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A Dúvida de Cézanne


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Boa tarde Sardinhas!

Durante meus estudos de hoje, refleti sobre o viés que temos na hora de fazer alguma análise ou investimento. 

Muitos de nós aprendemos a investir por aqui, ou nos aprofundamos na UVP, e com isso é quase automático ficássemos com algumas manias do @Raul Sena (eu, por exemplo, comecei a gostar muito mais das empresas de tecnologia após as aulas). Ao analisar um ativo, algumas pessoas pregam que devemos nos desvencilhar de qualquer viés, mas não é assim que funciona. Investir não é um fim, mas apenas um meio para alcançarmos nossa tão sonhada liberdade, de viajar quando quiser, trabalhar sem o peso na consciência de depender desse emprego, poder comer bem, relaxar a tomar o puro suco do prazer. Mas para tal, não adianta nada ter uma carteira que não concordemos, que tire nossa noite de sono por conta da preocupação, assim o ato de investir perde seu sentido. Certamente, não digo que devemos fazer uma análise pautada na emoção, muito pelo contrário, justamente por isso existe a UVP, para nos ajudar na tomada de decisões racionais, sem recorrer ao método burro, mas isso não significa que não devemos trazer conosco nossas experiências.

Em paralelo ao assunto, gostaria de fazer uma apologia ao texto "A Dúvida de Cézanne", do filósofo Marleau-Ponty. O autor discorre sobre a obra de Cézanne durante a popularização da fotografia, suscitando especulações sobre o fim da pintura. Nesse contexto, o artista une formas, como esfera, cilindros e cones, às percepções humanas, objetivo de estudo da fenomenologia do filósofo. Durante a análise, o filósofo pontua que razão e sensação são uma coisa só, evidenciada pela fusão entre a racionalidade (formas geométricas) e percepção (objetos fora de perspectiva, cores diferentes) na obra do pintor. Portanto, chega à conclusão que você sempre carregará consigo toda sua bagagem de vida e suas experiências, proporcionando diferentes percepções em um mesmo cenário, que de certa forma até remonta à filosofia de Haráclito - "Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio". 

Trazendo isso para o mundo dos investimentos, não devemos deixar de lado nosso viés ou experiências passadas - primeiro, porque é impossível, mas também pelo fato de proporcionar outro ponto de vista, a percepção de algo que os demais investidores podem não perceber, o que até Graham classifica como o pensamento de segundo nível. Então além de seguir as boas perguntas que aprendemos aqui, devemos aplicar nossa experiência de vida nos investimentos - um engenheiro, por exemplo, pode entender muito melhor a viabilidade de um empreendimento imobiliário em relação aos demais investidores, o que lhe confere uma capacidade perceptiva superior nesse caso - investir no que nos dê tranquilidade e sempre aprender mais, proporcionando um conhecimento mais amplo em diversas áreas e uma percepção distinta.

Muito obrigado à todos que leram meu monólogo hahaha, do nada deu um clique aqui na minha cabeça e resolvi compartilhar com vocês.

  • Aí cê deu aula... 2
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2 horas atrás, Matheus Malheiros Pinto disse:

Boa tarde Sardinhas!

Durante meus estudos de hoje, refleti sobre o viés que temos na hora de fazer alguma análise ou investimento. 

Muitos de nós aprendemos a investir por aqui, ou nos aprofundamos na UVP, e com isso é quase automático ficássemos com algumas manias do @Raul Sena (eu, por exemplo, comecei a gostar muito mais das empresas de tecnologia após as aulas). Ao analisar um ativo, algumas pessoas pregam que devemos nos desvencilhar de qualquer viés, mas não é assim que funciona. Investir não é um fim, mas apenas um meio para alcançarmos nossa tão sonhada liberdade, de viajar quando quiser, trabalhar sem o peso na consciência de depender desse emprego, poder comer bem, relaxar a tomar o puro suco do prazer. Mas para tal, não adianta nada ter uma carteira que não concordemos, que tire nossa noite de sono por conta da preocupação, assim o ato de investir perde seu sentido. Certamente, não digo que devemos fazer uma análise pautada na emoção, muito pelo contrário, justamente por isso existe a UVP, para nos ajudar na tomada de decisões racionais, sem recorrer ao método burro, mas isso não significa que não devemos trazer conosco nossas experiências.

Em paralelo ao assunto, gostaria de fazer uma apologia ao texto "A Dúvida de Cézanne", do filósofo Marleau-Ponty. O autor discorre sobre a obra de Cézanne durante a popularização da fotografia, suscitando especulações sobre o fim da pintura. Nesse contexto, o artista une formas, como esfera, cilindros e cones, às percepções humanas, objetivo de estudo da fenomenologia do filósofo. Durante a análise, o filósofo pontua que razão e sensação são uma coisa só, evidenciada pela fusão entre a racionalidade (formas geométricas) e percepção (objetos fora de perspectiva, cores diferentes) na obra do pintor. Portanto, chega à conclusão que você sempre carregará consigo toda sua bagagem de vida e suas experiências, proporcionando diferentes percepções em um mesmo cenário, que de certa forma até remonta à filosofia de Haráclito - "Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio". 

Trazendo isso para o mundo dos investimentos, não devemos deixar de lado nosso viés ou experiências passadas - primeiro, porque é impossível, mas também pelo fato de proporcionar outro ponto de vista, a percepção de algo que os demais investidores podem não perceber, o que até Graham classifica como o pensamento de segundo nível. Então além de seguir as boas perguntas que aprendemos aqui, devemos aplicar nossa experiência de vida nos investimentos - um engenheiro, por exemplo, pode entender muito melhor a viabilidade de um empreendimento imobiliário em relação aos demais investidores, o que lhe confere uma capacidade perceptiva superior nesse caso - investir no que nos dê tranquilidade e sempre aprender mais, proporcionando um conhecimento mais amplo em diversas áreas e uma percepção distinta.

Muito obrigado à todos que leram meu monólogo hahaha, do nada deu um clique aqui na minha cabeça e resolvi compartilhar com vocês.

Sensacional o post @Matheus Malheiros Pinto, com direito novamente ao puro suco do prazer!

 

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19 horas atrás, Matheus Malheiros Pinto disse:

Boa tarde Sardinhas!

Durante meus estudos de hoje, refleti sobre o viés que temos na hora de fazer alguma análise ou investimento. 

Muitos de nós aprendemos a investir por aqui, ou nos aprofundamos na UVP, e com isso é quase automático ficássemos com algumas manias do @Raul Sena (eu, por exemplo, comecei a gostar muito mais das empresas de tecnologia após as aulas). Ao analisar um ativo, algumas pessoas pregam que devemos nos desvencilhar de qualquer viés, mas não é assim que funciona. Investir não é um fim, mas apenas um meio para alcançarmos nossa tão sonhada liberdade, de viajar quando quiser, trabalhar sem o peso na consciência de depender desse emprego, poder comer bem, relaxar a tomar o puro suco do prazer. Mas para tal, não adianta nada ter uma carteira que não concordemos, que tire nossa noite de sono por conta da preocupação, assim o ato de investir perde seu sentido. Certamente, não digo que devemos fazer uma análise pautada na emoção, muito pelo contrário, justamente por isso existe a UVP, para nos ajudar na tomada de decisões racionais, sem recorrer ao método burro, mas isso não significa que não devemos trazer conosco nossas experiências.

Em paralelo ao assunto, gostaria de fazer uma apologia ao texto "A Dúvida de Cézanne", do filósofo Marleau-Ponty. O autor discorre sobre a obra de Cézanne durante a popularização da fotografia, suscitando especulações sobre o fim da pintura. Nesse contexto, o artista une formas, como esfera, cilindros e cones, às percepções humanas, objetivo de estudo da fenomenologia do filósofo. Durante a análise, o filósofo pontua que razão e sensação são uma coisa só, evidenciada pela fusão entre a racionalidade (formas geométricas) e percepção (objetos fora de perspectiva, cores diferentes) na obra do pintor. Portanto, chega à conclusão que você sempre carregará consigo toda sua bagagem de vida e suas experiências, proporcionando diferentes percepções em um mesmo cenário, que de certa forma até remonta à filosofia de Haráclito - "Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio". 

Trazendo isso para o mundo dos investimentos, não devemos deixar de lado nosso viés ou experiências passadas - primeiro, porque é impossível, mas também pelo fato de proporcionar outro ponto de vista, a percepção de algo que os demais investidores podem não perceber, o que até Graham classifica como o pensamento de segundo nível. Então além de seguir as boas perguntas que aprendemos aqui, devemos aplicar nossa experiência de vida nos investimentos - um engenheiro, por exemplo, pode entender muito melhor a viabilidade de um empreendimento imobiliário em relação aos demais investidores, o que lhe confere uma capacidade perceptiva superior nesse caso - investir no que nos dê tranquilidade e sempre aprender mais, proporcionando um conhecimento mais amplo em diversas áreas e uma percepção distinta.

Muito obrigado à todos que leram meu monólogo hahaha, do nada deu um clique aqui na minha cabeça e resolvi compartilhar com vocês.

É mt dificil não se influenciar, eu tento ser o mais racional possivel nas minhas escolhas e tento não mentir na hora de colocar o ativo no diagrama, pq mesmo que eu queira mt investir em algo, eu me dou essa liberdade, mas sempre com a porcentagem certa por sua qualidade de forma racional do diagrama.
Técnologia é sensacional e só tem para onde crescer!

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17 minutes ago, Priscylla Roberta Dos Santos disse:

É mt dificil não se influenciar, eu tento ser o mais racional possivel nas minhas escolhas e tento não mentir na hora de colocar o ativo no diagrama, pq mesmo que eu queira mt investir em algo, eu me dou essa liberdade, mas sempre com a porcentagem certa por sua qualidade de forma racional do diagrama.
Técnologia é sensacional e só tem para onde crescer!

Realmente não tem como não se influenciar, mas é isso que nos possibilita uma percepção diferente dos demais. Desde que mantenhamos a racionalidade, nossas experiências passadas podem agregar muito às analises.

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1 hora atrás, Matheus Malheiros Pinto disse:

Realmente não tem como não se influenciar, mas é isso que nos possibilita uma percepção diferente dos demais. Desde que mantenhamos a racionalidade, nossas experiências passadas podem agregar muito às analises.

Isso faz um crescimento pessoal bem legal, ter contato com várias pessoas que tem visões diferentes das coisas, as vezes vc nem parou para pensar da forma que a pessoa pensa e acaba fazendo muito sentido juntando com a sua mentalidade, só não pode achar que td o que uma pessoa fala e pensa é a verdade absoluta, temos que pensar sempre com a nossa cabeça e agregar o melhor que conseguimos através de outras pessoas, pois cd um é uma pessoa diferente com cargas de vida e experiência diferentes.

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14 minutes ago, Priscylla Roberta Dos Santos disse:

Isso faz um crescimento pessoal bem legal, ter contato com várias pessoas que tem visões diferentes das coisas, as vezes vc nem parou para pensar da forma que a pessoa pensa e acaba fazendo muito sentido juntando com a sua mentalidade, só não pode achar que td o que uma pessoa fala e pensa é a verdade absoluta, temos que pensar sempre com a nossa cabeça e agregar o melhor que conseguimos através de outras pessoas, pois cd um é uma pessoa diferente com cargas de vida e experiência diferentes.

Exatamente, pensamento crítico... devemos estar abertos à outras visões e ver se faz sentido para nós também 

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