Post popular Bruno Alex Pereira Rodrigues Postado Quinta-feira às 18:25 Post popular Postado Quinta-feira às 18:25 Sou responsável técnico e desenvolvedor para um grupo de transportadoras. Recentemente, tomei a decisão de contratar um jovem aprendiz em meio período — não por meio daqueles programas que retêm boa parte do salário do jovem, mas sim por iniciativa própria: a ideia era contratar alguém sem experiência, oferecer formação, apresentar um caminho profissional e, quem sabe, ajudá-lo a descobrir uma vocação na área e construir uma carreira. Após diversas indicações feitas por pessoas do próprio grupo, acabei selecionando dois rapazes, um de 19 e outro de 21 anos. Minha proposta era simples: que eles aprendessem enquanto recebiam remuneração digna — com direito a vale-transporte e salário mínimo. A empresa também conta com refeitório completo, oferecendo café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Mais importante que isso: a oportunidade de aprender sobre tecnologia — tanto na parte estrutural quanto em desenvolvimento de software. No entanto, algo me surpreendeu profundamente. Todos os candidatos que entrevistei demonstraram total despreparo para lidar com o mínimo de responsabilidade. Coisas básicas, como acordar cedo, chegar no horário, ou simplesmente levar o trabalho a sério, pareciam ser um grande obstáculo. Conversei com um dos jovens, que iniciaria no período da manhã. Disse a ele: — "Hoje é quinta-feira. Vamos começar na segunda. Te espero aqui às 8h." A resposta dele me deixou refletindo sobre o futuro: — "Não dá pra ser mais tarde não? Tipo umas 10 horas?" O outro estava mais preocupado com o horário de saída, pois tinha "compromissos com os amigos". Diante disso, decidi encerrar a iniciativa. Minha intenção era boa, queria oferecer uma oportunidade real de crescimento e aprendizado. Mas, infelizmente, percebi que nem todos estão prontos para isso. Vou seguir meu caminho, focado no trabalho, e deixar esse plano de lado — por enquanto. 2 1 6
Post popular Helbert Sá Reguete Nunes Postado Quinta-feira às 18:37 Post popular Postado Quinta-feira às 18:37 Oi Bruno! Infelizmente as prioridades estão sendo muito invertidas para algumas pessoas. Imagino que seja muito frustrante para você oferecer essa oportunidade e não ver ninguém valorizando, mas acredito que você não deveria desistir, com certeza tem muita gente que precisa de uma primeira oportunidade para abrir os horizontes e amadurecer. 7
Post popular André Machado Postado Quinta-feira às 19:23 Post popular Postado Quinta-feira às 19:23 @Bruno Alex Pereira Rodrigues, Excelente pergunta, ou colocação. Tenho percebido uma decadência em certas questões de valores, princípios ou mudanças de comportamentos, e falo levando em consideração meus 15 anos de docência. Fico analisando meus alunos do presente em comparação com os anteriores, mesmo vendo qualidades boas e bons potencias, vejo o quanto algumas inversões de valores estão presente. Outrossim, percebo que no ponto "mão de obra", muitos tem encontrado essa situação! Recentemente o meu sogro, que tem 35 anos de empresa, relatou estar com dificuldade de achar pessoas competentes. Acredito que em muito pode ser que o povo tem tido uma mentalidade de PJ ao invés de CLT. 5
Post popular Guido Ferreira Kroger Postado Quinta-feira às 19:38 Post popular Postado Quinta-feira às 19:38 Cara, eu sou professor de ensino médio e a cada dia que passa parece que piora. Tem uma galera MUITO boa mesmo! Porém, a maioria parece que já nasceu rico. Detalhe: trabalho num Sesi. É uma escola particular, porém acessível. A maioria dos alunos não têm interesse algum em absolutamente nada e esqueça aquela conversa de respeitar os mais velhos. Minha melhor sugestão pra você seria procurar uma escola e pedir indicação pros professores. Eles conhecem o comportamento, mentalidade, ética, capacidade e etc. Obs.: meus melhores alunos são, de longe, os bolsistas. Ou seja, galera que näo tem grana e tá correndo atrás. 5 1
Bruno Alex Pereira Rodrigues Postado Quinta-feira às 20:44 Author Postado Quinta-feira às 20:44 @Helbert Sá Reguete Nunes @André Machado @Guido Ferreira Kroger Fico realmente muito triste com todos esses relatos, especialmente por virem de pessoas que atuam na área da educação. Nosso sistema precisa melhorar muito, sem dúvida. No entanto, vejo que essa ideia de “liberdade” que temos hoje está, de certa forma, prejudicando o país. Cada vez mais vemos pais muito jovens, muitas vezes sem preparo ou maturidade para educar adequadamente seus filhos — e isso se reflete em uma geração de jovens com enormes dificuldades emocionais, cognitivas e sociais. É claro que isso não é uma generalização absoluta, mas o que antes era exceção agora parece ter se tornado a regra. Ser "normal", hoje, é que virou a exceção. Se essa geração não for incentivada a estudar, ler e buscar conhecimento com profundidade, corremos o risco de, em poucas décadas, ter uma sociedade incapaz até mesmo de lidar com tarefas básicas do cotidiano. 3
Post popular Jaimson Bispo Postado Quinta-feira às 22:04 Post popular Postado Quinta-feira às 22:04 2 horas atrás, Guido Ferreira Kroger disse: Obs.: meus melhores alunos são, de longe, os bolsistas. Ou seja, galera que näo tem grana e tá correndo atrás. Eu ia dizer isso, para procurar uns adolescentes mais humildes que passam por mais dificuldades, talvez ainda encontre alguns com algum instinto de responsabilidade e que entenda como o mundo é difícil e que se não ralar vai continuar passando aperto. Adolescentes que perceberam desde cedo que não são os donos do mundo, esse é o perfil que vai te agregar, provavelmente, não terão a mesma expertise no início que alguns filhinhos de papai, mas com o passar do tempo vão te trazer muito mais resultados. 4 1
Post popular Matheus P S Postado 20 horas atrás Post popular Postado 20 horas atrás 12 horas atrás, Bruno Alex Pereira Rodrigues disse: Sou responsável técnico e desenvolvedor para um grupo de transportadoras. Recentemente, tomei a decisão de contratar um jovem aprendiz em meio período — não por meio daqueles programas que retêm boa parte do salário do jovem, mas sim por iniciativa própria: a ideia era contratar alguém sem experiência, oferecer formação, apresentar um caminho profissional e, quem sabe, ajudá-lo a descobrir uma vocação na área e construir uma carreira. Após diversas indicações feitas por pessoas do próprio grupo, acabei selecionando dois rapazes, um de 19 e outro de 21 anos. Minha proposta era simples: que eles aprendessem enquanto recebiam remuneração digna — com direito a vale-transporte e salário mínimo. A empresa também conta com refeitório completo, oferecendo café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Mais importante que isso: a oportunidade de aprender sobre tecnologia — tanto na parte estrutural quanto em desenvolvimento de software. No entanto, algo me surpreendeu profundamente. Todos os candidatos que entrevistei demonstraram total despreparo para lidar com o mínimo de responsabilidade. Coisas básicas, como acordar cedo, chegar no horário, ou simplesmente levar o trabalho a sério, pareciam ser um grande obstáculo. Conversei com um dos jovens, que iniciaria no período da manhã. Disse a ele: — "Hoje é quinta-feira. Vamos começar na segunda. Te espero aqui às 8h." A resposta dele me deixou refletindo sobre o futuro: — "Não dá pra ser mais tarde não? Tipo umas 10 horas?" O outro estava mais preocupado com o horário de saída, pois tinha "compromissos com os amigos". Diante disso, decidi encerrar a iniciativa. Minha intenção era boa, queria oferecer uma oportunidade real de crescimento e aprendizado. Mas, infelizmente, percebi que nem todos estão prontos para isso. Vou seguir meu caminho, focado no trabalho, e deixar esse plano de lado — por enquanto. Oi Bruno, Mais um aqui da área de educação, dando aula em faculdades na área de Direito há mais de 20 anos. A queda do nível de interesse dessa galera é gritante. Ou fazem de qualquer jeito, ou simplesmente não fazem. Recentemente apliquei uma prova em que a maioria das questões era do tipo "V" ou "F" e a galera podia consultar os slides das aulas (que eu compartilhei antes). Te digo que 65% da turma tirou nota abaixo de 6,0. E teve gente que chegou ao cúmulo de me perguntar, durante a prova, algo como "pô prof, dá uma dica aí de onde encontrar a resposta da questão X". De um ponto de vista bem egoísta, me preocupo porque vai ser essa galera que vai cuidar de mim quando eu estiver mais velho. Serão médicos, enfermeiros, assistentes sociais, etc., que provavelmente deixarão os velhinhos na 💩 enquanto se preocupam com outras coisas. Galera pêra com leite que não conhece um pingo da realidade. Pronto falei! kkkk 4 3
Adryan Figueira Postado 18 horas atrás Postado 18 horas atrás 15 horas atrás, Bruno Alex Pereira Rodrigues disse: Sou responsável técnico e desenvolvedor para um grupo de transportadoras. Recentemente, tomei a decisão de contratar um jovem aprendiz em meio período — não por meio daqueles programas que retêm boa parte do salário do jovem, mas sim por iniciativa própria: a ideia era contratar alguém sem experiência, oferecer formação, apresentar um caminho profissional e, quem sabe, ajudá-lo a descobrir uma vocação na área e construir uma carreira. Após diversas indicações feitas por pessoas do próprio grupo, acabei selecionando dois rapazes, um de 19 e outro de 21 anos. Minha proposta era simples: que eles aprendessem enquanto recebiam remuneração digna — com direito a vale-transporte e salário mínimo. A empresa também conta com refeitório completo, oferecendo café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Mais importante que isso: a oportunidade de aprender sobre tecnologia — tanto na parte estrutural quanto em desenvolvimento de software. No entanto, algo me surpreendeu profundamente. Todos os candidatos que entrevistei demonstraram total despreparo para lidar com o mínimo de responsabilidade. Coisas básicas, como acordar cedo, chegar no horário, ou simplesmente levar o trabalho a sério, pareciam ser um grande obstáculo. Conversei com um dos jovens, que iniciaria no período da manhã. Disse a ele: — "Hoje é quinta-feira. Vamos começar na segunda. Te espero aqui às 8h." A resposta dele me deixou refletindo sobre o futuro: — "Não dá pra ser mais tarde não? Tipo umas 10 horas?" O outro estava mais preocupado com o horário de saída, pois tinha "compromissos com os amigos". Diante disso, decidi encerrar a iniciativa. Minha intenção era boa, queria oferecer uma oportunidade real de crescimento e aprendizado. Mas, infelizmente, percebi que nem todos estão prontos para isso. Vou seguir meu caminho, focado no trabalho, e deixar esse plano de lado — por enquanto. Realmente hoje em dia está tudo muito complicado para a galera mais jovem Mas não generalize também, eu sempre acordei cedo, trabalho desde os meus 14 mais ou menos, aos 18 montei minha propia empresa, tenho vários amigos que seguem a mesma linha, etc Tem muita gente ruim, mas também tem muita gente boa perdida por aí, o fato de vc ter achado 2 pessoas ruins não pode te desanimar a achar pessoas boas Não desanima não amigo, tenho certeza que esse programa ajudaria muito quem realmente precisa, você só precisa achar as pessoas certas 4
Erik Shine Postado 15 horas atrás Postado 15 horas atrás 16 horas atrás, Guido Ferreira Kroger disse: Cara, eu sou professor de ensino médio e a cada dia que passa parece que piora. Tem uma galera MUITO boa mesmo! Porém, a maioria parece que já nasceu rico. Detalhe: trabalho num Sesi. É uma escola particular, porém acessível. A maioria dos alunos não têm interesse algum em absolutamente nada e esqueça aquela conversa de respeitar os mais velhos. Minha melhor sugestão pra você seria procurar uma escola e pedir indicação pros professores. Eles conhecem o comportamento, mentalidade, ética, capacidade e etc. Obs.: meus melhores alunos são, de longe, os bolsistas. Ou seja, galera que näo tem grana e tá correndo atrás. Não sou professor, mas sigo a mesma linha de raciocínio. Quando estudei sempre tive esse pensamento de que os professores sabem quem é quem na maioria das vezes, e comentei dias atrás com minha esposa sobre isso, ambos trabalhamos desde muito cedo e hoje temos uma condição melhor devido a esses esforços contínuos. Acredito que tem muita gente boa sem oportunidade e muita gente com QI (quem indica) que não valoriza, e tudo tem as exceções né. Procure escolas, curso técnicos, parceria que pode gerar um ótimo resultado pra você! Não desista nos 2 primeiros não. 4
Post popular Bruno Alex Pereira Rodrigues Postado 15 horas atrás Author Post popular Postado 15 horas atrás 4 horas atrás, Matheus P S disse: Oi Bruno, Mais um aqui da área de educação, dando aula em faculdades na área de Direito há mais de 20 anos. A queda do nível de interesse dessa galera é gritante. Ou fazem de qualquer jeito, ou simplesmente não fazem. Recentemente apliquei uma prova em que a maioria das questões era do tipo "V" ou "F" e a galera podia consultar os slides das aulas (que eu compartilhei antes). Te digo que 65% da turma tirou nota abaixo de 6,0. E teve gente que chegou ao cúmulo de me perguntar, durante a prova, algo como "pô prof, dá uma dica aí de onde encontrar a resposta da questão X". De um ponto de vista bem egoísta, me preocupo porque vai ser essa galera que vai cuidar de mim quando eu estiver mais velho. Serão médicos, enfermeiros, assistentes sociais, etc., que provavelmente deixarão os velhinhos na 💩 enquanto se preocupam com outras coisas. Galera pêra com leite que não conhece um pingo da realidade. Pronto falei! kkkk @Matheus P S Bom dia, Eu entendo perfeitamente essa preocupação, porque também carrego a mesma sensação: da mesma forma que a tecnologia abriu inúmeras portas, encurtou distâncias e colocou todo o conhecimento do mundo na palma da mão, ela também atrofiou a mente de muita gente. Tenho 39 anos e acredito que minha geração foi a última que ainda precisava ir até uma biblioteca, pesquisar em livros físicos, escrever trabalhos à caneta. Isso moldava o pensamento, fortalecia a memória, criava disciplina. O hábito da leitura deveria ser obrigatório — e isso nem deveria ser debatido. Hoje, com a verticalização dos conteúdos, onde tudo se resume a vídeos curtos, frases de impacto e muitos “achismos” de influenciadores que se acham PhDs de sofá, a geração mais nova está se tornando cada vez mais rasa, dependente e incapaz de lidar com o básico da vida. Um exemplo que observo no meu próprio bairro: casas com mato alto, sujeira na porta, abandono. Quando eu tinha 12 anos, eu mesmo varria o quintal, capinava, cortava galhos. Não porque alguém me obrigava, mas porque entendia que aquele era meu espaço. E hoje, sou um adulto com a casa limpa, organizada, impecável. Não digo que todos precisem fazer trabalho braçal, mas isso forma disciplina. E disciplina é algo que está sumindo. Lembro até de uma situação marcante: uma vez saí com uma garota, ela tinha 23 e era a primeira vez que saía com um cara mais velho (eu tinha 35). Quando chegou na minha casa, ficou visivelmente desconfiada. Perguntou várias vezes se eu era casado, e quase foi embora — tudo porque minha casa era limpa, arrumada, cheirosa, com uma estante de livros e apenas três livros abertos sobre a mesa. Eu estava estudando um conceito antes de sair e deixei os livros ali. Ela me disse que nunca tinha visto a casa de um homem solteiro daquele jeito. Guardei isso comigo. Além de ser algo que chama atenção, me mostrou que pequenos hábitos de juventude moldam o adulto que você se torna. E é por isso que deixo esse alerta: se não começarmos a poupar agora, a investir em nós mesmos agora, vamos sofrer muito no futuro. A geração que deveria estar sendo cuidada por nós é a que vai precisar de cuidados — já na flor da idade. Estamos cercados por pessoas com ansiedade, traumas e medos absurdos. Tem gente de 25 a 30 anos que mal consegue abrir uma caixa de cereal sem surtar. Se dependermos deles pra cuidar da gente lá na frente... estamos literalmente f. 5 1
Bruno Alex Pereira Rodrigues Postado 15 horas atrás Author Postado 15 horas atrás 14 horas atrás, Jaimson Bispo disse: Eu ia dizer isso, para procurar uns adolescentes mais humildes que passam por mais dificuldades, talvez ainda encontre alguns com algum instinto de responsabilidade e que entenda como o mundo é difícil e que se não ralar vai continuar passando aperto. Adolescentes que perceberam desde cedo que não são os donos do mundo, esse é o perfil que vai te agregar, provavelmente, não terão a mesma expertise no início que alguns filhinhos de papai, mas com o passar do tempo vão te trazer muito mais resultados. Sim, eu acredito que a necessidade gera caráter, esforço, dedicação, talvez meu erro foi realmente pegar as indicações do filhotes de gerentes, pessoas de alto cargo aqui, a famosa "galerinha do condomínio" 4
Daniel S Postado 15 horas atrás Postado 15 horas atrás Já fui professor universitário uns 12 anos atrás, o foco era trazer experiência prática para a sala, montava todas as aulas com base em cases práticos e na realidade profissional. Talvez seja mais fácil saber o "quem é quem" no ensino fundamental ou médio, mas ali naquele ambiente de universidade particular tinha claramente quem não dava a mínima para o curso e quem queria aproveitar a oportunidade. O problema, eu acho, está acima disso. A Gen Z é a primeira de "nativos digitais" e a Alpha nem se fala... infância 100% base-digital. Com pai e mãe (ou solo) trabalhando direto é uma raridade quem consegue tempo, paciência e disciplina como pais para criarem filhos com "alguma limitação saudável" às telas. Isso impacta e muito. Tem tempo pra tudo e o cérebro humano de milênios não tá preparado pra na primeira infancia ser tao exposto assim ao digital. Acho que isso de certa forma está "atrofiando" essa geração em relação a curiosidade, ganas de ir atrás das coisas e capacidade de passar trabalho e comer um pouco de grama quando necessário. 4
Eddy Paulini Postado 14 horas atrás Postado 14 horas atrás 17 horas atrás, Bruno Alex Pereira Rodrigues disse: Sou responsável técnico e desenvolvedor para um grupo de transportadoras. Recentemente, tomei a decisão de contratar um jovem aprendiz em meio período — não por meio daqueles programas que retêm boa parte do salário do jovem, mas sim por iniciativa própria: a ideia era contratar alguém sem experiência, oferecer formação, apresentar um caminho profissional e, quem sabe, ajudá-lo a descobrir uma vocação na área e construir uma carreira. Após diversas indicações feitas por pessoas do próprio grupo, acabei selecionando dois rapazes, um de 19 e outro de 21 anos. Minha proposta era simples: que eles aprendessem enquanto recebiam remuneração digna — com direito a vale-transporte e salário mínimo. A empresa também conta com refeitório completo, oferecendo café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Mais importante que isso: a oportunidade de aprender sobre tecnologia — tanto na parte estrutural quanto em desenvolvimento de software. No entanto, algo me surpreendeu profundamente. Todos os candidatos que entrevistei demonstraram total despreparo para lidar com o mínimo de responsabilidade. Coisas básicas, como acordar cedo, chegar no horário, ou simplesmente levar o trabalho a sério, pareciam ser um grande obstáculo. Conversei com um dos jovens, que iniciaria no período da manhã. Disse a ele: — "Hoje é quinta-feira. Vamos começar na segunda. Te espero aqui às 8h." A resposta dele me deixou refletindo sobre o futuro: — "Não dá pra ser mais tarde não? Tipo umas 10 horas?" O outro estava mais preocupado com o horário de saída, pois tinha "compromissos com os amigos". Diante disso, decidi encerrar a iniciativa. Minha intenção era boa, queria oferecer uma oportunidade real de crescimento e aprendizado. Mas, infelizmente, percebi que nem todos estão prontos para isso. Vou seguir meu caminho, focado no trabalho, e deixar esse plano de lado — por enquanto. Bom dia, @Bruno Alex Pereira Rodrigues ! Partilho da mesma visão que nossos amigos. Inversão de valores. E um ponto de vista que tenho, apenas para trazer algo um pouco mais nichado até que percebo, é dentro da minha área de gastronomia. E aqui tem uma coisa muito forte do status que apesar de ter diminuído ao longo dos anos, ainda prevalece dentro da área. Ainda tem uma boa parcela de pessoas que buscam a gastronomia para virar estrelinha de alguma maneira. Seja sendo um chef reconhecido, ter restaurante estrelado, dizer que vai mudar não sei o que na gastronomia, e tudo isso achando que vai trabalhar pouco. A começar que chef é um título, um cargo conquistado. Ninguém faz um curso, uma faculdade de gastronomia e sai de lá já sendo chef. Ainda se tem a visão que a pessoa é centro das atenções mas ninguém pensa nos perrengues diários de um serviço, das queimaduras, da loucura de entregar comida para quem está do outro lado esperando com fome e que vai pagar, da correria, do trabalho braçal de descascar 15kg de batata, 20kg de cebola todo santo dia. Pegue este nivel de trabalho braçal e junte a essa mentalidade que vemos hoje em dia. Onde vai sair um chef que acha que vai entrar na cozinha, vai ter 20 clientes esperando pra tirar foto com você, você vai empratar dois bifinhos e receber palmas e prêmios? Ou seja, não é só no meio corporativo que isso acontece e nem só nas escolas como o pessoal comentou. Inclusive sobre essa parte de escola também já vi acontecer. Meu primeiro emprego quando eu era da área de TI, trabalhei em um colégio técnico aqui da região. Uma escola particular. Dava para contar nos dedos quem era mais dedicado. Acredito que ainda era uma quantidade maior do que podemos ver hoje relativamente falando e estou dizendo de um cenário de quase 15 anos atrás. E lá já haviam indícios de que algo estava caminhando para um caminho meio esquisito. 4
Bolívar Luiz Postado 9 horas atrás Postado 9 horas atrás 23 horas atrás, Bruno Alex Pereira Rodrigues disse: Sou responsável técnico e desenvolvedor para um grupo de transportadoras. Recentemente, tomei a decisão de contratar um jovem aprendiz em meio período — não por meio daqueles programas que retêm boa parte do salário do jovem, mas sim por iniciativa própria: a ideia era contratar alguém sem experiência, oferecer formação, apresentar um caminho profissional e, quem sabe, ajudá-lo a descobrir uma vocação na área e construir uma carreira. Após diversas indicações feitas por pessoas do próprio grupo, acabei selecionando dois rapazes, um de 19 e outro de 21 anos. Minha proposta era simples: que eles aprendessem enquanto recebiam remuneração digna — com direito a vale-transporte e salário mínimo. A empresa também conta com refeitório completo, oferecendo café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Mais importante que isso: a oportunidade de aprender sobre tecnologia — tanto na parte estrutural quanto em desenvolvimento de software. No entanto, algo me surpreendeu profundamente. Todos os candidatos que entrevistei demonstraram total despreparo para lidar com o mínimo de responsabilidade. Coisas básicas, como acordar cedo, chegar no horário, ou simplesmente levar o trabalho a sério, pareciam ser um grande obstáculo. Conversei com um dos jovens, que iniciaria no período da manhã. Disse a ele: — "Hoje é quinta-feira. Vamos começar na segunda. Te espero aqui às 8h." A resposta dele me deixou refletindo sobre o futuro: — "Não dá pra ser mais tarde não? Tipo umas 10 horas?" O outro estava mais preocupado com o horário de saída, pois tinha "compromissos com os amigos". Diante disso, decidi encerrar a iniciativa. Minha intenção era boa, queria oferecer uma oportunidade real de crescimento e aprendizado. Mas, infelizmente, percebi que nem todos estão prontos para isso. Vou seguir meu caminho, focado no trabalho, e deixar esse plano de lado — por enquanto. 1 1
Leonardo Martins Barcelos Postado 9 horas atrás Postado 9 horas atrás (edited) A galera sofre com um mundo hiperconectado, doente mentalmente, cheio de comparação, ansiedade, falta de propósito real e excesso de informação inútil. Mas isso não quer dizer que ela esteja perdida. Tem moleque de 15, 16 anos estudando macroeconomia, aprendendo sobre bolsa, criando empresa, metendo a cara em projeto, vendendo na internet, aprendendo código, investindo em conhecimento. Isso era raríssimo há 20 anos. Hoje tem muito mais desperto. Claro, há muito desinteresse em muita gente da geração Z, mas em contrapartida, existe muita gente diferente nela. Acredito ser muito mais pelo ciclo de nostalgia da qual “minha época era melhor” do que realmente foi. Cansei de ouvir meus avós contando sobre seus pais, que falavam que a geração de seus filhos ou netos, estava perdida. O que estamos vendo é mais uma bagunça, da qual vai se aprofundando, e não necessariamente perdida. Editado 9 horas atrás por Leonardo Martins Barcelos 1
Recommended Posts