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@Helbert Sá Reguete Nunes @André Machado @Guido Ferreira Kroger 

Fico realmente muito triste com todos esses relatos, especialmente por virem de pessoas que atuam na área da educação. Nosso sistema precisa melhorar muito, sem dúvida. No entanto, vejo que essa ideia de “liberdade” que temos hoje está, de certa forma, prejudicando o país.

Cada vez mais vemos pais muito jovens, muitas vezes sem preparo ou maturidade para educar adequadamente seus filhos — e isso se reflete em uma geração de jovens com enormes dificuldades emocionais, cognitivas e sociais.

É claro que isso não é uma generalização absoluta, mas o que antes era exceção agora parece ter se tornado a regra. Ser "normal", hoje, é que virou a exceção.

Se essa geração não for incentivada a estudar, ler e buscar conhecimento com profundidade, corremos o risco de, em poucas décadas, ter uma sociedade incapaz até mesmo de lidar com tarefas básicas do cotidiano.

  • Brabo 3
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15 horas atrás, Bruno Alex Pereira Rodrigues disse:

Sou responsável técnico e desenvolvedor para um grupo de transportadoras. Recentemente, tomei a decisão de contratar um jovem aprendiz em meio período — não por meio daqueles programas que retêm boa parte do salário do jovem, mas sim por iniciativa própria: a ideia era contratar alguém sem experiência, oferecer formação, apresentar um caminho profissional e, quem sabe, ajudá-lo a descobrir uma vocação na área e construir uma carreira.

Após diversas indicações feitas por pessoas do próprio grupo, acabei selecionando dois rapazes, um de 19 e outro de 21 anos. Minha proposta era simples: que eles aprendessem enquanto recebiam remuneração digna — com direito a vale-transporte e salário mínimo. A empresa também conta com refeitório completo, oferecendo café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Mais importante que isso: a oportunidade de aprender sobre tecnologia — tanto na parte estrutural quanto em desenvolvimento de software.

No entanto, algo me surpreendeu profundamente. Todos os candidatos que entrevistei demonstraram total despreparo para lidar com o mínimo de responsabilidade. Coisas básicas, como acordar cedo, chegar no horário, ou simplesmente levar o trabalho a sério, pareciam ser um grande obstáculo.

Conversei com um dos jovens, que iniciaria no período da manhã. Disse a ele:
— "Hoje é quinta-feira. Vamos começar na segunda. Te espero aqui às 8h."

A resposta dele me deixou refletindo sobre o futuro:
— "Não dá pra ser mais tarde não? Tipo umas 10 horas?"

O outro estava mais preocupado com o horário de saída, pois tinha "compromissos com os amigos".

Diante disso, decidi encerrar a iniciativa. Minha intenção era boa, queria oferecer uma oportunidade real de crescimento e aprendizado. Mas, infelizmente, percebi que nem todos estão prontos para isso. Vou seguir meu caminho, focado no trabalho, e deixar esse plano de lado — por enquanto.

Realmente hoje em dia está tudo muito complicado para a galera mais jovem 

 

Mas não generalize também, eu sempre acordei cedo, trabalho desde os meus 14 mais ou menos, aos 18 montei minha propia empresa, tenho vários amigos que seguem a mesma linha, etc

 

Tem muita gente ruim, mas também tem muita gente boa perdida por aí, o fato de vc ter achado 2 pessoas ruins não pode te desanimar a achar pessoas boas

 

 

Não desanima não amigo, tenho certeza que esse programa ajudaria muito quem realmente precisa, você só precisa achar as pessoas certas 

  • Brabo 4
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16 horas atrás, Guido Ferreira Kroger disse:

Cara, eu sou professor de ensino médio e a cada dia que passa parece que piora. Tem uma galera MUITO boa mesmo! Porém, a maioria parece que já nasceu rico.

Detalhe: trabalho num Sesi. É uma escola particular, porém acessível. A maioria dos alunos não têm interesse algum em absolutamente nada e esqueça aquela conversa de respeitar os mais velhos.

Minha melhor sugestão pra você seria procurar uma escola e pedir indicação pros professores. Eles conhecem o comportamento, mentalidade, ética, capacidade e etc.

Obs.: meus melhores alunos são, de longe, os bolsistas. Ou seja, galera que näo tem grana e tá correndo atrás.

 

Não sou professor, mas sigo a mesma linha de raciocínio. Quando estudei sempre tive esse pensamento de que os professores sabem quem é quem na maioria das vezes, e comentei dias atrás com minha esposa sobre isso, ambos trabalhamos desde muito cedo e hoje temos uma condição melhor devido a esses esforços contínuos. Acredito que tem muita gente boa sem oportunidade e muita gente com QI (quem indica) que não valoriza, e tudo tem as exceções né. Procure escolas, curso técnicos, parceria que pode gerar um ótimo resultado pra você! Não desista nos 2 primeiros não.

  • Brabo 4
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14 horas atrás, Jaimson Bispo disse:

Eu ia dizer isso, para procurar uns adolescentes mais humildes que passam por mais dificuldades, talvez ainda encontre alguns com algum instinto de responsabilidade e que entenda como o mundo é difícil e que se não ralar vai continuar passando aperto. 

Adolescentes que perceberam desde cedo que não são os donos do mundo, esse é o perfil que vai te agregar, provavelmente, não terão a mesma expertise no início que alguns filhinhos de papai, mas com o passar do tempo vão te trazer muito mais resultados.

Sim, eu acredito que a necessidade gera caráter, esforço, dedicação, talvez meu erro foi realmente pegar as indicações do filhotes de gerentes, pessoas de alto cargo aqui, a famosa "galerinha do condomínio"

  • Brabo 4
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Já fui professor universitário uns 12 anos atrás, o foco era trazer experiência prática para a sala, montava todas as aulas com base em cases práticos e na realidade profissional. Talvez seja mais fácil saber o "quem é quem" no ensino fundamental ou médio, mas ali naquele ambiente de universidade particular tinha claramente quem não dava a mínima para o curso e quem queria aproveitar a oportunidade.

O problema, eu acho, está acima disso. A Gen Z é a primeira de "nativos digitais" e a Alpha nem se fala... infância 100% base-digital. Com pai e mãe (ou solo) trabalhando direto é uma raridade quem consegue tempo, paciência e disciplina como pais para criarem filhos com "alguma limitação saudável" às telas. Isso impacta e muito. Tem tempo pra tudo e o cérebro humano de milênios não tá preparado pra na primeira infancia ser tao exposto assim ao digital.

Acho que isso de certa forma está "atrofiando" essa geração em relação a curiosidade, ganas de ir atrás das coisas e capacidade de passar trabalho e comer um pouco de grama quando necessário.

  • Brabo 4
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17 horas atrás, Bruno Alex Pereira Rodrigues disse:

Sou responsável técnico e desenvolvedor para um grupo de transportadoras. Recentemente, tomei a decisão de contratar um jovem aprendiz em meio período — não por meio daqueles programas que retêm boa parte do salário do jovem, mas sim por iniciativa própria: a ideia era contratar alguém sem experiência, oferecer formação, apresentar um caminho profissional e, quem sabe, ajudá-lo a descobrir uma vocação na área e construir uma carreira.

Após diversas indicações feitas por pessoas do próprio grupo, acabei selecionando dois rapazes, um de 19 e outro de 21 anos. Minha proposta era simples: que eles aprendessem enquanto recebiam remuneração digna — com direito a vale-transporte e salário mínimo. A empresa também conta com refeitório completo, oferecendo café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Mais importante que isso: a oportunidade de aprender sobre tecnologia — tanto na parte estrutural quanto em desenvolvimento de software.

No entanto, algo me surpreendeu profundamente. Todos os candidatos que entrevistei demonstraram total despreparo para lidar com o mínimo de responsabilidade. Coisas básicas, como acordar cedo, chegar no horário, ou simplesmente levar o trabalho a sério, pareciam ser um grande obstáculo.

Conversei com um dos jovens, que iniciaria no período da manhã. Disse a ele:
— "Hoje é quinta-feira. Vamos começar na segunda. Te espero aqui às 8h."

A resposta dele me deixou refletindo sobre o futuro:
— "Não dá pra ser mais tarde não? Tipo umas 10 horas?"

O outro estava mais preocupado com o horário de saída, pois tinha "compromissos com os amigos".

Diante disso, decidi encerrar a iniciativa. Minha intenção era boa, queria oferecer uma oportunidade real de crescimento e aprendizado. Mas, infelizmente, percebi que nem todos estão prontos para isso. Vou seguir meu caminho, focado no trabalho, e deixar esse plano de lado — por enquanto.

Bom dia, @Bruno Alex Pereira Rodrigues !

Partilho da mesma visão que nossos amigos. Inversão de valores.

E um ponto de vista que tenho, apenas para trazer algo um pouco mais nichado até que percebo, é dentro da minha área de gastronomia. E aqui tem uma coisa muito forte do status que apesar de ter diminuído ao longo dos anos, ainda prevalece dentro da área. Ainda tem uma boa parcela de pessoas que buscam a gastronomia para virar estrelinha de alguma maneira. Seja sendo um chef reconhecido, ter restaurante estrelado, dizer que vai mudar não sei o que na gastronomia, e tudo isso achando que vai trabalhar pouco. A começar que chef é um título, um cargo conquistado. Ninguém faz um curso, uma faculdade de gastronomia e sai de lá já sendo chef. Ainda se tem a visão que a pessoa é centro das atenções mas ninguém pensa nos perrengues diários de um serviço, das queimaduras, da loucura de entregar comida para quem está do outro lado esperando com fome e que vai pagar, da correria, do trabalho braçal de descascar 15kg de batata, 20kg de cebola todo santo dia. 

Pegue este nivel de trabalho braçal e junte a essa mentalidade que vemos hoje em dia. Onde vai sair um chef que acha que vai entrar na cozinha, vai ter 20 clientes esperando pra tirar foto com você, você vai empratar dois bifinhos e receber palmas e prêmios? 

Ou seja, não é só no meio corporativo que isso acontece e nem só nas escolas como o pessoal comentou.

Inclusive sobre essa parte de escola também já vi acontecer. Meu primeiro emprego quando eu era da área de TI, trabalhei em um colégio técnico aqui da região. Uma escola particular. Dava para contar nos dedos quem era mais dedicado. Acredito que ainda era uma quantidade maior do que podemos ver hoje relativamente falando e estou dizendo de um cenário de quase 15 anos atrás. E lá já haviam indícios de que algo estava caminhando para um caminho meio esquisito.

  • Brabo 4
Postado
23 horas atrás, Bruno Alex Pereira Rodrigues disse:

Sou responsável técnico e desenvolvedor para um grupo de transportadoras. Recentemente, tomei a decisão de contratar um jovem aprendiz em meio período — não por meio daqueles programas que retêm boa parte do salário do jovem, mas sim por iniciativa própria: a ideia era contratar alguém sem experiência, oferecer formação, apresentar um caminho profissional e, quem sabe, ajudá-lo a descobrir uma vocação na área e construir uma carreira.

Após diversas indicações feitas por pessoas do próprio grupo, acabei selecionando dois rapazes, um de 19 e outro de 21 anos. Minha proposta era simples: que eles aprendessem enquanto recebiam remuneração digna — com direito a vale-transporte e salário mínimo. A empresa também conta com refeitório completo, oferecendo café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Mais importante que isso: a oportunidade de aprender sobre tecnologia — tanto na parte estrutural quanto em desenvolvimento de software.

No entanto, algo me surpreendeu profundamente. Todos os candidatos que entrevistei demonstraram total despreparo para lidar com o mínimo de responsabilidade. Coisas básicas, como acordar cedo, chegar no horário, ou simplesmente levar o trabalho a sério, pareciam ser um grande obstáculo.

Conversei com um dos jovens, que iniciaria no período da manhã. Disse a ele:
— "Hoje é quinta-feira. Vamos começar na segunda. Te espero aqui às 8h."

A resposta dele me deixou refletindo sobre o futuro:
— "Não dá pra ser mais tarde não? Tipo umas 10 horas?"

O outro estava mais preocupado com o horário de saída, pois tinha "compromissos com os amigos".

Diante disso, decidi encerrar a iniciativa. Minha intenção era boa, queria oferecer uma oportunidade real de crescimento e aprendizado. Mas, infelizmente, percebi que nem todos estão prontos para isso. Vou seguir meu caminho, focado no trabalho, e deixar esse plano de lado — por enquanto.

 

  • Brabo 1
  • Aí cê deu aula... 1
Postado (edited)

A galera sofre com um mundo hiperconectado, doente mentalmente, cheio de comparação, ansiedade, falta de propósito real e excesso de informação inútil. Mas isso não quer dizer que ela esteja perdida. 

Tem moleque de 15, 16 anos estudando macroeconomia, aprendendo sobre bolsa, criando empresa, metendo a cara em projeto, vendendo na internet, aprendendo código, investindo em conhecimento. Isso era raríssimo há 20 anos. Hoje tem muito mais desperto. 
 

Claro, há muito desinteresse em muita gente da geração Z, mas em contrapartida, existe muita gente diferente nela. Acredito ser muito mais pelo ciclo de nostalgia da qual “minha época era melhor” do que realmente foi. Cansei de ouvir meus avós contando sobre seus pais, que falavam   que a geração de seus filhos ou netos,  estava perdida. O que estamos vendo é mais uma bagunça, da qual vai se aprofundando, e não necessariamente perdida. 

Editado por Leonardo Martins Barcelos
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