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Venda de Renda Fixa Antecipada


Edison Luis Paulini

Pergunta

Boa noite, cardume!

Gostaria de fixar um conhecimento para com a venda de títulos da renda fixa no mercado secundário. A priori não estou visando nenhuma venda. Meus títulos nessa categoria na minha opinião estão bem alocados de acordo com o contrafluxo.

Mas mesmo assim em alguma eventualidade e até mesmo para saber mais detalhadamente do caso, queria sanar algumas dúvidas:

- quando colocamos o título a venda, as corretoras cobram o seu spread. Esse spread pode superar a rentabilidade já obtida sendo consumido inclusive o valor aportado no título?

- acho que já vi por aqui falando sobre mas não me recordo 100%. Como que é feita a avaliação se o título possui liquidez para ser ofertado no mercado secundário?

- no quesito de valores, vamos imaginar que tenha se comprado um título X ao valor de R$ 2000 e dentro do período de 2 anos ele rendeu R$ 200. O título ainda tem mais 2 anos até o vencimento e será ofertado no mercado secundário. A qual valor ele entraria? Existe alguma regra quanto a isso?

- ainda puxando a dúvida anterior. O título para o novo comprador seguiria uma vida normal? Digo, a taxa de rendimento sendo ofertada acredito que não mudaria então a pessoa pega o título e vai recebendo o rendimento contratado até o vencimento normalmente?

- um tema que para mim ainda é um tanto obscuro. Como funciona a marcação a mercado nesses títulos de renda fixa? É necessário entender algum detalhe a mais que o torne diferente ao que aprendemos nas marcações de tesouro pré fixado e IPCA? Os do tesouro asseguro que entendi legal o conceito mas não o que seria importante entender sobre a marcação quando o assunto é CDB, LC, etc, por isso ainda digo ser obscuro;

- em caso de venda de CRIs ou CRAs que pagam juros semestrais algo neles muda? Ou seguiria o mesmo fluxo de venda no mercado secundário e novo comprado passaria a receber os juros normalmente?

 

Dessa vez a lista de dúvida ficou meio grande  😅

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4 respostas para essa pergunta

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Bom dia lindão.

O spread refere-se à diferença entre o preço de compra e o preço de venda de um título. Sim, é possível que o spread cobrado pela corretora ao vender um título no mercado secundário seja elevado a ponto de consumir a rentabilidade obtida e, em casos extremos, até mesmo parte do valor principal investido. Isso geralmente acontece em mercados com baixa liquidez ou em situações de alta volatilidade, onde o spread pode aumentar significativamente.

A liquidez de um título é determinada pela facilidade com que ele pode ser comprado ou vendido no mercado sem causar uma grande alteração em seu preço. Corretoras e plataformas de negociação avaliam a liquidez com base em fatores como o volume de negócios recentes do título, a demanda dos investidores e a proximidade do vencimento. Títulos com maior demanda e volumes de negociação tendem a ter maior liquidez.

O valor de um título no mercado secundário é influenciado por vários fatores, incluindo as taxas de juros de mercado, a demanda do título, e o tempo restante até o vencimento. No exemplo dado, o título que originalmente valia R$ 2000 e rendeu R$ 200 em dois anos, seria precificado com base na taxa de juros corrente comparada à taxa de juros original do título, bem como o tempo restante até o vencimento. Não há uma regra fixa, mas sim um cálculo baseado na expectativa de retorno até o vencimento.

O novo comprador do título receberá o rendimento de acordo com as condições originais do título até o vencimento. No entanto, o retorno efetivo que o novo comprador obterá depende do preço pago pelo título no mercado secundário. A taxa de juros nominal permanece a mesma, mas o rendimento real depende do preço de compra.

A marcação a mercado é o processo de atualização do valor de um ativo para refletir seu preço de mercado atual. Para títulos como CDBs, LCIs, LCAs, a marcação a mercado pode afetar o valor contábil desses ativos, especialmente em contextos de flutuações nas taxas de juros. Diferentemente dos títulos pré-fixados e atrelados ao IPCA do Tesouro, cuja marcação a mercado é mais transparente devido à sua liquidez diária e precificação pública, os CDBs, LCs, etc., podem ter sua marcação a mercado menos visível, dependendo da política da instituição emissora e da plataforma de investimento.

Ao vender CRIs ou CRAs que pagam juros semestrais no mercado secundário, o novo comprador passa a ter direito aos pagamentos de juros subsequentes até o vencimento. A venda não altera as condições originais de pagamento de juros do título; apenas transfere o direito aos pagamentos futuros do vendedor para o comprador.

Editado por Raí Nunes
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8 horas atrás, Edison Paulini disse:

- quando colocamos o título a venda, as corretoras cobram o seu spread. Esse spread pode superar a rentabilidade já obtida sendo consumido inclusive o valor aportado no título?

Bom dia @Edison Paulini. Somente acrescentando mais algumas informações. Alem da diferença entre o valor de compra e venda irão incidir possiveis taxas que serão descontadas do valor do seu titulo. Na maioria dos casos quando voce for vender o seu titulo, o valor apresentado ja estara com o valor de venda descontado as taxas de intermediação. Sendo assim, quanto menor o tempo que voce permaneceu com o titulo, maior a chance de consumir até mesmo parte do capital investido em um resgate antecipado

8 horas atrás, Edison Paulini disse:

- acho que já vi por aqui falando sobre mas não me recordo 100%. Como que é feita a avaliação se o título possui liquidez para ser ofertado no mercado secundário?

Geralmente, se na corretora ja existe a possibilidade de na propria plataforma online voce efetuar a venda ja calculando o valor do resgate, significa que a mesma garante a liquidez. Contudo irão existir varios casos em que voce teria que entrar em contato com a corretora para verificar a possibilidade da venda antecipada

8 horas atrás, Edison Paulini disse:

- no quesito de valores, vamos imaginar que tenha se comprado um título X ao valor de R$ 2000 e dentro do período de 2 anos ele rendeu R$ 200. O título ainda tem mais 2 anos até o vencimento e será ofertado no mercado secundário. A qual valor ele entraria? Existe alguma regra quanto a isso?

O valor do titulo sera calculado baseado na taxa vigente no periodo, da mesma forma que acontece no tesouro. Se a taxa sobe o valor do seu titulo cai e vice versa. Contudo irá existir tambem a lei da oferta e da procura. Se o seu titulo não for atrativo para os demais investidores, provavelmente a corretora ira colocar um spread maior para realizar a sua recompra

Devido a esta falta de transparencia para o investidor saber qual sera o valor em uma venda antecipada, que o mercado gradualmente esta sinalizando uma migração para que todos os titulos passem a apresentar o valor que ele esta sendo marcado a mercado. Este processo ja começou no inicio de 2023 com debentures, CRIs e CRAs, mas não se extendeu ainda para CDBs, LCIs e LCAs.

8 horas atrás, Edison Paulini disse:

- ainda puxando a dúvida anterior. O título para o novo comprador seguiria uma vida normal? Digo, a taxa de rendimento sendo ofertada acredito que não mudaria então a pessoa pega o título e vai recebendo o rendimento contratado até o vencimento normalmente?

 

Para quem compra um titulo do mercado secundário não há diferença nenhuma, ele receberá a taxa contratada. Contudo esta taxa não sera igual a taxa que voce tinha no seu titulo. É aqui que entra o spread das corretoras. Ela ira recomprar de voce a um valor e revender por outro valor.

8 horas atrás, Edison Paulini disse:

- um tema que para mim ainda é um tanto obscuro. Como funciona a marcação a mercado nesses títulos de renda fixa? É necessário entender algum detalhe a mais que o torne diferente ao que aprendemos nas marcações de tesouro pré fixado e IPCA? Os do tesouro asseguro que entendi legal o conceito mas não o que seria importante entender sobre a marcação quando o assunto é CDB, LC, etc, por isso ainda digo ser obscuro;

A maior parte dos critérios para o mercado precificar o valor dos titulos são os mesmos, mas que devem ser extendidos para a instituição emissora. 

Por exemplo, quando compramos um titulo de uma instituição privada queremos receber um premio acima do oferecido pelo tesouro nacional, a qual consideramos como um ativo livre de risco. Neste premio estara embutido alem dos fatores basicos como a taxa de juros, tambem as expectativas frente ao emissor, incluindo o seu risco. 

Veja que interessante. Um emissor que tenha o seu rating elevado provavelmente tera uma redução na taxa oferecida, ja que seu risco diminuiu. Ja o contrario tambem acontece, uma empresa que vem mostrando varios problemas provavelmente tera titulos sendo oferecidos a taxas maiores.

8 horas atrás, Edison Paulini disse:

- em caso de venda de CRIs ou CRAs que pagam juros semestrais algo neles muda? Ou seguiria o mesmo fluxo de venda no mercado secundário e novo comprado passaria a receber os juros normalmente?

Para o novo comprador sera como se ele tivese adquirido um titulo novo, tendo a rentabilidade contratada, a data de vencimento e o pagamento de cupons referentes ao que sera oferecido a ele na data da contratação.

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On 01/02/2024 at 07:53, Adriano Umemura disse:

Bom dia @Edison Paulini. Somente acrescentando mais algumas informações. Alem da diferença entre o valor de compra e venda irão incidir possiveis taxas que serão descontadas do valor do seu titulo. Na maioria dos casos quando voce for vender o seu titulo, o valor apresentado ja estara com o valor de venda descontado as taxas de intermediação. Sendo assim, quanto menor o tempo que voce permaneceu com o titulo, maior a chance de consumir até mesmo parte do capital investido em um resgate antecipado

Geralmente, se na corretora ja existe a possibilidade de na propria plataforma online voce efetuar a venda ja calculando o valor do resgate, significa que a mesma garante a liquidez. Contudo irão existir varios casos em que voce teria que entrar em contato com a corretora para verificar a possibilidade da venda antecipada

O valor do titulo sera calculado baseado na taxa vigente no periodo, da mesma forma que acontece no tesouro. Se a taxa sobe o valor do seu titulo cai e vice versa. Contudo irá existir tambem a lei da oferta e da procura. Se o seu titulo não for atrativo para os demais investidores, provavelmente a corretora ira colocar um spread maior para realizar a sua recompra

Devido a esta falta de transparencia para o investidor saber qual sera o valor em uma venda antecipada, que o mercado gradualmente esta sinalizando uma migração para que todos os titulos passem a apresentar o valor que ele esta sendo marcado a mercado. Este processo ja começou no inicio de 2023 com debentures, CRIs e CRAs, mas não se extendeu ainda para CDBs, LCIs e LCAs.

Para quem compra um titulo do mercado secundário não há diferença nenhuma, ele receberá a taxa contratada. Contudo esta taxa não sera igual a taxa que voce tinha no seu titulo. É aqui que entra o spread das corretoras. Ela ira recomprar de voce a um valor e revender por outro valor.

A maior parte dos critérios para o mercado precificar o valor dos titulos são os mesmos, mas que devem ser extendidos para a instituição emissora. 

Por exemplo, quando compramos um titulo de uma instituição privada queremos receber um premio acima do oferecido pelo tesouro nacional, a qual consideramos como um ativo livre de risco. Neste premio estara embutido alem dos fatores basicos como a taxa de juros, tambem as expectativas frente ao emissor, incluindo o seu risco. 

Veja que interessante. Um emissor que tenha o seu rating elevado provavelmente tera uma redução na taxa oferecida, ja que seu risco diminuiu. Ja o contrario tambem acontece, uma empresa que vem mostrando varios problemas provavelmente tera titulos sendo oferecidos a taxas maiores.

Para o novo comprador sera como se ele tivese adquirido um titulo novo, tendo a rentabilidade contratada, a data de vencimento e o pagamento de cupons referentes ao que sera oferecido a ele na data da contratação.

Resumindo, enquanto não avançar esse processo de maior transparência iniciado em 2023, não compensa pensar em vender CDBs, LCAs, LCIs… no mercado secundário, correto?

Outra dúvida: CDBs, LCIs/LCAs, CRIs/CRAs, Debêntures… seria interessante adquirirmos com prazo máximo de 4 anos por exemplo? Buscando minimizar riscos… faz sentindo?

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16 minutes ago, Ricardo Tuller Mendes disse:

Resumindo, enquanto não avançar esse processo de maior transparência iniciado em 2023, não compensa pensar em vender CDBs, LCAs, LCIs… no mercado secundário, correto?

Outra dúvida: CDBs, LCIs/LCAs, CRIs/CRAs, Debêntures… seria interessante adquirirmos com prazo máximo de 4 anos por exemplo? Buscando minimizar riscos… faz sentindo?

A transparencia é um fator importante, mas o maior problema é a liquidez. Na minha opinião, estes titulos com exceção dos que possuam liquidez diaria, o ideal é levar até o vencimento. Sendo assim o vencimento teria que estar alinhado com seus objetivos e estratégia. Eu particularmente prefiro titulos com vencimento em torno de 4 anos para poder girar um pouco mais a carteira de renda fixa e tentar adaptar os titulos com os ciclos do mercado. Contudo, outro fator que no meu caso influencia esta decisão, seria o horizonte para usufruir do patrimonio que não está tão distante.

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