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Entendendo sobre Marcação a Mercado


Eddy Paulini

Pergunta

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11 horas atrás, Djeison Mikael Campanher disse:

Mas esse valor não é menor que os R$823,49 teóricos do 3º ano?

Bom dia, Djeison!

Estes valor é menor em vista que o valor de R$823,49 é também o valor bruto assim como o valor de R$847,11. Sou seja, o valor de R$ 823,49 precisaria também do cálculo do IR que é o que você comenta a seguir.

11 horas atrás, Djeison Mikael Campanher disse:

A MENOS QUE, (levando em conta a regra de antecipar o resgate devido já estar recebendo um valor superior na venda antecipada), se descontar o IR dos R$ 823,49, o lucro seria R$145,64 que descontado 15% de IR restariam R$123,79 resgatando R$ 801,64.

ENTÃO, considerando os R$801,64, se eu resgatasse recebendo R$821,72 estaria no lucro porque já pagou a mais do que prometeu até o ano 3.

 

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On 12/05/2024 at 08:36, Edison Luis Paulini disse:

 

Galera, se ainda tiverem dúvidas,  mandem aí para podermos ajudar.

O intuito do post é essa troca de ideias mesmo  =)

Eu tenho dúvida depois de 373472 dias do post kkkkkkk.

eu quase não mexo com títulos do tesouro pq eu sempre tenho dúvidas. E sei que são situações pontuais. 
1 - onde que sei o valor do título. Que vc falou que subiu de 615 para 644 reais. 
2 - para ter marcação a mercado é a taxa final cai para fazer o valor do título suba para a minha rentabilidade naquele momento cresça onde estava travado a minha taxa? 
3 - como a taxa é a variação do mercado, no IPCA+ só terá influência da inflação se ela cair muito ? 
4 - não vale a pena teoricamente olhar marcação a mercado se o título tiver menos de 2 anos pelo IR olhando com olhos por cima. 
5 - desculpa essas perguntas, pq sei que para vcs é algo simples. Mas o leigo como eu ainda é difícil entender. Pq ainda me considero muito leigo. Igual eu falar de doenças e termos médicos para a galera. Sei demais que vc falou de uma forma mais usual traduzida. 
tem outra hora que o tico e teco não funcionam. 

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42 minutes ago, Edison Luis Paulini disse:

Bom dia, @Károly Hunkár!

No próprio site do tesouro direto ao consultar seus títulos você tem uma opção de ver o gráfico da relação entre os preços reais e teóricos.

Abaixo segue onde se encontra o botão que fica quase escondido:

vsdfgnj.png.43443acb61ccb30e8e31b9ba316849e6.png

A marcação ocorre quando a taxa contratada sofre alteração. Note o primeiro exemplo do post que seria uma taxa de 10,22%. Quando ela sofre alteração que o valor do título flutua e gera a marcação;

Não. Todos aqueles fatores como a inflação em si, taxa de juros, cenários macroeconômicos, etc, alteram as taxas de mercado tanto para os títulos do tesouro prefixado ou IPCA+;

Exatamente. Pode até existir uma chance olhando antes deste período? Sim, até pode. Mas lembrando que as taxas de IR irão consumir bastante a rentabilidade. Eu particularmente prefiro começar a observar a marcação pelo menos após 2 anos de ter investido no título para estar na menor alíquota;

Rapaz, lembre-se aqui toda dúvida é bem vinda e cada um tem seu tempo. Vou te contar um segredo. Levei uns meses pra entender legal sobre marcação e começar a explicar de forma mais decente  😅

Topissimo 🙏🏼

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On 08/05/2024 at 16:51, Edison Luis Paulini disse:

Mas o tema é um pouco mais abrangente. Primeiro vamos entender que essa taxa que estamos falando que sofre variação é a taxa de mercado, ou seja, a taxa a qual o mercado precifica o título de acordo com sua oferta, risco e demanda.

 

 

On 08/05/2024 at 16:51, Edison Luis Paulini disse:

O primeiro exemplo abaixo, vamos observar que o mesmo título comprado a R$615 esteja agora com uma nova taxa de 9,20%aa.

O que eu não consigo entender é o porque um titulo PREFIXADO  vai ficar mudando a taxa

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37 minutes ago, Lucas Mateus Fernandes disse:

 

O que eu não consigo entender é o porque um titulo PREFIXADO  vai ficar mudando a taxa

Boa tarde, Lucas!

Diversos fatores econômicos pode fazer com que a taxa acabe variando e vejo como principal ser resumido na oferta e procura deste tipo de título. Um breve exemplo:

Com uma tendência de que da Selic, a procura por títulos prefixados no mercado aumenta em vista que seria o indexador com melhor prêmio no momento e também futuramente. Quando uma procura é alta, as taxas tendem a diminuir.

Ao mesmo que quando a procura por este tipo de titulo está baixa, as taxas aumentam para atrair mais investidores. 

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1 hour ago, Edison Luis Paulini disse:

Boa tarde, Lucas!

Diversos fatores econômicos pode fazer com que a taxa acabe variando e vejo como principal ser resumido na oferta e procura deste tipo de título. Um breve exemplo:

Com uma tendência de que da Selic, a procura por títulos prefixados no mercado aumenta em vista que seria o indexador com melhor prêmio no momento e também futuramente. Quando uma procura é alta, as taxas tendem a diminuir.

Ao mesmo que quando a procura por este tipo de titulo está baixa, as taxas aumentam para atrair mais investidores. 

Então.... olha se meu entendimento esta correto

 

TESOURO PREFIXADO 2027

Rentabilidade anual:11,09%

Investimento mínimo:R$ 30,39

Vencimento:01/01/2027

 

O titulo é Tesouro Prefixado 2027  e  se uma pessoa compra esse titulo hj   é garantido essa rentabilidade a ele, porem   AMANHÃ o Tesouro prefixado 2027 pode estar com outra rentabilidade  logo com um valor minimo diferente.
 

Cada pessoa tem uma rentabilidade diferente para o mesmo titulo ?Mesmo que varias pessoas tenham TESOURO PREFIXADO 2027 na carteira cada pessoa tem uma rentabilidade diferente ?

Se for isso eu entendi mas mesmo assim é um pouco confuso, porque se ele é prefixado e de rendimento diário como pode sofrer marcação a mercado?

Se a cada dia o valor do titulo oscila e não de acordo com a rentabilidade, como ele pode ser de rendimento diário ?

 

Editado por Lucas Mateus Fernandes
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3 horas atrás, Lucas Mateus Fernandes disse:

Então.... olha se meu entendimento esta correto

 

TESOURO PREFIXADO 2027

Rentabilidade anual:11,09%

Investimento mínimo:R$ 30,39

Vencimento:01/01/2027

 

O titulo é Tesouro Prefixado 2027  e  se uma pessoa compra esse titulo hj   é garantido essa rentabilidade a ele, porem   AMANHÃ o Tesouro prefixado 2027 pode estar com outra rentabilidade  logo com um valor minimo diferente.
 

Cada pessoa tem uma rentabilidade diferente para o mesmo titulo ?Mesmo que varias pessoas tenham TESOURO PREFIXADO 2027 na carteira cada pessoa tem uma rentabilidade diferente ?

Se for isso eu entendi mas mesmo assim é um pouco confuso, porque se ele é prefixado e de rendimento diário como pode sofrer marcação a mercado?

Se a cada dia o valor do titulo oscila e não de acordo com a rentabilidade, como ele pode ser de rendimento diário ?

 

Boa noite @Lucas Mateus Fernandes. Uma forma mais facil de entender, seria como se a taxa oferecida fosse o preço do produto dinheiro. E como qualquer produto vendido ele pode variar o seu preço devido a demanda, devido a qualidade desta produto, devido a percepção por parte de quem esta comprando, e devido a algum balisador, que no caso seria a selic.

Desta forma respondendo a sua pergunta, sim se cada pessoa comprar o titulo prefixado 2027 em dias diferentes podera ocorrer de serem varias taxas diferentes. Procure acessar o site do tesouro em dias diferentes e vera que o mesmo titulo podera estar oferecendo taxas distintas.

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Lucas, apenas complementando a resposta do @Adriano Umemura.

5 horas atrás, Lucas Mateus Fernandes disse:

TESOURO PREFIXADO 2027

Rentabilidade anual:11,09%

Investimento mínimo:R$ 30,39

Vencimento:01/01/2027

 

O titulo é Tesouro Prefixado 2027  e  se uma pessoa compra esse titulo hj   é garantido essa rentabilidade a ele, porem   AMANHÃ o Tesouro prefixado 2027 pode estar com outra rentabilidade  logo com um valor minimo diferente.

Se você contratou a rentabilidade de 11,09%, é o que você vai receber. No vencimento sempre será recebido a rentabilidade contratada mesmo que se tenha variações até o vencimento.

5 horas atrás, Lucas Mateus Fernandes disse:

Cada pessoa tem uma rentabilidade diferente para o mesmo titulo ?Mesmo que varias pessoas tenham TESOURO PREFIXADO 2027 na carteira cada pessoa tem uma rentabilidade diferente ?

Sim, como a taxa tende a variar diariamente, cada pessoa poderá ter um título com rentabilidade diferente mas sempre recebendo no vencimento a rentabilidade contratada independente se ela é maior ou menor que a taxa de ontem.

 

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On 08/05/2024 at 16:51, Edison Luis Paulini disse:

Boa tarde, sardinhas! 

 

Um tema que sempre gera bastante dúvidas por aqui é a famigerada marcação a mercado. A fins de tentar ajudar a nossa comunidade a entender ainda mais esse tema, resolvi montar este tópico explicando um pouco mais sobre o assunto colocando inclusive alguns exemplos com valores e tentando já sanar algumas dúvidas que normalmente temos quando nos deparamos com este tema. Venho observando as dúvidas que a comunidade tem no assunto e fiz um apanhado para tentar respondê-las.

Espero que seja uma boa contribuição com seus estudos e se ainda tiver dúvidas, vamos conversar para não deixar nenhuma.

Então vamos lá!

 

 

Como sabemos, marcação a mercado é um acontecimento do mercado que faz com que as taxas e preços de títulos se alterem diariamente.

 

Quando adquirimos um título do Tesouro Prefixado ou IPCA+, estamos sujeitos a ter a marcação a mercado.

Para entender um pouco sobre isso, vamos a um exemplo abaixo de um título prefixado:

 

Vamos supor que compramos um título no valor de R$615 a uma taxa de 10,22%aa e que seu vencimento será em 5 anos.

Isso fará com que o título tenha seu valor de R$1.000 no vencimento.

Apenas um adendo. O título valer R$1.000 é uma regra tanto para o Tesouro Prefixado, como no Tesouro IPCA+, que neste segundo caso valerá R$1.000 corrigidos pela inflação, por este motivo ele é comercializado com o valor acima de R$1.000.

Voltando ao exemplo, o título no preço exemplificado acima teria seus seguintes valores ao final de cada ano:

Ano 1: R$677,85

Ano 2: R$747,13

Ano 3: R$823,49

Ano 4: R$907,65

Ano 5: R$1.000,41

(Valores simulados na calculadora de juros compostos do Investidor Sardinha com os números citados anteriormente)

Notamos que no final o título irá valer R$1.000. (Pode dar uns centavinhos a mais ou a menos de diferença, mas em suma o valor final é de R$1.000 bruto)

 

Porém, a marcação a mercado faz com que esses valores que vamos chamar de teóricos (porque na teoria eles devem seguir estes valores de acordo com a taxa contratada na aquisição do título) tenham uma diferença e gerem valores que chamaremos de valores reais que serão os que o título vai estar realmente valendo conforme o passar do tempo até seu vencimento.

 

Os valores se geram de acordo com a taxa. O primeiro exemplo abaixo, vamos observar que o mesmo título comprado a R$615 esteja agora com uma nova taxa de 9,20%aa. Logo, seus valores teóricos seriam os seguintes:

Ano 1: R$671,58

Ano 2: R$733,37

Ano 3: R$800,83

Ano 4: R$874,51

Ano 5: R$954,97

 

Aqui a regra de o título valer R$1.000 foi quebrada ficando com o valor abaixo. Para corrigir isso, o preço do título será ajustado para R$644 com essa nova taxa para que o mesmo possa valer os R$1.000 em seu vencimento. Abaixo seguem os valores conforme a nova taxa de rentabilidade:

Ano 1: R$703,25

Ano 2: R$767,95

Ano 3: R$838,60

Ano 4: R$915,75

Ano 5: R$1.000,00

 

O contrário também poderá acontecer. Quando a taxa subir, o preço irá cair para que o título valha R$1.000 no vencimento.

 

E o que faz essa taxa alterar? Essa é uma dúvida muito frequente e normalmente tendemos a pensar que é a variação da taxa de juros (Selic) que afeta diretamente essa taxa do título. Mas o tema é um pouco mais abrangente. Primeiro vamos entender que essa taxa que estamos falando que sofre variação é a taxa de mercado, ou seja, a taxa a qual o mercado precifica o título de acordo com sua oferta, risco e demanda.

Um cenário onde podemos ter uma confusão semelhante é com o Tesouro IPCA+. Vamos entender um pouquinho mais isso pegando como base o título IPCA+ 6,11%aa de vencimento para 2029 (dados estes consultados no momento dessa postagem).

A confusão acontece no percentual de 6,11%. Essa é a taxa de mercado que é o que fará com que de fato se tenha alterações no preço do título. Ou seja, um título IPCA+ paga o percentual do IPCA mais a taxa de mercado. Se o IPCA está valendo, por exemplo, 3,50%aa o título estará pagando um total de 9,61%aa. Vamos perceber que a taxa do IPCA é uma coisa e a taxa de mercado é outra. E voltamos a frisar que o que faz o valor do título flutuar é a taxa de mercado, que inclusive faz jus ao nome do fenômeno da marcação a mercado.

E voltando a falar sobre a variação da taxa de mercado, temos diversos fatores que influenciam nessa taxa. É um conjunto de fatores e não um específico: taxa de juros, inflação, cenários da macroeconomia, expectativas de mercado, PIB, dentre outras variáveis.

 

Entendido então como funciona a marcação, quando podemos marcar a mercado fazendo a venda antecipada? Lembrando que a marcação a mercado é antecipar um lucro do título e reaplicar o valor em outro título que pague uma rentabilidade superior ao invés de levar o mesmo até o vencimento. Abordaremos isso a seguir em três passos a serem seguidos para avaliarmos se compensará realizar a marcação.

 

1 - O primeiro passo é verificar se seu título está com um valor real acima do valor teórico. Não realizamos marcação a mercado quando o valor real está abaixo do teórico, pois isso significa que estaríamos vendendo nosso título por um valor abaixo do que deveria estar sendo pago. Ou seja, se meu título deveria estar valendo R$660 (valor teórico), mas está no momento com o valor real R$620, eu estaria perdendo R$40 na venda.

Apenas para ilustrar, vamos pegar a primeira lista de valores que tivemos no início do post  onde o título foi comprado a R$615 e a taxa era de 10,22%aa. Porém, a taxa do título sofreu alteração para baixo a 8,65%aa e agora temos os seguintes valores se comparados:

image.png.aacd250f4e5873f78bf78b18f16ec7ee.png

Agora vamos imaginar que estamos no terceiro ano levando o titulo que foi quando houve a alteração da taxa. Ali no terceiro ano onde o título deveria estar valendo na teoria R$823,49 o seu valor real está em R$847,11, ou seja, acima do teórico. Então podemos partir para o segundo passo;

 

2 - O segundo passo vai ser calcular o IR. Como sabemos o tesouro direto também é regido pela tabela regressiva do IR e teremos uma alíquota aplicada de acordo com o tempo em que estamos com o título em carteira.

No exemplo acima estamos no terceiro ano onde a alíquota regente do IR será de 15% em cima do rendimento. Ao se obter o rendimento líquido, podemos comparar se este valor ainda está acima do valor teórico do nosso título. Estando acima, partimos para o terceiro e último passo.

OBS: aqui podemos pensar que as chances de termos uma marcação favorável a partir de 720 dias onde estaremos na menor alíquota do IR que é a de 15%. Antes até se pode acontecer, mas as chances são menores, pois uma taxa maior de alíquota de imposto irá consumir mais a rentabilidade obtida.

 

3 - O terceiro e último passo seria avaliar se temos outro título (seja outro Tesouro, seja CDB, enfim) que esteja pagando uma rentabilidade superior ao que ganharíamos levando o titulo até o vencimento. Ou até mesmo reaplicar o valor na Renda Variável de acordo com sugestões do Diagrama do Cerrado.

Tomando como base o reinvestimento em renda fixa, podemos procurar um investimento que ofereça uma rentabilidade pelo menos um pouco acima a qual estaria recebendo se levássemos o título até o final.

No nosso exemplo anterior, estávamos avaliando o terceiro ano que estamos carregando nosso título. A partir daquele momento, se levarmos o título até o final a rentabilidade gerada seria de aproximadamente 8,65%aa.

 

Logo, para reaplicarmos o valor, o ideal seria achar títulos que oferecerão uma rentabilidade superior a essa. Por exemplo, um CDB prefixado a 9,00%aa ou mais. É importante lembrar que se fazemos a marcação a mercado em, por exemplo, um título de Tesouro Prefixado não necessariamente precisamos reinvestir em um Tesouro Prefixado ou até mesmo outro título com o mesmo indexador. Se encontrarmos um título com IPCA+ ou rendendo um percentual do DI que esteja com uma rentabilidade superior. Essa seria então a regra: um título independente de qual for que traga uma rentabilidade maior podendo inclusive o valor ser reaplicado na renda variável em alguns casos como, por exemplo, a meta da classe de renda fixa já ter sido extrapolada e o aporte se faria necessário em outras classes de ativos.

Neste ponto, via marcação a mercado conseguimos antecipar juros recebidos pelo título, pois já estaríamos recebendo um valor superior na venda antecipada do que deveríamos estar recebendo naquele momento. Ainda assim, o título nos geraria um determinado rendimento até seu vencimento. Porém este rendimento pode ser suprido com rendimentos melhores de outros títulos onde podemos reaplicar o valor.

Ótima aula sobre

 

On 08/05/2024 at 16:51, Edison Luis Paulini disse:

Boa tarde, sardinhas! 

 

Um tema que sempre gera bastante dúvidas por aqui é a famigerada marcação a mercado. A fins de tentar ajudar a nossa comunidade a entender ainda mais esse tema, resolvi montar este tópico explicando um pouco mais sobre o assunto colocando inclusive alguns exemplos com valores e tentando já sanar algumas dúvidas que normalmente temos quando nos deparamos com este tema. Venho observando as dúvidas que a comunidade tem no assunto e fiz um apanhado para tentar respondê-las.

Espero que seja uma boa contribuição com seus estudos e se ainda tiver dúvidas, vamos conversar para não deixar nenhuma.

Então vamos lá!

 

 

Como sabemos, marcação a mercado é um acontecimento do mercado que faz com que as taxas e preços de títulos se alterem diariamente.

 

Quando adquirimos um título do Tesouro Prefixado ou IPCA+, estamos sujeitos a ter a marcação a mercado.

Para entender um pouco sobre isso, vamos a um exemplo abaixo de um título prefixado:

 

Vamos supor que compramos um título no valor de R$615 a uma taxa de 10,22%aa e que seu vencimento será em 5 anos.

Isso fará com que o título tenha seu valor de R$1.000 no vencimento.

Apenas um adendo. O título valer R$1.000 é uma regra tanto para o Tesouro Prefixado, como no Tesouro IPCA+, que neste segundo caso valerá R$1.000 corrigidos pela inflação, por este motivo ele é comercializado com o valor acima de R$1.000.

Voltando ao exemplo, o título no preço exemplificado acima teria seus seguintes valores ao final de cada ano:

Ano 1: R$677,85

Ano 2: R$747,13

Ano 3: R$823,49

Ano 4: R$907,65

Ano 5: R$1.000,41

(Valores simulados na calculadora de juros compostos do Investidor Sardinha com os números citados anteriormente)

Notamos que no final o título irá valer R$1.000. (Pode dar uns centavinhos a mais ou a menos de diferença, mas em suma o valor final é de R$1.000 bruto)

 

Porém, a marcação a mercado faz com que esses valores que vamos chamar de teóricos (porque na teoria eles devem seguir estes valores de acordo com a taxa contratada na aquisição do título) tenham uma diferença e gerem valores que chamaremos de valores reais que serão os que o título vai estar realmente valendo conforme o passar do tempo até seu vencimento.

 

Os valores se geram de acordo com a taxa. O primeiro exemplo abaixo, vamos observar que o mesmo título comprado a R$615 esteja agora com uma nova taxa de 9,20%aa. Logo, seus valores teóricos seriam os seguintes:

Ano 1: R$671,58

Ano 2: R$733,37

Ano 3: R$800,83

Ano 4: R$874,51

Ano 5: R$954,97

 

Aqui a regra de o título valer R$1.000 foi quebrada ficando com o valor abaixo. Para corrigir isso, o preço do título será ajustado para R$644 com essa nova taxa para que o mesmo possa valer os R$1.000 em seu vencimento. Abaixo seguem os valores conforme a nova taxa de rentabilidade:

Ano 1: R$703,25

Ano 2: R$767,95

Ano 3: R$838,60

Ano 4: R$915,75

Ano 5: R$1.000,00

 

O contrário também poderá acontecer. Quando a taxa subir, o preço irá cair para que o título valha R$1.000 no vencimento.

 

E o que faz essa taxa alterar? Essa é uma dúvida muito frequente e normalmente tendemos a pensar que é a variação da taxa de juros (Selic) que afeta diretamente essa taxa do título. Mas o tema é um pouco mais abrangente. Primeiro vamos entender que essa taxa que estamos falando que sofre variação é a taxa de mercado, ou seja, a taxa a qual o mercado precifica o título de acordo com sua oferta, risco e demanda.

Um cenário onde podemos ter uma confusão semelhante é com o Tesouro IPCA+. Vamos entender um pouquinho mais isso pegando como base o título IPCA+ 6,11%aa de vencimento para 2029 (dados estes consultados no momento dessa postagem).

A confusão acontece no percentual de 6,11%. Essa é a taxa de mercado que é o que fará com que de fato se tenha alterações no preço do título. Ou seja, um título IPCA+ paga o percentual do IPCA mais a taxa de mercado. Se o IPCA está valendo, por exemplo, 3,50%aa o título estará pagando um total de 9,61%aa. Vamos perceber que a taxa do IPCA é uma coisa e a taxa de mercado é outra. E voltamos a frisar que o que faz o valor do título flutuar é a taxa de mercado, que inclusive faz jus ao nome do fenômeno da marcação a mercado.

E voltando a falar sobre a variação da taxa de mercado, temos diversos fatores que influenciam nessa taxa. É um conjunto de fatores e não um específico: taxa de juros, inflação, cenários da macroeconomia, expectativas de mercado, PIB, dentre outras variáveis.

 

Entendido então como funciona a marcação, quando podemos marcar a mercado fazendo a venda antecipada? Lembrando que a marcação a mercado é antecipar um lucro do título e reaplicar o valor em outro título que pague uma rentabilidade superior ao invés de levar o mesmo até o vencimento. Abordaremos isso a seguir em três passos a serem seguidos para avaliarmos se compensará realizar a marcação.

 

1 - O primeiro passo é verificar se seu título está com um valor real acima do valor teórico. Não realizamos marcação a mercado quando o valor real está abaixo do teórico, pois isso significa que estaríamos vendendo nosso título por um valor abaixo do que deveria estar sendo pago. Ou seja, se meu título deveria estar valendo R$660 (valor teórico), mas está no momento com o valor real R$620, eu estaria perdendo R$40 na venda.

Apenas para ilustrar, vamos pegar a primeira lista de valores que tivemos no início do post  onde o título foi comprado a R$615 e a taxa era de 10,22%aa. Porém, a taxa do título sofreu alteração para baixo a 8,65%aa e agora temos os seguintes valores se comparados:

image.png.aacd250f4e5873f78bf78b18f16ec7ee.png

Agora vamos imaginar que estamos no terceiro ano levando o titulo que foi quando houve a alteração da taxa. Ali no terceiro ano onde o título deveria estar valendo na teoria R$823,49 o seu valor real está em R$847,11, ou seja, acima do teórico. Então podemos partir para o segundo passo;

 

2 - O segundo passo vai ser calcular o IR. Como sabemos o tesouro direto também é regido pela tabela regressiva do IR e teremos uma alíquota aplicada de acordo com o tempo em que estamos com o título em carteira.

No exemplo acima estamos no terceiro ano onde a alíquota regente do IR será de 15% em cima do rendimento. Ao se obter o rendimento líquido, podemos comparar se este valor ainda está acima do valor teórico do nosso título. Estando acima, partimos para o terceiro e último passo.

OBS: aqui podemos pensar que as chances de termos uma marcação favorável a partir de 720 dias onde estaremos na menor alíquota do IR que é a de 15%. Antes até se pode acontecer, mas as chances são menores, pois uma taxa maior de alíquota de imposto irá consumir mais a rentabilidade obtida.

 

3 - O terceiro e último passo seria avaliar se temos outro título (seja outro Tesouro, seja CDB, enfim) que esteja pagando uma rentabilidade superior ao que ganharíamos levando o titulo até o vencimento. Ou até mesmo reaplicar o valor na Renda Variável de acordo com sugestões do Diagrama do Cerrado.

Tomando como base o reinvestimento em renda fixa, podemos procurar um investimento que ofereça uma rentabilidade pelo menos um pouco acima a qual estaria recebendo se levássemos o título até o final.

No nosso exemplo anterior, estávamos avaliando o terceiro ano que estamos carregando nosso título. A partir daquele momento, se levarmos o título até o final a rentabilidade gerada seria de aproximadamente 8,65%aa.

 

Logo, para reaplicarmos o valor, o ideal seria achar títulos que oferecerão uma rentabilidade superior a essa. Por exemplo, um CDB prefixado a 9,00%aa ou mais. É importante lembrar que se fazemos a marcação a mercado em, por exemplo, um título de Tesouro Prefixado não necessariamente precisamos reinvestir em um Tesouro Prefixado ou até mesmo outro título com o mesmo indexador. Se encontrarmos um título com IPCA+ ou rendendo um percentual do DI que esteja com uma rentabilidade superior. Essa seria então a regra: um título independente de qual for que traga uma rentabilidade maior podendo inclusive o valor ser reaplicado na renda variável em alguns casos como, por exemplo, a meta da classe de renda fixa já ter sido extrapolada e o aporte se faria necessário em outras classes de ativos.

Neste ponto, via marcação a mercado conseguimos antecipar juros recebidos pelo título, pois já estaríamos recebendo um valor superior na venda antecipada do que deveríamos estar recebendo naquele momento. Ainda assim, o título nos geraria um determinado rendimento até seu vencimento. Porém este rendimento pode ser suprido com rendimentos melhores de outros títulos onde podemos reaplicar o valor.


Ótima aula. Esclareceu bastante dúvidas sobre a marcação de mercado.

Mas ainda tenho as dúvidas:

No dia a dia eu consigo saber o valor real do meu título?

Como faço p saber se a taxa de mercado subiu ou desceu?

 

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3 horas atrás, Marcos Dias Da Costa disse:

Ótima aula sobre

 


Ótima aula. Esclareceu bastante dúvidas sobre a marcação de mercado.

Mas ainda tenho as dúvidas:

No dia a dia eu consigo saber o valor real do meu título?

Como faço p saber se a taxa de mercado subiu ou desceu?

 

Boa tarde, Marcos!

Sim é possível saber no dia a dia.

Basta acessar o site do tesouro direto e ao acessar seus títulos você verá um pequeno ícone no canto esquerdo de cada título o qual te levará para o gráfico da relação entre os valores teórico e prático do título.

Abaixo, segue um print para ajudar a identificar o ícone que levará ao gráfico:

image.png.2fdd0685c4b0151815937c42bf544a5a.png

 

Ademais, no procuro gráfico e também na linha dos dados dos títulos você poderá ver a taxa contrata e taxa oferecida no momento.

 

Espero que ajude!

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On 08/05/2024 at 16:51, Edison Paulini disse:

Boa tarde, sardinhas! 

 

Um tema que sempre gera bastante dúvidas por aqui é a famigerada marcação a mercado. A fins de tentar ajudar a nossa comunidade a entender ainda mais esse tema, resolvi montar este tópico explicando um pouco mais sobre o assunto colocando inclusive alguns exemplos com valores e tentando já sanar algumas dúvidas que normalmente temos quando nos deparamos com este tema. Venho observando as dúvidas que a comunidade tem no assunto e fiz um apanhado para tentar respondê-las.

Espero que seja uma boa contribuição com seus estudos e se ainda tiver dúvidas, vamos conversar para não deixar nenhuma.

Então vamos lá!

 

 

Como sabemos, marcação a mercado é um acontecimento do mercado que faz com que as taxas e preços de títulos se alterem diariamente.

 

Quando adquirimos um título do Tesouro Prefixado ou IPCA+, estamos sujeitos a ter a marcação a mercado.

Para entender um pouco sobre isso, vamos a um exemplo abaixo de um título prefixado:

 

Vamos supor que compramos um título no valor de R$615 a uma taxa de 10,22%aa e que seu vencimento será em 5 anos.

Isso fará com que o título tenha seu valor de R$1.000 no vencimento.

Apenas um adendo. O título valer R$1.000 é uma regra tanto para o Tesouro Prefixado, como no Tesouro IPCA+, que neste segundo caso valerá R$1.000 corrigidos pela inflação, por este motivo ele é comercializado com o valor acima de R$1.000.

Voltando ao exemplo, o título no preço exemplificado acima teria seus seguintes valores ao final de cada ano:

Ano 1: R$677,85

Ano 2: R$747,13

Ano 3: R$823,49

Ano 4: R$907,65

Ano 5: R$1.000,41

(Valores simulados na calculadora de juros compostos do Investidor Sardinha com os números citados anteriormente)

Notamos que no final o título irá valer R$1.000. (Pode dar uns centavinhos a mais ou a menos de diferença, mas em suma o valor final é de R$1.000 bruto)

 

Porém, a marcação a mercado faz com que esses valores que vamos chamar de teóricos (porque na teoria eles devem seguir estes valores de acordo com a taxa contratada na aquisição do título) tenham uma diferença e gerem valores que chamaremos de valores reais que serão os que o título vai estar realmente valendo conforme o passar do tempo até seu vencimento.

 

Os valores se geram de acordo com a taxa. O primeiro exemplo abaixo, vamos observar que o mesmo título comprado a R$615 esteja agora com uma nova taxa de 9,20%aa. Logo, seus valores teóricos seriam os seguintes:

Ano 1: R$671,58

Ano 2: R$733,37

Ano 3: R$800,83

Ano 4: R$874,51

Ano 5: R$954,97

 

Aqui a regra de o título valer R$1.000 foi quebrada ficando com o valor abaixo. Para corrigir isso, o preço do título será ajustado para R$644 com essa nova taxa para que o mesmo possa valer os R$1.000 em seu vencimento. Abaixo seguem os valores conforme a nova taxa de rentabilidade:

Ano 1: R$703,25

Ano 2: R$767,95

Ano 3: R$838,60

Ano 4: R$915,75

Ano 5: R$1.000,00

 

O contrário também poderá acontecer. Quando a taxa subir, o preço irá cair para que o título valha R$1.000 no vencimento.

 

E o que faz essa taxa alterar? Essa é uma dúvida muito frequente e normalmente tendemos a pensar que é a variação da taxa de juros (Selic) que afeta diretamente essa taxa do título. Mas o tema é um pouco mais abrangente. Primeiro vamos entender que essa taxa que estamos falando que sofre variação é a taxa de mercado, ou seja, a taxa a qual o mercado precifica o título de acordo com sua oferta, risco e demanda.

Um cenário onde podemos ter uma confusão semelhante é com o Tesouro IPCA+. Vamos entender um pouquinho mais isso pegando como base o título IPCA+ 6,11%aa de vencimento para 2029 (dados estes consultados no momento dessa postagem).

A confusão acontece no percentual de 6,11%. Essa é a taxa de mercado que é o que fará com que de fato se tenha alterações no preço do título. Ou seja, um título IPCA+ paga o percentual do IPCA mais a taxa de mercado. Se o IPCA está valendo, por exemplo, 3,50%aa o título estará pagando um total de 9,61%aa. Vamos perceber que a taxa do IPCA é uma coisa e a taxa de mercado é outra. E voltamos a frisar que o que faz o valor do título flutuar é a taxa de mercado, que inclusive faz jus ao nome do fenômeno da marcação a mercado.

E voltando a falar sobre a variação da taxa de mercado, temos diversos fatores que influenciam nessa taxa. É um conjunto de fatores e não um específico: taxa de juros, inflação, cenários da macroeconomia, expectativas de mercado, PIB, dentre outras variáveis.

 

Entendido então como funciona a marcação, quando podemos marcar a mercado fazendo a venda antecipada? Lembrando que a marcação a mercado é antecipar um lucro do título e reaplicar o valor em outro título que pague uma rentabilidade superior ao invés de levar o mesmo até o vencimento. Abordaremos isso a seguir em três passos a serem seguidos para avaliarmos se compensará realizar a marcação.

 

1 - O primeiro passo é verificar se seu título está com um valor real acima do valor teórico. Não realizamos marcação a mercado quando o valor real está abaixo do teórico, pois isso significa que estaríamos vendendo nosso título por um valor abaixo do que deveria estar sendo pago. Ou seja, se meu título deveria estar valendo R$660 (valor teórico), mas está no momento com o valor real R$620, eu estaria perdendo R$40 na venda.

Apenas para ilustrar, vamos pegar a primeira lista de valores que tivemos no início do post  onde o título foi comprado a R$615 e a taxa era de 10,22%aa. Porém, a taxa do título sofreu alteração para baixo a 8,65%aa e agora temos os seguintes valores se comparados:

image.png.aacd250f4e5873f78bf78b18f16ec7ee.png

Agora vamos imaginar que estamos no terceiro ano levando o titulo que foi quando houve a alteração da taxa. Ali no terceiro ano onde o título deveria estar valendo na teoria R$823,49 o seu valor real está em R$847,11, ou seja, acima do teórico. Então podemos partir para o segundo passo;

 

2 - O segundo passo vai ser calcular o IR. Como sabemos o tesouro direto também é regido pela tabela regressiva do IR e teremos uma alíquota aplicada de acordo com o tempo em que estamos com o título em carteira.

No exemplo acima estamos no terceiro ano onde a alíquota regente do IR será de 15% em cima do rendimento. Ao se obter o rendimento líquido, podemos comparar se este valor ainda está acima do valor teórico do nosso título. Estando acima, partimos para o terceiro e último passo.

OBS: aqui podemos pensar que as chances de termos uma marcação favorável a partir de 720 dias onde estaremos na menor alíquota do IR que é a de 15% seria o melhor caso. Antes até se pode acontecer, mas as chances são menores, pois uma taxa maior de alíquota de imposto irá consumir mais a rentabilidade obtida.

 

3 - O terceiro e último passo seria avaliar se temos outro título (seja outro Tesouro, seja CDB, enfim) que esteja pagando uma rentabilidade superior ao que ganharíamos levando o titulo até o vencimento. Ou até mesmo reaplicar o valor na Renda Variável de acordo com sugestões do Diagrama do Cerrado.

Tomando como base o reinvestimento em renda fixa, podemos procurar um investimento que ofereça uma rentabilidade pelo menos um pouco acima a qual estaria recebendo se levarmos o título até o final.

No nosso exemplo anterior, estávamos avaliando o terceiro ano que estamos carregando nosso título. A partir daquele momento, se levarmos o título até o final a rentabilidade gerada seria de aproximadamente 8,65%aa.

 

Logo, para reaplicarmos o valor, o ideal seria achar títulos que oferecerão uma rentabilidade superior a essa. Por exemplo, um CDB prefixado a 9,00%aa ou mais. É importante lembrar que se fazemos a marcação a mercado em, por exemplo, um título de Tesouro Prefixado não necessariamente precisamos reinvestir em um Tesouro Prefixado ou até mesmo outro título com o mesmo indexador. Se encontrarmos um título com IPCA+ ou rendendo um percentual do DI que esteja com uma rentabilidade superior também é válido. Essa seria então a regra: um título independente de qual for que traga uma rentabilidade maior podendo inclusive o valor ser reaplicado na renda variável em alguns casos como, por exemplo, a meta da classe de renda fixa já ter sido extrapolada e o aporte se faria necessário em outras classes de ativos.

Neste ponto, via marcação a mercado conseguimos antecipar juros recebidos pelo título, pois já estaríamos recebendo um valor superior na venda antecipada do que deveríamos estar recebendo naquele momento. Ainda assim, o título nos geraria um determinado rendimento até seu vencimento. Porém este rendimento pode ser suprido com rendimentos melhores de outros títulos onde podemos reaplicar o valor.

Boa noite Edison. Muito boa sua postagem. Obrigado pela colaboração. Tenho algumas dúvidas e talvez vc possa ajudar:

 

Comprei dois títulos do TD, O IPCA+ 5,44% 2029, e o Préfixado 10,1% 2027 comprados em fevereiro de 2024.

Notei que o IPCA caiu ao longo deste período, e foram oferecidos outros títulos com valores fixos maiores somados ao IPCA (exemplo: IPCA + 6,33, (onde o 6,33 > 5,44 do meu título) e eu perdi valor do meus títulos.

Considerando o que o Raul fala no modulo 3, aula 7 parte 1, (0:28 s a 0:50 s) e módulo 3, aula 7 parte 2 (1:32 s a 1:47 s)

Ficam duas dúvidas estruturais:

1: Ele cita "Taxa de juros" se referindo a SELIC? ou a IPCA? Se for SELIC, qual a relação ? ja que o titulo é atrelado ao IPCA (inflação) e não à taxa SELIC (taxa de juros)?   

2: Se ele estiver se referindo ao IPCA, o que faz aumentar é a taxa fixa que é reajustada e oferecida junto a um IPCA mais baixo (em caso de queda do IPCA)?

 

Voltando ao minha situação que comprei esses títulos de IPCA+ 5,44 e Pré 10,1, vale a pena vender e comprar o IPCA + 6,31 e Pré 12,24%, disponivéis atualmente no mercado? estaria vendendo no prejuízo, mas ainda é na faixa de 200 reais, que talvez valha mais a pena realizar esse preju e ganhar mais na marcação a mercado nessa nova taxa. Ou levo até o vencimento?

Esses títulos que comprei,  ainda são passíveis de marcação a mercado? em que situação?

 

Vlw

 

 

 

 

 

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1 hour ago, Guilherme Montenegro disse:

Boa noite Edison. Muito boa sua postagem. Obrigado pela colaboração. Tenho algumas dúvidas e talvez vc possa ajudar:

 

Comprei dois títulos do TD, O IPCA+ 5,44% 2029, e o Préfixado 10,1% 2027 comprados em fevereiro de 2024.

Notei que o IPCA caiu ao longo deste período, e foram oferecidos outros títulos com valores fixos maiores somados ao IPCA (exemplo: IPCA + 6,33, (onde o 6,33 > 5,44 do meu título) e eu perdi valor do meus títulos.

Considerando o que o Raul fala no modulo 3, aula 7 parte 1, (0:28 s a 0:50 s) e módulo 3, aula 7 parte 2 (1:32 s a 1:47 s)

Ficam duas dúvidas estruturais:

1: Ele cita "Taxa de juros" se referindo a SELIC? ou a IPCA? Se for SELIC, qual a relação ? ja que o titulo é atrelado ao IPCA (inflação) e não à taxa SELIC (taxa de juros)?   

2: Se ele estiver se referindo ao IPCA, o que faz aumentar é a taxa fixa que é reajustada e oferecida junto a um IPCA mais baixo (em caso de queda do IPCA)?

 

Voltando ao minha situação que comprei esses títulos de IPCA+ 5,44 e Pré 10,1, vale a pena vender e comprar o IPCA + 6,31 e Pré 12,24%, disponivéis atualmente no mercado? estaria vendendo no prejuízo, mas ainda é na faixa de 200 reais, que talvez valha mais a pena realizar esse preju e ganhar mais na marcação a mercado nessa nova taxa. Ou levo até o vencimento?

Esses títulos que comprei,  ainda são passíveis de marcação a mercado? em que situação?

 

Vlw

 

 

 

 

 

Fala, Guilherme!

Respondi lá no seu tópico  =)

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On 08/05/2024 at 12:51, Edison Paulini disse:

1 - O primeiro passo é verificar se seu título está com um valor real acima do valor teórico. Não realizamos marcação a mercado quando o valor real está abaixo do teórico, pois isso significa que estaríamos vendendo nosso título por um valor abaixo do que deveria estar sendo pago. Ou seja, se meu título deveria estar valendo R$660 (valor teórico), mas está no momento com o valor real R$620, eu estaria perdendo R$40 na venda.

muito bom sua explicação, este ponto  mostra de forma simples.

uma tendencia emocional que estava tendo era,  vender uns 20k que tinha  títulos e recomprar o 2045 porem com isso iria perder um valor considerável pois a taxa contada era em torno de 3,2% o nabo seria de 5k aproximado 

vlv 

 

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1 hour ago, Anderson Oliveira De Lucena disse:

muito bom sua explicação, este ponto  mostra de forma simples.

uma tendencia emocional que estava tendo era,  vender uns 20k que tinha  títulos e recomprar o 2045 porem com isso iria perder um valor considerável pois a taxa contada era em torno de 3,2% o nabo seria de 5k aproximado 

vlv 

 

Que bom que ajudou, amigo. Fico contente em saber!

A ideia foi justamente trazer pontos mais práticos possíveis para não deixar dúvidas no tema.

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On 08/05/2024 at 16:51, Edison Paulini disse:

Boa tarde, sardinhas! 

 

Um tema que sempre gera bastante dúvidas por aqui é a famigerada marcação a mercado. A fins de tentar ajudar a nossa comunidade a entender ainda mais esse tema, resolvi montar este tópico explicando um pouco mais sobre o assunto colocando inclusive alguns exemplos com valores e tentando já sanar algumas dúvidas que normalmente temos quando nos deparamos com este tema. Venho observando as dúvidas que a comunidade tem no assunto e fiz um apanhado para tentar respondê-las.

Espero que seja uma boa contribuição com seus estudos e se ainda tiver dúvidas, vamos conversar para não deixar nenhuma.

Então vamos lá!

 

 

Como sabemos, marcação a mercado é um acontecimento do mercado que faz com que as taxas e preços de títulos se alterem diariamente.

 

Quando adquirimos um título do Tesouro Prefixado ou IPCA+, estamos sujeitos a ter a marcação a mercado.

Para entender um pouco sobre isso, vamos a um exemplo abaixo de um título prefixado:

 

Vamos supor que compramos um título no valor de R$615 a uma taxa de 10,22%aa e que seu vencimento será em 5 anos.

Isso fará com que o título tenha seu valor de R$1.000 no vencimento.

Apenas um adendo. O título valer R$1.000 é uma regra tanto para o Tesouro Prefixado, como no Tesouro IPCA+, que neste segundo caso valerá R$1.000 corrigidos pela inflação, por este motivo ele é comercializado com o valor acima de R$1.000.

Voltando ao exemplo, o título no preço exemplificado acima teria seus seguintes valores ao final de cada ano:

Ano 1: R$677,85

Ano 2: R$747,13

Ano 3: R$823,49

Ano 4: R$907,65

Ano 5: R$1.000,41

(Valores simulados na calculadora de juros compostos do Investidor Sardinha com os números citados anteriormente)

Notamos que no final o título irá valer R$1.000. (Pode dar uns centavinhos a mais ou a menos de diferença, mas em suma o valor final é de R$1.000 bruto)

 

Porém, a marcação a mercado faz com que esses valores que vamos chamar de teóricos (porque na teoria eles devem seguir estes valores de acordo com a taxa contratada na aquisição do título) tenham uma diferença e gerem valores que chamaremos de valores reais que serão os que o título vai estar realmente valendo conforme o passar do tempo até seu vencimento.

 

Os valores se geram de acordo com a taxa. O primeiro exemplo abaixo, vamos observar que o mesmo título comprado a R$615 esteja agora com uma nova taxa de 9,20%aa. Logo, seus valores teóricos seriam os seguintes:

Ano 1: R$671,58

Ano 2: R$733,37

Ano 3: R$800,83

Ano 4: R$874,51

Ano 5: R$954,97

 

Aqui a regra de o título valer R$1.000 foi quebrada ficando com o valor abaixo. Para corrigir isso, o preço do título será ajustado para R$644 com essa nova taxa para que o mesmo possa valer os R$1.000 em seu vencimento. Abaixo seguem os valores conforme a nova taxa de rentabilidade:

Ano 1: R$703,25

Ano 2: R$767,95

Ano 3: R$838,60

Ano 4: R$915,75

Ano 5: R$1.000,00

 

O contrário também poderá acontecer. Quando a taxa subir, o preço irá cair para que o título valha R$1.000 no vencimento.

 

E o que faz essa taxa alterar? Essa é uma dúvida muito frequente e normalmente tendemos a pensar que é a variação da taxa de juros (Selic) que afeta diretamente essa taxa do título. Mas o tema é um pouco mais abrangente. Primeiro vamos entender que essa taxa que estamos falando que sofre variação é a taxa de mercado, ou seja, a taxa a qual o mercado precifica o título de acordo com sua oferta, risco e demanda.

Um cenário onde podemos ter uma confusão semelhante é com o Tesouro IPCA+. Vamos entender um pouquinho mais isso pegando como base o título IPCA+ 6,11%aa de vencimento para 2029 (dados estes consultados no momento dessa postagem).

A confusão acontece no percentual de 6,11%. Essa é a taxa de mercado que é o que fará com que de fato se tenha alterações no preço do título. Ou seja, um título IPCA+ paga o percentual do IPCA mais a taxa de mercado. Se o IPCA está valendo, por exemplo, 3,50%aa o título estará pagando um total de 9,61%aa. Vamos perceber que a taxa do IPCA é uma coisa e a taxa de mercado é outra. E voltamos a frisar que o que faz o valor do título flutuar é a taxa de mercado, que inclusive faz jus ao nome do fenômeno da marcação a mercado.

E voltando a falar sobre a variação da taxa de mercado, temos diversos fatores que influenciam nessa taxa. É um conjunto de fatores e não um específico: taxa de juros, inflação, cenários da macroeconomia, expectativas de mercado, PIB, dentre outras variáveis.

 

Entendido então como funciona a marcação, quando podemos marcar a mercado fazendo a venda antecipada? Lembrando que a marcação a mercado é antecipar um lucro do título e reaplicar o valor em outro título que pague uma rentabilidade superior ao invés de levar o mesmo até o vencimento. Abordaremos isso a seguir em três passos a serem seguidos para avaliarmos se compensará realizar a marcação.

 

1 - O primeiro passo é verificar se seu título está com um valor real acima do valor teórico. Não realizamos marcação a mercado quando o valor real está abaixo do teórico, pois isso significa que estaríamos vendendo nosso título por um valor abaixo do que deveria estar sendo pago. Ou seja, se meu título deveria estar valendo R$660 (valor teórico), mas está no momento com o valor real R$620, eu estaria perdendo R$40 na venda.

Apenas para ilustrar, vamos pegar a primeira lista de valores que tivemos no início do post  onde o título foi comprado a R$615 e a taxa era de 10,22%aa. Porém, a taxa do título sofreu alteração para baixo a 8,65%aa e agora temos os seguintes valores se comparados:

image.png.aacd250f4e5873f78bf78b18f16ec7ee.png

Agora vamos imaginar que estamos no terceiro ano levando o titulo que foi quando houve a alteração da taxa. Ali no terceiro ano onde o título deveria estar valendo na teoria R$823,49 o seu valor real está em R$847,11, ou seja, acima do teórico. Então podemos partir para o segundo passo;

 

2 - O segundo passo vai ser calcular o IR. Como sabemos o tesouro direto também é regido pela tabela regressiva do IR e teremos uma alíquota aplicada de acordo com o tempo em que estamos com o título em carteira.

No exemplo acima estamos no terceiro ano onde a alíquota regente do IR será de 15% em cima do rendimento. Ao se obter o rendimento líquido, podemos comparar se este valor ainda está acima do valor teórico do nosso título. Estando acima, partimos para o terceiro e último passo.

OBS: aqui podemos pensar que as chances de termos uma marcação favorável a partir de 720 dias onde estaremos na menor alíquota do IR que é a de 15% seria o melhor caso. Antes até se pode acontecer, mas as chances são menores, pois uma taxa maior de alíquota de imposto irá consumir mais a rentabilidade obtida.

 

3 - O terceiro e último passo seria avaliar se temos outro título (seja outro Tesouro, seja CDB, enfim) que esteja pagando uma rentabilidade superior ao que ganharíamos levando o titulo até o vencimento. Ou até mesmo reaplicar o valor na Renda Variável de acordo com sugestões do Diagrama do Cerrado.

Tomando como base o reinvestimento em renda fixa, podemos procurar um investimento que ofereça uma rentabilidade pelo menos um pouco acima a qual estaria recebendo se levarmos o título até o final.

No nosso exemplo anterior, estávamos avaliando o terceiro ano que estamos carregando nosso título. A partir daquele momento, se levarmos o título até o final a rentabilidade gerada seria de aproximadamente 8,65%aa.

 

Logo, para reaplicarmos o valor, o ideal seria achar títulos que oferecerão uma rentabilidade superior a essa. Por exemplo, um CDB prefixado a 9,00%aa ou mais. É importante lembrar que se fazemos a marcação a mercado em, por exemplo, um título de Tesouro Prefixado não necessariamente precisamos reinvestir em um Tesouro Prefixado ou até mesmo outro título com o mesmo indexador. Se encontrarmos um título com IPCA+ ou rendendo um percentual do DI que esteja com uma rentabilidade superior também é válido. Essa seria então a regra: um título independente de qual for que traga uma rentabilidade maior podendo inclusive o valor ser reaplicado na renda variável em alguns casos como, por exemplo, a meta da classe de renda fixa já ter sido extrapolada e o aporte se faria necessário em outras classes de ativos.

Neste ponto, via marcação a mercado conseguimos antecipar juros recebidos pelo título, pois já estaríamos recebendo um valor superior na venda antecipada do que deveríamos estar recebendo naquele momento. Ainda assim, o título nos geraria um determinado rendimento até seu vencimento. Porém este rendimento pode ser suprido com rendimentos melhores de outros títulos onde podemos reaplicar o valor.

Obrigado por essa aula de marcação a mercado, meu amigo. Parabéns. Ótimas informações compartilhadas.

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On 08/05/2024 at 16:51, Edison Paulini disse:

Boa tarde, sardinhas! 

 

Um tema que sempre gera bastante dúvidas por aqui é a famigerada marcação a mercado. A fins de tentar ajudar a nossa comunidade a entender ainda mais esse tema, resolvi montar este tópico explicando um pouco mais sobre o assunto colocando inclusive alguns exemplos com valores e tentando já sanar algumas dúvidas que normalmente temos quando nos deparamos com este tema. Venho observando as dúvidas que a comunidade tem no assunto e fiz um apanhado para tentar respondê-las.

Espero que seja uma boa contribuição com seus estudos e se ainda tiver dúvidas, vamos conversar para não deixar nenhuma.

Então vamos lá!

 

 

Como sabemos, marcação a mercado é um acontecimento do mercado que faz com que as taxas e preços de títulos se alterem diariamente.

 

Quando adquirimos um título do Tesouro Prefixado ou IPCA+, estamos sujeitos a ter a marcação a mercado.

Para entender um pouco sobre isso, vamos a um exemplo abaixo de um título prefixado:

 

Vamos supor que compramos um título no valor de R$615 a uma taxa de 10,22%aa e que seu vencimento será em 5 anos.

Isso fará com que o título tenha seu valor de R$1.000 no vencimento.

Apenas um adendo. O título valer R$1.000 é uma regra tanto para o Tesouro Prefixado, como no Tesouro IPCA+, que neste segundo caso valerá R$1.000 corrigidos pela inflação, por este motivo ele é comercializado com o valor acima de R$1.000.

Voltando ao exemplo, o título no preço exemplificado acima teria seus seguintes valores ao final de cada ano:

Ano 1: R$677,85

Ano 2: R$747,13

Ano 3: R$823,49

Ano 4: R$907,65

Ano 5: R$1.000,41

(Valores simulados na calculadora de juros compostos do Investidor Sardinha com os números citados anteriormente)

Notamos que no final o título irá valer R$1.000. (Pode dar uns centavinhos a mais ou a menos de diferença, mas em suma o valor final é de R$1.000 bruto)

 

Porém, a marcação a mercado faz com que esses valores que vamos chamar de teóricos (porque na teoria eles devem seguir estes valores de acordo com a taxa contratada na aquisição do título) tenham uma diferença e gerem valores que chamaremos de valores reais que serão os que o título vai estar realmente valendo conforme o passar do tempo até seu vencimento.

 

Os valores se geram de acordo com a taxa. O primeiro exemplo abaixo, vamos observar que o mesmo título comprado a R$615 esteja agora com uma nova taxa de 9,20%aa. Logo, seus valores teóricos seriam os seguintes:

Ano 1: R$671,58

Ano 2: R$733,37

Ano 3: R$800,83

Ano 4: R$874,51

Ano 5: R$954,97

 

Aqui a regra de o título valer R$1.000 foi quebrada ficando com o valor abaixo. Para corrigir isso, o preço do título será ajustado para R$644 com essa nova taxa para que o mesmo possa valer os R$1.000 em seu vencimento. Abaixo seguem os valores conforme a nova taxa de rentabilidade:

Ano 1: R$703,25

Ano 2: R$767,95

Ano 3: R$838,60

Ano 4: R$915,75

Ano 5: R$1.000,00

 

O contrário também poderá acontecer. Quando a taxa subir, o preço irá cair para que o título valha R$1.000 no vencimento.

 

E o que faz essa taxa alterar? Essa é uma dúvida muito frequente e normalmente tendemos a pensar que é a variação da taxa de juros (Selic) que afeta diretamente essa taxa do título. Mas o tema é um pouco mais abrangente. Primeiro vamos entender que essa taxa que estamos falando que sofre variação é a taxa de mercado, ou seja, a taxa a qual o mercado precifica o título de acordo com sua oferta, risco e demanda.

Um cenário onde podemos ter uma confusão semelhante é com o Tesouro IPCA+. Vamos entender um pouquinho mais isso pegando como base o título IPCA+ 6,11%aa de vencimento para 2029 (dados estes consultados no momento dessa postagem).

A confusão acontece no percentual de 6,11%. Essa é a taxa de mercado que é o que fará com que de fato se tenha alterações no preço do título. Ou seja, um título IPCA+ paga o percentual do IPCA mais a taxa de mercado. Se o IPCA está valendo, por exemplo, 3,50%aa o título estará pagando um total de 9,61%aa. Vamos perceber que a taxa do IPCA é uma coisa e a taxa de mercado é outra. E voltamos a frisar que o que faz o valor do título flutuar é a taxa de mercado, que inclusive faz jus ao nome do fenômeno da marcação a mercado.

E voltando a falar sobre a variação da taxa de mercado, temos diversos fatores que influenciam nessa taxa. É um conjunto de fatores e não um específico: taxa de juros, inflação, cenários da macroeconomia, expectativas de mercado, PIB, dentre outras variáveis.

 

Entendido então como funciona a marcação, quando podemos marcar a mercado fazendo a venda antecipada? Lembrando que a marcação a mercado é antecipar um lucro do título e reaplicar o valor em outro título que pague uma rentabilidade superior ao invés de levar o mesmo até o vencimento. Abordaremos isso a seguir em três passos a serem seguidos para avaliarmos se compensará realizar a marcação.

 

1 - O primeiro passo é verificar se seu título está com um valor real acima do valor teórico. Não realizamos marcação a mercado quando o valor real está abaixo do teórico, pois isso significa que estaríamos vendendo nosso título por um valor abaixo do que deveria estar sendo pago. Ou seja, se meu título deveria estar valendo R$660 (valor teórico), mas está no momento com o valor real R$620, eu estaria perdendo R$40 na venda.

Apenas para ilustrar, vamos pegar a primeira lista de valores que tivemos no início do post  onde o título foi comprado a R$615 e a taxa era de 10,22%aa. Porém, a taxa do título sofreu alteração para baixo a 8,65%aa e agora temos os seguintes valores se comparados:

image.png.aacd250f4e5873f78bf78b18f16ec7ee.png

Agora vamos imaginar que estamos no terceiro ano levando o titulo que foi quando houve a alteração da taxa. Ali no terceiro ano onde o título deveria estar valendo na teoria R$823,49 o seu valor real está em R$847,11, ou seja, acima do teórico. Então podemos partir para o segundo passo;

 

2 - O segundo passo vai ser calcular o IR. Como sabemos o tesouro direto também é regido pela tabela regressiva do IR e teremos uma alíquota aplicada de acordo com o tempo em que estamos com o título em carteira.

No exemplo acima estamos no terceiro ano onde a alíquota regente do IR será de 15% em cima do rendimento. Ao se obter o rendimento líquido, podemos comparar se este valor ainda está acima do valor teórico do nosso título. Estando acima, partimos para o terceiro e último passo.

OBS: aqui podemos pensar que as chances de termos uma marcação favorável a partir de 720 dias onde estaremos na menor alíquota do IR que é a de 15% seria o melhor caso. Antes até se pode acontecer, mas as chances são menores, pois uma taxa maior de alíquota de imposto irá consumir mais a rentabilidade obtida.

 

3 - O terceiro e último passo seria avaliar se temos outro título (seja outro Tesouro, seja CDB, enfim) que esteja pagando uma rentabilidade superior ao que ganharíamos levando o titulo até o vencimento. Ou até mesmo reaplicar o valor na Renda Variável de acordo com sugestões do Diagrama do Cerrado.

Tomando como base o reinvestimento em renda fixa, podemos procurar um investimento que ofereça uma rentabilidade pelo menos um pouco acima a qual estaria recebendo se levarmos o título até o final.

No nosso exemplo anterior, estávamos avaliando o terceiro ano que estamos carregando nosso título. A partir daquele momento, se levarmos o título até o final a rentabilidade gerada seria de aproximadamente 8,65%aa.

 

Logo, para reaplicarmos o valor, o ideal seria achar títulos que oferecerão uma rentabilidade superior a essa. Por exemplo, um CDB prefixado a 9,00%aa ou mais. É importante lembrar que se fazemos a marcação a mercado em, por exemplo, um título de Tesouro Prefixado não necessariamente precisamos reinvestir em um Tesouro Prefixado ou até mesmo outro título com o mesmo indexador. Se encontrarmos um título com IPCA+ ou rendendo um percentual do DI que esteja com uma rentabilidade superior também é válido. Essa seria então a regra: um título independente de qual for que traga uma rentabilidade maior podendo inclusive o valor ser reaplicado na renda variável em alguns casos como, por exemplo, a meta da classe de renda fixa já ter sido extrapolada e o aporte se faria necessário em outras classes de ativos.

Neste ponto, via marcação a mercado conseguimos antecipar juros recebidos pelo título, pois já estaríamos recebendo um valor superior na venda antecipada do que deveríamos estar recebendo naquele momento. Ainda assim, o título nos geraria um determinado rendimento até seu vencimento. Porém este rendimento pode ser suprido com rendimentos melhores de outros títulos onde podemos reaplicar o valor.

oie, eu entendi mais ou menos.... Entendi o que significa a marcação a mercado, mas como, ou o que tem a ver, ou não tem nada a ver com o preço do título de fato. Pois hoje, a exemplo de comprá-lo hoje ele vale, TESOURO IPCA+ 2035, R$ 2.207,15. Estou confusa aí. Obrigada e desculpa.

Editado por Leda Jordao De Paula Narumiya
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