por trás da precificação de títulos públicos pre-fixados porque já vi o mesmo argumento de 'qualquer coisa o governo pode imprimir mais dinheiro para te pagar' sendo usado para justificar tanto que 'tesouro direto é o investimento mais seguro que existe' quanto 'se a confiança no governo estiver alta, ele oferece juros menores, caso contrario precisa oferecer juros maiores'.

Os 2 cenários me parecem conflitantes. Se o governo tem 100% de chance de pagar, por que precisaria ficar modulando a taxa? Por outro lado, se a chance não for 100%, já houve algum calote? O que aconteceu nestes casos? O governo pagou atrasado ou não pagou nada?

O governo compete com outras instituições que também oferecem juros, então vc pode avaliar o que é mais atrativo. Geralmente quanto maior o risco, maior o juro. Então quando a concorrência é pelo valor dos juros pagos, o governo perde.

Mas o governo do Brasil não oferece juros apenas para nós e tem aqueles lances de risco país e tal. Então externamente, precisamos atrair pela taxa.

Quanto a não pagar, não me lembro de nenhuma moratória do Brasil. mas da Argentina acho que lembro de umas 2.

A moratória do Brasil de 1987, eu tinha 9 anos, tínhamos hiperinflação, lembro que tinha que correr no mercado para comprar comida e administrar para durar até o final do mês. Caso acabasse, lascou.

Era outra situação. Não vejo a mesma coisa.

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