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MARCAÇÃO A MERCADO 2 - NÃO ENTENDO A LÓGICA


Pergunta

Ok, assisti a aula de marcação a mercado e reassisti ela e entendi a lógica. Se a gente pega um título o valor dele tem que ser 1000 reais no final do tempo contratado. Eu também entendi que existe a lógica de alteração do valor do título em relação a taxa de juros e como você pode lucrar encima disto. Ok. Agora vem a dúvida:

- Se o governo faz um acordo com você - olha, você está me emprestando este dinheiro a x% de juro e ao final deste período vou te dar 1000 reais - por que diabos ele daria esta "opção" de você resgatar ele mais cedo e com uma rentabilidade maior do que a contratada sendo que o governo poderia simplesmente "deixar quieto" e te dar 1000 reais no final da data prevista? Por que ele se dá a este risco de ter "prejuízo"? - coloquei prejuízo entre aspas por que eu sequer sei se ele está de fato tendo prejuízo. 

- Além disto, hoje nesta data temos um tesouro prefixado a 12,3% - mais ou menos isto - com vencimento em 2035 com uma taxa de juros a 10,0% e uns quebrados. Eu entendo que o governo vai colocar uma taxa de juros maior no título caso contário ele não vai conseguir vendê-lo mas me parece um contrasenso com a expectativa de queda da selic - e cá entre nós, com a possibilidade de no próximo ano entrar na presidência do Banco Central alguém que pode fazer esta taxa cair na canetada - ele colocar um título que sabidamente vai se valorizar com a marcação a mercado.

Alguém sabe me explicar isto? E estou para dizer que um dos principais motivos pelos quais eu me matriculei na AUVP foi tentar entender esta bagunça. 

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6 respostas para essa pergunta

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Boa tarde, Filipe!

9 minutes ago, Filipe De Assis Ribeiro disse:

Se o governo faz um acordo com você - olha, você está me emprestando este dinheiro a x% de juro e ao final deste período vou te dar 1000 reais - por que diabos ele daria esta "opção" de você resgatar ele mais cedo e com uma rentabilidade maior do que a contratada sendo que o governo poderia simplesmente "deixar quieto" e te dar 1000 reais no final da data prevista? Por que ele se dá a este risco de ter "prejuízo"? - coloquei prejuízo entre aspas por que eu sequer sei se ele está de fato tendo prejuízo. 

A precificação dos títulos não são feitas pelo governo. Logo, ele não tem controle sobre a variação dos títulos que acabaria dando um "prejuízo" a ele.

Ademais penso em outros dois pontos que seriam:

Primeiro que por incrível que talvez possa parecer, a marcação a mercado não é algo que é amplamente conhecida. Então na minha opinião não é algo que aconteça com frequência.

Segundo que o governo com certeza sabe do risco e o tal "prejuízo" não vem a ser de fato um prejuízo como bem colocou. A marcação é uma antecipação de rentabilidade, ou seja, está pagando um pouco antes algo que seria pago de qualquer forma no futuro.

13 minutes ago, Filipe De Assis Ribeiro disse:

Além disto, hoje nesta data temos um tesouro prefixado a 12,3% - mais ou menos isto - com vencimento em 2035 com uma taxa de juros a 10,0% e uns quebrados. Eu entendo que o governo vai colocar uma taxa de juros maior no título caso contário ele não vai conseguir vendê-lo mas me parece um contrasenso com a expectativa de queda da selic - e cá entre nós, com a possibilidade de no próximo ano entrar na presidência do Banco Central alguém que pode fazer esta taxa cair na canetada - ele colocar um título que sabidamente vai se valorizar com a marcação a mercado.

É importante lembrar que a variação da taxa Selic não é a única variável que faz com que as taxas de mercado para os títulos do governos oscilem. A inflação, cenários macro e micro econômicos, variações da moeda, e fim, existem muitas variáveis que fazem com que as taxas de mercado oscilem. O governo na minha opinião não tem controle sobre essas taxas pois ele.nao consegue controlar as variáveis que fazem com que as taxas oscilem.

Além disso, as taxas oferecidas pelo governo também visam o risco X retorno. O tesouro direto é o título mais seguro o que consequentemente tende a oferecer algumas taxas levemente menores do que outros títulos disponíveis no mercado com taxas maiores.

 

Espero que ajude a pensar um pouco!

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2 minutes ago, Edison Paulini disse:

Boa tarde, Filipe!

A precificação dos títulos não são feitas pelo governo. Logo, ele não tem controle sobre a variação dos títulos que acabaria dando um "prejuízo" a ele.

Ademais penso em outros dois pontos que seriam:

Primeiro que por incrível que talvez possa parecer, a marcação a mercado não é algo que é amplamente conhecida. Então na minha opinião não é algo que aconteça com frequência.

Segundo que o governo com certeza sabe do risco e o tal "prejuízo" não vem a ser de fato um prejuízo como bem colocou. A marcação é uma antecipação de rentabilidade, ou seja, está pagando um pouco antes algo que seria pago de qualquer forma no futuro.

É importante lembrar que a variação da taxa Selic não é a única variável que faz com que as taxas de mercado para os títulos do governos oscilem. A inflação, cenários macro e micro econômicos, variações da moeda, e fim, existem muitas variáveis que fazem com que as taxas de mercado oscilem. O governo na minha opinião não tem controle sobre essas taxas pois ele.nao consegue controlar as variáveis que fazem com que as taxas oscilem.

Além disso, as taxas oferecidas pelo governo também visam o risco X retorno. O tesouro direto é o título mais seguro o que consequentemente tende a oferecer algumas taxas levemente menores do que outros títulos disponíveis no mercado com taxas maiores.

 

Espero que ajude a pensar um pouco!

Perfeita explicação, só gostaria de complementar que é bom ficar atento à chamada "Armadilha da Liquidez", que segundo a Macroeconomia (Keynesiana) mostra que em períodos de grandes baixas na taxa de juros, como o Filipe disse que poderia acontecer, a população tende a reter moeda (dinheiro), ou seja, evitam comprar títulos de dívida visando que no futuro a taxa de juros irá subir novamente, o que faria com que os títulos perdessem o seu valor e houvesse perca de capital. Isso de forma alguma seria bom para o Governo, visto que uma das formas dele se financiar é por meio da emissão de títulos, porém, é um estimulante para economia já que a população "paga menos" nas compras.

Portanto, acredito que não irá ocorrer de forma tão abrupta essa queda na taxa de juros, mas é bom lembrar disso e ficar atento.

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5 minutes ago, Filipe De Assis Ribeiro disse:

Entendi Edison, é a se pensar mesmo kkkkkkk. Não entendo como o governo joga com a possibilidade de derrota mas faz sentido. Aproveitando o assunto, para evitar criar um novo tópico, você conhece alguma boa calculadora de marcação a mercado?

Haha faz parte!

 

Calculadora disso não conheço. As avaliações para ver se vale a pena fazer a marcação normalmente é na mão. 

Duas coisas que podem ajudar:

- o próprio site do tesouro disponibiliza informações inclusive com gráficos de relação entre o preço real e o preço teórico do título. Aí cabe a você fazer o desconto do IR;

- fiz um tópico há um tempo onde falei sobre a marcação a mercado e inclusive dando um passo a passo sobre como fazer a marcação, o que avaliar, etc.

Deixo este tópico aqui como sugestão de leitura que espero que agregue aí nos estudos!

 

 

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17 horas atrás, Filipe De Assis Ribeiro disse:

- Se o governo faz um acordo com você - olha, você está me emprestando este dinheiro a x% de juro e ao final deste período vou te dar 1000 reais - por que diabos ele daria esta "opção" de você resgatar ele mais cedo e com uma rentabilidade maior do que a contratada sendo que o governo poderia simplesmente "deixar quieto" e te dar 1000 reais no final da data prevista? Por que ele se dá a este risco de ter "prejuízo"? - coloquei prejuízo entre aspas por que eu sequer sei se ele está de fato tendo prejuízo. 

Bom dia @Filipe De Assis Ribeiro. O tesouro garante a recompra para aumentar a liquidez na captação de dinheiro pelo governo. Alem disso, a taxa oferecida pelo tesouro geralmente é mais baixa pelo fato de que o risco de credito e de liquidez é menor comparado com ativos como titulos bancarios ou da iniciativa privada.

17 horas atrás, Filipe De Assis Ribeiro disse:

- Além disto, hoje nesta data temos um tesouro prefixado a 12,3% - mais ou menos isto - com vencimento em 2035 com uma taxa de juros a 10,0% e uns quebrados. Eu entendo que o governo vai colocar uma taxa de juros maior no título caso contário ele não vai conseguir vendê-lo mas me parece um contrasenso com a expectativa de queda da selic - e cá entre nós, com a possibilidade de no próximo ano entrar na presidência do Banco Central alguém que pode fazer esta taxa cair na canetada - ele colocar um título que sabidamente vai se valorizar com a marcação a mercado.

Todo titulo prefixado possui um risco maior do que um titulo indexado a selic ou CDI. Devido a isso o premio deve ser maior. Voce vera que nos investimentos tudo devera ser avaliado sobre o prisma de risco x retorno

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On 14/06/2024 at 14:25, Filipe De Assis Ribeiro disse:

Ok, assisti a aula de marcação a mercado e reassisti ela e entendi a lógica. Se a gente pega um título o valor dele tem que ser 1000 reais no final do tempo contratado. Eu também entendi que existe a lógica de alteração do valor do título em relação a taxa de juros e como você pode lucrar encima disto. Ok. Agora vem a dúvida:

- Se o governo faz um acordo com você - olha, você está me emprestando este dinheiro a x% de juro e ao final deste período vou te dar 1000 reais - por que diabos ele daria esta "opção" de você resgatar ele mais cedo e com uma rentabilidade maior do que a contratada sendo que o governo poderia simplesmente "deixar quieto" e te dar 1000 reais no final da data prevista? Por que ele se dá a este risco de ter "prejuízo"? - coloquei prejuízo entre aspas por que eu sequer sei se ele está de fato tendo prejuízo. 

- Além disto, hoje nesta data temos um tesouro prefixado a 12,3% - mais ou menos isto - com vencimento em 2035 com uma taxa de juros a 10,0% e uns quebrados. Eu entendo que o governo vai colocar uma taxa de juros maior no título caso contário ele não vai conseguir vendê-lo mas me parece um contrasenso com a expectativa de queda da selic - e cá entre nós, com a possibilidade de no próximo ano entrar na presidência do Banco Central alguém que pode fazer esta taxa cair na canetada - ele colocar um título que sabidamente vai se valorizar com a marcação a mercado.

Alguém sabe me explicar isto? E estou para dizer que um dos principais motivos pelos quais eu me matriculei na AUVP foi tentar entender esta bagunça. 

 

vamos colocar um exemplo simplificado, sem taxas, apenas alguns valores:

  • 2022: voce compra um prefixado por 300 reais, que em 2030 vai valer 1000 reais
  • 2023 o prefixado que vence em 2030 ta valendo 400 reais (corrigindo o seu, ta valendo 390) - o governo esta pegando dinheiro emprestado e pagando uma taxa diferente, por esse motivo o mesmo titulo esta sendo "vendido" o outro preço.
  • 2024 o prefixado que vence em 2030 ta valendo 500 reais (corrigindo o seu, ta valendo 450) - ou seja uma coisa que você comprou por 300 e estaria valendo 450 (seguindo a previsão inicial) esta valendo 500 agora por uma variação da economia, você pode vender e "lucrar" 50 reais. O governo não esta perdendo dinheiro, ele ta pegando emprestado pagando uma taxa diferente, por isso que ele paga 500.
  • 2025 o prefixado que vence em 2030 ta valendo 700 reais (corrigindo o seu, ta valendo 500 reias) - se você não vendeu em 2024, agora pode "lucrar" mais, mas se já vendeu, esquece, tomara que tenha usado o dinheiro para colocar em um bom investimento. 

sacou? não é que o governo esta pagando mais e tendo prejuízo, nesse ano, ele ta pegando emprestado em outras condições, e pode te pagar, incentivando a que você empreste (compre outro titulo) de novo quando quiser.

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