Olá! Gostaria de compartilhar uma história absurda pela qual passei.
Quando conto a história, não acreditam pois falam que é impossível isso acontecer. Mas aconteceu.
Há 15 anos comprei meu primeiro imóvel, um apartamento pequenininho. Felizmente tive a intuição ensinada pelo Raul: começar com imóvel pequeno, para não ter dívida e continuar investindo.
Tomamos todas as precauções. Investigamos o histórico do vendedor, buscamos as certidões em todos os cartórios, buscamos processos na justiça, conferimos documentos, etc. Tudo perfeitamente ok. Validado por dois advogados de confiança e uma imobiliária. Cartório emitiu todos os documentos confirmando a legitimidade da venda.
Anos depois recebemos a visita de um oficial da justiça para penhorar o apartamento devido a uma dívida trabalhista. Corremos para um escritório de advocacia especializado. Descobriram dívidas trabalhistas de um sócio do primeiro proprietário (que vendeu o apto para a pessoa que nos vendeu o apto). Detalhe importante: o primeiro proprietário havia vendido o apto *antes* da dívida trabalhista. Mesmo assim, o juiz declarou nula todas as vendas do imóvel. Junto com a pessoa que nos vendeu o imóvel, entramos na justiça e perdemos em 1 e 2 instância. Afinal, sendo a primeira venda nula, segundo o juiz, a gente nada tinha a reclamar nessa história. Fizemos um acordo com a vítima para ela desistir do processo e assim nulidade da cadeira de vendas ser desfeita. A vítima aproveitou nossa vulnerabilidade e fez um excelente negócio às custas do nosso desespero e das nossas vidas bloqueadas.
Primeira lição aprendida: Justiça de trabalho não segue a lógica das leis. A justiça do trabalho buscará satisfação com o elo mais fraco, mesmo que seja uma pessoa inocente que nada tem a ver com o processo. E não importunará o verdadeiro ofensor.
Segunda lição aprendida: A escritura não vale nada. Um juiz pode aleatoriamente anular qualquer uma das vendas até o imóvel chegar a você. Imóvel não tem segurança jurídica.
Terceira lição aprendida: Por mais que as partes envolvidas tenham boa fé, é impossível saber se um imóvel está realmente 'limpo' na hora da compra. Você teria que investigar todas as pessoas que já foram donas do imóvel. Investigar também todos seus familiares, todos seus sócios, todas as empresas que todas essas pessoas tiveram participação... Além do custo absurdo dessa investigação, é praticamente impossível enumerar todas essas pessoas.
Quarta lição aprendida: A desonestidade do sócio do primeiro proprietário compensou.
No final, tudo se resolveu. Graças a Deus. Fica o relato do perrengue.
Pergunta
Anônimo
Olá! Gostaria de compartilhar uma história absurda pela qual passei.
Quando conto a história, não acreditam pois falam que é impossível isso acontecer. Mas aconteceu.
Há 15 anos comprei meu primeiro imóvel, um apartamento pequenininho. Felizmente tive a intuição ensinada pelo Raul: começar com imóvel pequeno, para não ter dívida e continuar investindo.
Tomamos todas as precauções. Investigamos o histórico do vendedor, buscamos as certidões em todos os cartórios, buscamos processos na justiça, conferimos documentos, etc. Tudo perfeitamente ok. Validado por dois advogados de confiança e uma imobiliária. Cartório emitiu todos os documentos confirmando a legitimidade da venda.
Anos depois recebemos a visita de um oficial da justiça para penhorar o apartamento devido a uma dívida trabalhista. Corremos para um escritório de advocacia especializado. Descobriram dívidas trabalhistas de um sócio do primeiro proprietário (que vendeu o apto para a pessoa que nos vendeu o apto). Detalhe importante: o primeiro proprietário havia vendido o apto *antes* da dívida trabalhista. Mesmo assim, o juiz declarou nula todas as vendas do imóvel. Junto com a pessoa que nos vendeu o imóvel, entramos na justiça e perdemos em 1 e 2 instância. Afinal, sendo a primeira venda nula, segundo o juiz, a gente nada tinha a reclamar nessa história. Fizemos um acordo com a vítima para ela desistir do processo e assim nulidade da cadeira de vendas ser desfeita. A vítima aproveitou nossa vulnerabilidade e fez um excelente negócio às custas do nosso desespero e das nossas vidas bloqueadas.
Primeira lição aprendida: Justiça de trabalho não segue a lógica das leis. A justiça do trabalho buscará satisfação com o elo mais fraco, mesmo que seja uma pessoa inocente que nada tem a ver com o processo. E não importunará o verdadeiro ofensor.
Segunda lição aprendida: A escritura não vale nada. Um juiz pode aleatoriamente anular qualquer uma das vendas até o imóvel chegar a você. Imóvel não tem segurança jurídica.
Terceira lição aprendida: Por mais que as partes envolvidas tenham boa fé, é impossível saber se um imóvel está realmente 'limpo' na hora da compra. Você teria que investigar todas as pessoas que já foram donas do imóvel. Investigar também todos seus familiares, todos seus sócios, todas as empresas que todas essas pessoas tiveram participação... Além do custo absurdo dessa investigação, é praticamente impossível enumerar todas essas pessoas.
Quarta lição aprendida: A desonestidade do sócio do primeiro proprietário compensou.
No final, tudo se resolveu. Graças a Deus. Fica o relato do perrengue.
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Surreal essa sua situação. Estou incrédulo. Você tomou todas as precauções possíveis na compra. Então não vale nada a tal segurança jurídica que os cartórios dizem oferecer. Tenho um primo que analist
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