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Pergunta

3 respostas para essa pergunta

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Postado
6 horas atrás, Eddy Paulini disse:

Boa nooite, sardinhas! 

Como estão?

 

Hoje venho trazer um tópico fazendo uma breve avaliação sobre os resultados da empresa em questão que gera muitas polêmicas e desavenças por conta de seu preço, mas que pode ser uma boa alternativa para uma geração de valor para carteira.

Antes de mais nada, este post não é uma recomendação de compra ou venda de ativos!

 

Recentemente muito se falou sobre a Weg, tanto aqui na comunidade como por outros motores de notícia mercado a fora falando sobre os resultados aquém do esperado. Em outras palavras, podemos resumir que tudo indica que ela "performou mal" neste primeiro trimestre de 2025. Mas será que foi isso mesmo?

Além disso, muito se discute também sobre o preços e respectivamente seus indicadores de valuation que estão sempre esticados e considerados por muito inviável. Não entrarei no mérito que normalmente fala-se aqui sobre a relação entre preço e o buy and hold. Iremos focar apenas nos números da empresa e cada um irá tirar suas próprias conclusões. Novamente, este post não é uma recomendação de compra ou venda, mas sim um conteúdo de apoio ao seus estudos para você tomar suas decisões.

 

Vamos lá!

 

O primeiro ponto que inicialmente pensamos quando falamos de um resultado aquém do esperado é o lucro líquido que é o quanto sobrou de dinheiro efetivamente para empresa após todas as deduções de custos, impostos, depreciações, etc, etc. O resultado divulgado foi de um lucro 1,54 bi figurando um resultado excelente com um patamar elevado e entre os maiores lucros que a empresa já auferiu em um trimestre. Resultado este proveniente de uma receita de 10 bi e gerando uma Margem EBITDA de 21,6%, percentual este de EBITDA que também falaremos um pouquinho sobre mais adiante.

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Além disso, observado o histórico da empresa, vamos voltar um pouquinho para o ano de 2018 e observar qual foi o resultado acumulado deste exercício, ou seja, quanto a Weg lucrou no total em 2018 vide informe no RI printado abaixo:

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Como podemos observar, ela acabou de fazer em trimestre um resultado superior a de um exercício inteiro de 7 anos atrás. Trazendo para um pouco de expectativa (brincando de senhor mercado Huahuahu) imaginando que ela consiga minimamente manter estes resultado auferido neste primeiro trimestre deste ano, poderíamos dizer que estaria fechando com crescimento de aproximadamente 375%.

Por mais que este percentual seja apenas uma expectativa (apenas uma previsão para entender um pouco um viés de crescimento), vamos avaliar de fato o quanto a empresa apresentou de crescimento.

Abaixo é possível notar os aumentos constantes de receita e lucros nos últimos 10 anos seguidos de suas respectivas medições de crescimento anual composto (CAGR).

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Como dito anteriormente, falaremos um pouco do EBITDA. Neste resultado trimestral, o EBITDA veio levemente menor. 0,4% menor do que no 1T24 e 0,5% menor do que o trimestre anterior. É uma queda expressiva? Na minha opinião, não. Como dito, o EBITDA está sendo mantido acima dos 20% o que enxergo como um bom valor pensando na média da empresa e também na média do setor tornando-se um valor bem relevante.

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Mas aqui que começa a questão das expectativas e consequentemente o preço. Uma das coisas que pude notar muito no mercado é que empresas com indicadores de valutaion como o P/L e o P/VP, quanto mais esticados, mais exigente o mercado fica por assim dizer com relação aos resultados da empresa. E isso pode gerar uma certa irracionalidade no ponto de vista de algumas pessoas. Saber a finco o que o mercado espera e como espera, nem tem como virar pauta para discussão. Se pegarmos 10 corretoras diferentes e 5 analistas de mercado de cada corretora e pedir para cada um fazer uma expectativa/previsão para a empresa, as chances de alguém chegar a um resultado igual tende a zero. Cada um tem sua expectativa, seu viés, suas projeções, seus cálculos e suas punhetações mentais. Mas uma coisa é certa: as chances de a maioria esperar resultados excelentes é grande. E é isso que fará uma movimentação de mercado nessa expectativa. A contrapartida é que qualquer virgula que saia fora dessa expectativa (seja ela qual for exatamente) vai fazer com que o mercado penalize bastante a empresa. 

É o que vimos neste 1T25 onde com quedas (pequenas) do EBITDA deram influência. Mas claro que não foi apenas o EBITDA. Se olharmos no início do relatório do RI veremos outras quedas informadas.

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Como podemos ver, de um semestre para o outro a receita caiu um pouco e o que mais pode chamar a atenção é a queda do ROIC em mais de 5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Só que aqui tem uma questão que é preciso entender para não deixar passar nada batido. Poucos sabem, mas o ROIC da Weg em 1T24 estava inflado por efeitos não recorrentes. Ou seja, o ROIC naquele período era atípico e não sustentável. Ora ou outra ele iria cair e foi o que aconteceu. Se fizermos essa comparação direta pensando em um patamar de sazonalidade (este é o intuito de comparar o mesmo trimestre de exercício diferentes) poderíamos dizer a princípio que houve uma queda realmente e que a empresa pode ter passado por algum perrengue. Mas a verdade é que estamos fazendo uma comparação injusta por assim dizer fazendo dessa forma direta sem entender que houve um efeito não recorrente.

 

Voltando ao tema de lucros que é uma das partes que mais buscamos, acho importante fazer um reforço que o que buscamos é um lucro consistente. E isso não significa que a empresa precise ter necessariamente lucros crescentes. Claro que se tiver, melhor. Mas mesmo que a empresa esteja em uma fase de maturidade ou ainda de crescimento, ter um mantimento de seus lucros por mais que um crescimento seja um pouco mais sútil, ainda assim é um bom indício de uma empresa. Façamos então uma breve análise sobre como foram seus lucros no último ano. Será que a empresa mantém uma boa margem líquida? Lembrando que a margem líquida é dada pelo Lucro Líquido / Receita Líquida e mostra o quanto sobrou para empresa depois que ela fez suas vendas.

No exercício de 2024, a menor margem auferida foi no 2T24 resultando 15,5% e o maior em 16% no 3T24.

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Se pararmos para pensar que idealmente o que buscamos conforme aprendemos em aula que na parte de indústria uma boa margem seria de 8%, Weg dá um baile dobrando este percentual e está ligeiramente acima de sua média histórica nos últimos 10 anos de 16,43%.

 

A Dívida Líquida está girando em torno 4,4 bi. Pode parecer um valor elevado mas vamos pensar nos níveis de lucros auferidos que estão também na casa dos bi. Além disso, a disponibilidade de caixa hoje da empresa somados as disponibilidade de curto e longo prazo tornam-se superiores as dívidas fazendo com que elas fiquem negativas. Isso significa que a Weg possui mais dinheiro em caixa e disponível do que suas dívidas o que é um bom sinal. E aqui ainda gosto de somar ao fato que recentemente a Weg fez aquisições de outras empresas (Marathon, Rotor e Cemp) que apesar de ainda estarem em processo de incorporação e de adequação para que suas operações cheguem aos padrões desejados pela própria Weg e que ela inclusive desempenha, elas já foram partes relevantes nas receitas registradas.

Claro que aqui pode gerar um ponto negativo pois, por conta deste processo de adequação dessas empresas e toda a operação, os custos operacionais tendem a aumentar e é o que vem acontecendo. Além disso, podemos somar também às iniciativas GTD que a empresa vem se empenhando e investindo com uma ressalva sobre uma commodity que no caso é o cobre. A implementação do GTD envolve o uso de cobre que é uma commodity também dolarizada que tanto por efeitos do preço do dólar em si como cenários macroeconômicos e geopolíticos, teve seus preços elevados ultimamente aumentando assim os custos de operação.

 

Weg segue fazendo investimentos pesado como mostrado abaixo. Aqui fica até mais um exemplo sobre Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que muitos se questionam onde essa informação fica, como encontrar ela nos relatórios, etc. Aqui inclusive a empresa destaca quantos % este investimento está representando da Receita Líquida que pode ser um fator de avaliação para entendermos o quanto a empresa está direcionando para melhorias ou até mesmo mantimento de sua operação e consequentemente margens.

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Como conclusão:

A empresa se mantém não apenas estável mas com espaço grande para crescimento e com potencial para tal. Foi possível observar isso através de números diretos da fonte e com uma interpretação simples.

Sua precificação está sim elevada pois quanto mais uma empresa mostra potencial, mais o mercado esperado dela gerando assim uma precificação futura por vezes "exagerada" eu diria. Mas não enxergo de forma inviável o investimento dado o que ela gera de valor. Alguns podem considerar ainda sim cara pensando com um prisma de a Weg ser uma empresa relativamente conservadora quando olhamos do ponto de preço. Mas como sabemos, preço é diferente de valor e os valores dela falam por si.

 

Espero que agregue ao conhecimento e estudo de todos, não somente dessa empresa mas com pontos de vista e conceitos que podem ser aplicados para outras empresas!

Vou reiterar mais uma vez que não é uma recomendação de compra ou venda. Nem estou aqui para convencer ninguém de que ela está cara, barata, se faz sentido ou não. Cada pessoa possui sua estratégia, seus vieses e seus interesses. Este conteúdo é apenas de apoio!

 

Valeu, sardelinhas!

Oi Eddy,

Que aula, meu amigo!

Como você falou, é este tipo de fundamento que pode ser aplicado para outras empresas. Obrigado por compartilhar!

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